A história de uma rainha

A história de uma rainha Lucas Hollanders, o Escritor Mudo




Resenhas - A história de uma rainha


2 encontrados | exibindo 1 a 2


Leitor Cabuloso 21/12/2012

http://leitorcabuloso.com.br/2012/12/resenha-a-historia-de-uma-rainha-o-fim-e-so-o-comeco/
Saudações, caros leitores! A fantasia…o próprio nome deste gênero, acredito eu, dispensa apresentações pomposas, mas qual leitor resiste a um galanteio com um estilo que admira? Eu não consigo, confesso. Gosto de pensar que a fantasia nos permite experimentar a sensação de sermos plenamente nós mesmos. Tais palavras, quando não elucidadas, podem parecer apenas um delírio, todavia gosto de evitar dar passos em falso. Quando uso as palavras “sermos plenamente nós mesmos”, quero transmitir a ideia de que a fantasia nos apresenta as ideias, sentimentos e valores em uma forma mais esplendorosa, digna de sua importância em nosso mundo material; com a finalidade de atrair as pessoas, penetrar em espíritos e serem captadas pelos olhares mais sagazes. Possibilitando que sintamos as coisas em seu estado mais primário. Comentei isto porque “A História de Uma Rainha: O Fim é Só o Começo” envolveu-me, agora vou compartilhar um pouco de minha experiência de leitura.

Começo elogiando a capa, elemento que carrega uma simbologia muito forte em relação à trama, além de ser visualmente agradável. Na parte da frente do livro vemos a imagem de uma pessoa com traços femininos (Lucy, a protagonista) e uma escuridão que parece querer engoli-la. Além disto, vemos uma presença mais discreta do vermelho (sangue) e do branco que se contrapõe à atmosfera que envolve a protagonista. Na parte de trás, encontramos ilustrações de guerreiros na cor cinza, característica que lhes confere uma aparência etérea. Nenhuma destas particularidades é por acaso, com a leitura cada uma faz ainda mais sentido, mas vou me deter aqui para não soltar spoilers.

O livro possui uma estrutura de prólogo, capítulos (com nomes, como em um seriado, mas sem revelar informações antecipadamente), epílogo e um apêndice (com informações sobre o panteão do cenário, alguns personagens e eventos históricos). Achei essa formatação muito boa, principalmente levando em conta que a obra pretende narrar uma clássica aventura de heróis que partem em uma jornada a qual foram convocados (como jogo RPG, já estou habituado à ideia); o fato dos capítulos possuírem nomes me faz imaginar que a história é contada por algum tipo de bardo, indivíduo responsável por transmitir o conhecimento das lendas. O prólogo já pega o leitor de surpresa, com um começo pouco convencional, não havia cogitado um narrador tão improvável.

Após esta primeira surpresa, pois há um número satisfatório delas ao longo da história, o primeiro capítulo inicia-se. O texto é um pouco “travado”, devido ao uso demasiado de uma palavra para referir-se a uma personagem, contudo isto é sanado nas partes subsequentes, tornando a leitura verdadeiramente empolgante e “viciante”, se você gosta de fantasia, vai prender-se a cada um dos personagens.

Lucy, apesar de ser o centro de muitas reviravoltas, não é a única a receber atenção do escritor. Cada personagem tem a sua merecida importância e, pelo menos, um grande momento de destaque. Sendo a narração em terceira pessoa, o peso de cada herói fica mais ou menos equilibrado; obviamente o leitor vai ter o seu favorito. Cada membro da Elite (o grupo dos maiores heróis de Gilbania – como é chamado o planeta neste livro) tem um temperamento diferente, mas isso é uma questão subjetiva. A Elite é formada por: Gallos – o elfo guerreiro -, Akura – a meio-orc clériga –, Sato – o humano samurai –, Sul – o humano (amaldiçoado) bárbaro -, Gil – o gnomo ladino – e o líder, o mais poderoso dentre os campeões, Turskem – o anão ferreiro. Durante o livro, são feitas adições, mas dizer exatamente quem e quando seria estragar um pouco da surpresa. Só posso dizer que não esperava por elas.

O Lucas descreve o necessário sobre a vida de cada personagem, uma quantidade suficiente para despertar a vontade por mais, porém não perde o foco do elemento principal: a aventura! Os obstáculos que se apresentam no caminho dos heróis podem até oferecer um alto risco de morte, contudo estamos falando aqui dos campeões de um planeta, portanto os embates não são extremamente árduos, apesar de ter um instante mais dramático. Percebo que na verdade este primeiro volume da “Saga Heróis” foi um ensaio para o que está por vir; acreditem, será muito impressionante e é nesse momento que a verdadeira missão terá inicio! Fiquei sabendo de algumas novidades em primeira mão, porém não vou lhes dizer nada!

Uma das grandes mensagens do livro é: Sangue não é destino. Não gosto de soltar spoilers em minhas resenhas, mas posso revelar que essa é uma ideia que tem como base a personagem Lucy. Durante os capítulos ela vai se transformando bastante, tanto interiormente, quanto exteriormente (em sua maneira de agir com as pessoas próximas), e trava uma intensa luta entre o que carrega em seu sangue, aquilo que alguns planejam para ela e aquilo que ela mesma anseia. Enfim, é uma personagem cativante, assim como todos os outros.

Os deuses de Gilbania também atuam diretamente nos eventos, não são entidades alheias ao desenrolar da vida no plano dos mortais. Alguns vão lhe fazer rir, com as suas palavras ora irônicas, outros vão fazer você ter receio, devido ao jeito taciturno, e outros vão lhe deixar desconfiado, com as suas atitudes dúbias. O panteão ficou muito bem elaborado e a cosmogonia é um assunto levemente explorado. Acho importante, em um mundo de fantasia que pretende se firmar como cenário, ter uma estrutura bem planejada e a Saga Heróis está firmando-se nesse terreno, deu um primeiro passo firme.

Porém, percebi duas coisas que me desapontaram: a revisão e a diagramação. Não sou um revisor, contudo possuo um conhecimento de português necessário para constatar erros grosseiros de revisão. Acredito que, como em algumas obras que já li, uma possível saída para evitar deslizes na revisão, seria o uso de dois revisores por livro. Compreendo que a contratação de revisores exige dinheiro, mas acho que um trabalho de maior qualidade, que agradará ainda mais leitores (dando retorno financeiro maior), compensa os gastos. O pequeno problema na diagramação foram as margens esquerdas (páginas pares) e direitas (páginas impares), elas estão grandes e o texto ficou empurrado para o centro do livro.

A obra também tem algumas ilustrações (autoria de Alexsander Rezende) ao longo dos capítulos, tornando o prazer visual ainda maior. Sim, eu gosto de ressaltar quando os livros conseguem me fornecer maiores canais de deleite. Então, dou três selos cabulosos e meio!
comentários(0)comente



Ednelson 14/12/2012

Análise:

“[...] muitos despertares de Aleph ainda virão e muitos olhares de Samech passarão pelo mundo antes que o fim chegue [...] Entenda apenas isso. O fim é só o começo.”
—Pág. 231.

Saudações, caros leitores! A fantasia...o próprio nome deste gênero, acredito eu, dispensa apresentações pomposas, mas qual leitor resiste a um galanteio com um estilo que admira? Eu não consigo, confesso. Gosto de pensar que a fantasia nos permite experimentar a sensação de sermos plenamente nós mesmos. Tais palavras, quando não elucidadas, podem parecer apenas um delírio, todavia gosto de evitar dar passos em falso. Quando uso as palavras “sermos plenamente nós mesmos”, quero transmitir a ideia de que a fantasia nos apresenta as ideias, sentimentos e valores em uma forma mais esplendorosa, digna de sua importância em nosso mundo material; com a finalidade de atrair as pessoas, penetrar em espíritos e serem captadas pelos olhares mais sagazes. Possibilitando que sintamos as coisas em seu estado mais primário. Comentei isto porque “A História de Uma Rainha: O Fim é Só o Começo” envolveu-me, agora vou compartilhar um pouco de minha experiência de leitura.

Começo elogiando a capa, elemento que carrega uma simbologia muito forte em relação à trama, além de ser visualmente agradável. Na parte da frente do livro vemos a imagem de uma pessoa com traços femininos (Lucy, a protagonista) e uma escuridão que parece querer engoli-la. Além disto, vemos uma presença mais discreta do vermelho (sangue) e do branco que se contrapõe à atmosfera que envolve a protagonista. Na parte de trás, encontramos ilustrações de guerreiros na cor cinza, característica que lhes confere uma aparência etérea. Nenhuma destas particularidades é por acaso, com a leitura cada uma faz ainda mais sentido, mas vou me deter aqui para não soltar spoilers.

O livro possui uma estrutura de prólogo, capítulos (com nomes, como em um seriado, mas sem revelar informações antecipadamente), epílogo e um apêndice (com informações sobre o panteão do cenário, alguns personagens e eventos históricos). Achei essa formatação muito boa, principalmente levando em conta que a obra pretende narrar uma clássica aventura de heróis que partem em uma jornada a qual foram convocados (como jogo RPG, já estou habituado à ideia); o fato dos capítulos possuírem nomes me faz imaginar que a história é contada por algum tipo de bardo, indivíduo responsável por transmitir o conhecimento das lendas. O prólogo já pega o leitor de surpresa, com um começo pouco convencional, não havia cogitado um narrador tão improvável.

Após esta primeira surpresa, pois há um número satisfatório delas ao longo da história, o primeiro capítulo inicia-se. O texto é um pouco “travado”, devido ao uso demasiado de uma palavra para referir-se a uma personagem, contudo isto é sanado nas partes subsequentes, tornando a leitura verdadeiramente empolgante e “viciante”, se você gosta de fantasia, vai prender-se a cada um dos personagens.

Lucy, apesar de ser o centro de muitas reviravoltas, não é a única a receber atenção do escritor. Cada personagem tem a sua merecida importância e, pelo menos, um grande momento de destaque. Sendo a narração em terceira pessoa, o peso de cada herói fica mais ou menos equilibrado; obviamente que o leitor vai ter o seu personagem favorito, cada membro da Elite (o grupo dos maiores heróis de Gilbania – como é chamado o planeta neste livro) tem um temperamento diferente, mas isso é uma questão subjetiva. A Elite é formada por: Gallos – o elfo guerreiro -, Akura – a meio-orc clériga –, Sato – o humano samurai –, Sul – o humano (amaldiçoado) bárbaro -, Gil – o gnomo ladino – e o líder, o mais poderoso dentre os campeões, Turskem – o anão ferreiro. Durante o livro, são feitas adições, mas dizer exatamente quem e quando seria estragar um pouco da surpresa. Só posso dizer que não esperava por elas.

O Lucas descreve o necessário sobre a vida de cada personagem, uma quantidade suficiente para despertar a vontade por mais, porém não perde o foco do elemento principal: a aventura! Os obstáculos que se apresentam no caminho dos heróis podem até oferecer um alto risco de morte, contudo estamos falando aqui dos campeões de um planeta, portanto os embates não são extremamente árduos, apesar de ter um instante mais dramático. Percebo que na verdade este primeiro volume da “Saga Heróis” foi um ensaio para o que está por vir; acreditem, será muito impressionante e é nesse momento que a verdadeira missão terá inicio! Fiquei sabendo de algumas novidades em primeira mão, porém não vou lhes dizer nada!

Uma das grandes mensagens do livro é: Sangue não é destino. Não gosto de soltar spoilers em minhas resenhas, mas posso revelar que essa é uma ideia que tem como base a personagem Lucy. Durante os capítulos ela vai se transformando bastante, tanto interiormente, quanto exteriormente (em sua maneira de agir com as pessoas próximas), e trava uma intensa luta entre o que carrega em seu sangue, aquilo que alguns planejam para ela e aquilo que ela mesma anseia. Enfim, é uma personagem cativante, assim como todos os outros.

Os deuses de Gilbania também atuam diretamente nos eventos, não são entidades alheias ao desenrolar da vida no plano dos mortais. Alguns vão lhe fazer rir, com as suas palavras ora irônicas, outros vão fazer você ter receio, devido ao jeito taciturno, e outros vão lhe deixar desconfiado, com as suas atitudes dúbias. O panteão ficou muito bem elaborado e a cosmogonia é um assunto levemente explorado. Acho importante, em um mundo de fantasia que pretende se firmar como cenário, ter uma estrutura bem planejada e a Saga Heróis está firmando-se nesse terreno, deu um primeiro passo firme.

Porém, percebi duas coisas que me desapontaram: a revisão e a diagramação. Não sou um revisor, contudo possuo um conhecimento de português necessário para constatar erros grosseiros de revisão. Acredito que, como em algumas obras que já li, uma possível saída para evitar deslizes na revisão, seria o uso de dois revisores por livro. Compreendo que a contratação de revisores exige dinheiro, mas acho que um trabalho de maior qualidade, que agradará ainda mais leitores (dando retorno financeiro maior), compensa os gastos. O pequeno problema na diagramação foram as margens esquerdas (páginas pares) e direitas (páginas impares), elas estão grandes e o texto ficou empurrado para o centro do livro.

A obra também tem algumas ilustrações (autoria de Alexsander Rezende) ao longo dos capítulos, tornando o prazer visual ainda maior. Sim, eu gosto de ressaltar quando os livros conseguem me fornecer maiores canais de deleite. Então, dou três selos cabulosos e meio!

Escrevo no: http://leitorcabuloso.com.br/
comentários(0)comente



2 encontrados | exibindo 1 a 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR