Desde que li o primeiro da série e vi que a Rocco continuaria a lançar os livros de William Joyce fiquei animada. O primeiro conquista-nos de forma singular com um conto de fadas moderno, inesquecível, criativo e belíssimo. Quando saiu o segundo não me contive e mal esperei para adquirir o meu. A série dá sequência a guerra e Joyce expande seu universo de forma espetacular, novos lugares, novos personagens, uma trama ainda mais rica e irresistível.
Katherine, Norte e Ombric continuam a busca por Breu, o rei dos pesadelos. Ombric está fascinando com o mecanismo de viagem no tempo das Lhamas Lunares e acredita que pode encontrar assim o local das relíquias que vão auxiliar na guerra contra Breu. Enquanto ele se distraí com as viagens Katherine escreve para todos que ficaram em Papoff Noelen e Norte treina com a espada que ganhou dos Lhamas. A espada é a primeira das relíquias e ele luta para compreender o funcionamento engenhoso da espada. Noite Luz faz sua rota todas as noites, vigiando cada pedacinho do mundo em busca de Breu e sempre parando a noite na Troncuda para contar as notícias a Katherine. A tranquilidade dos quatro acaba quando o alerta vem de Papoff Noelen. Breu atacou o vilarejo usando um dos feitiços que roubou que Ombric. No ataque ele sequestrou todas as crianças e levou Noite Luz. O preço do resgate das crianças são todos os livros da biblioteca, se Ombric não cumprir todas pagarão caro. O mago está desesperado, precisa salvar as crianças, mas não pode entregar os livros. Primeiro porque são poderosos demais, segundo porque a biblioteca inteira desapareceu pouco antes de Breu invadir a Troncuda. Ele precisa achar os livros enquanto Norte e Katherine partem em busca da ajuda e da aliança de um ser nada comum. O último dos Pooka sobrevivente da era do Ouro, Coelhoberto Pascoal. Um ser curioso, inteligentíssimo, que auxiliou a raça humana criando artigos interessantes, mas que não costuma interferir nas lutas alheias...
A premissa é basicamente essa e partindo do ponto onde fomos deixados a trama segue com a mesma narrativa rica e encantadora. William Joyce expande o universo da série nos apresentando novos personagens fascinantes. A narração dividida entre o ponto de vista dos personagens centrais da história permitiu uma imersão mais completa e viva, de ritmo constante e que torna a história impossível de largar. É bem interessante notar que mesmo sendo uma série infantil o autor já nesse segundo volume investe em um crescimento gradual da trama, tornando-a mais complexa, com elementos variados, como peças de um quebra-cabeça, que instiga a curiosidade do leitor.
O novo cenário onde a história se desenrola também se destaca, tão belo quanto, mas ainda mais criativo. Coelhoberto é um personagem ainda mais curioso que Norte, mais sábio do que todos, mas com uma personalidade excêntrica, que rendeu ótimos momentos e ótimas surpresas. Adorei a forma como ele recria o mito do coelho da páscoa sem soar clichê ou comum. É uma nova roupagem encantadora que enche os olhos tanto pela ambientação quanto pela riqueza da história. O autor entrelaça a trama central da série com a história de Coelhoberto de forma bastante eficaz e harmoniosa, deixando ainda perguntas no ar ao envolver o pooka na história pessoal de Ombric. A possibilidade de viajar no tempo permitiu ao autor apresentar sem medo o passado desse universo tão fascinante e as ações que levaram todos àquele ponto, a nova guerra com Breu. Aliás fiquei surpresa com a história de Breu. Tão triste e que me deixou cheia de curiosidade. Será? O final foi cheio de surpresas, ação e até tensão. Estou ansiosíssima pelos próximos volumes...
Leitura rápida, deliciosa e encantadora. Uma série única que veio para ficar entre os grandes clássicos infantojuvenis. A escrita de Joyce é imaginativa e audaz, seus personagens despertam a imaginação e sua história é uma aventura única. A edição da (...)
Termine o último parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/05/resenha-coelhoberto-pascoal-e-os-ovos.html