Iasmim 22/09/2015
Este livro me surpreendeu muito. Afinal, quem imaginaria que um livro pedido pelo vestibular fosse tão simples, lindo e gostoso de se ler? Pois foi justamente o que aconteceu comigo e Ciço de Luzia, do escritor Efigênio Moura. Sendo eu uma paraibana arrochada, o livro me conquistou pela proza matuta e pela simplicidade e beleza do amor no sertão.
Ciço é um rapaz simples que trabalha na fazenda Macaxeira e é apaixonado pela filha do patrão (advinhem o nome??... rs), Luzia, que também nutre um amor intenso por ele. Como acontece em meados da década de 70 e ainda por cima no Cariri Paraibano, a tecnologia não tinha vez, apenas o suor e a seca montam o cenário da história.
Esse livro é belo porque Ciço não tinha grandes palavras, grandes posses, grande corpo, nem qualquer outra coisa extravagante dos dias atuais. Não tinha nada do Christian Gray e nem chegava perto de Edward Cullen. Era só um rapaz comum: simples, pobre, apaixonado e muito “trabaiadô”. Luzia, que também vinha de família simples, não perdeu a graça de ser mulher mesmo na simplicidade do sertão. Esbanja todo o charme de ser difícil, de ter ciúme, de causar ciúme e, acima de tudo, se apaixonar.
Nessa história vemos apenas a beleza do amor na forma mais simples e pura. O retrato de coisas que hoje em dia não tem mais tanto valor. Quando se ama, até uma música dedicada na rádio da praça faz tudo ser mais belo. Quando se ama, até um “ai love iu” conta como prova. Quando se ama, o respeito sempre prevalece. Quando se ama, nada mais descreve, só se sente.
Por esses motivos que Luzia é de Ciço assim como Ciço é de Luzia.