O Cavaleiro Fantasma

O Cavaleiro Fantasma Cornelia Maria Funke




Resenhas - O Cavaleiro Fantasma


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Renata 05/04/2013

Minha Opinião
Jon Whitcroft é um garotinho de 11 anos que foi mandado pela mãe para o internato. Seria motivo de orgulho se ele não tivesse praticamente sido expulso de casa, por sua mãe que não agüentava mais as coisas que Jon aprontava por puro ciúme de Barba, o namorado dela.

Mas as coisas ficariam muito pior em Salisbury, Jon não imagina que lá seria perseguido por fantasmas horripilantes e que tiraram o seu sono desde a primeira noite. Eis que ele conhece Ella, uma garotinha, neta de uma senhora peculiar, Zelda, que cria sapos, muitos sapos, e faz passeios turísticos pelas igrejas locias, mas não são passeios comuns, são visitas guiadas sobre fantasmas. E é através de Ella que Jon tem conhecimento de Sir William Longspee, a quem é atribuída alcunha de cuidar dos fracos e indefesos.

”Mas, se eu me esforçar, surgem algumas imagens imprecisas: o portão do casarão velho onde os alunos do internato ficavam alojados (“Construído em 1565, Jon!” “Imagina, Edward, foi em 1594, e o prédio anexo onde ele vai dormir é de 1920″), corredores estreitos, quartos com um cheiro estranho, vozes estranhas, rostos estranhos, comida com tanto gosto de saudade de casa que eu mal conseguir engolir…” (p.13)

Os acontecimentos vêm como uma enxurrada que trás tudo o que tem pra acontecer sem arrodeio. A narrativa da Cornelia é simplesmente reta, limpa e envolvente! Apesar de ser um livro rápido, com poucas páginas, os personagens são muito bem construídos e faz a gente se apegar a eles, temer juntos e rir bastante. Vi meu filho, que completa 11 anos agora, no personagem de Jon, o ciúme da mãe (coisa da idade), as peraltices, os medos. Jon tem dois colegas de quarto que são muito legais.

É um infanto-juvenil de ótima qualidade, e certamente vai mexer com a criançada, quando o livro terminou, eu fiquei órfão de Jon, Ella e Zelda, a rainha dos sapos. Todo o cenário do livro é real, as catedrais, o internato os personagens fantasmagóricos também existiram e inclusive, segundo a autora, alguns personagens “vivos” são inspirados em pessoas que ela conhece. A história é contada por Jon, como se estivesse contando um caso passado muito tempo atrás, sabe o tio mais velho que conta história de terror pra assustar os sobrinhos mais novos? Muito bom!

“‘O que você vê nos cavaleiros, Jon?”, minha mãe costumava me perguntar quando eu era criança e, dos cinco aos nove anos, não aceitava usar nenhuma outra fantasia no Halloween. Pois é, o que? Talvez eles nos fazem acreditar que é possível acabar com o mal do mundo com uma armadura e uma espada.” (p.116)

Eu amei a história que tem começo, meio e fim muito bem amarrados. É o primeiro livro da autora que eu leio, já passei o livro para o meu sobrinho e o livro tem a fórmula pra encantar a criançada, rápida, sem firulas e fala de coisas que nessa fase, eles entendem muito bem, peraltices, mistérios, amizade e até paquera. Muito bom!
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naniedias 29/03/2013

[Review in portuguese]


O Cavaleiro Fantasma, de Cornelia Funke
Seguinte - 157 páginas
Como cuidar de fantasmas que querem te matar?
Se tornando o escudeiro de um cavaleiro fantasma!


Título: O Cavaleiro Fantasma
Título Original: Geister Ritter
Autor: Cornelia Funke
Tradutor: Laura Rivas Gagliardi
Editora: Seguinte
ISBN: 978-85-65765-10-7
Ano da Edição: 2013
Ano Original de Lançamento: 2011
Nº de Páginas: 157
Comprar Online: Amazon / Cultura / Saraiva


Sinopse:
Jon detesta o Barba - o novo namorado de sua mãe - e tem certeza que há um dedo dele na ideia de mandá-lo para um internato!
Claro que Jon não queria ir, mas também é claro que não iria pedir para ficar, embora pretendesse fazer com que todos soubessem exatamente o quanto estava chateado com a mudança de escola.

O que ele não poderia imaginar é que as coisas tomariam um rumo impensável. Um bando de fantasmas começam a assombrar a vida de Jon - eles querem matá-lo!
Felizmente, com a ajuda de sua mais nova amiga - Ella - ele descobre como enfrentar os perigosos seres de outro mundo: clamando pela ajuda de Sir William Longspee, o cavaleiro fantasma.


O que eu achei do livro:
Excelente!

Só pela sinopse a aventura já parece divertida, não é? E por mais incrível que possa parecer, garanto, ela é ainda mais bacana.

Desde que li Coração de Tinta, me apaixonei pela Cornelia Funke e a cada livro que leio da autora essa paixão só aumenta. A mulher é uma maga da escrita. Ela não apenas é tremendamente criativa, como tem uma narrativa deliciosa, que embala os leitores em suas histórias e os envolve em suas tramas de forma inescapável, além de ter uma capacidade incrível de criar personagens apaixonantes.

Em O Cavaleiro Fantasma a autora uniu realidade e ficção de forma que me impressionou - porque não deixou o livro pesado, nem com tom de "livro de escola" nem nada do tipo - a aventura continuou deliciosa, embora tenha algum fundo histórico por trás.
Não, o livro não é um histórico, mas se passa em um lugar real e os seus fantasmas são baseados em figuras histórias da Inglaterra. No final, há uma nota da autora explicando de onde tirou sua ideia e logo em seguida um pequeno glossário que fala rapidamente quem é cada uma das personalidades que participaram da trama ou cujo nome tenha sido citado (o glossário também explica alguns dos termos que a autora utiliza).

O livro é bem curtinho e acaba rápido demais, o que é uma pena porque deixa aquele gostinho de quero mais.
A narrativa é em primeira pessoa, na visão de um Jon mais velho, e a leitura é super fluída e gostosa.
Aliás, falando de Jon é importante mencionar o quanto gostei dos personagens criados por Cornelia Funke. Jon é um típico garoto de onze anos que age como tal. Além dele ainda encontramos adultos-super-protetores (como os Popplewell), adultos-malucos (como Bonapart e Zelda), adultos-que-pareciam-chatos-mas-não-são (esse eu vou deixar você descobrir quem é), além de vilões, amigos, uma donzela que é capaz de cuidar de si mesma. Tudo o que eu poderia pedir em uma aventura infanto-juvenil e ainda um pouco mais.

A edição da Seguinte ficou boa, mas deixou a desejar.
A capa é simplesmente linda demais - eu me apaixonei. Também gostei do fato da letra ser bem grande, o que facilita a leitura e a deixa mais agradável, principalmente para os leitores mais jovens - que são justamente o público-alvo do livro.
Entretanto, há um problema que não costumo encontrar nos livros dessa editora (que é um selo da Companhia das Letras): a tradução/revisão deixou a desejar. São pequenos errinhos, mas que me incomodaram e me deixaram preocupada justamente por isso ser incomum em livros da editora - espero que tenha sido um fato isolado.

O livro é voltado para o público infanto-juvenil, mas irá encantar crianças e adultos igualmente. Uma aventura leve, extremamente divertida e agradável, O Cavaleiro Fantasma é indicado para todas as idades.


Nota: 10


Leia mais resenhas no blog Nanie's World: www.naniesworld.com
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tiagoodesouza 23/03/2013

O Cavaleiro Fantasma | @blogocapitulo
A resenha de hoje é de um livro que me deu uma sopro de ar fresco depois de uma leitura bem cansativa. Eu não esperava gostar o tanto que eu gostei do livro. Pulem para a resenha e corram para ler o livro!

Jon Whitcroft é um garoto de 11 anos que mora com a mãe e duas irmãs mais novas. Seu pai faleceu quando ele tinha 4 anos e, desde então, Jon é o único homem da casa, muito querido pela mãe e o herói das irmãs. Quando Barba, ou Matthew, começa a fazer parte de seu dia a dia, Jon vê seu reino ameaçado. A mãe passou a sair com o cara ao invés de se sentar com Jon para assistir tevê, as irmãs desenhavam corações para Barba e até o cachorro preferia brincar com o novo morador da casa.

Jon tentou armar várias coisas para expulsar Barba de casa, como sumir com as chaves que a mãe lhe dera e obrigar a irmã a colocar mingau nos sapatos dele. Mas quem acabou sendo "expulso" de casa e colocado num trem, a caminho de um internato em Salisbury, foi o próprio garoto. Lá, Jon passa a dividir o quarto com dois garotos que tentam fazê-lo se sentir bem, mas Jon é resoluto em ficar exilado e infeliz. Alguns dias depois de sua chegada à cidade, no meio da noite, é que Jon percebe que a saudade de casa é a última coisa com que deveria se preocupar. Três cavaleiros fantasmas que ninguém mais consegue ver aparecem na janela de seu quarto e parecem muito determinados a feri-lo.

(…) Obviamente o mundo era um lugar muito mais inquietante do que eu imaginava. Até aquele momento, acreditava que o pior que poderia acontecer a alguém nesta terra era encontrar dentistas barbudos.
Página 31.

É com essa premissa que a história começa a se desenvolver. Apesar de rejeitar a amizade de Angus e Stuart, seus colegas de quarto, Jon fica fascinado por Ella Littlejohn que acredita na história do garoto sobre os cavaleiros fantasmas. Ella convence o garoto a conversar com sua avó Zelda, que tem 75 anos e faz visitas guiadas sobre fantasmas. Lendo um dos vários fichários de Zelda, Jon descobre que o líder dos cavaleiros, Lorde Stourton, e seus criados foram enforcado há centenas de anos em praça pública acusados dos assassinatos de William e Jon Hartgill.

Tá, aí vocês devem estar me perguntando: aonde que entra o tal cavaleiro fantasma que dá título ao livro? É aí que entra um dos personagens que eu mais gostei da história. William Longspee era um cavaleiro que fez muitas coisas ruins quando vivo, mas fez uma promessa para purificar a sua alma ficando ao lado dos inocentes contra os desumanos, dos fracos contra os fortes. Mas acabou morrendo e supostamente continua tentando cumprir sua promessa sempre que alguém o chama pedindo por ajuda.

Acho que todos nós temos algum herói, fictício ou não, em que nos espelhamos como figura de tudo o que existe de bom e queremos lutar para ser. Nós nunca imaginamos que essa pessoa possa ter um lado sombrio, até que alguém vem e coloca dúvidas na nossa cabeça. A admiração que sentimos pela pessoa enfraquece e temos medo do que vamos ouvir se nos atrevermos a perguntar diretamente a ela se as coisas que ouvimos são reais. Há essa passagem em que a honestidade do Cavaleiro Fantasma é posta em dúvida e aquela figura masculina perfeita que Jon tem para se espelhar ganha algumas rachaduras. Mas é graças a essa admiração por seu herói que Jon tem seu crescimento desenvolvido de forma sutil.

A capa do livro é linda, com vários detalhes prateados formando o desenho do Cavaleiro. O papel é pólen, de uma gramatura mais grossa que o comum e a fonte tem um tamanho ótimo. Encontrei uns poucos erros de revisão - gênero trocado e letra faltando - que não atrapalharam a leitura.

É uma livro prazeroso que me envolveu do começo ao fim, me surpreendendo muito. Eu confesso que estava um pouco receoso com a leitura, mas li O Cavaleiro Fantasma praticamente em um dia e são poucos os livros que eu consigo começar e terminar em menos de 24 horas.

Super recomendo. Leiam!

(…) - Apenas o sono proporciona esquecimento quando as sombras de sua vida o perseguem e você sente falta de quem ama.
Página 51.
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