Cidadania um Projeto em Construção

Cidadania um Projeto em Construção Lilia Moritz Schwarcz
André Botelho




Resenhas - Cidadania um Projeto em Construção


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Fabio Coronel 30/03/2024

Peca na organização dos capítulos
Tema importante e relativamente bem trabalhado pelo livro. O conceito central também convence e provoca boas reflexões, uma vez que a cidadania não é apenas um projeto em construção, mas, enquanto terminologia, pode ser historicamente analisada, o que significa concluir que a ideia de cidadania também está em movimento e depende de contextos, subjetividades e visões plurais para se realizar. O ponto fraco do livro, a meu ver, está na conexão entre os capítulos. O senso de unidade não está evidente, o que faz parecer que os temas, abordagens e reflexões foram escolhidas arbitrariamente para compor uma mesma obra, embora todos esses subtópicos expressem algo da discussão maior, que é sobre cidadania. O texto de Lilia encanta no primeiro momento. Sua segunda aparição nem tanto.
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Bruna 15/02/2024

Não é uma resenha.
É um breve comentário... É o primeiro livro que leio organizado, com texto, da Lilia. Confesso que gosto muito dela, acho ela uma importante historiadora e antropóloga da contemporaneidade. Gostei muito do texto dela e do André, que introduz o que é cidadania com base em ótimas referências, incluindo o livro do José Murilo de Carvalho, sobre a cidadania no Brasil. Os próximos artigos seguem abordando aspectos que perpassam a cidadania e a democracia como se entende na atualidade. Chamo atenção, também, para o artigo de Luiz Eduardo Soares sobre segurança pública, que nos permite refletir sobre a segurança relacionando-a a liberdade, confiança, inexistência de medo e de violência e de "expectativas positivas a respeito das interações sociais [...]".Para finalizar, o livro é um ótimo ponto de partida para os estudos sobre cidadania, visto as ótimas referências apresentadas em cada artigo.
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psraissafreire 21/12/2022

Fala sobre aspectos importantes
Debate diversos âmbitos que são necessários para o bem da cidadania, além de discutir fatos sociais com uma linguagem bem acessível. Meu professor de Sociologia que me recomendou.
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I am a crazy person 22/12/2020

Esse livro foi uma necessidade para avaliar o contexto social em que vivemos, assim como para a elaboração de produções, análises. Eu poderia dizer que tudo está resumido e não estaria mentido. Não é uma leitura simples, mas vale a pena.
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kaiê ê ê 12/03/2020

Apesar de abordar temas complexos, senti que alguns ficaram apenas em números e não tiveram análises mais profundas
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Guaranádoamazonasémassa 22/02/2019

O livro não é do tipo que eu chamaria de introdutório pelo seu conteúdo, mas ele é muito rico no âmbito fundamentação teórica. A cada final de capítulo é posto a bibliografia dos textos, o que, particularmente, me enche os olhos. Afinal de contas nada como uma obra bem fundamentada. Em tempos de fake news devemos policiar o que consumimos. Além disso, gostei de como foi costurado o conteúdo do livro. O modo como os organizadores inseriram uma ideia de cidadania - sua amplitude - e em seguida seu lugar em diferentes contextos que vão de desigualdade e diversidade à Homossexualidade, Amazônia, Segurança pública e outros.
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Arsenio Meira 13/08/2013

Uma questão de Justiça


Existem algumas perguntas que necessitam de respostas urgentes.

O rumo à tolerância e ao respeito às diferenças – com a mudança progressiva das mentalidades e da legislação – ou um caminho de avanços e recuos que, na prática, tem aprofundado o preconceito e a desigualdade entre os brasileiros? Para onde caminha o sentido de cidadania no nosso país?

Difícil é responder com exatidão a essas indagações.

O exercício, porém, pode nos ajudar a encarar o problema de frente. Sem as máscaras que as propagandas de todo tipo (política, governamental, de consumo, religiosa) e o entretenimento nos impõem. Sem nos deixar levar também por aqueles que interditam o debate. Para quem o silêncio é a forma mais sofisticada de defender privilégios.

Pequenas pílulas de reflexão podem ser encontradas no livro "Cidadania, um Projeto em Construção – Minorias, Justiça e Direitos", publicado pelo selo Claro Enigma, do grupo editorial Companhia das Letras.

Organizada pelos cientistas sociais André Botelho e Lilia Moritz Schwarcz, a publicação traz 11 artigos sobre justiça, religião, racismo, segurança pública, política de gênero, homossexualidade e povos tradicionais da Amazônia, entre outros temas.

A gênese da ideia moderna de cidadania, nos explicam os organizadores do livro, surgiu com a noção de “direitos dos homens”. Nasce com o conceito de jusnaturalismo. “O Estado de Natureza aparece então como condição da liberdade individual dos homens; uma condição de certa maneira precedente à formação da comunidade política”.

Ser livre, ter direito à liberdade, não dependia mais do fato de pertencer a uma determinada casta ou comunidade. Pelo contrário, essa condição a precedia e até condicionava. A modernidade é fundada na ideia de indivíduo como sujeito jurídico e existencial cuja identidade se sobrepõe ao coletivo.

Essa concepção nasceu no século XVII, mas se aprofundou no século XVIII com a Revolução Francesa: “… os homens nascem e permanecem livres e iguais em seus direitos”.

Da igualdade nos direitos naturais derivava-se não só a liberdade, mas também a possibilidade de questionar a desigualdade, seja entre indivíduos seja entre grupos, de definir a organização social e de resistir à arbitrariedade.

Se a individualidade ganha um caráter natural, toda desigualdade passa a ser entendida como resultado do arranjo social, portanto, passível de contestação e sujeita à intervenção.

Dito assim diretamente, e em tão poucos parágrafos, talvez os conceitos de indivíduo e de direito à resistência - e porque não dizer direito à revolução -pareçam coisa menor ou até óbvias. Não são. Estavam em xeque no século XVIII como estão agora. Claro que em outros patamares.

A opressão às vezes se materializa até na nossa incapacidade de refletir sobre a realidade, naturalizando e justificando a vilania. O mundo certamente não é plano.

Depois da Segunda Guerra Mundial ficou claro para muita gente que a enorme desigualdade social e econômica entre os indivíduos e nações tinha potencial de abalar o conceito de igualdade fundamentado nas leis e, por conseguinte, de comprometer a paz política e social.

Outras correntes de pensamento colocaram em xeque a capacidade do livre mercado de por si só reduzir as desigualdades. Ao contrário, viam na mão invisível do mercado um ponto de agravamento dessa condição.

À noção de lei para todos é incorporada a ideia de que os desiguais devem ser tratados de forma desigual. A ortodoxia liberal é superada por uma agenda de políticas afirmativas que tem por finalidade pagar dívidas históricas com grupos sociais específicos.

Essas políticas partem do pressuposto de que cabe ao Poder Público agir diretamente sobre a realidade social para reduzir a desigualdade.

Se, por um lado, os direitos civis e políticos se beneficiam de um Estado não invasivo, que não cerceie os espaços de atuação individual; os direitos sociais requerem um Estado atuante, que reconheça a exclusão e promova políticas públicas distributivas e garantidoras do acesso aos bens coletivos.

Hoje, a noção de direitos vai se aprofundando e passa do olhar sobre o indivíduo para o enfoque (vital) sobre grupos (minorias), vulneráveis ao tormento de concepções pré-concebidas, estéreis e baseada em distorções.

Os artigos de "Cidadania, um Projeto em Construção" exploram o olhar crítico sobre a realidade brasileira: o declínio das manifestações religiosas afrodescendentes, o racismo privado, escondido sob o manto da democracia racial; o entendimento de que segurança pública não é simplesmente caso de polícia; as relações conflitantes entre o movimento LGBT e o Estado, que teima, por exemplo, em não seguir o caminho laico, e ofende ate mesmo o mais idiota dos idiotas ao permitir que um individuo homofóbico como Feliciano esteja à frente da comissão legislativa responsável pelos "direitos humanos"; e o avanço do mundo do capital sobre as populações tradicionais da Amazônia.

A agenda da cidadania tem, por sua própria natureza, que desafiar os poderes constituídos, uma agenda de tensões, mas sobretudo de diálogo e convencimento.
Edival.Barroso 23/10/2020minha estante
Lendo este livro, é como se os autores estivessem nos mostrando que nossa "cidadania", está sendo achatada, esmagada, na atual conjuntura. É preciso que façamos algo urgentemente ou o nosso próprio (des)governo, acabará com as minorias, sob a afirmativa que não se pode vitimizar o negro, o indígena, os pobres de maneira geral.




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