Mari 23/01/2019
Muito interessante!
A obra “Sócrates e Xantipa” é uma ficção histórica, na qual o autor faz uma mistura entre a realidade e os fatos conhecidos do período em questão, e ficção. A obra começa com o surpreendente pedido de casamento de Sócrates à Xantipa, uma mulher que nem de longe se destacava na sociedade – não possuía a beleza necessária para a fama em Atenas. A partir do casamento das duas figuras interessantíssimas, o livro gira em torno dos dilemas políticos e também amorosos com os quais Sócrates tivera de lidar, principalmente no que diz respeito a Alcibíades, um de seus ‘alunos’.
Um dos principais tópicos do livro é o assassinato de um jovem na cidade. A situação coloca em evidência a curiosidade, os dotes investigativos e a audácia de Xantipa – que, segundo relatos, era temida pelo marido. Xantipa é uma personagem muito interessante; apesar de não saber ler ou escrever, possui uma intuição invejável e também uma incontinência de opiniões que chega a ser engraçada. Em diversas passagens, aparece vociferando o quanto odeia Atenas e “os homens de Atenas”, por serem, em sua visão, absurdamente injustos.
Quando o crime é solucionado, colocam-se em questão outros problemas, essencialmente políticos, cuja descrição é extremamente fiel aos fatos históricos que conhecemos. Nisso, destaca-se Sócrates, sua relação com os estrategos de Atenas, sua fama de ser “o homem mais sábio da Grécia” e até mesmo sua condenação. Aspectos da personalidade de Sócrates também são muito bem desenvolvidos pelo autor.
É uma leitura leve e divertida, que também pode ser didática para aqueles que, como eu, gostam de aprender e se deliciar com fatos históricos.
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