A Mãe

A Mãe Maksim Górki




Resenhas - A Mãe


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Rosane 31/12/2023

A mãe
Li esse livro muitos anos atrás e resolvi reler agora. Os anos passam e nossa visão da vida também. Hoje sou mãe de 3 rapazes e ler o livro agora me trouxe sensações e emoções muito diferentes de antes. Além a ideia revolucionária do livro, tem o relacionamento, por muitas vezes difícil, entre duas gerações muito diferentes (pais e filhos). A mudança do modo de pensar e ver a vida causada pela convivência de uma geração com outra é algo essencial e é mostrada nesta trama com toques especiais.
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isa.dantas 26/08/2023

Livro de importância histórica, escrito num período pré revolução russa, em que a personagem principal, a Mãe, representa o povo russo. A linguagem dessa tradução é antiga, mas ainda assim a leitura flui muito bem. Apesar de compreender a importância desse livro, achei panfletário até demais, ainda assim, é um clássico da literatura proletária.
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Ale 11/12/2022

Uma surpresa quase agradável
Escolhi comprar esse livro completamente a esmo; nunca eu havia sequer ouvido falar em Gorki. Mas o preço atrativo, atrelado a uma estética agradável (sim, escolho livros pela capa), fizeram com que eu comprasse de qualquer maneira. Isso resultou numa surpresa quase agradável...

"Mãe", tido como a primeira obra do realismo soviético, é um romance político ambientado na pré revolução russa. O título é clarividente; o enredo gira integralmente na trajetória de uma mãe (Nilovna) que se envolve nas atividades revolucionárias do filho (Pavel). Apesar do caráter exageradamente panfletário presente na obra - é uma tarefa realmente difícil levar o idealismo soviético de Gorki a sério - a obra me agradou muito com as descrições dos bairros operários e do campesinato repleto de mujiques injustiçados. Esse aspecto descritivo, e apenas ele, foi o que me fez não largar o livro na metade e começar a ler outro. O enredo é muito maçante. A única parte que realmente prendeu minha atenção foi a parte do julgamento de Pavel (filho de Nilovna, a mãe), tratasse de uma parte realmente muito bonita e com belos discursos.

Conhecer um pouco da amarga (gorki) biografia de Máksim Gorki (pseudônimo), que passa por uma tentativa de svicídio e diversas prisões - tendo o auxílio do próprio Tolstoi para sair de uma delas! - foi o que mais compensou na minha leitura. Tamanha foi a superação e notoriedade que Gorki alcançou em vida, que o próprio Stalin batizou uma cidade em sua homenagem (tenho minhas duvidas se isso pode ser considerado algo positivo).

Se o leitor tem interesse em revolução russa, acho que vale muito a pena ler o livro, mas se estiver procurando um romance indispensável, não recomendo. Mesmo assim pretendo ler mais obras do autor.
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Gabriel Alencar 30/06/2021

Muito panfletário pro meu gosto
Gente, sem querer acho que acertei na loteria dos livros. Se o bendito site da Biblioteca Nacional abrisse, eu poderia ter certeza de que este livro é classificado lá como "obra rara". Presumo eu que se trata de uma edição de pelo menos uns 50 anos (embora eu tenha quase certeza de que ela é mais antiga do que isso!). Pra completar: super bem conservada, com tudo intacto.

Acho que não preciso ter vergonha de admitir que não conhecia esse autor. Máximo Gorki, pseudônimo de Aleksei Peshkov, foi um dos mais importantes escritores no começo da União Soviética (ele morreu nos anos 1930). Defensor árduo e apaixonado do regime socialista, ele imprime uma boa dose de militância nas suas obras.

Aqui tem um ponto interessante antes de partir para a análise da obra. Nunca escondi de ninguém que não tenho paixões pelo socialismo; mas achei muito bom ver que, apesar da discordância de ideias, eu consigo apreciar uma obra que tem claramente uma inclinação política. E não só apreciar, mas extrair coisas boas, coisas que marcam. Creio que essa deve ser a essência de todo bom leitor.
"Acostumados a ser oprimidos pela vida, aquela gente considerava todas as transformações possíveis como próprias somente a tornarem o seu jugo ainda mais pesado." (p. 7)
Como falei, eu não conhecia o autor. Logo no começo, com essa citação aí em cima, eu já saquei que o cara tinha cara de ser da era modernista. Trazia o realismo forte da Rússia pré-sovietica. Há umas tendências na escrita que apontam pra isso também, como as temáticas mais chofres e personagens que são os mais pés-rapados possíveis da sociedade.

O livro não tem necessariamente uma linguagem simples, até por conta da época da tradução (pra se ter ideia, encontrei um "rehaver" – e não foi erro de digitação). Mas, não sei por que, o livro é extremamente fluido e dá vontade de continuar lendo página atrás de página. Dissesse que era um cliffhanger atrás do outro, mas nem isso! Não sei explicar, talvez seja pura e simplesmente a capacidade narrativa do autor, que fisga o leitor de jeito.

Existe na linguagem da literatura russa alguma coisa de truncado que não sei explicar direito. Ora é direto demais, ora é melindroso demais. Isso deixa o texto truncado de um jeito estranho. Imagino que é só uma forma cultural de organizar a linguagem. Um jeito tão diferente do meu que, embora eu não saiba dizer exatamente o que é, percebo uma diferença.

Já que citei a tradução, vou falar da revisão do livro, porque oxente viu! Olha, sinceramente eu acho que o tradutor devia estar numa pressa danada (não sei se por culpa dele mesmo ou da editora), porque pense num livro cheio de problemas. Há vários erros de digitação, como ausência de travessões em determinados momentos, erros de português mesmo (ausência de letras, por exemplo).

Mas acho que vale lembrar que essa é realmente uma edição antiga – uma edição que não tinha Word pra mostrar os erros básicos. Pra ter uma ideia, em uma nota de rodapé o tradutor fez referência a "réis" pra dar ao leitor uma noção de valor em relação aos "copeques" russos.
"Somos todos nascidos da mesma mãe, da grande, da invencível ideia da fraternidade operária, em todos os países da terra." (p. 34)
Quanto ao conteúdo da obra, a mistura da verdade com a mentira nos discursos dos revolucionário é ao mesmo tempo triste e cruel. Um fiapo de verdade, que serve de floreio pra um conglomerado de mentiras. É a essência da filosofia mais perversa que pode haver. Infelizmente eu vejo que há ali uma semente de boa-fé, de vontade de fazer o que é certo. Meu problema não é o "o quê", mas "como" isso é realizado. Mas nesse ponto não estamos mais falando de literatura, então prefiro seguir em frente.

O foco narrativo na mãe foi uma sacada muito inteligente do meu ponto de vista. Embora o filho seja o personagem com traços mais próximos de um "herói", o autor deixa as cenas sempre centradas na mãe, na sua realidade, no seus dilemas, no seu jeito de ver a cena. Ele faz aquilo que eu mais gosto: falar dos personagens cujas histórias poderiam até passar despercebidas, mesmo que isso não signifique que eles não sejam importantes.

Até em momentos cruciais da trama, nós ficamos à margem dos grandes acontecimentos ou, mesmo estando neles, não conseguimos entender o que se passa. Por quê? Porque é exatamente assim que a mãe, uma senhora de idade, iletrada e alienada, vê e experimenta a situação.
"O meu marido me bateu tanto, que sacudiu de mim todas as recordações. A minha alma era completamente fechada; tornou-se depois cega e muda." (p. 84)
O autor não tem pena de mostrar a realidade da época. Tá que boa parte do que ele escreve tem por objetivo um pouco de sensacionalismo pra gerar um sentimento de revolta. Mas vale lembrar que ele não estava necessariamente exagerando a realidade, uma vez que aquilo era realmente comum – e que o próprio autor chegou a experimentar várias agruras dos pobres.

Na segunda parte o livro dá uma desacelerada grande demais pro meu gosto. Eu acho que isso se deu em razão da falta de um ticking clock, ou seja, de algum acontecimento no futuro que desse pressão à história. Embora os fatos sejam interessantes, a gente só vê a protagonista vagar entre acontecimentos, sem noção certa de futuro. Isso acaba deixando o texto entediante. Mas talvez isso seja parte do estilo do autor, que realmente foge um pouco ao entretenimento meramente comercial.
"– Eu não lhe queria mal, nem me alegro por ele ter morrido... Tinha apenas dó dele... E agora... nem mesmo isso sinto mais...
– Eis o que é a vida, mamãe!" (p. 116)
O livro tem frases muito impactantes que fazem a gente pensar. Como falei, essa é a grande beleza da boa leitura: eu consigo ver frases que fazem o texto brilhar. O autor é extremamente inteligente na escolha de algumas palavras e – o mais triste – terrivelmente certeiro nas realidades que descreve e nos sentimentos que desnuda.

Penso que, neste ponto, ele se aproxima muito de Érico Veríssimo (quiçá este último até tenha lido Gorki!). Falar da realidade, do dia a dia, dos personagens que não estão no centro dos acontecimentos e, ainda assim, fisgar o leitor com histórias fantásticas, porque percebemos que a beleza da vida não está apenas no grande ou complexo, mas especialmente no pequeno e no simples.
"É certo o que diz, Natacha! declarou a outra, depois de refletir. Para viver é preciso que se espera alguma coisa. Nada esperar, é viver?" (p. 176)
Assim como você, Pélagué Nilovna, mãe do operário militante Pavel Vlassof, eu também não acredito que seja possível viver sem esperar nada. Eu só espero, sinceramente, que a sua esperança esteja nas coisas boa da vida e que seu desejo de alcançá-las não deturpe seus princípios mais básicos. Só assim você poderá um dia conhecer a Verdade.

site: https://escritoraoacaso.blogspot.com/2021/04/resenha-mae.html
Marlo R. R. López 16/05/2023minha estante
Excelente resenha, dá vontade de ler o livro. Até estranhei as duas estrelas que você deu!




Ebenézer 22/02/2021

Leitura libertária.
Não conhecia o russo Máximo Gorki e foi lendo a sua obra A Mãe que tive a imensa sorte dessa descoberta literária. Dessas joias que me acompanham há décadas e que somente agora "escapa" da minha estante para me encantar ainda mais pelos autores russos.
A Mãe, de Gorki, é aquela literatura engajada que, com seu enredo tenso e suas personagens fortes, transporta o leitor para experienciar, à distância, o contexto histórico do que foram as condições políticas, econômicas e sociais da Rússia contemporâneas ao autor.
A obra de Gorki é denunciadora das circunstâncias sociais paralisantes e embrutecedoras a que estavam submetidos os camponeses, os operários, os trabalhadores, enfim, as classes sociais da base da pirâmide.
Todo o enredo da obra A Mãe está circunscrito nesse ambiente severamente hostil aos trabalhadores no qual todos os movimentos sociais eram espionados e duramente reprimidos.
Regimes políticos totalitários abominam movimentos libertários e, no caso russo, a repressão sempre foi a tônica para o pronto aniquilamento das liberdades individuais uma vez que da repressão sistemática dependia toda a estrutura do sistema político vigente.
É exatamente esse império do mal que a obra de Gorki procura evidenciar mediante a apresentação das condições vis do povo russo em seus estágios preliminares, do desabrochar dessa percepção da força do povo em busca de sua emancipação.
É libertador acompanhar a tenacidade, a coragem e a determinação de Pavel. Seu caráter indômito, penetrante e contagiante cujas características fortaleceram muitos trabalhadores russos e, especialmente, sua mãe Pélagué para enfrentar com realismo e denodo as adversidades na dura trajetória, independente dos custos pessoais a que se expunha quem ousava enfrentar o regime imperialista russo.
Pélagué, mãe religiosa e devota, sofredora na alma e no corpo, vivencia uma mudança substancial em seu engajamento político-social que a fazem perder seu apego à transcendência espiritual que cede lugar a atitudes mais imanentes e pragmáticas, defendendo, então, que a autêntica libertação do ser humano está na livre determinação das pessoas.
Máximo Gorki escreveu como escreveu porque sabia na pele sobre o que escrevia: a biografia de Gorki é um longo caminhar enfrentando adversidades, mas semeando a boa semente da dignidade humana em oposição à subserviência imposta pelo Estado.
Gorki em A Mãe, "um autêntico romancista da revolução proletária e de uma nova era, lançando através das suas dolorosas páginas as ideias que pregava e que a massa entendia e esperava."
Enfim, Gorki realmente é o Máximo.
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Gabê 23/08/2016

O início desse livro me trouxe muitas esperanças. Achei que se tratava de um livro que dava conta de narrar um período histórico ao mesmo tempo em que conferia profundidade aos personagens principais. Infelizmente, não foi assim. O livro vai ficando cada vez mais raso em relação as personagens e seus sentimentos em relação ao mundo.
Tenho certeza que aos dezessete anos de idade teria amado este livro, mas aos vinte e quatro me sinto menos propenso a acreditar em saídas românticas e personagens sem profundidade. Pobreza não é e nunca será sinônimo de simplicidade existencial. Vlassova (a mãe) é realmente uma personagem interessante, o autor lhe concede certa complexidade, ainda é pouco. Mesmo as disputas representadas neste livro são muito mais complexas na vida real. O mundo não é um jogo de oposições simples.
nana lima 10/06/2018minha estante
olá, tudo bem? troca ou vende A Mãe do Gorki?


Gabê 12/06/2018minha estante
Podemos conversar sobre isso sim. Preferia trocar do que vender. O que acha?


nana lima 29/06/2018minha estante
acho ótimo!




Nica 14/05/2011

Possuo este livro, A Mãe, de Máximo Gorki, há algum tempo e sempre ficava adiando a hora de lê-lo, exatamente para que o momento de nosso encontro fosse para quando eu estivesse preparada, sem muitas obrigações de leitura ou de trabalho. Sempre faço isso com alguns livros, espero o momento certo para aproveitá-lo melhor. Assim, deixei nosso encontro para este mês de maio por ser o mês das mães, da mulher e principalmente do trabalhador, e foi confortante saber que fiz a escolha certa.
...
Fiz a resenha completa deste livro no blog http://lereomelhorlazer.blogspot.com/2011/05/mae.html#more
Agnes 17/02/2017minha estante
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Vitor Hugo 28/10/2022

A (Mãe) Rússia encaminhando-se para a Revolução

A MÃE é um belo livro que, em uma narrativa relativamente extensa (quase 500 páginas), mas de fácil e corrente leitura, revela-nos a vida sofrida de Pélagué (ou Pelagueia, como eu prefiro), "A Mãe", e seu filho Pavel, que se envolve em movimentos sociais de caráter revolucionário, desafiando a autocracia czarista de então, que impunha um regime de opressão econômica e política aos operários e camponeses russos.

Como consta do prefácio e da apresentação desta edição, Górki (Máximo, ou Maksim), efetivamente viveu aquela vida das personagens, identificando-se com os movimentos então tido como disruptivos, os quais culminaram com a Revolução Russa de 1917, dez anos após a escrita da obra.

Foi um livro escrito no calor dos acontecimentos, por alguém que não tinha como saber que se efetivaria uma revolução tão radical como aquela dos bolcheviques em 1917, o que dá uma verdadeira magia à narrativa.

De início, Pélagué se mostra uma pobre criatura ignorante, que nem sequer pensava na possibilidade de uma vida diferente daquela em que vivia, sempre humilhada pelas atitudes do marido agressivo e bêbado.

Com a morte do marido, e acompanhando a ação do filho e de seus colegas de movimento, Pélagué foi se transformando, passando a compreender aqueles ideais tão estranhos ao início, a ponto de se engajar no movimento de forma efetiva, passando, pouco a pouco, a absorver o que significava a luta por um destino diferente a todos aqueles que compunham a base daquela sociedade.

E é como se Pélagué representasse, de forma metafórica, o próprio povo russo, que devia tomar consciência de sua precária situação e então agir, desafiando as autoridades, o próprio poder do czar, e, no fundo, o "status quo" como um todo.

A edição é muito bonita, com capa dura e belo papel. No entanto, foi traduzida do francês, o que me parece que retira um pouco do vigor próprio da literatura russa, havendo mesmo formas diferentes de se grafarem os nomes das personagens, como acontece, por exemplo, nos livros da Coleção Leste da Editora 34, traduzidos diretos do russo.

De todo modo, mais um belo livro da fantástica literatura russa.
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Talvanes.Faustino 12/12/2022

O texto é muito forte a prosa de Gorki é um Máximo. O sofrimento humano é retratado de forma crua. Lerei mais uma vez, com certeza.
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Fernanda 19/01/2023

Belíssimo!
Um dos livros mais lindos, emocionantes e sensíveis que já li. Facilmente de se devorar em um feriado prolongado. O enredo prende a atenção e você quer continuar até entender tudo o que acontece. É incrível!
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Ana Clara 05/07/2018

Este é um exemplar do que poderia ser descrito como uma quarta geração romântica, a revolucionária. Na Rússia pré-1917, Gorki narra a luta dos novos heróis: homens e mulheres determinados a defender a verdade e a solidariedade proletária (e camponesa) em meio a repressões, prisões e exílios. A defesa do socialismo aqui é profundamente emocional, e se dá pelo exemplo eloquente do respeito, abnegação e amor entre aqueles que se dedicam a defendê-lo.
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Caroline Vital 29/10/2023

Lido em 2018
Que tiro foi esse!? Um romance de revolução escrito por um revolucionário. Talvez o melhor livro lido nesse ano. Sensacional.
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