Têco 14/08/2009
Grande obra, dentre as melhores do autor e de que já li, fantástico
Mais uma excelente obra de Hesse: Escrita depois de “O Lobo da Estepe” e antes do seu último livro “O Jogo das Contas de Vidro”, também é uma estória encantadora e que dá um gostinho de querer conhecer-la e aprofunda-la principalmente aos amantes da literatura do autor, ou seja, deslumbrante é o conhecer deste livro. Envolve questões de autoconhecimento, liberdade (auto-encontro com o seu verdadeiro ser e destino, “missão”, utilizando-se conceitos da psicologia Jungiana para descobrir-se, em busca da “felicidade”, existindo também aliado aos ensinamentos cristãos ocidentais, budistas e taoístas orientais, envolvendo superações pessoais, físicas e espirituais; inquietações e dúvidas dos personagens principais, mas sempre no sentido de “rompimento”, superação, sempre em busca de si próprio e com o respeito ao outro, que no caso, mesmo sendo oposto pode também ser amado e admirado, e Goldmund de frente ao mundo, este era seu caminho de descobertas e “realização”, ser quem é, mostrar o lado, potencial divino, para se e o encontrar, diferentemente de Narciso que era com a vida nonacal), amizade, amor, sexo, morte, família, sociedade, degradação dela, pestes e holocausto, ministério das religiões mais propriamente o cristianismo e a vida monacal, com pitadas de filosofias e sabedorias taoísta e budista e a descoberta de suas sabedorias intuitivamente pelos personagens, Goldmund através do empirismo (pra levar pro caminho da arte) e Narciso pelos seus estudos, formação e aptidão (pra levar ao caminho de liderança, organização).
E a saída do prazer, horror e desespero, era a transcendência, o “espírito”, ser quem é, realizar a si, no caso de Goldmund a arte.
É uma prévia de seu último livro (o fim deste livro revela isso), em que João Servo vive uma vida serena, de desprendimento e crescimento, auto-aceitação, “resignação”, contentamento e sabedoria, que o autor teve nos últimos anos de sua vida.
Amizade entre opostos, mas que tem algo em comum e elevado, a vida, o espírito, maior, de Deus, plenos em suas vidas e caminhos, sendo quem eram de verdade e nas “realizações”.