Vander0 06/09/2024
Da próxima vez, Baldwin precisa nascer fora dos EUA
O livro é belíssimo porque é o Baldwin, que é um escritor absurdo, brilhante! O primeiro texto, a carta ao sobrinho, é perfeito, íntimo, emocionante. O texto sobre religião, é genial na escrita, nos relatos, na história de vida do autor, tem ecos de Frantz Fanon e Nietzsche, enfim, é uma aula (em forma e conteúdo). Só derrapa em uma coisa: mesmo sendo um homem negro e gay, Baldwin é estadunidense, e isso é inexorável! É por isso que ele diz coisas como: "os EUA são a única nação com o poder para tornar as revoluções reais, com o mínimo possível de danos humanos" e "o negro americano [sic] é uma criação única". Tem também uma pegada mais pacifista com relação às tensões raciais que eu discordo, dizendo que "o amor é mais importante que a raça" e "aquele que não sofre nunca poderá crescer", mas aí é a ideia dele e tá tudo bem (mesmo q eu prefira uma coisa mais Malcolm X ou Djonga hehe). A parte as críticas, o livro é fantástico, vale cada página.