A identidade

A identidade Milan Kundera




Resenhas - A Identidade


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Alê | @alexandrejjr 01/11/2020

A ilusão em memória

Não há tempo perdido numa leitura de Milan Kundera. É a conclusão que chego após terminar este que é apenas o segundo livro que conheço do autor. Ele se junta, portanto, ao meu panteão de escritores contemporâneos que provocam com obras que considero poderosas, caso de Vargas Llosa, García Márquez e Javier Marías - que por uma coincidência absurda escrevem em espanhol.

Em “A identidade” interessa o jogo dos símbolos. Chantal e Jean-Marc, as personagens que nos levam nessa viagem literária, convidam os leitores para o profundo de suas personas. Traumas do passado esbarram nas consequências do presente. Este romance - ou seria novela? - é costurado pelos pensamentos dos dois, que aproveitam para construir, através de fragmentos, suas identidades. Estudantes de psicologia, preparem-se: este livro é para vocês.

Não importa a Kundera as histórias tradicionais, triviais. Ele precisa apenas de um fio narrativo para expor, através de suas personagens, seus interessantes pensamentos existencialistas. Para quem gosta de marcar frases em livros, este aqui é um prato cheio.

Pretensos cinéfilos como eu também vão achar algumas similaridades com o filme “De olhos bem fechados”, obra do mestre Stanley Kubrick que trabalha pontos cruciais do livro de Kundera: o ciúme, o desejo, a realidade, o sonho e, por fim, a identidade do título.

Consideravelmente menor em estrutura, forma e ambição que “A insustentável leveza do ser”, este livro vale por deixar o leitor diferente depois da última página, uma sensação sempre satisfatória. Com ritmo interessante, “A identidade” é o segundo romance escrito em francês por Kundera e uma excelente porta de entrada para este pensador das letras.
Luisa 22/06/2021minha estante
Que resenha incrível ?


Alê | @alexandrejjr 22/06/2021minha estante
Eu que agradeço por ter lido, Luisa.




Paula.MTerra 13/06/2020

A Identidade
Com linguagem leve e fluida, M Kundera retrata o universo feminino. Personagens complexos mas cativantes, onde torcemos para um final feliz.
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Josy.Farias 05/01/2021

Quantas caras podemos ter?
Milan Kundera é um escritor checo-fracês e sua obra mais conhecida é A insustentável leveza do ser. Kundera é conhecido por falar sobre a complexidade das relações humanas e seu livro A identidade é recheada dessa narrativa. O livro conta a história de um casal, Chantal e Jean-Marc. Chantal quatro anos mais velha que Jean-Marc está passando por uma crise de meia idade, também já foi casada e perdeu um filho nesse último relacionamento.
A relação dos dois está naquele ponto onde há "um grande elefante na sala" mas ninguém tem coragem de começar a falar sobre a relação.
Kundera vai narrando com maestria e humor as complexidades de um relacionamento que cai na monotonia, sem contar as pinceladas sobre amizade e a profundeza da história ao retratar a perda da nossa identidade quando nos relacionamos. Apesar de ser um livro curto, é complexo e muito rico.
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Vivi 11/01/2021

Múltiplas faces
A identidade foi o meu primeiro livro de Milan Kundera, logo após terminar a leitura do livro (que é bastante rápida) pude perceber o quão reflexiva sua escrita é. O narrativa do livro aborda a vida entre um casal (Chantal e Jean-Marc), na qual existe uma diferença de idade entre eles sendo a Chantal mais velha, o que interliga com uma insegurança da mesma, que sente-se incomodada pelo fato de notar que os homens não se viram mais para olhar pra ela, a mesma personagem perdeu um filho e já foi casada antes de conhecer Jean. A personagem acaba contando sobre sua insegurança em questão da falta de atenção do sexo oposto para Jean-Marc, desencadeando então todo o conflito posteriormente apresentado. Ambos personagens apresentam características de baixa autoestima, trazendo sentido para que tenham as reações e atitudes manifestadas. Chantal é a personagem que mais interage com outros personagens, e pude observar suas diferentes maneiras de se apresentar para cada um deles, sendo notável suas talvez "múltiplas faces".
Livro com um final surpreendente e muito intrigante, te deixa uns dias refletindo e até pensando em fazer uma releitura. Super recomendo!
saramabela 21/01/2021minha estante
Excelente, Vitória!




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saramabela 21/01/2021minha estante
Excelente texto, Jainy!




Litchas 03/02/2022

Milan sempre me surpreende. A noção de identidade, como os sonhos se formam, o que está em jogo no amor. Muito bom!
Carlos Patricio 14/04/2022minha estante
To lendo A lentidão. Fantástico.




Paula 31/10/2020

breve como um tiro
bastante curto, mas com reflexões bastante profundas em alguns momentos. Fala sobre idade, relacionamentos, morte, envelhecimento. Um final meio doido, mas o livro é proveitoso sim.
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Sander.Garcia 27/10/2023

Kundera, um mago no uso das palavras e reflexões
Rubem Alves tinha me deixado assim.. e agora, Milan Kundera entra na minha vida de leitor arrastando um mundo de sentimentos, pensamentos e sonhos.

Com uma elegância incrível, o autor nos permite acessar a intimidade dos personagens, sem que isso nos desconforte. Achei isso bem interessante.

A crise de identidade é de Chantal, uma mulher que se separou do primeiro marido após a morte de seu filho. Depois, encontra Jean Marc e vive com ele o que pensou ser a plenitude de um relacionamento amoroso.

Mas, uma frase que ela solta sem pensar desperta nele uma curiosidade inevitável, provocando muitos questionamentos e, até, ciúmes.

Enquanto guarda para si sua crise existencial, Chantal começa a receber cartas de um admirador secreto, que desperta nela o frescor das sensações de uma mulher que se sente desejada.

Os diálogos são dignos das mais lindas molduras. Fiquei encantado e também pensativo.

O final? Ah, o final reserva uma onda de possibilidades. Descubra.

Leitura mais do que recomendável!
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Lori 23/04/2010

Na minha vida, a principal função de A Identidade foi acabar com um preconceito bobo que histórias pequenas não eram tão boas quanto às grandes. O livro tem 108 páginas e tem uma trama inteira, com início, meio e fim (não que eu tenha achado esse muito satisfatório). A história começa com a observação de Chantal de que os homens não viram mais o rosto para olhá-la. A partir daí a sua história e de Jean-Marc conduz por um caminho inesperado e com um fim, que pelo menos para mim, foi surpreendente.

O livro foi escrito em 1996, mesmo assim já tinha uma das maiores verdades sobre a mulher, a necessidade do olhar do estranho. Por que, né abigã, se você veste um shortinho e tem um decote desses não é para Jesus. Tá, esses casos são extremos, mas não tem como negar que muitas vezes as mulheres não se vestem para se sentir bem. Mas para ter aprovação masculina, como também feminina. Contudo não é algo simples, por que se um homem faz um comentário mais… hum, acho que a palavra mais delicada seria sexual, muitas se sentem ofendidas. É uma balança complexa entre o que é um elogio ou um comentário nojento. Outro fator que Kundera trata sobre esse assunto é que Chantal vive em um relacionamento feliz, mesmo assim precisa do desejo do outro para sentir bem com o próprio corpo. Talvez por que Jean-Marc a ama pelo todo, sua personalidade como sua inteligência, enquanto o desconhecido a aprova (ou reprova) pelo corpo, o qual pela idade ela não sente ser o mesmo.

Creio que há assuntos mais para se explorar no livro, contudo tudo é colocado de lado enquanto o casal vai se aproximando do momento da verdade. Acho que uma parte tocante é como ela fala que não queria esquecer o filho morto (enquanto o ex-marido queria outro filho logo depois para ela esquecer que houve um antes) e como a falta dele a libertava de gostar do mundo, por que ele não estava mais ali.
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Andreia Santana 16/03/2017

"Pode ser amor, mas pode ser também tudo ilusão, tudo miragem"
A identidade é uma história difícil de aceitar nos dias de hoje, quando as mulheres buscam o empoderamento e, cada vez mais unidas, lutam diariamente contra as convenções que as aprisionam em modelos de beleza e comportamento.

Mas, essa novela de Milan Kundera é necessária, justamente porque parte de uma premissa construída por preconceitos antigos: a de que as mulheres vivem em função de serem desejadas pelos homens e angustiam-se diante do envelhecimento; porque uma vez perdido o viço da juventude, não serão mais olhadas, cobiçadas.

De uma forma muito particular, a obra toca transversalmente na questão da invisibilidade feminina, no desconforto de sermos esse ‘outro’ alijado de direitos e da própria voz. Pontua ainda questões como maternidade, frustração, sexualidade e os comportamentos super-protetores e cavalheirescos que acabam por subestimar a capacidade das mulheres comandarem as próprias vidas e decidirem o próprio destino.

A identidade conta a história de Chantal e Jean-Marc, casal que, após férias em um balneário, enfrenta uma crise no relacionamento. No hotel onde se hospedaram para as férias, Chantal queixa-se de que os homens não olham mais para ela, que todos lhe parecem ridículos e infantilizados nos papeis de pai, com bebês presos ao peito, nas mochilas tipo canguru. E, por isso, já não viram a cabeça para acompanhar o seu andar.

Jean-Marc, acreditando na ideia de que as mulheres precisam do desejo masculino para sentirem-se inteiras e que apenas “o olhar do amante” não é suficiente para saciar o ego feminino, toma uma atitude que termina por desencadear a crise no relacionamento dos dois. Ao mesmo tempo, Chantal precisa lidar com questões pendentes de um casamento anterior, onde viveu uma perda que a afetou profundamente e uma relação abusiva não só por parte do ex-marido, mas de toda a família dele.

A história é construída propositalmente para confundir sonho e realidade, como se Chantal e Jean-Marc vivessem muitas vidas dentro de uma só e precisassem percorrer um caminho longo e árduo para encontrarem a si mesmos e um ao outro. A questão no livro está mais voltada para os processos de autodescoberta, principalmente os de Chantal. Embora, vale ressaltar, o autor também descreva situações facilmente identificadas com o machismo estrutural da sociedade e com o machismo particular dos personagens.

Com isso, não estou dizendo que Milan Kundera é machista, mas que ele expõe na narrativa os comportamentos machistas dos seus personagens (de Jean-Marc, do chefe de Chantal, do ex-marido) e os condicionamentos impostos às mulheres e moldados a partir da educação machista recebida.

A própria insegurança de Chantal com sua aparência ou a passividade com a qual ela aceitou diversos abusos ao longo da vida mostram que a protagonista tem uma longa jornada de desconstrução e reconstrução de si mesma pela frente.

Embora não seja tão bom quanto A insustentável leveza do ser, publicado em 1982, considerado a obra-prima de Milan Kundera e que trata do tema central da opressão em seus diversos níveis, A identidade, que é de 15 anos depois, 1997, traz o mesmo questionamento existencial e é escrito com a poesia característica do estilo do autor.

O livro deixa um travo amargo na boca nos leitores (principalmente, das leitoras), provocando inquietação e, ao mesmo tempo, oferecendo um rico material de reflexão…

site: https://mardehistorias.wordpress.com/
Buh 04/06/2017minha estante
Acabei de ler o livro. Adorei sua resenha, muito obrigada por isso


Andreia Santana 05/06/2017minha estante
Muito obrigada, você!


Silvestarley Oliveira 17/07/2018minha estante
Adorei a resenha!


Andreia Santana 19/07/2018minha estante
Obrigada :)


Ana Vaz 09/01/2019minha estante
Acabei nesse instante o livro e corri em busca de resenhas e textos de auxílio. Que resenha sensacional, adorei!!




Kelly tirelli 19/07/2023

A identidade
Chantal é uma mulher que se vê em um determinado momento da vida e pensa que nenhum homem mais a olhará. Uma profissional bem remunerada, em um relacionamento amoroso com Jean Marc. Antes de Jean, foi casada e chegou a ter um filho - que veio a falecer - e o livro traz também o que essa perda significou para ela, diante de tantas expectativas que eram impostas sobre maternidade. Nesse livro acompanhamos Chantal em sua crise de identidade, de autoestima e suas inseguranças. Ao contar para o marido a sensação que teve de que nenhum homem mais a olhará, o mesmo se sentiu angustiado e teve uma ideia um tanto mirabolante para ajudar a amada. A partir dessa ideia, o casal começa a lidar com diversas questões que envolve um relacionamento, discussões, compreensão, amor, aceitação, companheirismo, diálogo ou falta dele. O final foi o mais interessante, onde eu comecei a questionar a realidade colocada ali e fui me surpreendendo com o desenrolar.
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Keila.Dantas 05/01/2021

Resenha sem muitos spoilers.
A identidade foi a primeira obra que li de Milan Kundera, essa obra é um pouco diferente das que eu estava acostumada a ler e talvez por isso tive um pouco de dificuldade para entender a parte final do livro. No entanto, após algumas releituras e algumas pesquisas, eu pude entender a parte final do livro.

Essa obra apresenta a história amorosa de Chantal e Jean-Mark, um casal com problemas e profissões diferentes, mas que se encontram em um determinado momento da narrativa e se apaixonam perdidamente um pelo outro. Milan Kundera explora inúmeras questões relacionadas a relacionamentos amorosos através dos personagens de sua obra, o autor traz para a narrativa problemas, pensamentos, inseguranças e ações que todos os seres humanos lidam todos os dias de uma forma leve.

Chantal é uma mulher independente que possui um bom emprego e que não precisa de ninguém para sustentá-la. Já Jean-Mark é totalmente o oposto de Chantal, ele depende da esposa para viver e não tem um emprego muito bom. No começo da narrativa, o autor já começa a explorar questões que incomodam os dois personagens, primeiro as inseguranças da personagem feminina são apresentadas, depois as inseguranças do personagem masculino. Ao decorrer da narrativa o escritor mostra ao leitor como as personalidades ou identidades dos personagens podem mudar facilmente dependendo das suas vontades, inseguranças e pensamentos.

Após alguns conflitos entre Chantal e Jean-Mark, a narrativa começa a mudar para algo irreal, ou seja, o escritor mistura realidade, fantasia e sonhos de um dos personagens. Isso pode causar uma estranheza por parte do leitor, uma vez que pode ser um pouco complicado para entender o final do livro. No entanto, o objetivo do escritor é fazer com que seus leitores reflitam sobre a parte final da obra e com isso cheguem a uma conclusão sobre ela.

Apesar do livro ser curto e a leitura se tornar rápida por conta disso, o enredo é muito bom e os personagens são bem desenvolvidos. A leitura prende o leitor, principalmente, na parte final. Milan Kundera consegue discutir vários assuntos importantes em uma obra curta e com personagens bem elaborados. Para quem procura obras intrigantes que os fazem questionar comportamentos e situações comuns presentes na nossa sociedade essa é a obra perfeita.
saramabela 21/01/2021minha estante
Excelente, Keila!


Keila.Dantas 22/01/2021minha estante
Thank u?




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