spoiler visualizareverlod 03/05/2013
Humano, demasiado humano
Atenção: esta resenha conta o final da peça.
Esta é uma peça apaixonante pelo conteúdo transbordante de humanidade presente em seus atos. A paixão que destrói os obstáculos e ignora os lanços tradicionais, sanguíneos, familiares.
O soco e o pedido de desculpa num mesmo ato. A ofensa por intolerância e incompreensão, por não saber fazer de outro jeito. O desejo que leva ao cemitério, que é mesquinho e busca apenas sua satisfação. Tudo isso é humano, demasiado humano, apresentando-se sem disfarces ou meias palavras, sem a interferência de um narrador.
As últimas palavras da nobre decadente: "I have always depended on the kindness of strangers", quando sua única parente viva, irmã, deixa que seja levada para um hospício.
Não há bondosos ou malvados, não há julgamentos expressos, cabe ao leitor esta tarefa árdua ou talvez a conclusão mais justa: somos todos culpados e inocentes...