Acredite, Estou Mentindo

Acredite, Estou Mentindo Ryan Holiday




Resenhas - Acredite, estou mentindo


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Edir 06/03/2016

Acredite, ao que me parece ele não esta mentindo.
Uma coisa importante a se lembrar durante a leitura é que ao se falar de Blogs, o autor esta se referindo aos blogs de comunicação de notícias (celebridades, fofocas, política, noticiários em geral), mas neste termo existem diversos outros tipo de blogs cujo conteúdo não esta relacionado a notícias, como diários, tutoriais, artigos profissionais, etc. É bom não generalizar e punir o conteúdo destes sites como é feito no livro.

O livro é construído em cima de vivências do autor na sua profissão, narrando um desabafo após vários anos fazendo algo que depois ele compreendeu ser ruim até para si mesmo. Ele se deu ao trabalho de colocar links das suas referências de notícias e também dos diversos livros mencionados. Porém não tem como não ficar pensando em todos os artifícios que ele se utilizou no livro para garantir sua aceitação, afinal o cara é um profissional da manipulação como ele mesmo se intitula. Será que ele me enganou em algum momento?

Eu trabalho com internet, mas não com conteúdo, sou desenvolvedor e minha relação é com as aplicações que depois outras pessoas irão utilizar para distribuir seu conteúdo. Apesar do livro se pautar em referências de casos ocorridos nos EUA aos quais a maioria eu desconheço, praticamente tudo que é dito no livro, quando não lembrei de situações que vejo diariamente no mundo digital, me parecem bastante verdadeiras.

No meu dia a dia, é comum receber pedidos do cliente vindos de sua equipe de marketing, fazendo solicitações para incluir recursos em seu site afim de obter vantagens sobre os usuários. Enquanto eu tento conduzir o projeto para oferecer a melhor experiência para o usuário, o marketing do cliente interfere colocando barreiras na navegação e conteúdo. Claro que entendo que sejam necessidades do negócio do cliente, mas há sempre exageros.

Este livro serve no mínimo para fazer a pessoa pensar mais sobre o que ela anda consumindo pela internet. Muito do que existe é mero entretenimento, até mesmo o que parece ser sério pode ser tratado como entretenimento as vezes. É bem difícil filtrar o conteúdo ao qual somos bombardeados diariamente. Fugir da informação não resolve o problema, portanto é preciso conhecer um pouco sobre como ela é criada e como se propaga.
vicki4you 23/02/2021minha estante
Olá ,
como você está? Meu nome é Srta. Vicki Dickson, vi seu perfil hoje e me interessei por você, quero que me envie um e-mail para meu endereço de e-mail privado (vickidickson100@gmail.com) porque tenho um assunto importante que quero compartilhar com você




Andrea 03/03/2021

Apesar de ter sido lançado há quase uma década, esse livro continua atualíssimo (talvez por gente da "direita" brasileira usá-lo até hoje como um manual; e é assustador quando você pára pra pensar um pouco).

Como comentei durante a leitura, eu posso até estar sofrendo de viés de confirmação, mas é só você abrir um dos milhares de sites de notícias por aí que vai ver, na prática, o que o autor fala no livro: chamadas tendenciosas (e que muitas vezes não tem nada a ver com o texto) e publicidade a perder de vista (e que tem se camuflado de notícia real).

O Ryan fala de "blogs", mas logo no começo ele já explica que o termo engloba tudo que reporte notícias, então o conceito é estendido pra sites e redes sociais, como o twitter. (Aliás, gostaria de ler uma versão atualizada desse livro focado nas redes sociais e os estragos que elas causaram - e ainda causam.)

O que importa hoje (e já naquela época) é o engajamento das pessoas e seus cliques. Como emoções fortes, raiva e indignação por exemplo, são o que mais geram tráfego, o que pode resultar dessa combinação? Discursos de ódio, textos com informações falsas e ou incorretas, títulos apelativos... Aí hoje nós temos as mídias repletas de fake news, as deepfakes se aperfeiçoando cada vez mais e o crescente desânimo de muitas pessoas (incluindo eu) que não sabem mais em que acreditar.

O próprio autor, quando escreveu o livro, disse não ter uma solução e a gente foi só ladeira abaixo desde então. O que fazer quando todo o modelo está errado? Quando as pessoas duvidam de grandes jornais (o que não é de todo errado), mas acreditam no que recebeu no whatsapp (e que não faz sentido nenhum)?? Enquanto os responsáveis não foram culpabilizados, não responderem pelo que fazem, a coisa não vai melhorar. O que eles perdem quando inventam uma notícia, a fazem bombar por aí, e depois, talvez, se retratem? (Inclusive, retratações geram mais cliques e nunca têm o mesmo alcance das notícias originais.)

Acho que um bom primeiro passo é ter conhecimento, ou mesmo uma ideia, do que acontece por trás do pano. Uma boa parte das pessoas não sabe o que o seu clique naquela notícia falsa, mesmo que seja só um "cliquei sem querer" ou "cliquei ironicamente", significa. (Spoiler: significa que você viu publicidade, que o "blog" entendeu que aquilo é relevante e que vai colocar pra mais pessoas verem e priorizar coisas do tipo.) É necessário saber que quando você dá um retweet naquele texto extremamente ofensivo, além de estar propagando (e, às vezes, até divulgando DE GRAÇAAA) a informação, você está mostrando pro algoritmo que aquilo gera tráfego e oba, lá vai o site mostrar pra mais pessoas.

[Momento desabafo: eu tenho uma relação bastante complicada com o twitter porque é uma rede social "aberta" (não precisa ter conta pra poder usar o básico) e que me faz muito mal. Já peguei várias dicas maravilhosas por lá, links pra textos incríveis, conhecei autores e obras, mas é um ambiente extremamente - e eu evito ao máximo usar essa palavra pra não esvaziá-la do sentido - tóxico. Tudo vira briga, tudo vira thread (hey, vá blogar!), rolam acusações cruzadas, aparecem os donos da verdade, sem falar dos fandoms exaustivamente irritantes e os bots. É muito conteúdo bom por debaixo de conteúdo danoso e perigoso.]

Então, finalizando: é uma pena que essa edição esteja fora de catálogo (mas naquele site famosão você acha ;-) e que não tenha nem e-book legal. Mas se você lê em inglês, o acha num preço bom e eu pretendo comprar pra reler futuramente (e ver se teve alguma atualização, já que a data dele é de poucos anos atrás e parece ter mais páginas que a edição impressa). Recomendo demais e quero ler outros livros sobre o assunto.


[Período de leitura: 21 a 25/02/2021]


HISTÓRICOS DE LEITURA

21/02/2021 - 29% (76 de 262)
"Nossa, já tenho tanto pra comentar desse livro que nem sei por onde começo!! Ele entrou na minha listinha de desejados há pouco tempo, mas só recentemente descobri que a edição nacional estava esgotada. Acabei achando uma versão ~online e comecei a ler pra ver como era. Fui fisgada. Apesar de ser um livro antigo (é de 2012, assim como a tradução), continua bastante atual. E fazendo muito, mas muito mesmo, sentido. (Talvez esteja rolando um viés de confirmação aqui, né...) Tem várias partes ótimas e é legal notar que o autor, há quase 1 década, já falava sobre o assunto e muita gente hoje ainda frisa: o que importa é o clique; não interessa se as pessoas estão pesquisando ou se clicaram sem querer, vai ser monetizado do mesmo jeito. Emoções exacerbadas instigam mais compartilhamentos; o "fale mal, mas fale de mim" continua mais forte do que nunca. Quando você compreende isso, você passa a entender porque vários sites, incluindo aqueles considerados sérios, de notícias, estão cheios de anúncios do tipo "pessoa fez isso e você não vai acreditar no resultado!" ou "olha só como fulana de tal está hoje, é de partir o coração". Porque isso gera receita. Esses links, que se confundem com as notícias "reais", te encaminham pras sites que a tal matéria citada não tem nenhuma fonte (às vezes, nem tem a ver com o título), mas além de garantir o clique, costuma ter trocentas páginas que geram trocentos cliques a mais. Por isso nada na internet é só "cliquei à toa", "cliquei ironicamente", "sigo essa pessoa que não gosto pra acompanhar o que ela posta"... Não sei se as pessoas são burras a esse ponto ou só são mal-intencionadas mesmo. Ou os dois. (Esse é o meu maior problema com o twitter: os usuários caem em tanto click-baits que eu acho que não é possível uma pessoa ser estúpida a esse ponto; mas aí eu lembro o que a gente passou em 2020, principalmente no Brasil, e aceito que Idiocracia é um documentário mesmo.)"

22/02/2021 - 45% (118 de 262)
"Gente, estou impactadíssima com esse livro, sério. Muita coisa que eu já tinha lido de outras "fontes" e o Ryan explicita aqui. O que será que ele teria pra dizer das redes sociais atualmente, hein? Aliás, a edição desse e-book em inglês tem mais páginas e é de 2018; será que foi acrescentado mais alguma coisa?"

24/02/2021 - 79% (207 de 262)
"Algumas pessoas reclamaram que o livro fica repetitivo, que inclusive a segunda metade era totalmente dispensável e, bem, eu não concordo. Primeiro, que depois de anos nessa indústria vital que é a internet (hahaha), eu acredito cada vez mais que o óbvio deve não só ser dito, como dito e repetido a exaustão, quem sabe assim as pessoas compreendam e internalizem; e segundo, que eu não acho que esteja repetitivo. O "problema" é que o foco do livro é um só: as notícias são criadas para gerar buzz, isso é o principal. O resto é o Ryan esmiuçando, contando sua experiência pessoal nos dois lados da história. Como eu comentei, acho que no primeiro histórico, eu estou gostando demais provavelmente porque confirma o que eu já tinha lido, estudado, pesquisado e aceitado: não se pode confiar em tudo o que se lê. O autor aqui é 100% confiável? Jamé! (Como se é sabido desde os livros ficcionais, nunca acredite em narrador em primeira pessoa.) Mas aqui você consegue, se parar um pouquinho e analisar, ver as coisas que o Ryan fala no livro em ação nos sites de notícias. E o Twitter então, é tudo isso elevado a milésima potência!! | Nem sei mais o que comentar desse livro. A próxima parte é sobre ódio e punição e gente, se não fosse o fato que o autor não foca tanto nas redes sociais, poderia se dizer que é um livro super recente."

25/02/2021 - 100% (262 de 262)
"Terminei ontem a noite e nossa, nem tenho mais adjetivos. A parte sobre ódio online e punição... Atual demais, minha gente. Realmente, esse livro é um manual e não me surpreende ter sido usado por gente aí de movimentos de "direita" (que roubaram até o sobrenome do autor)! | Como o Ryan fala, ele não tem uma solução e acho que ninguém tem, a coisa está incontrolável. Enquanto as pessoas continuarem sendo facilmente manipuláveis e os responsáveis não forem culpabilizados por seus atos, as coisas continuarão assim. O cenário é assustador."
Euflauzino 04/03/2021minha estante
foi para meus desejados!




lice | @alyceeh__ 07/08/2020

Impressionante
É de fato incrível ver até onde as pessoas vão por cliques (=dinheiro). Ler esse livro foi bem interessante, não é difícil imaginar que as pessoas já usam de fake news para conseguir cliques e serem reconhecidos, mas ler esse livro, mostrando como é feito realmente foi esclarecedor.
Camila Nogueira 07/08/2020minha estante
Uau. Que interessante...




mari 06/01/2021

behind the headlines
Esse livro foi recomendação da minha professora de Sociologia, Magda, que tem um grande repertório de livros que te fazem sair da zona de conforto. Ouso dizer que ao mesmo tempo que a maior parte do que tá escrito aqui é óbvio, entender como funciona a mídia é um verdadeiro soco no estômago. Oscar Wilde disse: “Antigamente os homens tinham a tortura. Hoje eles têm a imprensa”. É sobre o papel desempenhado pela imprensa ao longo dos séculos que Ryan Holiday vai falar sobre esse livro.
Fazendo um paralelo com o Brasil, ao longo da história desse país conseguimos perceber como as mentiras, repetidas inúmeras vezes, se tornam verdade. A Revolta da Vacina no Rio que começou por boatos acerca da vacina antivariólica; a ameaça comunista criada por Getúlio Vargas e depois reproduzida pelos militares em 1964; basicamente toda a campanha do Collor... são apenas exemplos históricos de momentos em que a mentira se tornou verdade. Entrando na contemporaneidade, temos o Governo Jair Bolsonaro fundamentado em mentiras e invenções. Como poderia Bolsonaro, com suas acusações de corrupção, doutrinação nos Institutos e Universidades, alinhamento com a violência, discriminação e preconceito, estar errado quando ele falava exatamente o que a massa brasileira queria ouvir? Existe uma charge na língua espanhola que o personagem sintetiza exatamente isso ao dizer: “¿Cómo va a ser falsa si dice justo lo que yo pienso?”.
Entretanto, há um personagem fundamental nessa história que estava presente durante a Revolta, durante o mandato de Getúlio e Collor, e está mais que presente durante o Governo Bolsonaro, competindo por manchetes e furos diariamente: o jornalismo brasileiro. Jair pode dizer que foi eleito graças a mídia brasileira, que hoje tanto o odeia. As manchetes, as entrevistas, o espaço que a ele foi cedido foi sagrado para que sua catastrófica campanha fosse desenvolvida. O palco estava armado, o palhaço tinha todos os holofotes e os que concordavam com quem comandava o show foram seguindo-o. E é sobre isso que o Ryan Holiday fala em “Acredite, estou mentindo”.
A credibilidade do jornalismo no Brasil está tão baixa que notícias compartilhadas em redes sociais se tornam mais verídicas que as publicadas nos maiores jornais do país. Porém, esse fato não é algo exclusivo dessa terra tropical, como apontado pelo Holiday. O livro foi escrito em 2012, quando a Internet já caminhava para ser como hoje em dia. O autor foca bastante nos blogs e sites, e como eles influenciam em diversos aspectos da vida estadunidense ao longo dos anos. Eleições, celebridades, religião, divulgação de filmes... tudo vira pauta para esses sites que lucram ao compartilhar essas histórias. Ryan aponta a maneira como os blogs distorcem a realidade e como destroem tudo em busca de uma notícia desconhecida e polêmica. “O mundo incessante e instantâneo do jornalismo iterativo é antitético a como o cérebro humano funciona. [...] O jornalismo iterativo coloca empresas e pessoas em uma posição impossível: manifestar-se a respeito de um artigo só faz validar a história original – não importa o quão incorreta esteja – e ficar em silêncio deixando a história como foi escrita significa que a notícia não é realmente iterativa.” A ciência prova que o ser humano tem extrema dificuldade em se corrigir quando está errado, e é sobre isso que o autor comenta na citação acima. A mídia atua camuflando a verdade quando nota que está errada.
Acho que de maneira geral, em 2021, as coisas não são tão diferentes de como eram em 2012. Se é preciso fazer campanha contra Fake News, assegurar credibilidade a uma notícia e promover avisos de “Quer ler o artigo primeiro?” antes de retuitar alguma notícia então não estamos muito avançados do que a nove anos atrás. A diferença clara é como a notícia se tornou algo instantâneo e criou mais espaço para o desenvolvimento de mentiras. Os blogs estão ultrapassados, os sites ainda resistem embora você consiga achar qualquer informação no feed do Instagram, numa thread do Twitter ou até mesmo em um vídeo de 60s no Tik Tok.
Enfim, é um livro aterrorizante e claro ao mesmo tempo. Tudo exposto desse jeito abre espaço para comparações internas e que acontecem até hoje. Embora tenha muita redundância, o autor passa sua mensagem muito bem. “A mídia e o público deveriam estar do mesmo lado. A mídia, quando funciona adequadamente, protege o público contra marqueteiros e suas tentativas incessantes de enganar as pessoas.”
Andrea 22/02/2021minha estante
Nossa, que resenha maravilhosa!! Estou na metade do livro e tenho esse mesmo sentimento.
Já vi em outros comentários que o pessoal acha o texto repetitivo/prolixo/redundante, mas eu penso que talvez esse recurso possa ser utilizado pra fixar o conceito na cabeça do leitor...




jmrainho 20/08/2013

Acredite, Estou Mentindo
Acredite, Estou Mentindo. Ryan Holiday, Cia. Editora Nacional, 2012
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O autor, que não é jornalista nem relações públicas, mas se acha, admira-se com a falta de critério de blogs e acha que é fácil manipular a mídia com base em sua tosca experiência. Na verdade, confunde mau jornalismo com blogs oportunistas.

Blogs/sites jornalísticos de referência:
Jeider, Politico, BuzzFeed, Huffington Post, Drudge Report, Mediabistro, Jezebel, Gawker, Slate


Livros referência:
"Todos os homens do rei" - fala de assessores de imprensa

"Por que erramos: o lado positivo de assumir o erro", de Kathryn Schulz (um de seus livros favoritos)

Em 2000, Jakob Nielsen, o maior especialista mundial em usabilidade Web, publicou um livro que mudou a forma como as pessoas viam a Web. Escreveu 12 livros sobre o assunto

Jeff Jarvis, autor do termo economia de links. Blogueiro, professor, e3 jornalismo e autor do livro "O que o Google faria".

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"O apaziguador é a pessoa que alimenta o crocodilo na esperança de que será devorado por último" - Winston Churchill

Segundo a Universidade George Washington, 89% dos jornalistas relataram usar blogs em suas pesquisas de matérias.

Quando eu queria ser mais direto, eu registrava alguns e-mails falsos no Gmail ou Yahoo e enviava mensagem com todos aqueles links dizendo: "Como é que vocês ainda não fizeram uma matéria sobre isso?"

"Imagine um barco remado por escravos e comandado por piratas" - Tim Rutten, Los Angeles Times, sobre o modelo de negócio do Huffington Post.

O mais forte preditivo de virulência é a quantidade de raiva que um artigo evoca, segundo estudos da Wharton School, com base em 7 mil artigos que chegaram a lista dos mais enviados por emails do New or Times. Um preditivo poderoso da capacidade de um conteúdo se espalhar online é a valência - o grau de emoção positiva ou negativa que ele faz a pessoa sentir.

Colocar toda a história no título, deixando de fora o suficiente para que as pessoas queiram clicar
Um estudo mostra que uma boa pergunta provoca o dobro de interesse do que uma exclamação enfática.

Mídia social não é um conjunto de ferramentas que permite que seres humanos se comuniquem com outros seres humanos. É um conjunto de mecanismos embutidos para permitir que tecnologias usem seres humanos para se comunicar com outros seres humanos em uma orgia de auto-organização... O filme Matrix estava errado. Você não é a bateria de uma inteligência Artificial global, você é um pouco mais valioso. Vocé é parte do circuito de comutação.

Os jornais mudaram no momento em que Benjamin Day lançou o New York Sun em 1833. Não foi tanto o jornal que mudou tudo, mas seu modo de vende-lo na rua: uma cópia de cada vez. ele contratou desempregados para vender seus jornais e imediatamente resolveu um grande problema que afetava a imprensa: assinaturas não pagas.

Com o New York Times, a reputação passou a importar mais que a notoriedade. Pela primeira vez o jornalista tinha uma noção de compromisso, não só com o jornal e a circulação, mas com o público. Compra-se o jornal que se confia. É a venda por assinatura, não por história.

O escritor francês Nicolas Chamfort, acreditava que a opinião pública popular é o pior tipo de opinião. "Podemos ter certeza de que toda ideia aceita pela massa, toda noção recebida, será uma idiotice porque foi capaz de apelar à maioria.

Assim como Washington ordenou aos militares no Vietnã que reportassem a contagem de corpos como indicadora de sucesso ou fracasso, essas métricas mal-concebidas - baseadas na simplicidade mais que em qualquer outra coisa - levam os sites a fazer coisas horríveis.

Famoso dito atribuído a Henry Ford: que assinala que se ele tivesse escutado o que seus clientes diziam que queriam, "tudo o que nós teríamos feito seria um cavalo mais rápido".

A ordem cronológica reversa em um dos primeiros sites da WWW - chamada de stacking (empilhamento) por programadores - tornou-se o padrão para os blogs. Como a internet evolui através de imitação e colaboração, a maioria dos sites simplesmente adotou a forma de seus predecessores e pares. O empilhamento desenvolveu-se como um padrão implícito, o que teve implicações extraordinárias. Quando o conteúdo é empilhado, o presente é claramente enfatizado.

Regra nº1. esteja sempre blogando. A melhor forma de obter tráfego é publicar o máximo possível, o mais rápido possível e com o texto o mais simples possível.
Os leitores desistem quando chegam a 800 palavras. Um blogueiro inteligente intercala texto com gráficos ou fotos e com certeza alguns links. Outros autores recomendam 215 palavras ou 200 palavras no máximo
O número médio, segundo pesquisas, é 335 palavras.

"Não existe mais a Grande Mentira, apenas a Grande Risada, e ser enganado não é vergonha. É o carimbo no contrato social, a marca de nossa participação nesse novo pacto de ilusão"; Wired
Aqueles com idades entre 8 e 18 anos ficam online, em média, oito horas por dia, um número que não inclui mensagens de celular nem televisão. Os EUA gastam mais de 50 bilhões de minutos p or dia no Facebook, e perto de um q2uarto de todo o tempo de internet é passado em sites de mídia social e blogs. A ideia de que a internet é um meio de participação é pura conversa fiada. Os blogs querem enganá-lo - roubar seu tempo e vende-lo para os anunciantes - e eles fazem isso todos os dias. Conteúdo de baixo custo que atrai muitos cliques - algo que os anunciantes adoram. O processo é simples. Primeiro, o algorismo da Demand vasculha a internet em busca de expressões de busca lucrativas. Depois ele imagina uma publicação, como um tutorial em vídeo ou um artigo curto, que combine tantas expressões populares quanto possível e estima um prazo de validade para seu valor financeiro. Um segundo algoritmo examina novamente esse conceito, criando opções de títulos mais provocativos e favoráveis dos mecanismos de busca.

"Verdades são mais prováveis de serem descobertas por um homem do que por uma nação". Descartes.

Daí veio o que é chamado de "economia de links", que encorajava os sites a consistente e regularmente estabelecer links uns com os outros. Eu mando um link para você agora, você manda um para mim depois - e o trabalho jornalístico fica de lado.

Quando alguma coisa é repetida um número suficiente de vezes nos meios de comunicação sem ser contestada, ela se torna fato.

O Facebook contratou uma famosa empresa de RP para atacar o Google anonimamente. Acuada pela má publicidade, o concorrente contrata uma firma para se proteger - e contra-atacar. Assim começa um círculo interminável de manipulação online que pode custar centenas de milhares de dólares.

Existem, hoje, dezenas de empresas que oferecem serviços d3 gerenciamento de reputação para empresas e indivíduos. embora elas dourem seus serviços com jargão sobre métrica de desempenho e retorno de clientes, sua atuação real é lidar com negócios incômodos, sórdidos e corruptos de que tenho falado neste livro., para que o cliente não tenha que fazê-lo.

"Na mídia social não há editores. Não se espera por confirmação. Quando tuíta ou retuíta você não verifica os fatos nem se preocupa se está espalhando uma mentira.... Mas é assim que funciona o jornalismo online hoje. É o jornalismo beta". Jon Orlin, Techcrunch.

"Nick Denton (proprietário do Gauwker) é basicamente da opinião de que se deve agir imediatamente. E a ênfase está em colocar o artigo no ar e ser o mais correto possível, mas não deixe isso impedir que a história seja publicada"; Jessica Coen, editora do Jezebel.

"Não há nada mais chocante do que ver afirmação e aprovação correndo à frente de cognição e percepção". Cícero.

"Em qual guichê eu passo para pegar minha reputação de volta?" Ray Donovan, ex-ministro do Trabalho dos EUA injustamente difamado, à corte quando foi inocentado das acusações falsas que arruinaram sua carreira.

"Fofocas e boatos são leves para levantar, pesadas para carregar e difíceis de largar". Hesíodo

Quando sua correção ou atualização acontece, quase não existe mais público.
Erro factual é apenas um tipo de erro - talvez o tipo menos importante.
Cada usuário geralmente vê aquilo que vê uma única vez - um instantâneo do processo - e tira suas conclusões a partir daí.
A mente humana primeiro acredita, depois avalia, diz um psicólogo.
Excesso de informação, de trabalho, velocidade e emoção exacerbam esse fenômeno
Estudos demonstram que o cérebro experimenta leitura e audição de formas deferentes, elas ativam hemisférios diferentes para o mesmo conteúdo.
A palavra escrita e o uso dela conjuram antigas associações com autoridade e crenças que têm milhares de anos.

"Nossas ilusões são a casa em que vivemos, elas são nossas notícias, nossos heróis, nossa aventura, nossa forma de arte, nossa própria experiência". Daniel Boorstin, The Image.

"Nós cansamos de tudo, menos de ridicularizar os outros e de festejar os defeitos deles". William Hazlitt, Do Prazer de Odiar (1826)

Eles não atacaram Adams, simplesmente, exigindo que os jornais parasse de publicar seus quadrinhos, mas dispararam a bala mais cruel: transformaram-no em piada. (sobre uma campanha de ridiculizar o Scott Adams, criador do Dilbert, que publicou um texto polêmico sobre sexo em 2011 que foi identificado como inapropriado

"É preciso levar as conjecturas de alguém muito a sério par queimar alguém vivo por elas". Montaigne.

O sociólogo Geraldo Cromer observou certa vez que o declínio das execuções públicas coincidiu quase exatamente dom a ascensão dos jornais para as massas. Oscar Wille disse melhor: "Antigamente os homens tinham a tortura. Hoje eles têm a imprensa"
Esses atos de destruição ritualizada são conhecidos pelos antropólogos como "cerimônias de degradação".

O filósofo Alain de Botton certa vez apontou que as tragédias gregas, embora fossem a diversão popular de sua época, tinham um objetivo. Apesar de serem vulgares, devassas, frequentemente violentas, elas ensinavam o público a refletir sobre como uma infelicidade poderia desabar sobre ele, e a tirar lições dos erros dos outros. Podia se aprender com as tragédias. Mas as notícias do século 21, com seu léxico de pervertidos e esquisitões, fracassos e fracassados, situa-se em uma extremidade do espectro, e a tragédia está no outro extremo. Não há nada a aprender com a trágica ascensão e queda das figuras públicas que vemos nos blogs. Essa não e sua função. a degradação dessas pessoas é um mero espetáculo que os blogs usam para sublimar as ansiedades gerais de seus leitores. Eles querem nos fazer sentir melhor machucando os outros; enfatizando que as pessoas a respeito das quais lemos são aberrações, enquanto nós somos normais.

"O impostor, o charlatão, o patriota fanático e o terrorista podem florescer onde o público é privado do acesso independente à informação. Mas quando toda a notícia é de segunda mão, quando todo testemunho é incerto, as pessoas param e responder às verdades e respondem simplesmente a opiniões. O ambiente em que elas agem não é mais o da realidade, mas o pseudoambiente de relatos, boatos e suposições. Toda a referência de pensamento vem a ser o que alguém afirma, não o que realmente é". Walter Lippman, Liberty and the News.

Somente o inesperado vira notícia. Esse pensamento vem de Robert Park, primeiro sociólogo a estudar os jornais. Porque finalmente a notícia é sempre o que Charles Dana descreveu como sendo algo que faz as pessoas falarem. Nick Denton disse a mesma coisa a seus jornalistas quase cem anos depois: a função do jornalismo é fornecer surpresa. Notícia só é notícia quando se afastas da rotina da vida cotidiana.




site: http://www.ryanholiday.net/
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Thiago 15/10/2014

A verdade sobre o jornalismo 2.0
O autor explica com um realismo perverso a verdade sobre a nova era do jornalismo digital: a prioridade é a velocidade; os fatos podem ficar para depois.

Holiday mostra como os maiores blogs de notícias do mundo manipulam os leitores e como estes se deixam ser manipulados. Ele desconstrói como as notícias são feitas - sem checagem de fatos, visando somente cliques. A verdade é uma coadjuvante inconveniente (isso quando está presente) no caminho dos textos polêmicos cujo único objetivo é gerar tráfego e, consequentemente, dinheiro para os sites, via publicidade.

É constrangedor percebermos como somos parte desse meio absurdo. Consumimos esse lixo manipulado e mantemos a máquina que o produz. Ao mesmo tempo, não só nos alimentamos desse lixo como o compartilhamos.

Uma análise crítica brilhante da mídia moderna. Cuidado: a internet terá um gostinho azedo depois da leitura.
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Paulo 02/07/2016

Definitivamente merece ser lido
Se você se interessa pelo tema jornalismo e mídias sociais, definitivamente você DEVE ler este livro. Ele disseca as motivações e as consequencias por trás das notícias veiculadas por blogs, sites, jornais e canais de televisão. O autor desenvolve seus argumentos com o auxílio de vários casos reais, alguns deles tendo ele mesmo como manipulador midiático.
Sendo um livro extremamente didático ao expor o atual problema da mídia interativa, permitindo que até um leigo como eu entendesse, acaba sendo cansativo em alguns momentos ao argumentar reiteradamente sobre pontos que o leitor já foi convencido.
Fácil leitura, capítulos curtos lembrando artigos na internet, o livro mostra à exaustão toda a desinformação que nos entregada em troca do nosso tempo, que é vendido para as empresas anunciantes.
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Pedro Igor 23/01/2018

Mostra as maquinações e os modelos de negócios sujos dos grandes blogs e portais da internet.
Descreve como funciona a máquina de blogs e portais de notícias que vivem da proliferação de boatos e mentiras na internet. Adotando a lógica de "fale bem, fale mal, mas fale!". Mostra como notícias falsas rapidamente se proliferam na rede como ervas daninhas. Mostrando que toda lógica do negócio é simples: notícias bombásticas (geralmente mentirosas ou manipuladas) atraem visitas, quanto mais visitas à página/notícia, maior o faturamento com anúncios.

O autor consegue abordar o tema com muita propriedade e dissecar com maestria, causando uma sensação de nojo com esses portais de notícias e blogs. O autor não usa de conspiração e se você pesquisar um pouco além, em outras fontes, verá que é assim que as coisas funcionam na até o momento na era digital. Você aprende a ser mais seletivo e não ser manipulado facilmente pela mídia.

Essencial para qualquer usuário da internet.
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Ricardo.Brito 08/04/2018

Acredite eu quero tráfego
O Livro mostra como os blogs e os outros veículos de comunicações mentem, manipulam e desinformam com o objetivo de conseguir visualização e tráfego. Conceitos como economia de link, delegação de confiança seram destrinchados no livro e a partir deles poderemos observar todo o aparato e as técnicas utilizadas por esses manipuladores, que conseguem mudar a realidade dos fatos e também formar opiniões contrárias à esse realidade.Livro interessantíssimo para profissionais de TI.
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Diego 17/09/2018

Você está sendo enganado. O tempo inteiro.
Holiday confessa suas manipulações sujas e como isso ajudou seus clientes a ganharem dinheiro. Mas quando você acha que o livro ficará num grande "diário de um FDP" ou tutorial de imprensa marrom, Holiday expande sua visão para as vísceras de todo o sistema de bloques e da caça irracional aos cliques. Ele conduz você para uma altura suficiente onde pode ver o monstro e então compreender o perigo.

A viagem não deixa de ser nauseante. E é. Mas no final você estará imunizado.

Não há como fugir do monstro criado por blogueiros antiéticos, despreparados, alucinados e ambiciosos. Nem dos editores irresponsáveis que matam o verdadeiro jornalismo. Nossa única opção é saber como funciona o jogo (e não sermos a bucha de canhão dele).

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Samuel1081 21/01/2019

A mídia americana foi exposta
Achei o livro bem mediano, mas é interessante para você descobrir que a maior fonte de inspiração e informação no Brasil, é uma mídia facilmente manipulável.
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Rodrigo.Romanus 04/04/2019

Gostei, mas esperava mais
Como acreditar em um autor que no próprio título afirma que está mentindo? Quem garante que ele mudou o seu comportamento? Que esse livro não é apenas mais uma forma de manipulação? Fiquei um pouco frustrado com os exemplos utilizados, muito voltado ao público norte americano. Achei um pouco cansativo, repetitivo. Vale pela reflexão de que vivemos em meio a mentira. Esperava mais da obra mas não é ruim.
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Rayanne.Correia 17/04/2024

Repetitivo
Apesar de ser um livro muito informativo e abrir os olhos dos leitores pra várias questões relacionadas a mídia, que pessoas fora desse meio não têm conhecimento, eu achei bem repetitivo. Todos os assuntos que ele aborda poderiam ter sido desenvolvidos em 80/100 páginas tranquilamente.
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Gizele 21/06/2019

O funcionamento deturpado da mídia
No momento atual de fake news, Ryan vem mostrar como elas (e nossas "notícias" diárias) surgem, se espalham, enganam e difamam, disfarçadas de informações e fatos úteis verdadeiros. Tudo por uma corrida de cliques e visualizações que geram dinheiro.
É assustador e dá nojo.

"Temos de lembrar: não existe caminho fácil."
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