Larissa | @paragrafocult 29/11/2019
Mágico porém seu brilho não é tão forte quanto o original.
Foi feito pelo Hospital Infantil de Great Ormond Street - que detém os direitos da obra de original - um concurso para escolher a melhor sequência para o livro de J.M. Barrie e este foi o vencedor. Portando, logo que soube desse livro já corri para comprar. Eu devia ter uns onze ou doze anos na época que o adquiri.
Aqui, a história contada se passa vinte anos após os acontecimentos do primeiro livro. O trio que voou com Pan para a Terra do Nunca antes, agora está adulto, assim como os Meninos Perdidos. Eles tem suas próprias famílias e profissões, deixaram a infância para trás. Mas algo estranho têm acontecido com os antigos habitantes daquela terra tão mágica: sonhos estranhos tem perturbado seu sono. Sonhos sobre uma Terra do Nunca diferente. Sonhos tão reais que quando acordam, algum objeto que antes estava apenas em sua mente, agora está ali ao seu lado.
Há algo de errado acontecendo na Terra do Nunca e eles precisam voltar para lá para descobrir mas isso se torna difícil quando já não se é mais criança.
Gente, eu vou ser sincera: Eu não gostei tanto do livro como pensei que gostaria mas é uma boa história, porém, ele não chega aos pés do original de Barrie. Não falo isso por ter me fechado para novas histórias com o personagem nem nada do tipo. Não mesmo. É mais porque a trama não me prendeu tanto quanto a anterior.
Aqui, temos Wendy e João junto dos Meninos Perdidos que vieram morar com eles ao fim do primeiro livro. Miguel, infelizmente, já não está mais com eles graças a guerra. Os seus sonhos estavam mais reais do que nunca e, para variar, estavam vazando. Eles precisam descobrir o que está causando isso porém apenas crianças conseguem entrar na Terra do Nunca e eles além de adultos, em sua maioria já possuem até filhos. Se quiserem resolver esse mistério, primeiro precisam voltar a ser crianças.
Quando finalmente conseguem chegar lá, após seguirem a segunda estrela a direita e irem reto até o amanhecer, o que encontram não é mais o lugar mágico de suas memórias. E Peter, bom, esse está bem diferente. Até um pouco maluco, para ser sincera, de uma forma diferente do que ele era.
Devido a vida curta das fadas, Sininho já não está mais presente. Em seu lugar temos o Pirilampo, um elfo - no livro, a versão masculina das fadas - com cabelos vermelhos e respostas na ponta da língua.
Também temos Novello, um homem estranho que tem vagado pela Terra do Nunca vestido uma roupa de farrapos que lembra mais vários novelos de lã.
Vou dizer que me estressei muito com Peter aqui nesse livro. Desde o primeiro, sabemos o quanto o personagem é orgulhoso até o fim mas aqui seu orgulho fica ainda maior e ele vai se tornando um personagem bem detestável. Ele havia ficado sozinho ali por todos esses anos mas esse não é o real motivo dessa mudança. Na aventura para descobrirem o que aconteceu na Terra do Nunca onde muita coisa havia sido destruída, vamos descobrindo alguns segredos escondidos e entendendo o motivo de Peter estar assim.
A autora conseguiu resgatar muita coisa presente no livro original, como o nascimento das fadas e até um pouco da beleza de ser criança. Ficamos sabendo até sobre a origem do grande vilão do livro um, o Capitão Gancho. Sem contar a forma como ela desenvolveu o verdadeiro vilão da história, com tudo muito bem interligado. Foi a melhor coisa do livro todo, ao meu ver.
Novamente digo, é um bom livro se você o ler sem muita expectativa, não o comparando com o primeiro. Eu, infelizmente, fui muito empolgada já que o mesmo é a única sequência oficial de Peter Pan e acho que por conta de toda essa expectativa é que a minha experiência com a obra não foi melhor. Mas para quem é fã como eu, é uma leitura bem válida.
site: https://paragrafocult.blogspot.com/2019/11/resenha-peter-pan-escarlate-de.html