Secreções, Excreções e Desatinos

Secreções, Excreções e Desatinos Rubem Fonseca




Resenhas - Secreções, Excreções e Desatinos


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Marilia Verdussen 01/05/2024

Hilário
Como pode escrever tão bem? Tão bem que consegui passar por cima das excrescências... É engraçado, rápido, mordaz, inteligente demais! Adorei. Fica a dica pra quando tiver ressaca literária: sempre tem um autor ou uma autora consagrada que resgata a plenitude da leitura.
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Gabriel Perez Torres 10/04/2024

Entre o Grotesco e o Real: Uma Viagem pelas Vísceras da Humanidade
A análise de "Secreções, Excreções e Desatinos" de Rubem Fonseca evoca uma imersão no aspecto estatológico e violento que permeia a obra. Fonseca, em seu estilo característico, não hesita em explorar as facetas mais brutais e sombrias da condição humana. O título da coletânea, por si só, já antecipa o leitor sobre a jornada que irá embarcar: uma viagem através de narrativas que não poupam detalhes ao retratar as excreções físicas e as secreções emocionais dos personagens, bem como os desatinos que conduzem suas existências.

Cada conto serve como uma lente de aumento, focando nos aspectos mais íntimos e muitas vezes repulsivos do ser humano. A violência, seja ela física ou psicológica, apresenta-se não apenas como tema, mas como um elemento catalisador que expõe as fraquezas, os desejos e os medos mais profundos. Fonseca utiliza o choque não por mero sensacionalismo, mas como uma ferramenta para desvendar a complexidade das relações humanas e a fragilidade da psique.

O autor desafia o leitor a confrontar suas próprias aversões e preconceitos, mergulhando em um universo onde o grotesco e o belo se entrelaçam de maneira inextricável. Fonseca, mestre na arte da narrativa curta, demonstra uma habilidade ímpar em construir histórias que são ao mesmo tempo concisas e densamente povoadas de significado, usando a violência e o estatológico como veículos para questionar a natureza humana e a sociedade.

Em suma, "Secreções, Excreções e Desatinos" é uma obra que, através do choque e da provocação, convida à reflexão sobre o que nos constitui enquanto seres humanos. Rubem Fonseca, com sua escrita afiada e destemida, desenha um panorama da humanidade em seus momentos mais baixos e mais reais, forçando-nos a olhar para o que frequentemente desejamos ignorar. É, portanto, uma leitura indispensável para aqueles que não temem encarar a face mais obscura da existência humana, servindo como um lembrete potente de que, no fim, somos todos feitos de secreções, excreções e desatinos.
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Morienti 27/12/2023

Um conjunto de 14 contos acerca da parte mais sombria e suja da condição humana. O erótico se mistura com o terror, com a morte, fetiches, loucura e podridão.

O impacto causado deixa nu a alma do leitor; é como uma leitura direta sobre a parte mais impulsiva e repulsiva de nós, como se respondesse as perguntas e acatasse a curiosidade do próprio ID, esse monstro psicanalítico - às vistas da sociedade polida - que exprime nossas mais perturbadoras inclinações.

Uma prosa ainda assim cômica e e crua, causa nojo de modo atraente, assim como só a mais fina das experiências artísticas pode oferecer.
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Jeff_Rodrigo 11/08/2023

Nojento, mas maravilhoso
Aqui Fonseca conseguiu unir, de forma poética, as modernas e as primitivas aflições humanas, através de histórias absurdas.

Em contos que misturam problemas existencialistas com secreções nasais, fezes, fimose e outros tipos de anomalias anatômicas, o autor consegue nos lembrar, facilmente, que a mente e o corpo do indivíduo são inseparáveis.
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Kardec 28/11/2022

Excelente como sempre!
Rubem Fonseca até hoje não me decepcionou, por isso mesmo o leio bem devagar, apenas um ou dois livros por ano. Leitura visceral, afiada e precisa, assustadoramente humana, mas sem nunca deixar de ser poética, algo que poucos autores podem fazer.
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Pires 07/06/2022

Como amante de cinema, fui fisgado pelo estilo cinematográfico com que Rubem Fonseca escreve. Nesse criativo livro, usa, como o título sugere, nossas manifestações corporais obscurescidas por uma literatura mais tradicional como foi condutor de interessantes tramas cotidianas... Confesso que senti falta de personagens mais fracassados, menos bem resolvidos consigo mesmos, que muito acrescentariam a textos com tal formato.
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maare 25/12/2021

Um autor interessante, muito além do livro
Esse é o primeiro livro que tenho contato do autor e apenas cheguei nele por indicação do meu orientador para a minha tese de doutorado. E agora, depois de terminar, entendi o porque.
Ruben Fonseca me parece um autor que gosta de causar sensações nos leitores.
Com esse livro ele expõe situações do cotidiano e ao mesmo tempo situações que chocam, causam nojo, medo, angústia...
O livro é literalmente sobre secreções, exceções e desatinos, nunca conseguiria pensar em um título melhor.
Amei sua escrita. Como é direto, não vê problemas em falar de temas que podem ser tabus e de usar palavrões que não são tão convencionais em textos literários.
Vou analisar alguns desses contos para a minha tese e com certeza vou ler mais coisas do autor.
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4ndrewnunes 13/12/2021

Que livro gostoso de ler. O autor sabe o que está fazendo, e o faz muito bem! Histórias sobre sêmen, peidos e mulheres bonitas são tão refinadas quanto histórias de forte viés masculino podem ser. Uma das maravilhas da literatura brasileira.
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Rafael 09/01/2021

Um dos grandes na literatura nacional
Rubem consegue construir grandes reflexões e fazer disso literatura só com o que se propôs neste livro. Análises escatológicas, romances bizarros e violência. Sem contar nos pequenos detalhes em que às vezes deixa escapar, como o machismo e o racismo, que por um leitor pouco atento pode ser interpretado como a voz do autor e não do personagem. 


Este magnífico contista tem um poder que o destaca: o impacto. É muita pancada na construção narrativa, que virou sinônimo dele na literatura brasileira. Chocar é a arte que Rubem Fonseca brilhantemente domina, o que o faz muito consolidado no que tem como proposta. E faz isso de forma muito simples, pelo que aparenta os escritos. Todo escritor que se pretende contista deve ter Rubem como escola. Isso pra mim sempre foi muito claro, sendo uma das minhas maiores influências.


Por fim, também devo falar de como este autor escancara o Brasil. Ele não é um realista, ao que me parece, mas todo escritor fala de algum lugar, e Rubem Fonseca deixa isso muito bem claro. A forma como ele retrata a violência, a estupidez, as relações dolorosas, a escrotice, a aparente "malandragem", a poética e o drama; tudo isso é fruto de uma identidade da qual ele não se distancia. Lia muito bem a realidade, avisando o que "poderíamos nos tornar" quando na verdade já carregamos isso há um bom tempo. Enfim, Rubem Fonseca é sempre uma ótima leitura. 
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Rodrigo 07/01/2021

Contos fortes
São 14 contos que abordam o amor e o sexo, permeados por fezes, urina, saliva, caspa, sangue, meleca, menstruação, esperma e outras SECREÇÕES E EXCREÇÕES, além de muitos DESATINOS.
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Iagne 18/10/2020

Secreções, Excreções e Desatinos (Rubem Fonseca)
Décimo oitavo livro de Rubem Fonseca (infelizmente ainda não consegui ler "O doente Molière", que seria o décimo sétimo, ainda não tem o ebook na Amazon), décimo livro de contos. Nesse livro Rubem volta a juntar vários contos em torno de um tema central, que o título entrega, isso mesmo, o livro é sobre todo tipo de secreções e excreções do nosso corpo (a mais sofisticada das máquinas). Como no conto "Cropomancia" a arte de ler o futuro a partir da forma, cheiro e cores das fezes (nojento? kkk, eu concordo) que inicia o livro; até o viciado nos cheiros dos seus próprios puns no conto "Vida" que o encerra. Não vou dar mais nenhuma descrição dos demais contos senão ninguém vai ler (se é que ainda haja interesse). Entretanto vale citar a coragem do escritor ao escrever esse tipo de livro, mostrando o domínio que o mesmo possui sobre a escrita, pois mesmo com esses panos de fundo, digamos fora do comum, ele mantêm a mesma maestria no seu ofício.
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jota 02/09/2020

Avaliação da leitura: 3,8/4,0 – BOM (apesar de certo desconforto que provoca)
Livro novo tem cheiro bom, de tinta, penso; livro velho pode cheirar a mofo, conter manchas amareladas causadas pela passagem do tempo etc. Mas livro de Rubem Fonseca (1925-2020), caso dos catorze contos deste Secreções, Excreções e Desatinos, é melhor ler no formato digital porque no livro físico tem hora que parece que algo vai feder ou escorrer pelas páginas, produto de alguma excreção ou secreção expelida pelos protagonistas. Tudo isso é um desatino, eu sei, mas impressiona demais a escatologia presente nos contos do volume: alguns deles causam profundo desconforto no leitor. Principalmente porque continuo me lembrando de certas passagens de uma leitura anterior. Faz pouco tempo que li Ulysses, de James Joyce, e lá também o personagem principal tinha algumas manias relacionadas a odores e secreções corpóreas, que me voltaram à memória agora.

Leopold Bloom gostava de segurar as fezes enquanto defecava (lembra prazer anal do Freud), guardava para contemplação um pedaço sujo de papel higiênico usado por uma prostituta, aspirava o cheiro de uma lasca de unha do pé. Outro personagem do livro, Stephen Dedalus, passava o mês inteiro com um único banho e olhe lá. Mas perto de alguns personagens de RF, até que eles não agiam tão estranhamente assim. Na privacidade (mentalidade) de cada um, estranho pode ser aquilo que os outros apreciam ou fazem, não o que você faz. Aquilo que fazemos ou deixamos de fazer, que conservamos entre as quatro paredes, que evitamos falar sobre ou somente dizemos a alguém muito íntimo, é exposto por RF com naturalidade, porque todo mundo tem um pouco desse ou daquele personagem, senão através de seu comportamento, através do pensamento. Difícil que não seja assim: uns mais, outros menos, somos todos humanos. Ou animais, por vezes.

Rubem Fonseca teve várias histórias adaptadas para cinema e televisão porque sua escrita é altamente visual: você não precisa imaginar muita coisa, a imaginação fica por conta do autor. Quando lemos suas narrativas na verdade parece que estamos vendo as imagens passando em frente aos nossos olhos, então alguns relatos podem se aproximar muito da pornografia. Além dessas imagens, que podem ser classificadas de obscenas por alguns leitores, RF também não economiza nos palavrões, logicamente: quase todos os contos trazem muitas palavras e expressões chulas, verdadeiramente cabeludas. Mas dá para entender isso: brasileiro fala muita besteira mesmo, não apenas os personagens deste volume. RF não escreveu um livro com a simples intenção de chocar o leitor, impressioná-lo apenas, coisa que ele já faz desde seus primeiros livros, com narrativas cheias de violência, como são mesmo nossas grandes cidades, violentas por natureza (acho que meu primeiro Fonseca foi O Cobrador, inesquecivelmente violento).

Há narrativas esdrúxulas aqui, como o primeiro conto, Copromancia, que trata crua e profundamente de dejetos humanos: seu personagem parece um cientista merdal de tanto saber acumulado que tem sobre fezes. Por outro lado, há alguns contos engraçados, caso dos desencontros narrados em Mulheres e Homens Apaixonados, no qual se destaca uma curiosa mãe de santo e seus inusitados conselhos para se conquistar um amor. E há muito mais: como diz José Castello no final, RF devassa a condição humana como fizeram “(...) Jean Genet ou o próprio Marquês de Sade, escritores que (...) tocaram nos extremos mais desagradáveis da existência, que os escolheram como matéria de literatura e (...) de reflexão.” Lógico que RF não atinge o mesmo resultado desses dois autores, não seria seu objetivo. Mas, sem dúvida, suas histórias curtas poderiam se passar em qualquer lugar, lidas e entendidas por leitores de qualquer parte. São universais.

Lido rapidamente em 30/08 e 01/09/2020.
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Carla Menezes de Almeida 26/08/2020

"A palavra 'pessoa' hoje não soa bem - pouco me importa!"
Eu gosto que o Rubem Fonseca joga na minha cara tudo o que cresci entendendo como falha humana e aprendi a varrer pra debaixo do tapete fingindo que não existe na nossa natureza. Com Secreções, Excreções e Desatinos ele aparece com um novo jeito de abordar o lado animal que o homem quer esquecer que existe.
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Lí­lian 12/06/2020

Como sempre os livros do Rubem nunca fica a desejar. Fala de coisas q temos pudores em falar ou nojo, enfim, bem interessante de rápida leitura.
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