Laís 29/06/2021Geração perdidaAnthony e Gloria formam um jovem, rico e bem-sucedido casal da Nova York dos anos 1910. Sonhadores, os dois se cercam de amigos e se preocupam apenas em frequentar as festas dos mais altos círculos sociais da metrópole. Para o futuro, os planos eram esbanjar a fortuna do avô do rapaz (assim que o velho morresse).
F. Scott Fitzgerald traça, em seu segundo livro, a personalidade de dois jovens que fazem parte da chamada 'geração perdida' da qual ele mesmo fez parte. Não estão perdidos apenas pelos prejuízos humanos da 1ª guerra mundial, mas também pela falta de direção em que estas pessoas estavam. Não eram apoiados, como em outras gerações de outras épocas, por ideais ou grandes planos e expectativas, e ao decorrer do livro, fica mais clara a sensação do vazio que os personagens sentem.
"Sentia-se inútil e vagamente desamparado como sempre o fora. Uma dessas personalidades que, apesar de todas as suas palavras, são inarticuladas, parecia ter herdado apenas a enorme tradição de fracasso humano — isso e o sentimento de morte."
Apesar de não ter muita ação e reviravoltas, a leitura é capaz de prender quem gosta de ler os personagens num sentido mais psicológico. Me lembrou o filme Metropolitan de Whit Stillman.