Alessandra 28/12/2009
Pelageya é uma mulher simples, ingênua e de origem humilde, através de seu filho revolucionário ela toma conhecimento de questões sociais e políticas do meio em que vivem, aderindo ao movimento, esta mulher sensível e inteligente, até então submissa e ingênua, aos poucos vai despertando (acordando) para a sua dura realidade, numa sociedade machista e autocrata. Traz a tona questionamentos sobre a vida, especialmente a vida das mulheres em geral, bem como de toda a sociedade, dos trabalhadores, se tornando uma revolucionária que junto com seus “camaradas” lutam pelos direitos dos trabalhadores, pelo direito dos cidadãos a uma vida digna.
Escrito em 1905 me faz lembra das histórias sobre o período da ditadura militar no Brasil. Em diversas passagens, penso que é absurdamente atual, apesar das grandes transformações políticas, das diferenças de época e diferenças culturais. Quantas Pelageyas ainda existem na Rússia, na China, no México e no Brasil e em varias partes do mundo, muitas das quais não despertaram ou não podem despertar.
Apesar do tema o livro de forma alguma é entediante pelo contrário, é instigante; a mediada que demonstra a força e obstinação de uma mulher simples, sofrida, de pouca instrução, uma mulher do povo, em frente a injustiças sociais e políticas de sua época, e trazendo uma carga de humanidade, uma garra de superar os próprios limites, de aprender, de ser melhor, fazer melhor enquanto mulher e cidadã. Como muitos dos escritos de M. Gorki é uma lição comovente de humanismo e obstinação.