Por Que as Nações Fracassam

Por Que as Nações Fracassam Daron Acemoglu
Daron Acemoglu
Daron Acemoglu
James A. Robinson




Resenhas - Por Que As Nações Fracassam


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IvanildoIII 09/03/2014

Culpando as pessoas certas
É o tipo de livro tapa na cara que todo país sub-desenvolvido deve levar. Não, não é culpa das potências europeias, não é culpa dos Estados Unidos, não é culpa da água, do solo, de nada. A culpa do nosso sub-desenvolvimento é exclusivamente nossa, baseada na forma como nós assentamos nossas instituições em bases extrativistas.

No final das contas, é bom aprendermos essa lição, porque ela nos coloca novamente como senhores do nosso destino. Se somos a causa do nosso sub-desenvolvimentismo, também somos os únicos com o poder para a mudança.

Será duro? Com certeza. Como o livro mostra, a pobreza dá lucro para alguns poucos incrustados de forma parasitária no estado que não vão largar o osso de forma tão fácil. Ainda vamos ter que lidar com aqueles que não querem destruir as instituições extrativistas, mas apenas as tornarem suas.

Se esse livro pudesse ser resumido em uma frase seria: "Não conquiste o poder. Destrua-o."
Breves 04/01/2019minha estante
No meu entendimento, os autores não absolvem as potências europeias da desigualdade de renda encontrada nos países pobres e países em desenvolvimento. Em muitos casos, as instituições extrativistas das nações não desenvolvidas são consequências, em certa medida, do colonialismo. Um exemplo disso no livro são as instituições como a encomienda ou mita encontradas na América Espanhola durante o período colonial. É claro que isso não explica o baixo nível de prosperidade por completo. Instituições extrativistas pós-independência também são fatores importantes.


Breves 07/01/2019minha estante
"Não sabemos que rumos tomariam os Estados do Sudeste Asiático em seu desenvolvimento econômico e político se não tivesse havido a agressão holandesa. Talvez produzissem seu próprio estilo de absolutismo e permanecessem no mesmo estágio em que se encontravam no final do século XVI ou talvez tivessem dado continuidade às suas atividades comerciais e gradualmente fossem adotando instituições cada vez mais inclusivas. Do mesmo modo como nas Molucas, porém, o colonialismo holandês mudou de maneira drástica a direção de seu desenvolvimento econômico e político. Os povos do Sudeste Asiático puseram fim ao seu intercâmbio comercial, fecharam-se e intensificaram seu absolutismo. Nos dois séculos que se seguiram, não estariam em condições de tirar proveito das inovações decorrentes da Revolução Industrial. E, em última instância, nem a interrupção do comércio os poria a salvo dos europeus; no final do século XVIII, quase todos haviam sido engolfados por impérios coloniais."


Rafaela.Pozza 29/02/2020minha estante
Mas as bases extrativistas tiveram seu nascimento na política exploratória dos grandes colonizadores, que desejavam extrair os recursos naturais de suas colônias, a fim de se beneficiarem deles. Não entendo o que quer dizer com "nós assentamos nossas instituições em bases extrativistas". Após a independência do Brasil, a base já estava feita, sendo dominada por poucos e perpetuada.


matlima 01/01/2021minha estante
Devo estar lendo outro livro... o autor diz literalmente que os países da América Latina foram explorados até o talo, diferentemente do que ocorreu com os EUA, em que os próprios colonos tiveram que trabalhar na terra.


Mila Cami Camis 20/02/2021minha estante
Concordo com o moço que disse que estamos lendo livros diferentes. Dizer que a culpa do subdesenvolvimento nos países pobres e emergentes é exclusivamente deles (nossa) é ignorar todo o resgate histórico que os autores fizeram - e comprovaram - sobre o nascimento à base de muita exploração e da construção de instituições extremamente submissas aos interesses das metrópoles.


Leandru.Andrad 03/05/2022minha estante
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Señorita Li 09/06/2013

Porque Inglaterra é rica
O livro explica a teoria de que os países são ricos por terem instituições inclusivas, que permitem o controle do poder pelos distintos segmentos da população. A diferença dos países pobres, que possuem instituições extrativistas, onde os governos são controlados por uma elite que não representa a população, mas aos seus próprios interesses, fomentando ditaduras, abusos de poder, etc, etc.

Para demonstrar esta teoria, o autor fala amplamente de exploração colonial na Latinoamerica e da exploração inglesa na África. Explica como esse abuso de poder dos colonizadores gerou novos abusos de poder após a independência e como se gera um circulo vicioso, onde a elite se perpetua no poder enquanto a grande massa se empobrece. Fala também como foi a diferença da colonização dos Estados Unidos e como na Inglaterra a Revolução Gloriosa garantiu as bases para um governo que represente a todos e não permita os abusos de poder.

Em geral achei interessante a breve historia das nações e do seu desenvolvimento econômico.

Mas este livro esquece-se de explicar como os países com "instituições inclusivas", como Inglaterra e os Estados Unidos, fomentaram estes governos na África e Latinoamerica e as diferenças entre os países pobres e ricos, e usufruem destas instituições extrativistas.

Esquecem também de explicar como o capitalismo de mercado que suas instituições fomentam, geram as elites e as diferenças e os abusos. Como são as grandes empresas provenientes destes países “inclusivos”, que obtêm sua riqueza por medio da opressão dos países "extrativistas".

Ache um ponto de vista muito parcial, muito americanizado, e pouco representativo dos países "pobres". Sabemos que muito do que padecemos é causa dos governos que não nos representam, mas também sabemos quem tira proveito dessa mão de obra barata e tercer mundista são os países ricos.

Lamentavelmente nossa realidade é um pouco mais complexa que esta teoria das instituições inclusivas...
Fotossíntese 16/02/2015minha estante
Nem sempre apenas os "países ricos" obtêm sua riqueza por meio da opressão dos países "extrativistas".

Veja o caso da Vale (brasileira) e a exploração mineral em países africanos ou da China também na África.

"sabemos quem tira proveito dessa mão de obra barata e tercer mundista são os países ricos", quanto a isso, o que tem feita a China com os seus países vizinhos asiáticos mais pobres, a fim de camuflar barreiras comercias a seus produtos instalando empresas chinesas em países com mão de obra barata e exportando seus produtos a partir de lá.

Sem essa de ricos x pobres. Todos fariam as mesmas práticas comerciais, basta que tenham a oportunidade.

Sorry






Graciano 02/03/2015minha estante
Concordo que o livro é um pouco parcial e pra mim foi pouco convincente.
Mas existem exemplos de países "desenvolvidos", com instituição inclusivas e que não fomentam exploração extrativista nos mesmos moldes das ex-colonias, tipo a Austrália.
Ora, o livro se propõe a explicar o porque as nações fracassam e não o mundo. Como ter um planeta inteiro com "bem estar social" e desenvolvimento é outra história...

O autor deixa bem claro que, as elites que empoderaram na Inglaterra surgiram justamente por conta do livre mercado ultramarino. Na minha opinião os abusos não são culpa do capitalismo, mas sim falta/excesso de regulamentação ou falta/excesso de competitividade saudável.


Raul 21/05/2015minha estante
Em suma, para você a riqueza e a bonança são coisas naturais e não haver isso é que é algo inatural, irreal, impensável.
Próximo...


Nélson 05/02/2016minha estante
Liana,

Eu pretendia fazer uma resenha (estou quase terminando o livro), mas você já escreveu exatamente o que achei do livro.



Flavio.Gabriel 15/12/2016minha estante
Liana, me poupou uma resenha! Obrigado!




Fernanda 22/04/2023

Teoria interessante, livro nem tanto.
A teoria apresentada nessa obra é interessante pela reflexão que se produz a cerca dela. Contudo, esse livro se tornou TÃO repetitivo - em razão dos autores tentarem analisar e encaixar nessa teoria as diversas experiências político-econômica da humanidade ao longo do tempo e espaço - que me estressou a ponto de quase abandonar essa leitura.
Minha recomendação é ler o resumo.
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Xandy_kkj 22/02/2024

Por que as nações fracassam
Um livro basicamente de leitura obrigatória tanto para quem se interessa por história/política/economia, quanto para o cidadão comum, que por vezes se depara com a clássica pergunta: Por que o país onde eu moro é pobre?.

É uma leitura que apesar de 500 páginas de conteúdo, é bem leve, não é difícil de compreender o que os autores Daron Acemoglu e James A. Robinson querem retratar aos leitores, a sua ideia central é fácil de ser entendida e conforme os capítulos vão passando, você vai pegando mais sobre o que se quer ser dito.

O livro conta com diversas fontes que os autores usam para citar diversos exemplos em diferentes periodos históricos, que ajudam para dar fundamento para a teoria principal.

São 15 capítulos com 30 a 40 páginas cada um, não são muitas páginas por capítulo. Só é um pouco estranho no meio do capítulo os autores sairem de um período para outro do nada, mas nada que atrapalhe na leitura em si.
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Layziane 07/04/2022

É um livro denso, que traz muitas informações úteis sobre a história. Vale a pena a leitura para adquirir conhecimento.
Leandru.Andrad 03/05/2022minha estante
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Sabrina382 24/12/2021

Porque as nações fracassam
O que faz uma nação ser rica é outra pobre mesmo estando geograficamente situadas no mesmo local, com o mesmo clima e até mesmo cultura ?

Porque as nações fracassam nos apresenta, desde o início da história, exemplos de relatos e momentos onde a cultura, a política, os costumes e outros aspectos levaram as nações a fracassarem. De países ricos ou com grande potencial econômico para um declínio de pobreza e sofrimento.

É um livro denso, que precisa de bastante foco para entender a linha de raciocínio que o autor buscar para ilustrar os fatos que chegaram ao ponto central do livro. Entendo o objetivo do autor de trazer todo o background histórico, porém acredito que ele poderia ter sido mais objetivo e ainda sim trazer os fatos históricos fazendo com que a leitura se tornasse mais fluida e menos cansativa.

No geral, o livro trás bastante referências e dados, mas deixa a desejar na objetividade e fluidez.
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Daniel 09/06/2013

Liberdade e inovação produzem sociedades mais ricas.
O livro descreve e compara sociedades muito parecidas que se diferenciam ao longo do tempo (como a Espanha, França e Inglaterra no fim da Idade Média) produzindo economias e graus de desenvolvimento econômico completamente opostos ao longo do tempo.
Ainda que não apresente uma resposta única às razões da riqueza e pobreza das nações, mostra que sociedades que permitem maior participação social e controle sobre os governos tendem a ser mais inovadoras, ricas e desenvolvidas que aquelas que tendem a concentrar o poder nas mãos de elites que resistem a mudanças que possam ameaçar seu controle. Aquelas tendem a criar mais riqueza e distribui-la, enquanto estas tendem concentrar a riqueza e destrui-la. Ainda que não seja claro o processo pelo qual isso acontece (cada sociedade reage de formas diferentes a fenômenos semelhantes) é possível observar que quanto maior o poder de pequenos grupos, menor a chance da sociedade se desenvolver e produzir ou assimilar inovações.
O livro também aponta o fato de que as sociedades europeias coloniais normalmente se associaram a elites locais ou copiaram modelos econômicos locais, como o trabalhos forçados na América Espanhola ou a comercialização de escravos na África, para maximizar os lucros do modelo extrativo e esses modelos continuaram em vigência depois da descolonização prolongando a pobreza sob o manto de diferentes ideologias (ditas de esquerda ou direita) que simplesmente legitimavam a exploração existente. Esse processo continua ainda hoje com a busca de paises com mão de obra barata com o apoio das elites locais que se beneficiam dos investimentos sem oferecer nada em troca para a população.
Muito interessante a anâlise sobre o desenvolvimento sob governos autoritários os quais podem criar a impressão inicial de maior desenvolvimento (como na URSS, China e Cuba) canalizando recursos de uma área da economina para outra, principalmente da agricultura para a indústria ou outro setor de prestígio (que serve como "vitrine"), mas que no longo prazo são incapazes de sustentar o crescimento e, ao não oferecerem nenhum estímulo à inovação, tendem a entrar em colapso.
O livro tende a certo academicismo, traçando arcos de séculos para para indicar mudanças reais em contraste com o mundo de rápidas mudanças a que estamos acostumados. A URSS durou menos de oitenta anos, o que é muito pouco para justificar a sua importância como modelo econômico.
De qualquer forma permite entender um pouco melhor o abismo que separa as sociedades das Coreias do Norte e Sul que partindo das mesmas condições iniciais (economias agrárias com governos autoritários) são hoje umas das mais ricas (a do Sul) e uma das mais pobres (a do Norte) do mundo. E, por outro lado, o caminho que a China vai escolher no futuro próximo, entre o controle da elite cujo modelo está se esgotando ou a democratização que integre a maioria da população na escolha do seu destino.
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Igor13 09/12/2015

Superou minhas expectativas
O livro dispõe de muita informação histórica interessante! Confesso que após os primeiros 30% estava cansado. Não desista! Pare por uns dias, leia sobre os casos apresentados em outros materiais e continue até o final. Vale a pena!

A lógica argumentativa dos autores é bem convincente. O uso de modelos econômicos/políticos extrativistas versus inclusivos ajuda no entendimento e compreensão geral. Claro que a coisa é bem mais complicada do que isso, mas mesmo o livro reconhece que não existe fórmula mágica e única para cada país. Até porque cada sociedade é diferente e a variável tempo e espaço influencia demais e está em constante movimento

Algumas passagens que destaco por suas lições:
1) Fundação de James Town na américa do norte e seu personagem mais famoso, John Smith;
2) A importância da criação da lei das patentes nos EUA;
3) As duas leis, novamente nos EUA, a “Land Ordinance,” de 1785 e a “Homestead Act,” de 1862;
4) A noção de que, por mais talentoso que o indivíduo seja, este não irá gerar o resultado máximo se não houver um arcabouço institucional que dê suporte ou mesmo proteção ao indivíduo e seu projeto; [neste aspecto, apesar de gostar bastante, discordo do livro “Atlas Shrugged”, de Ayn Rand, no qual a autora esquece desses fundamentos – o que é compreensível tendo em vista que ela não é norte-americana de nascimento, mas russa]
5) Comparação entre as cidades de Nogales, no Arizona vs. Nogales, em Sonora (México);
6) O empresário Carlos Slim e similares brasileiros;
7) Consequências diversas da peste negra no leste e oeste europeu no século XIV;
8) Diversos exemplos de governos africanos;
9) Talvez a melhor frase: “Como pretendemos mostrar, os países pobres são pobres porque os detentores do poder fazem escolhas que geram pobreza. Erram, não por equivoco ou ignorância, mas de propósito. Para entender melhor, o leitor terá de ir além da economia e das orientações dos especialistas acerca do melhor a fazer e, em vez disso, estudar como as decisões são efetivamente tomadas, quem são seus autores e por que eles decidem fazer o que fazem;”
10) Por fim, fonte extensa de referências para aprofundamento no capítulo “Ensaios e Fontes Bibliográficas”.

Expandirá seus horizontes...
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Juliana 22/03/2021

De maneira muito didática e com exemplos de todos os tipos, citando diversos países e diferentes situações, os autores explicam as instituições inclusivas e extrativistas e como historicamente cada país (politicamente e economicamente) evoluiu ou não a partir destas instituições.
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Vinicius 08/09/2019

Boa teoria, leitura arrastada
Sempre me esforço para sair da minha zona de conforto na leitura e ler assuntos que normalmente não leria. Faz parte da nossa posição de cidadão entender como podemos melhorar o mundo... pelo menos eu acho assim.

A leitura levou 3 semanas, arrastadas. Passava horas lendo mas apenas algumas páginas fluiam... isso porque os autores reforçaram sua teoria em diversos contextos, países e momentos históricos distintos. Dentro do próprio capítulo parece que as frases se repetiam ao menos umas 10 vezes.

Interessante para a compreensão de que devemos buscar e exigir das nossas instituições que protejam a lei e a ordem, além de torná-las cada vez mais inclusivas.

Acho que não encerra o assunto, mas abre caminho para mais discussões. Recomendo.
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leandro.marcond 16/05/2021

O professor de economia do MIT Daron Acemoglu e o professor de administração de Havard James Robinson iniciam sua tese com uma crítica a três visões clássicas das diferenças econômicas e sociais entre os países, na qual as definem como “teorias que não funcionam”. A primeira seria a hipótese geográfica, isto é, de que países tropicais possuem populações mais preguiçosas em relação aos habitantes dos países dos Norte (tese defendida por autores como Montesquieu, Jeffrey Sachs e Diamond). A segunda seria a hipótese cultural como a tese de Max Webber em “A ética protestante e o espírito do capitalismo”. E a terceira seria a hipótese da ignorância, na qual seus defensores sustentam que a pobreza de determinadas nações é explicada pelo excesso de falhas de mercado e ao fato de seus policy makers serem ignorantes em como resolver esses problemas.

Para os autores, o porque de algumas nações fracassarem em seu processo de desenvolvimento é um tema mais complexo do que as abordagens citadas, sendo seus motivos de origem institucional. Para eles, o Peru “não está fadado a pobreza em virtude de sua geografia e cultura. [...] o Peru hoje é tão mais pobre que a Europa Ocidental e os Estados Unidos devido às suas instituições – e, para compreender as razões disso, precisamos entender seu processo histórico de desenvolvimento institucional” (p. 339).

As instituições que vigoram em países como Peru são, segundo os autores, extrativista, ao contrário das instituições inclusivas que levam à prosperidade de longo prazo. Instituições inclusivas podem ser definidas como a não concentração do poder (político e econômico) nas mãos de pequenos grupos (elites). Sob essas instituições, a detenção do poder é limitada, “reduzindo os incentivos para grupos e aventureiros individuais ambiciosos tentarem assumir o controle do Estado” (p. 289). Outro elemento importante é o pluralismo, bem como a instituição de propriedade privada bem definidas e um incentivo a destruição criativa, motor do desenvolvimento econômico. É indispensável, para isso, a existência de um Estado centralizado e democrático.

Num país com instituições extrativistas (como o Peru e diversos países da América Latina, África e muitos países asiáticos), o poder político e econômico pertence a pequenas elites que “sugam” os recursos do país. Esses países, por natureza, “não abrem espaço para destruição criativa, propiciando, no máximo, níveis limitados de progresso tecnológico” (p. 127). Isso acontece principalmente porque as inovações de empreendedores privados fornecem riscos à hegemonia desses grupos, que desincentivam a livre iniciativa. Da mesma forma, um governo plural e igualitário também se torna uma ameaça para esses pequenos grupos, os afastando de uma sociedade democrática. “O fato de tais instituições proporcionarem ganhos significativos para a elite constitui um forte incentivo para que outros grupos se empenhem em tomar o lugar da elite dominantes” (p. 127). Esse incentivo é um importante elemento que gera guerras civis e a retroalimentação do mesmo sistema, com grupos contrários tomando o poder e recriando ou fortalecendo as instituições extrativas agora favorecendo novos grupos, isto é, um ciclo vicioso. Esse movimento é chamado pelo sociólogo alemão Robert Michels como “Lei de ferro da oligarquia” – a substituição de governos tirânicos por novos governos tirânicos a partir de golpes e revoluções.

Esse ciclo vicioso não é algo impossível de ser quebrado pelos autores, a história apresenta casos de países que romperam esse ciclo, mas dependem de situações específicas e não existe uma “receita de bolo” de como realiza-las. É importante destacar que o crescimento econômico não é impossível sob instituições extrativistas, pelo contrário, “é do maior interesse de toda e qualquer elite estimular ao máximo o crescimento econômico, de modo a ter mais a extrair. As instituições extrativistas que alcançam um grau mínimo de centralização política em geral conseguem gerar crescimento” (p. 337). No entanto, esse crescimento não é sustentado por duas razões: (1) para crescer em longo prazo, as economias necessitam de inovação; estas, não podem ser desassociadas da destruição criativa, o que acaba gerando instabilidade para elites econômicas e políticas, que, por sua vez, as desestimulam; (2) o fato do grupo político e econômico dominante se beneficiar do resto da sociedade cria uma cobiça pelo poder político levando a uma disputa por ele, gerando facções, milícias e grupos revolucionários, isto é, reforçando a instabilidade política e econômica (voltamos a “Lei de ferro da oligarquia”).

Outro elemento importante destacado pelos autores é a forma como se deu a colonização em diversos países, que determinam em grande medida a qualidade de suas instituições. Países em que os colonizadores extraíram o máximo possível desses países e escravizaram parte de suas populações contribuem de forma significativa para que suas relações econômicas e políticas pouco mudem após a independência. A diferença é que os exploradores mudam de externos para internos, e uma nova elite local se instaura. A utilização de mão de obra escrava também determina em grande medida as instituições nos países que utilizam a mão de obra escrava e para os países que fornecem essa mão de obra. No geral, a mão de obra escrava gera desincentivo à inovação (aumento de produtividade) e atrasa o desenvolvimento (basta comparar o desenvolvimento histórico do Sul do Estados Unidos que dependia da mão de obra escrava com o desenvolvimento do Norte).

Por fim, a diferença dos países pobres para os países ricos segundo essa tese é que os “países ricos de hoje são aqueles que embarcaram no processo de industrialização e transformação tecnológica a partir do século XIX, e os pobres são aqueles que não seguiram esse caminho” (p. 241). Para isso, é necessário a instauração de instituições inclusivas que dependem de um pluralismo democrático, limitação do poder, busca por igualdade e incentivo a destruição criativa (inovação). No entanto, não existe uma fórmula pronta para criar essas instituições inclusivas e nem sempre elas surgiram de maneira espontânea. Elas são “frutos de consideráveis conflitos entre as elites, de um lado, que resistem ao crescimento econômico e às mudanças políticas, e, do outro os que pretendem cercear o poder político e econômico das mesmas. As instituições inclusivas surgem durante circunstâncias críticas como a Revolução Gloriosa, na Inglaterra, ou a fundação da colônia de Jamestown, na América do Norte, quando uma série de fatores vem enfraquecer o poder das elites, fortalecendo seus opositores e gerando incentivos para a formação de uma sociedade pluralista. O resultado do conflito político nunca é certo – ainda que, em retrospecto, consideremos inevitáveis muitos acontecimentos históricos, os rumos da história são sempre fortuitos. Não obstante, uma vez estabelecidas, as instituições políticas e econômicas inclusivas tendem a criar um círculo virtuoso, um processo de feedback positivo, ampliando as chances de que essas instituições persistam e até mesmo se expandam” (p. 264).
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Vanessa453 12/06/2022

Neste livro, Daron Acemoglu e James Robinson tratam das diferenças abissais de receita e padrão de vida que separam os países ricos do mundo dos pobres, através da apresentação de uma série de exrmplos históricos para demonstrar como mudanças podem contribuir para instituições favoráveis, inovações progessistas e êxito econômico ou, ao contrário, para instituições repressoras e, em última instância, decadência ou estagnação.
Joao 12/06/2022minha estante
O assunto me interessa bastante v


O assunto me interessa, vai ser o próximo livro q vou iniciar a ler haha




Marco.Baptistini 18/10/2020

Obra prima
Obra prima do institucionalismo, demonstra como as instituições influem no desenvolvimento das Nações, buscando sempre raízes históricas destes desenvolvimentos institucionais.
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Valério 04/07/2017

Visão
A grande sacada do livro é mostrar que as nações onde seus comandantes priorizam seus próprios interesses políticos, tendem a ter uma economia dominada e direcionada a seu sucesso pessoal e de seus amigos e parceiros, em detrimento da nação. Com base em governos de diversos países em polos opostos economica e socialmente, demonstram sua tese com bastante embasamento. E desmonta, com dados e análises técnicas, diversas teorias pelas quais algumas nações dão certo e outras fracassam. Como, por exemplo, o clima ou a riqueza natural. A conclusão a que chegam os autores se aproxima em muito do pensamento da filósofa Ayn Rand, em seu "A revolta de Atlas". Contudo, se lá a ideia é passada através de um romance futurista, aqui temos uma obra científica.

Achei o livro repetitivo. Utilizando exemplos de várias nações, chega-se à conclusão. Mas talvez com menos exemplos poderia se chegar ao mesmo fim. Ou explorando o melhor exemplo e resumindo-se um pouco os demais. Além disso, ao final de cada capítulo, o autor repassa tudo que já foi dito ali.
Um bom livro, que poderia ter sido escrito em menos páginas sem perder absolutamente nada em qualidade e informação.
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