Geovana 06/05/2023
Realismo em ação
Li o conto por ter sido mencionado na minha aula de literatura portuguesa do séc 19, em que o professor visa propor uma comparação dos contos do Machado com os contos do Eça de Queiros, como o “No moinho”. Machado e Eça representam o realismo, sendo Machado no Brasil e Eça em Portugal.
O conto apresenta o encontro de uma senhora casada e um jovem hospedado em sua casa, perto da meia noite, em que o rapaz esperava o horário para sair e ir a Missa do Galo. A senhora apresenta uma situação peculiar de, apesar de ser bem apessoada e simpática, era tolerante com as traições regulares do marido. Uma vez por semana ele dizia ir ao teatro.
Nesse encontro dos dois na sala de estar, a senhora se mostra empolgada e parece flertar com ele, meio que cogitando a possibilidade de dar o troco no marido ou não. No entanto, próximo ao fim do conto, ela resigna-se ao lembrar de sua vida como dona de casa (e não da paixão pelo marido) e decide ir dormir. É possível ver os traços do realismo ao questionar o papel da mulher no casamento, o adultério feminino, a falta de amparo masculino como maridos, etc. Dá para perceber que a vivacidade dela foi apagada pela resignação do papel do casamento (com a pessoa errada, claro).