A Casa

A Casa Natércia Campos




Resenhas - A Casa


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Ana 10/02/2022

A Casa
Logo de cara gostei da premissa do livro: uma casa localizada no sertão narrar sua história e, consequentemente, a história de quem passou por ela, resultando em um denso conjunto de relatos de gerações, com suas tradições e misticismo. Mas confesso que inicialmente tive dificuldade de acompanhar tantos detalhes narrados pela casa, acho que só na metade do livro meu interesse e atenção foram aumentando - justamente quando as vozes das outras personagens passam a aparecer mais intensamente na narrativa.

Outro ponto é que mesmo utilizando muitas expressões regionais, achei a escrita de Natércia Campos bastante rebuscada, o que exigiu bastante atenção e interpretação, então, mesmo se tratando de um livro com poucas páginas, a leitura não foi tão fluida, mas acho que teve um momento que peguei o fio da meada aí foi melhorando kkkkkk

Uma das coisas que gostei foi a presença de questões que hoje são muito debatidas, gravidez psicológica, por exemplo (há outras questões porém evitando spoiler kk), mas que séculos atrás não se tinha o entendimento necessário para lidar com essas questões, gerando desfechos trágicos, inclusive, há bastante coisa pesada!

Em suma, não foi uma leitura tão fácil, mas aos poucos foi se revelando muito rica.
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Aline Teodosio @leituras.da.aline 19/09/2021

"Fui feita com esmero, contaram os ventos, antes que eu mesma dessa verdade tomasse tento."

Assim, imbuído em lirismo, começa o romance da cearense Natércia Campos, narrado por uma personagem principal bastante peculiar: a própria Casa. Através de suas palavras mergulhamos em histórias que vêm desde a sua construção, as vidas das pessoas de várias gerações que nela viveram, a passagem do tempo e o efeito que este provoca em tudo e em todos.

São poucas páginas de uma prosa poética com linguagem ao mesmo tempo regionalista e rebuscada, que deixa o leitor inebriado com o esplendor de um causo bem contado. Vemos (e sentimos) as alegrias e as dores vivenciadas dentro daquelas paredes. Rimos e nos revoltamos com algumas situações. Sentimentos ambíguos se misturam a cada página virada, quando dali nos saltam os costumes e a cultura de um povo e de épocas.

E quando terminamos, depois de tantos gatilhos, por vezes bem pesados, o nó na garganta já está ali inexoravelmente fincado.

Dizem que as paredes têm ouvidos. Eu digo que têm ouvidos e olhos. E nas palavras dela, a Casa, a que tudo presencia e sabe o que diz, com frequência: "É mais bela a vida acima dos telhados do que debaixo deles."
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Marci 27/01/2021

livro bem dificil
Por indicação do meu marido, eu li o livro
"A Casa", da autora Natércia Campos.
Este livro tem narrativa construída com tanto esmero!
Se você é cearense e não conhece esse livro, corra em busca. O livro é a cara do nordeste, sua cultura, raízes, costumes!
Pense aí num livro rico...
Com menos de 90 páginas, esse livro é arretado demais!
Um texto puramente erudito! Pegue um dicionário e se agarre a ele...

Que obras, meus amigos! Que obra!

Você já leu?
Katia Rodrigues 28/01/2021minha estante
Já sim ? E concordo com tudo que você disse. O livro é maravilhoso. Vou reler esse ano com certeza.




Daniel.Malaquias 09/04/2020

Simplesmente espetacular
Romance da cearense Natércia Campos, filha de outro cearense, Moreira Campos, contista famoso, o livro é um relato sensacional de várias épocas, seus costumes, personagens, lendas e outros casos. Livro curtinho, pra se ler numa tarde, deitado numa rede, numa varanda de alpendre de um grande sobrado.
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Muni 04/09/2016

"Tenho saudade de coisas que não vivi neste sertão belo e trágico do Ceará, pois fui menina nascida e criada na Praia de Iracema, da cidade de Fortaleza. Acalento dentro de mim este mundo não vivido, instigado por velhas histórias escutadas nas noites de vento e maresia."

Natércia Campos começa assim o prefácio da edição mais recente d'A Casa, organizada pela filha Carolina Campos. A edição mais conhecida, infelizmente, foi a preparada para o vestibular da UFC, que cortou grande parte do livro, incluindo as epígrafes que a autora queria que tivessem sido incluídas, e cortou-se assim também o ritmo do livro, sua significância, e o impressionante trabalho de Natércia Campos ao descrever em detalhes o sertão que ela não conheceu, desde os colonizadores de Portugal até as tradições, superstições, causos e mais causos de tudo que ajudou a formar o sertão do Ceará como o conhecemos desde então até hoje.
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Janaina Maia 25/03/2014

A Casa
A Casa, apelidada de Trindades, é o narrador da história. Tudo que se passa em seu interior ela ver e ouve. A história começa desde seu primeiro dono José Gonçalves Campos, até as varias gerações de mulheres que a habitam. Os principais momentos do livro é quando uma família aparentemente normal, decide se mudar para Trindades, mas no decorrer dos tempos os problemas e conflitos aparecem. Desde a mania de limpeza de Maria, a afiada língua de Emerenciana, e os vários problemas de Custodio , o primogênito, com suas filhas e com sua mãe. Mostra também o difícil relacionamento entre pessoas de uma mesma família,como a rejeição, o preconceito e o abuso sexual.
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Márcio Araújo 30/10/2010

Comentário sobre o romance A Casa de Natércia Campos
Ao escrever sobre Natércia Campos e sua obra A Casa não podemos deixar de lembrar a sua raiz mais próxima, Moreira Campos – mestre dentre os maiores na manifestação do conto em nossa pátria literária.Essa presença paterna impôs a autora uma certa timidez literária inicial, fadando a escritora a uma produção menos extensa, mas de extremo valor em nossas letras alencarinas.E esse tronco literário foi além da figura de Natércia estando a literatura agora abrangendo a geração seguinte na pessoa de Catarina, sua filha . Como vemos, a árvore genealógica da Família Campos se mostrou bastante frutífera, tanto que até critica literária vem constantemente premiando tais autores em diversos concursos literários regionais e nacionais no decorrer de suas epopéias literárias.

Mas o leitor comum e pouco familiarizado com a literatura atual da estética pos – moderna talvez encontre um certo estranhamento ao se deparar com um narrador antropomorfizado. E esse é o elemento diferencial em A Casa. A narrativa é contada a partir de um objeto que supostamente deveria ser inanimado, mas que nessa obra possui vida e se revela com sentimentos e reações humanas. O leitor então entra no mundo fantástico de Natercia em que seres mágicos se misturam a personagens populares bastante familiarizados em nossa região. Ao lermos a obra, sentimos a chegada da morte materializada nas casas, a religiosidade e as crendices de figuras da mitologia popular viva. O lobisomen surge, o rezador, os mitos de um povo estão sendo registrados em um texto literário fazendo assim a Casa das Trindades as honras da figura do contador de histórias. Ela com sua teia narrativa vai dando a vez para outros persongens que tomam desse fio narrativo e contam relatos estranhos e muitas vezes não aprovados por habitantes da casa e da própria narradora. Soubemos de atos de bestialidade humana, como o incesto e vemos um ato homossexualismo, que não é visto com desaprovação por parte da narradora por estar acostumada com a essência humana dos homens recolhida em mais de 300 anos de vida. A Casa nos mostra em seu discurso a realidade humana em sua essência que muitas vezes é tomada por uma linha naturalista e também o que se esconde entre um fantástico mundo que vai além do que é possível ser explicado.

Um outro valor a ser destacado a essa obra é a questão de sua linguagem. O discurso do narrador possui uma força de oratória culta, podendo destacar uma certa erudição da narradora em contato com o leitor, mas quando nos desprendemos dela para ouvir outra vozes presentes no texto encontramos o falar de uma gramática sertaneja, um linguajar de um povo presente em sua essencialidade vocabular.Lemos então um texto que nele se por um lado encontramos fragmentos em latim por outro há citações de objetos e expressões que ao nosso ver já caíram em desuso.

Quando paramos ao perceber a cronologia do contar das histórias, percebemos a não linearidade, sendo usado para isso o recurso do flash – bach e swicth- bach, o que marca a maior semelhança em uma narrativa de cunho oral em que o passado vem não em uma ordem temporal correta ,mas sim em um relato em que a importância dos fatos são preponderantes sobre o quando eles aconteceram.
Escutamos então a voz madura da narradora e seus outros personagens nos mostrando a verdade humana e dessa forma deixamos de ser inocentes quanto suas relações sociais e com o mundo espiritual , não natural, que nos rodeia sem que tivermos anteriormente atentado.Para isso estamos, juntamente com o livro, construindo uma colcha de retalhos que está longe de ser completada por estarmos fadados ao eterno suplício das angustias humanas em seu balançar do pêndulo do tempo que passamos vivos. Oscilando entre a comédia e a tragédia da vida.

Não posso esquecer de relatar aqui a minha experiência de leitor ao me contorcer todo na leitura de uma das minhas partes favoritas desse tomo, um fato extremamente revelador da possibilidade humana de ser cruel. Um coronel com seu orgulho ferido que demonstra o seu poder ao torturar um homem, nesse foi costurado um couro em suas costas e colocado a secar ao sol. Ao seu redor ficaram os subalternos do tal coronel a tomar o contato com o exemplo do qual nenhum deles esqueceria.

Para encerarmos esse breve comentário não poderia deixar de dar a palavra a própria autora em seu discurso de posse na Academia Cearense de Letras em que ela afirma: “ E assim os livros, esses mensageiros vindo em revoadas de vários pontos cardeais, conseguiram tornar alado meu mundo interior.”

Márcio Araújo
Anna Lua 12/01/2014minha estante
O único comentário que valeu a pena ler. Excelente!


Daniel.Malaquias 28/03/2020minha estante
Parabéns pelo comentário, já li 3x essa obra prima e não canso. Natércia é mesmo uma maga com as palavras.




Karla23 23/12/2009

um livro realmente enfadonho. Uma narrativa lenta, sem ação;muito chato! Sequer consegui terminar de lê-lo.
A história tinha como narrador a própria casa contando causos. Tive que ler pra apresentar um seminário na escola, mas não deu, mesmo assim tirei 10 e o professor jura que eu li esse porre de livro.Ç_ç
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Aline Memória 28/09/2009

Apesar da descrição entediante da casa em si, é interessante ver as histórias de várias gerações, com um toque naturalista.
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Cássia Cardoso 15/02/2009

Ótimo livro. Não imaginei que ia me surpreender tanto ao final da leitura.
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