Maria - Blog Pétalas de Liberdade 25/10/2016Resenha para o blog Pétalas de LiberdadeSobre a história: o poema traz um narrador que perdeu sua amada, e numa noite ouve barulhos parecidos com batidas na porta, mas quando abre a porta, só vê a escuridão da noite. O barulho persiste até que ele percebe que sua origem é na janela, e vai abri-la, sendo surpreendido por um corvo, o dono das batidas, que entra pela janela aberta.
Até aí, tudo bem, mas talvez vocês saibam que corvos são animais considerados inteligentes, capazes de aprender a realizar algumas tarefas, entre elas, "falar" como um papagaio. Então, eis que o narrador começa a conversar com o corvo, mas parece que aquela ave só sabe dizer uma frase: "Nunca mais!". E o diálogo acaba não seguindo o rumo que o narrador gostaria.
Já mencionei certa vez que admiro muito quem consegue juntar a narração de uma história com a criação de versos e de poesia, e só por isso "O Corvo" já me agradou. E com uma premissa interessante, o que tive foi uma leitura rápida mas marcante.
A edição traz duas traduções: a de Machado de Assis (escritor brasileiro que viveu entre 1839 e 1908), que me pareceu usar um vocabulário mais rebuscado ao traduzir, mas também usou alguns termos mais interessantes; e a segunda versão que foi feita pelo poeta português Fernando Pessoa ( 1888 - 1935) que me passou a impressão de proporcionar uma leitura mais fluida, o que pode ter ocorrido por eu já estar familiarizada com a historia.
Após "O Corvo" em sua edição original e com as duas traduções, há um artigo de Charles Baudelaire (tradutor das obras de Poe e "um dos principais divulgadores de sua obra na Europa"), que fala um pouco sobre o escritor, desde a aparência e o formato de sua cabeça, tão reproduzida em ilustrações, até sobre aspectos de suas obras, e por estar participando do "12 meses de Poe", foi possível concordar com várias partes do que Charles Baudelaire diz, além de ir identificando os contos a que ele estava se referindo ao longo da leitura do artigo.
Além disso e de ilustrações bem interessantes feitas por ilustrações de Édouard Manet, há mais alguns extras que não vou comentar para não tirar a graça para quem ainda vai ler. É uma ótima edição, com uma capa super bonita, diagramação com letras, margens e espaçamento de bom tamanho (aspecto que pode variar dependendo do dispositivo em que se está lendo) e uma boa revisão.
E é isso! Fica a minha recomendação de leitura para quem é fã do autor e para quem ainda não leu nada dele mas quer conhecer sua escrita (uma dica: leia o poema mais de uma vez, ficará mais fácil captar detalhes e aproveitar a leitura).
site:
http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2016/10/resenha-o-corvo-edgar-allan-poe.html