O Eterno Barnes

O Eterno Barnes Salustiano Luiz de Souza




Resenhas - O Eterno Barnes


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Mar 10/08/2018

Contagiante, leitura rápida, difícil querer parar
O livro é extremamente instigante! Trata-se de um médico, Barnes, que está em fase terminal de uma doença. Já avançado em suas pesquisas, decide abandonar o tratamento (que seria apenas paliativo e não o livraria da morte) e vai em busca de transferir a si próprio (seu cérebro, suas sinapses) ao corpo de um paciente em coma. Nessa busca, o médico passa por cima de toda a moral e ética. O conflito de consciência que surge ao longo de sua trajetória não o impede de continuar seu intento. Nessa jornada de "vale-tudo" pela vida, abandona não somente seu corpo, como também seus princípios, massacrando até mesmo quem lhe dava apoio.

O autor consegue fazer elos incríveis nessa história, misturando a vida de vários outros personagens - todos com seus desfechos, sem deixar falhas na narrativa. Nela, percebemos que os personagens expressam bem as mazelas humanas: nenhum deles é perfeito e não existe, por assim dizer, um "herói". Claro que há aqueles com boas intenções, que pretendem fazer das pesquisas de Barnes um marco na história da humanidade, com a possibilidade de ajudar outros seres humanos a alcançar uma "nova" vida digna, mas nem estes estão livres de características negativas, de oportunismos típicos.

Além de um interesse ávido pelo desfecho do personagem principal e pela resolução dos crimes cometidos durante a história (que num determinado ponto se aproxima de um romance policial), a obra desperta também muitas reflexões existencialistas: conflitos da vida humana, conflitos sobre ética, moral, religião.

A linguagem empregada no livro também é um ponto de destaque, pois é leve e da bastante fluidez à leitura, sem abandonar a boa escrita.

É desses livros que só se pode ler com tempo livre, caso contrário, deixará de lado seus deveres somente pela continuidade da leitura, tamanho é o interesse que essa narrativa desperta!
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Cath´s 05/05/2014

Resenha O Eterno Barnes.
Barnes é um excelente neuro cirurgião que trabalhava em uma universidade. Nesta mesma universidade temos James, que trabalha na área das Exatas, Tatiana que "fica" com James, Bruno. chefe de departamento que fica com Tatiana e Lourdes, uma médica que fica há anos com o Barnes.
Com câncer no estomago, o doutor Barnes começa uma pesquisa em que irá transferir os dados do cérebro para um computador, e deste passar para outro cérebro, em outro corpo, assim poderia trocar de corpo, deixando o câncer e podendo viver eternamente, pois cada vez que o corpo atual adoecesse poderia se transferir.
Embora seja um livro curtinho consegue dar atenção a cada um dos personagens apresentados, tendo capítulos narrados com os pensamentos de cada um, o que está por trás das suas atitudes.
Você vai vendo até onde cada personagem pode chegar ao saber da descoberta, querendo ela para si, e achando que faria melhor proveito. Mesmo o James que deseja divulgar para o mundo não analisa os aspectos negativos dessa sua decisão.
O único ponto em que torna cansativo a leitura são as divagações dos personagens, acredito que o autor quis colocá-las para mostrar mais da essência de cada um e o que pensam, mas se torna cansativo no decorrer da leitura.
Mais do que um livro com ingredientes de ficção cientifica, temos uma obra com personagens humanos que te levam a pensar sobre o que faria no lugar deles, até onde querer viver eternamente pode te levar? Quais atitudes tomaria para alcançar esse fim?
Pessoalmente, eu não adorei nenhum personagem, são incrivelmente humanos e isso só me leva a crer que nossa especie está se tornando cruel, quando você lê um livro como esse e vê que as atitudes decorrente dessa descoberta poderia facilmente ocorrer no mundo real percebe como estamos em um caminho bem distorcido.
A capa consegue ser básica, aparentando ser baseada na imagem pintada por Michelangelo, chamada A Criação de Adão, retratando Deus criando o primeiro homem, Adão. Na capa está invertido, Deus estando na esquerda e também tem símbolos que imagino serem os citados no livro, dos dados do cérebro passados para o computador.

site: http://www.some-fantastic-books.com/2014/05/resenha-o-eterno-barnes.html
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Vanessa Vieira 22/02/2014

O Eterno Barnes_Salustiano Luiz de Souza
O livro O Eterno Barnes, do catarinense Salustiano Luiz de Souza, nos traz uma ficção científica interessante, que engloba em seu enredo até onde o ser humano é capaz de ir para idealizar os seus objetivos. Apesar da temática bem elaborada, deixou a desejar em alguns aspectos.

Doutor Barnes, um neurocirurgião de renome, está trabalhando em uma pesquisa científica que visa transformar os dados do cérebro em uma espécie de banco de armazenamento, sintetizados na forma de códigos. Com o sucesso da sua experiência, ele acaba conseguindo passar para o computador todas as características responsáveis pela memória do ser humano, como suas emoções, sentimentos, experiências e outros fatos que fizeram parte de sua vida.

Completamente envolvido pela sua descoberta, Barnes fica cada dia mais maravilhado com a heterogeneidade destes arquivos, e consequentemente, acaba tendo a ideia de copiar cérebros de um paciente para outro. Ele mantém as suas pesquisas meticulosamente escondidas, pois como está padecendo de uma grave doença, resolve inserir seus dados cerebrais em outra pessoa, jovem e sadia, alcançando, deste modo, a "eternidade". Para o seu intento, ele não mede esforços e muito menos as consequências de seus atos, sendo motivado unicamente pela ambição desenfreada.

O Eterno Barnes é um livro bem criativo e que explora uma temática original e até mesmo, inovadora, mas poderia ter sido melhor trabalhado. Achei a linguagem do livro muito técnica e isso, em alguns pontos, acabou tornando a leitura um pouco maçante e monótona. Acredito que se o autor tivesse enxugando alguns excessos de descrição do enredo e tivesse acrescentado mais diálogos entre os personagens, o resultado poderia ter sido bem melhor. Narrado em terceira pessoa, de forma bem detalhada e englobando vários termos em sua trama, tais como ciência, filosofia e religião, conhecemos uma história diferente e que mostra a ambição desenfreada do ser humano.

Barnes é o protagonista principal da trama, e o seu desejo de se tornar "Deus", por assim dizer, não tem limites. Ele é capaz de tudo para realizar o seu intento e não pestaneja por um segundo que seja em tirar do seu caminho aqueles que pretendem lhe desviar de seu objetivo. Por estar doente e saber mais do que ninguém como a vida é perecível, resolve elaborar um plano para se tornar eterno e manter seu histórico mental a salvo. Porém, por mais que tente ocultar o seu intento, ele acaba vazando, o que acaba dando margem para vários aproveitadores, que também querem uma fatia "generosa" deste bolo. É aí que vislumbramos a moral e a ética serem postas à prova, tanto pelos olhos de Barnes como pelos demais personagens secundários do enredo.

O Eterno Barnes é uma leitura bem interessante e que foge completamente dos clichês convencionais, mas poderia ter sido mais claro e desenvolvido. Creio que se o autor fosse direto ao ponto, sem floreios, e flexibilizasse a trama com mais diálogos, o resultado poderia ter sido bem melhor. A capa é bem bacana e faz alusão à obra A Criação de Adão, de Michelangelo, o que é bem conivente com o enredo e a diagramação está favorável, com poucos erros de digitação e fonte em tamanho adequado. Apesar das ressalvas, não deixo de recomendar.


site: http://www.newsnessa.com/2014/02/resenha-o-eterno-barnes-salustiano-luiz.html
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Gustavo 28/12/2013

O Eterno Barnes (Blog Leitores Compulsivos)
No livro O Eterno Barnes, somos apresentados ao Doutor Barnes, um neurocirurgião e cientista que tem o intuito de descobrir mais sobre a mente humana, o objetivo de Barnes é entender como funciona os dados da mente humana, para futuramente, conseguir decodificar estes dados e ser capaz de repassa-los para um receptor.

O Doutor Barnes prossegue com a sua pesquisa, ele conta com a ajuda de alguns cientistas pelo mundo, que não sabem qual o intuito da pesquisa de Barnes, ele mantinha sua pesquisa em segredo, pois ele sabia que ninguém iria aceitar e que o classificariam como louco. Mas o Doutor Barnes se acha louco pela vida, pela mente humana, pela eternidade, a principal causa desta pesquisa é a busca pela eternidade, o doutor Barnes acha que pode conseguir transferir os dados do seu cérebro para outro corpo, juntando assim a mente dos dois. Barnes estava a procura da eternidade, e ele passaria em cima de tudo e de todos para conseguir seu objetivo.

O Doutor se baseia na cadeia da vida, se todos matam para sobreviver, porque ele mesmo não poderia fazer o mesmo? O Doutor diz que se podemos matar animais para comermos, se podemos matar seres vivos para a nossa sobrevivência, porque ele também não poderia fazer o mesmo? Se todos nós matamos para sobreviver, ele também pode matar para sobreviver, com este intuito na cabeça, o Doutor prossegue com as suas pesquisas.

Depois de um avanço nas pesquisas, ele decide procurar uma pessoa para ser seu hospedeiro, Barnes estava mais ciente do que tudo, de que ele poderia transferir seus dados mentais para outro celebro. Barners queria se tornar imortal, ele queria se tornar único e eterno. Será que a ambição pela vida do Doutor Barnes irá assim tão longe? Se nos morremos, quer dizer que isto tem um proposito, morremos para outros poderem nascer. Barnes não enxergava isso, ele queria a todo custo burlar o racional em busca de suas realizações.


- “Somos o vinho da vida nesta vasta adega chamada universo. E o tempo, este famigerado degustador, escolhe ao acaso qual rolha vai abrir primeiro, e sempre abrirá todas.” - Pág.: 68
O livro aborta muito a vida, o aspecto da mente, dos pensamentos, da forma de viver e pensar, posso dizer que o livro tem um teor filosófico muito forte, a todo momento o autor aborta temas como Quem Somos? De onde viemos? Para onde iremos?


- “O tempo nada mais é do que um vilão que, aos poucos, nos surrupia a vida e nos engana dando a morte de presente, um pseudo amigo, constante e dolorosamente presente, que tem o dever de nos avisar da proximidade do fim. Um despertador que avisa, sempre em progressão geométrica, que do pó viemos e ao pó retornaremos.” - Pág.: 28


Outra coisa que eu percebi na forma de agir do Doutor Barnes é que ele não acredita da existência de Deus, ele acha que somos todos iguais, acha que os humanos não foram criados por um ser único que o fez como o melhor dos animais. como cientista, o Doutor Barnes acreditava que eramos como os outros animais, sem nada de especial, o ser humano era apenas um ser dentre os vários. Com certeza eu cheguei a acreditar na insanidade do doutor Barnes, e depois eu percebi que não apenas o Barnes, mas todos que ficaram sabendo da pesquisa, ficam fora de si, se tornam humanos frios e sádicos pelo poder, afinal quem nunca quis ser imortal? O problema é que as vezes a Eternidade pode custar muito caro.

- “Barnes já não tinha sentimento de culpa, suas pesquisas foram lentamente se apropriando de sua razão, de sua civilidade, e tudo passou a ser permitido em nome da ciência, que afinal se particularizou na sua busca insana. Trabalhava pela vida, mesmo que fosse pela sua vida, e isso lhe bastava. Mesmo que isso implicasse a supressão de outra vida, ou até de outras vidas. Para que alguém viva, alguém morre.” - Pág.: 92

Eu gostei deste livro, eu li ele em apenas dois dias, ele é de uma leitura leve e simples, e que te faz pensar sobre a vida e sobre o ser humano. Durante todo o livro, a autor aborta as questões psicológicas e filosóficas do poder da mente e da existência da vida. Um ótimo livro de Drama e Ficção, que te mostrará ate onde o homem é capaz de ir para chegar aos seus objetivos.


- “Todos nasceram um dia e todos estavam caminhando em direção à morte, só ele, Barnes, é que estava tentando mudar esse paradigma, não aceitava a morte, lutava contra esse estigma, queria ser eterno.” - Pág.: 102/103

- “ Gostamos de andar acima dos limites de velocidade, pilotar uma enorme motocicleta a 250 quilômetros por hora, sentir o vento gelado no rosto, desafiar o perigo a todo momento. Isto nos dá a sensação de sermos eternos, mesmo que seja por ínfimos lapsos de tempo.” - Pág.: 220

site: http://vampleitores.blogspot.com.br/2013/12/resenha-o-eterno-barnes-salustiano-luiz.html
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Albarus Andreos 18/11/2013

Um Dr. Frankenstein brasileiro
Poucas páginas de O Eterno Barnes (Editora Novo Século, 2013) foram necessárias para que eu recebesse um baque no peito: “Caraca! Estou lendo um livro escrito por um cara que sabe escrever!”, e bem demais, diga-se de passagem. Tão bem que até intimida. Salustiano Luiz de Souza, é catarinense, nascido na cidade de Itajaí, advogado e ex-professor universitário. Já se aventurou por contos e artigos antes, mas esse é seu primeiro romance publicado. Não vem de agora sua intimidade com as letras, mas não é apenas sua excelente escrita que salta aos olhos, mas também seu argumento narrativo tão bem engendrado e colado, com personagens reais e salientes, imiscuindo-se na seara da ficção científica sombria, a la Mary Shelley.

O livro é completamente consciente do seu papel; maduro, tão milimetricamente bem construído que dá inveja. É literatura mainstream, pela sua qualidade, pelos seus devaneios espirituosos e sua reflexão intensa, do início ao fim. Salustiano é um ótimo frasista, capaz de compor aberturas para livros alheios, facilmente. Tem o controle da boa narrativa, seus trejeitos e meios. Sabe impressionar, sabe criar interesse, sabe instigar e conduzir o leitor. O Eterno Barnes se aventura no fantástico quando propõe a imortalidade ao ser humano e nos instiga a descobrir como consegui-la.

Como toda FC, se apega ao jargão científico para se desenrolar, dando aquela sensação de erudição ao texto que, de repente, lança o leitor no meio de um mundo totalmente desconhecido. No caso em questão, a neurociência, além de pinceladas bem embasadas em várias outras áreas médicas. Só que Salustiano sabe como bem fazer isso. Não exagera, ou, se faz isso, em algumas ocasiões, sabe como nos jogar num contexto em que esse estranhamento faz parte de um contexto maior. Meio que entendemos, meio que sabemos do que se trata, exatamente a medida certa para nos compreendermos ignorantes, mas não no extremo de estamos lendo um texto estritamente técnico e enfadonho. É criativo quando precisa e absolutamente ciente ao manipular os clichês ao seu favor, quando quer.

E a história toda se desenrola realmente sobre um clichezão: um cientista louco à procura da imortalidade. Daí a referência anterior a Mary Shelley. No caso, ao invés de querer criar vida a partir de restos mortos, o Dr. Barnes quer perpetuar-se, tomando um corpo jovem e saudável, descartando o decrépito e doente que possui. Lembrando que no livro de Shelley, o Dr. Frankenstein consegue sucesso na sua empreitada, mas é um sucesso dúbio, parcial, já que a oferta de partes humanas para seu experimento não era da qualidade que desejaria, mas a disponível, já que toda coleta era feita ilegalmente, por debaixo dos panos, em cemitérios e morgues. Ficou aquela sensação, como a narrativa de Shelley nos mostrou, que talvez o experimento pudesse ter sido melhor, tido mais sucesso, se o protagonista tivesse à sua disposição matéria prima de melhor qualidade.

Como o doutor Victor Frankenstein o nosso, brasileiro, doutor Barnes, é inteligente, sagaz e frio o suficiente para saber que nada pode dar errado, se quiser alcançar o sucesso, mas ao mesmo tempo está desesperado para admitir pequenos desvios de trajetória. E aí a grande mancada se realizada, no bom e velho estilo Lei de Murphy. Até a metade do livro, temos um banho de realismo, um texto plausível que carrega consigo o principal ingrediente da boa literatura fantástica: credibilidade. Digo até o meio do livro, porque a partir daí este é exatamente o ingrediente que se perde.

Na primeira metade, há aqui e ali ínfimos deslizes e pontos de reflexão, que talvez pudessem ser melhor resolvidos. Por exemplo: quando Barnes entrega o notebook selado para James compilar e decifrar os dados obtidos dos impulsos cerebrais, que possibilitaram o desenrolar da trama. No texto é dito que não há qualquer possibilidade de James realizar cópias dos dados, que há lacres em todos os locais que impossibilitariam ao especialista em computação abrir o computador. Mas logo em seguida o autor mostra lá, uma entrada de cartão micro SD, na parte de trás do equipamento, algo que James não vira antes “por estar na parte de trás do notebook”. Bem... não é tão difícil assim se achar uma entrada de cartão, mesmo que pequenina. Qualquer adolescente sabe. Imaginando-se ainda que James é um especialista! Mais ou menos mudamos o conceito anterior sobre Barnes, que não é tão bom em informática para ter deixado passar uma falha assim. Estupidez demais na verdade. Ficou meio forçado.

Um pouco pior, a meu ver, é o ponto onde Barnes começa a realizar a cirurgia intracraniana em Alexandre, o paciente com morte cerebral. Onde é que ele está fazendo essa cirurgia, que deixará o paciente desacordado por vários dias? Num hospital? Mas dá para entrar num hospital e mexer na cuca de um sujeito qualquer ao bel prazer do médico? E os equipamentos e os objetos específicos que Barnes utiliza, de onde vieram se não do hospital? Dá para reunir tudo aquilo de ir utilizando sem pedir ou explicar nada para a administração ou o corpo médico de lá? Como explicar que os procedimentos internos da instituição permitam que um médico, seja ele quem for, ocupe um sala de cirurgia e realize operações inexplicáveis? Dr. Frankenstein tinha lá seu laboratório em sua casa, Barnes não.

Os personagens, na primeira metade da obra, nadam de braçada. Cada um deles colabora inegavelmente com a trama. Além de Barnes, há Lourdes, a amante, também médica, complementa a formação científica com a religiosidade exacerbada, cooptada para ajudar o médico na sua experiência. Há Tatiana, sedutora, sagaz, calculista, escalando a pirâmide social; Bruno, o médico ambicioso, inteligente, inescrupuloso. Todos perfeitamente críveis e redondos. Psicologicamente bem estruturados. Cada um, indivíduo com pensamentos próprios e objetivos bem definidos, com as nuanças de personalidade que os definem. A cada capítulo percebemos a mudança de narrador, passando de um personagem para outro, acompanhamos suas maneiras de ver os fatos, de raciocinar com suas próprias visões de mundo, suas ideias e mesquinharias.

Então chegamos a página 125. Sai o escritor Salustiano Luiz de Souza “habilidoso” e entra o aspirante Salustiano Luiz de Souza “inábil”. Até então havia O Eterno Barnes psicológico, minucioso, bem escrito e coerente, e então de um página para outra, perdemos toda a coerência e objetividade brilhantemente elaborada. Simplesmente não entendo por quê o escritor resolveu jogar areia em sua própria história, que estava indo tão bem. A partir dessa tal página, há toda uma sequência em que a coerência alcançada, toda a credibilidade conquistada, todo o bom senso que vinha norteando um excelente exemplar de boa literatura, é flagrantemente abandonado e uma batelada de fatos jogados de qualquer jeito, explicações estapafúrdias e desencontros lógicos aparecem.

Barnes, de um cientista frio e competente, meticuloso, um homem capaz, de ética própria e objetivos sombrios, de repente torna-se um aventureiro descuidado, pouco factível e contraditório com a figura que havíamos conhecido. A maneira como resolve executar seus plano contradiz e obsta todo o cuidado com que vinha atuando desde então. Chega a ser irritante a maneira como o escritor trata o episódio que deveria ser o mais importante do livro, a hora em que o Dr. Barnes, auxiliado pela amante, Lourdes, resolve fazer a transferência de seu “eu” para o corpo do paciente Alexandre. Como é que de uma hora para outra o médico resolve que “tem muito o que fazer e que vai deixar os detalhes para depois”? Desde quando isso é uma alternativa para um cientista? Desde quando é razoável que detalhes sejam relegados a um segundo plano quando se lida com as próprias chances de vida numa experiência fantástica e pouco plausível? Isso contribui para jogar a credibilidade do texto no lixo.

Um ponto bem destacado pelo autor, por exemplo, é o fato de que o cérebro, embora controle a dor em todo o corpo, não é, ele próprio, sensível a dor. As camadas, músculos e tecidos que o envolvem, sim, doem, por isso temos dor de cabeça, mas a dor não vem do cérebro. Barnes diz isso e quatro parágrafos depois expõe estar “em dúvida quanto a que anestésico usar em si próprio, já que precisava estar à frente de todo o procedimento cirúrgico e que havia alguns problemas que precisava levar em consideração, o primeiro era a dor, já que precisaria perfurar o cérebro”... Peraí, ou doi ou não doi! Não, não entendi mal. Era do cérebro mesmo que se estava tratando e não das tais camadas que o envolvem.

E Barnes, planejou tudinho, deu nó em pingo d’água para convencer Lourdes a ajudá-lo no “transplante”, porque não poderia fazer tudo sozinho, principalmente depois de transferir-se para Alexandre. Lourdes seria então responsável por “limpar” tudo. Perfeito! Mas de última hora, resolve o destino de Lourdes de uma forma totalmente inesperada, contradizendo tudo o que vinha planejando, com a intenção de não deixar “testemunhas”, que poderiam “estragar tudo”... Mas que decisão é essa? Por acaso dois corpos amontoados e um computador que se apagaria após a transferência entram como no plano? A explicação do escritor é falha até não poder mais. A credibilidade é absolutamente defenestrada. Uma pena.

Tatiana, depois de ter sido descrita como esperta e perfeitamente antenada no caráter duvidoso de Bruno, depois de James e Barnes terem empacotado, não fica nem com um tiquinho de medo de que seja Bruno a pessoa que resolveu apagar os dois? Na verdade, o próprio autor faz com que ela chegue a essa conclusão, mas passa por cima desse raciocínio perfeitamente factível, transformando a personagem numa mocinha burrinha e desmiolada que não liga lé com cré. Ela então chega a telefonar para Bruno para tirar satisfação, como se essa fosse uma atitude sensata a se fazer com um presumível assassino em série. Ela deveria ter dado no pé, não é não?

Temos a conclusão da saga do Dr. Barnes de um forma até aceitável, com implicações que elevam o status do Dr. Bruno na obra. Mas as articulações para que isso ocorra, a investigação da polícia, por exemplo, são muito ruins. Mera necessidade. Um desperdício de boas oportunidades narrativas. O livro mereceria mais umas duzentas páginas para agregar mais valor ao drama dos personagens, elevar a massa crítica e produzir melhores resultados. O Dr. Barnes, de repente é abandonado no texto, como se sua trajetória na história tivesse se resolvido, o que não acontece. Ficamos então com um livro que não agrada por seu todo, desequilibrado e falho em sua resolução de fatos. Em especial, ficou um sentimento de que tudo poderia ser melhor, mas não foi.
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Ju Zanotti 24/09/2013

Ação prejudicada pela reflexão!
Barnes é um neurocirurgião. Ele foi diagnosticado com um Câncer e ao invés de utilizar seus últimos esforços para o tratamento adequado a sua doença ele resolve que quer viver para sempre. Para isso realiza diversos estudos e descobre enfim um meio de transportar sua consciência e memória para um outro corpo utilizando processamento de dados em um computador. Ele sabe que isso exigirá sacrifícios de sua parte, mas o que é a morte de um paciente quando sua vida está em jogo? Para realizar seu intento o médico não mede esforços e atropela pelo caminho algumas pessoas inclusive as que o amam.

Ao ler o primeiro capítulo do livro fiquei bastante intrigada, a narrativa envolve um grande suspense logo no início, mas confesso que depois disso esperava mais do que me foi apresentado. A história em si tem um foco bacana e o autor soube utilizar alguns elementos a seu favor. Mas infelizmente achei que há pouca história e muita reflexão. O personagem principal é um homem bastante inteligente que vive a citar frases de efeito ou de grandes pensadores e escritores.

Em certo momento há pessoas demais envolvidas na história, algumas querendo se aproveitar dos estudos de Barnes, essas são completamente oportunistas e outras apenas vendo o bem que faria revelar sobre o conhecimento que o doutor adquiriu durante todo o seu estudo. Afinal de contas essa pesquisa pode ajudar milhares de pessoas e ser um grande avanço na medicina moderna. Mas Barnes não quer compartilhar seus conhecimentos seja para o bem ou para o que quer que for. O médico está obcecado pelos resultados que pode alcançar e para isso está disposto a não dar importância à ética e a moral.

Apesar da ressalva sobre as várias reflexões encontradas no livro acredito que todos os personagens foram bem trabalhados e seguem suas características de acordo com o planejado. A narrativa é em terceira pessoa e se alterna conforme o capítulo, mas por ser tão cheia de reflexões deixou a leitura um pouco enfadonha e carregada. Mas acredito que uma boa parte do público que pegar a história para ler irá gostar, ela é intrigante e cheia de suspense. Acredito que valha a pena dar uma chance.

A diagramação é simples, e a letra um tanto quanto boa para ler, as paginas amareladas também ajudam e a capa que na minha opinião não é muito chamativa tem um sentido próprio. Para quem não conhece, as mãos se tocando remetem ao quadro de Michelangelo “A Criação de Adão” e a achei bastante sugestiva. Achei que a Novo Século fez um excelente trabalho com o livro.
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12/07/2013

Poucas vezes me interessei por livros de ficção científica. Acreditava que se tratavam de mundos futuristas, com parafernálias tecnológicas, onde os humanos tentariam descobrir algo realmente importante para sanar os problemas da sociedade ou tentar estabelecer uma ordem perante o caos que viera sendo criado com os avanços.
Mas O Eterno Barnes está longe disso, pois, não só se passa em um tempo relativamente recente como também gira em torno das ambições de um único médico, tentando atravessar as barreiras da doença e até mesmo da morte. Na verdade, umas das coisas que mais me chamaram a atenção, desde o começo da leitura foi que, mesmo sabendo claramente que o autor era advogado, o tema escolhido tramitava na área médica. E com excepcional precisão cirúrgica (com o perdão do trocadilho rs), Salustiano descreve uma trama intrigante, rica (por vezes, rica até demais) em detalhes que eu quase acreditei ter sido escrita por um médico.
Em O Eterno Barnes, o protagonista que dá nome ao livro nada mais é do que um médico neurocirurgião, pego pelos ossos do ofício, que busca desesperadamente uma forma de tornar-se eterno, além da carne, praticamente uma forma de transmitir seus conhecimentos, sua essência a qualquer outra pessoa. E, para isso, ele está disposto a passar por cima de tudo e de todos, da ética, da consciência, do que é certo e errado, apenas guiado pela necessidade de atingir seus objetivos. Nesse ponto, a discussão que o livro propõe é super importante e peculiar: até que ponto devemos ir diante de uma descoberta que, aparentemente, será capaz de mudar tudo o que a Medicina, até então, sabe sobre o funcionamento do cérebro e o armazenamento de memórias, dados e conhecimento?
A leitura é, do início ao fim, capaz de prender nossa atenção. Afinal, o que acontecerá? A teoria do Dr. Barnes será, finalmente, posta à prova e, caso seja, funcionará? O que ele está fazendo para garantir que tudo ocorra como o planejado é cabível? E os meios dos quais está fazendo uso, será que realmente precisa ser assim? Até que ponto deve-se perseguir um sonho, uma grande descoberta, algo que pode (ou não) salvar sua vida?
São muitos os questionamentos que nos movem pela leitura. E tudo sabiamente construído, tecido em uma escrita envolvente que promove muitas reflexões conforme discorre sobre os fatos. Às vezes, essas reflexões ficavam um pouco excessivas, acredito que, em alguns capítulos, ela poderia ter sido menor; eu me sentia em uma reflexão muito profunda, os devaneios da personagem em questão podiam ser mais dinâmicos, senão acabava ficando cansativa e até eu me perdia.
Agora, lembram-se quando eu disse sobre as descrições precisas? Pois é, às vezes tão precisas que...bom...mesmo com o meu histórico de House e Pronto-Socorro: Histórias de Emergência, me fizeram revirar enquanto lia os detalhes dos procedimentos. Definitivamente, apesar da aflição, foi um ponto mais do que positivo, apesar de o vocabulário empregado ser, por vezes, técnico demais. Mas não é o suficiente para que você, leitor, sinta-se perdido. Talvez só no começo, mas depois dá para se acostumar. Isso, no entanto, transmite tal credibilidade ao autor que eu simplesmente achei fantástico. Posso dizer que Salustiano fez, e muito bem, a lição de casa.
Mas o que dizer sobre o desfecho da trama? Eu confesso que fiquei revoltadíssima com o desenrolar dos fatos, o caminho que as personagens foram tomando e suas consequências. Fez-me lembrar de que nem todos os livros terão finais felizes, que nem sempre ele seguirá o caminho que eu quero, tomarão as decisões que eu gostaria. O Eterno Barnes está aí para me provar isso tudo. E que, mesmo assim, ainda pode ser uma leitura intrigante e de deixar o queixo caído.
Eu cumprimento o autor pela ousadia em escolher o assunto a ser abordado no livro e, mais do que isso, pela proposta de reflexão, pelo desenrolar do enredo, completamente inesperado. Super indico a leitura, o fascínio está mais que garantido e os questionamentos, só estarão começando.

site: http://onlythestrong-survive.blogspot.com.br/2013/04/resenha-o-eterno-barnes-salustiano-luiz.html
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Poly 04/06/2013

Fiquei bastante curiosa ao ler a sinopse e não sabia direito o que esperar de um livro tão ímpar.
A história é tão interessante quanto parece e o enredo se passa todo no Brasil, na Universidade de Santa Catarina. Lá, o Doutor Barnes, desenvolve, em segredo, uma grandiosa pesquisa que poderá eternizar a mente humana.
Antes de ler, até imaginei algo estilo Dan Brown, mas é completamente diferente.
Achei que em algumas partes há divagações e ideias filosóficas demais. Um pouco mais de objetividade daria mais ritmo à história, mas por outro lado também gostei das indagações.
“Olhava aquele pequeno cérebro de macaco e percebia que a anatomia era quase igual à do homem, quase nada a diferenciava dos demais primatas. Por que então o homem acreditava que tivera este privilégio de ser diferente? Único, de ser moldado, formatado por mãos divinas, se era semelhante a qualquer outro ser vivo? Algo estava errado nessa história.
P. 37

Não sei se foi só comigo, mas achei a veia jurídica do Salustiano bem evidente. Vários trechos e frases foram escritos de uma forma que só advogados conseguem, mesmo ele não ter usado jargão ou frases em juridiquês a estruturação da frase era típica. Para mim não prejudicou a leitura ou o entendimento da história, mas depois de eu ter aulas e mais aulas de Direito e ler livros das disciplinas e textos de lei minha mente queria outra coisa, sabe?
“Realmente, Barnes já não tinha mais sentimento de culpa. Já não se importava mais com aquelas vidas. Seu projeto, agora já bem consistente, não podia deixar testemunhas, e esta decisão não comportava sentimentos. Desenvolvera a filosofia do parasita e parasita não pode se preocupar com a sorte do hospedeiro. Pobre Lourdes.
P. 93

Em outros momentos, principalmente na fala dos personagens, achei tanto a linguagem quanto a forma de expressão um pouco parecida com a do André Vianco.
De um modo geral, gostei do livro. Me surpreendi bastante com o final e o rumo dos personagens! Nunca imaginei que nada daquilo poderia acontecer. Um trabalho muito bom para o primeiro livro do autor.
Por ter um número razoável de páginas, dá para ser lido em um único dia.
Gostei muito do trabalho da Novo Século na diagramação e design da capa do livro. É um ótimo trabalho de incentivo aos novos autores.
“Estranho, pensava Tatiana, como pode a gente gostar tanto de se expor ao perigo? Andamos em montanhas-russas, despencamos em elevadores, pulamos ded bungee jump, mergulhamos nas profundezas de cavernas submarinass, fazemos mil coisas perigosas só para ter essa sensação de liberdade.
P. 219
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Mila F. @delivroemlivro_ 04/06/2013

O livro é bom, mas pecou nas demasiadas descrições técnicas.
O Eterno Barnes é um livro de ficção científica cujo personagem principal é o Doutor Barnes que sofre de câncer e através de pesquisas tenta criar uma forma de permanecer vivo eternamente. Vale lembrar que o experimento que ele faz é sigiloso e antiético, pois se utiliza de suas funções de médico para fazer coisas reprováveis tanto pela comunidade científica como pela sociedade.
Entretanto, para conseguir seu propósito o Dr. Barnes acaba envolvendo James (um técnico em computadores) e Lurdes, médica e amante de Barnes. Contudo estas pessoas vivem numa teia de relacionamentos que acabam envolvendo outras pessoas como Tatiana, uma alpinista social, que de forma inescrupulosa acaba contando o que sabe para o pretensioso e duvidoso Dr. Bruno.
Nesse meio tempo os acontecimentos se desenvolvem, o poder está em jogo e o mistério deve prevalecer nas pesquisas do Dr. Barnes que de forma inescrupulosa não se importa de fazer o que for preciso para manter seu segredo. Mortes, mistérios, pacientes inocentes e investigações policiais estão presentes na ficção científica criada por Salustiano.
Sem dúvida O Eterno Barnes é um livro completamente bem escrito e com uma riqueza de detalhes impressionante – tanto que você passa a acreditar que o autor ao invés de advogado é um médico ou cientista – o que prova que o autor fez uma vasta e complexa pesquisa no campo, mas tantos e tantos detalhes acabou deixando a narrativa um pouco cansativa, principalmente para quem não conhece os termos e os processos científicos.
Não obstante, se você conseguir passar das primeiras cinquenta páginas as coisas começam a melhorar e o estranhamento inicial e as demasiadas descrições passam a se tornar aceitáveis embora ainda incompreensíveis [para mim], mas tanta complexidade chegou a me convencer de que tal procedimento científico narrado no livro poderia ser real. Como salientei são tantos detalhes dados pelo autor que você duvida de que não seja possível acontecer o que de fato aconteceu no livro [não vou falar o que foi, pois seria um spoiler enorme].
Achei ousada a história criada por Salustiano Luiz de Souza e é bastante incrível a qualidade da narrativa. Alguns pontos que me chamaram mais atenção foi os temas abordados na obra, entre eles o que seriamos capazes de fazer para termos a vida eterna, a fragilidade das relações afetivas e sociais, a ganância e o poder, a falta de ética que são geradas por interesses próprios. Diante de tantas coisas abordadas nas mídias alguns valores vão ficando de lado e Salustiano coloca em xeque, em sua obra, estes valores.
Contudo, devo afirmar que achei, sim, a leitura cansativa muito descritiva e filosófica demais, mesmo reconhecendo o potencial de O Eterno Barnes que dá um gancho para uma ótima continuação, percebo que se o livro fosse um pouco mais objetivo eu teria apreciado bem mais.
O Eterno Barnes é uma história ousada e incrível, para quem gosta de ficção científica que tenham argumentos tão bons que cheguem a convencer o leitor da possibilidade do acontecimento este livro é uma ótima pedida, mas para quem gosta de leituras mais leves e sem muitos termos científicos e fundos filosóficos é melhor passar bem longe.

Camila Márcia
http://www.delivroemlivro.blogspot.com.br/
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Zilda Peixoto 03/06/2013

O Eterno Barnes
Após um longo período letárgico, eis que termino a leitura de um dos livros mais maçantes que li durante o ano. A premissa do livro é interessante, mas o autor optou por conduzir a história por um caminho tortuoso e muito cansativo.

Narrado em terceira pessoa, o livro conta a história de Barnes, um neurocirurgião renomado que se dedica integralmente à pesquisa que promete mudar a sua vida. Barnes acredita ser possível transferir os dados de um cérebro para outro, perpetuando assim a sua própria existência. Apesar de todo seu conhecimento científico Barnes precisará da ajuda de James, um engenheiro que tem como tarefa decifrar todos os dados criptografados da pesquisa.

Extramente ambicioso Barnes ignora completamente a ética profissional. Capaz de tudo para conseguir a tal sonhada eternidade, ele não medirá esforços para alcançar seu objetivo. Como todo cientista que se preze, Barnes é um homem totalmente cético. O tempo de Barnes é curto já que um câncer no estômago o corrói por dentro aos poucos. Dessa forma ele precisa concluir a sua pesquisa o mais rápido possível para tornar-se eterno.

O Eterno Barnes é um livro que demonstra ser bem interessante desde a sinopse, mas que se perde completamente ao longo de sua construção.

Apesar de o livro contar a história de Barnes e de como ele conduzirá a sua descoberta científica, o livro possui histórias paralelas que envolvem todos os outros personagens que estão diretamente ligados ao personagem principal. Em certos momentos Barnes passa de personagem principal para secundário para a inserção dos demais personagens na trama.

Seguindo um ritmo lento a narrativa de Salustiano torna-se cansativa e enfadonha. A história em si poderia seguir um caminho bem mais interessante se, o autor não inserisse tantos pensamentos aleatórios e filosóficos ao longo da narrativa.

Para quem curte uma boa história de suspense talvez possa se interessar pela história, mas acredito que certas referências poderiam ter ficado de fora. Tive a impressão que estava lendo um compêndio tamanho a gama de informações e fragmentos utilizados na narrativa. De Confúcio a Vinícius de Moraes, de Fritjof Capra à Machado de Assis, entre inumeráveis outros filósofos, autores, artistas, etc. Também podemos identificar uma crítica plausível à religião no que diz respeito a eternidade do espírito.

Acho interessante tal colocação e aprecio uma abordagem filosófica, mas nada que possa prejudicar a fluidez da narrativa. Infelizmente, no caso de O Eterno Barnes tal recurso fora utilizado demasiadamente tornando a narrativa densa e prolixa.

A diagramação do livro é simples. A capa possui ilustrações em baixo relevo que representam células do DNA. Encontrei pouquíssimos erros de grafia ao longo da narrativa. Nada que prejudicasse o entendimento da leitura.

O Eterno Barnes é o tipo de livro que alterna entre o que há de bom e ruim: excelente escrita X termologia excessivas, personagens bem construídos X divagações desnecessárias. Após tantas divagações e filosofias vãs, eis que me pego a pensar: Ler ou não Ler. Eis a questão. Caso queira se aventurar desejo-lhe uma boa leitura.
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Glaucia 29/05/2013

O Eterno Barnes - Salustiano Luiz de Souza
Seu enredo gira em torno de Barnes, um neurocirurgião que após descobrir um câncer no estômago, decide se engajar num projeto secreto, onde deseja que sua memória seja transformado em um tipo de arquivo à ser transferido para o cérebro de outra pessoa. O mesmo não poupara esforços para que esse projeto dê certo, mesmo que pessoas precisem perder a vida para isso.

Esse tipo de leitura, não faz parte dos meus gêneros favoritos. Por isso, em vários trechos do livro me senti muito perdida e entediada. A proposta do enredo é legal, mas a forma como o autor a desenvolveu, fez com que se tornasse uma leitura cansativa.

Chega a ser até um pouco difícil tentar colocar em palavras os sentimentos que o livro me passou, mas fazendo um balanço geral, não tirei muito proveito da história, pois não me envolvi com a trama nem com os personagens. Achei a linguagem muito difícil de se entender, e quando terminei o livro estava mais confusa do que quando comecei a lê-lo... talvez outras pessoas vão ter outra opinião... Mas foi isso que senti.

Resenha escrita por Glaucia Matos – www.leitorait.com ©
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Flavia 28/05/2013

Não superou minhas expectativas...
Barnes é um neurocirurgião de renome e muito ambicioso que sofre de uma doença terrível e dedica o tempo que tem à sua mais importante pesquisa: A imortalidade. Através dessa pesquisa, ele busca uma forma de transferir a própria mente, incluindo lembranças e sentimentos, como se fossem dados ou arquivos de computador, para o cérebro de alguém mais novo e saudável e, assim, viver eternamente. Uma pesquisa audaciosa, imoral e muito perigosa...
Ele dispõe de um corpo em coma e das ferramentas do hospital/universidade que trabalha para prosseguir com sua pesquisa, e conta com a ajuda de Lourdes e de James. Lourdes é a companheira de Barnes, e por mais que não concorde e resista ao projeto, acaba o ajudando por amor. James, é um professor da área de engenharia que descobre como salvar e gravar esses "arquivos" mas que posteriormente acaba sendo excluído do projeto pois Barnes não tem intenção de dividir sua descoberta com ninguém. Porém, James havia feito uma cópia dos arquivos pensando nos benefícios que tal descoberta poderia causar, mas se caírem em mãos erradas, seria um grande problema...
Cego pela pesquisa e buscando o sucesso, Barnes segue em frente incessantemente, sem poupar esforços, sem pensar nas reais consequências que tudo isso poderia causar às pessoas ao seu redor e, principalmente, a ele mesmo.

"O Eterno Barnes" é um livro que traz uma história em que os personagens colocam a moral e a ética a prova, mostrando o que o ser humano é capaz de fazer para ir em busca da vida eterna.
O autor não poupou detalhes para falar sobre informática, medicina, religião, cultura, filosofia e etc para poder explicar a pesquisa de Barnes e torná-la crível e convincente, principalmente ao usar termos técnicos e muito antipáticos, e a impressão que tive é que ele quis mostrar que conhece de tudo ao citar tantas referências e termos que não combinam entre si e nem acrescentaram nada de útil na história. E justamente por causa de tantos assuntos distintos estarem juntos, achei que tudo ficou muito confuso, prolixo, cansativo e arrastado, pois pela sinopse esperei ler uma história que fosse direto ao ponto, mas me deparei com muitos floreios na narrativa que poderiam ser descartados evitando que o leitor perdesse tempo lendo o que não faz diferença... Algumas frases mais filosóficas podem ser absorvidas e aproveitadas para reflexão, mas não acho que tenham alguma importância na história pois parecem não fazer parte do contexto em si, principalmente no que diz respeito às citações, que vieram em demasia e tornaram a leitura maçante, chegando a desviar o foco da ideia principal do livro pra outra coisa totalmente diferente. Talvez se entrassem em forma de diálogo, que a propósito, são bem poucos, ficariam mais aceitáveis pra mim, mas como sendo o pensamento do narrador, que conta a história em terceira pessoa, não me agradou nada.
A ideia da história é muito boa, mas poderia ser desenvolvida e contada de uma forma mais direta, sem enfeites e sem desvios pra outros assuntos ou outros personagens. Por mais que Barnes tenha se sentido Deus, o modo como a religião x ciência entra na história, não me convenceu.
A capa me agradou muito pois as mãos ilustradas fazem uma referência genial a obra artística "A Criação de Adão", de Michelangelo, que representa um trecho do livro de "Gênesis" em que Deus cria o primeiro homem, com algo que lembra uma cadeia de moléculas, e que ainda é destacada com verniz, ao fundo.

Encontrei alguns erros na revisão, como falta ou excesso de vírgulas, pleonasmo e palavras repetidas no mesmo parágrafo, e isso é algo que me incomoda. Eu iria preferir que os capítulos não tivessem títulos pois fiquei com a impressão que eles tiraram a seriedade da história.
O final é perturbador e achei bem justo levando em consideração o velho ditado: "colhemos o que plantamos".
Enfim, pela sinopse, fiquei bastante interessada, mas no decorrer na leitura, devido a todos os fatores que apontei, não consegui gostar nem me prender a história, nem senti afinidade por nenhum dos personagens. Talvez, quem goste de ler histórias não muito originais, que tragam termos técnicos carregada de filosofia e informações, a caráter de conhecimento ou curiosidade, aproveite bem mais.
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Anna 27/05/2013

Resenha no http://pausaparaumcafe.com.br/
O Eterno Barnes é um livro conflitante para mim. No final dessa resenha vamos ter duas notas, mas eu vou explicar.

O livro fala sobre o preço da eternidade, da vida eterna. Tem uma proposta legal, interessante e que motiva a leitura. Você realmente quer descobrir o que acontece e qual é o preço que Dr. Barnes terá que pagar pela sua ousadia de querer ser Deus.

Digo que para mim o livro foi conflitante por que em momento algum consegui sentir alguma afinidade com qualquer personagem da história. Temos muitos personagens com personalidade e caráter não confiáveis. Não são personalidades perfeitas e é um livro onde o Herói não existe.

É uma proposta ousada para um autor iniciante. Então conseguimos sentir falta de algumas coisas no decorrer das páginas. O Dr. Barnes fica divagando muito em seus pensamentos sobre suas atitudes, pesquisas e escolhas e quando simplesmente você não conseguiu com que nada no personagem gerasse alguma empatia com você, não fica tão interessante assim ler seus pensamentos.

O livro tem um final que cumpre a sua proposta e fecha o arco do livro com as respostas que precisavam.



É um livro onde religião e ciência entram em guerra e se confundem ao mesmo tempo. É triste pensar desse jeito, mas realmente conseguimos notar a natureza humana muito presente e próxima ao real no livro e isso é muito interessante.

O livro em muitas vezes tem pesamentos demais que na minha opinião poderiam ter se transformado em diálogos mais interessantes e com discussões que melhorariam o conteúdo do livro.



O autor se saiu muito bem para seu livro de estréia. Cheio de intrigas, mortes e ciência o autor brinca com as crenças do leitor com uma pitada que parece muitas vezes bem pessoal.

O livro é uma edição normal da Novos Talentos da Novo Século, folhas amarelas, uma capa com detalhes em verniz e uma ótima diagramação.



O livro ganha 3 xícaras de café quente em uma sala de hospital escondendo um notebook.

http://pausaparaumcafe.com.br/resenha-o-eterno-barnes-de-salustiano-luiz-de-souza-novos-talentos/
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Mari 13/05/2013


Primeiramente tenho que dizer que eu adorei a capa do livro !! Passei muito tempo olhando e olhando-a várias vezes. Ela está linda, e muito bem acabada !! Depois desse "tempinho apreciando a capa do livro", eu fui perceber que a aquela cena que está na capa não me era estranha ...

Pra quem não sabe, aquelas duas mãos se separando é de um famoso quadro de Michelangelo, chamado "A Criação de Adão". E daí eu fiquei pensando: o que teria em comum esse quadro com o livro ??

Fiquei muito empolgada desde aí. Li o livro em um final de semana, e já garanto que o final é inusitado e que estou torcendo por uma continuação !!

Embora o livro tenha como foco principal o neurocirurgião Barnes, nós leitores, conhecemos outros personagens, cada um com sua devida importância na história.

O livro nos mostra a história do Doutor Barnes que desenvolve uma pesquisa científica onde tenta copiar dados de um cérebro para outro, afim de se tornar eterno. E para conseguir o que quer, o doutor não mede esforços e é capaz de tudo ... Teve algumas partes que até eu mesma fiquei chocada com a ambiciosidade de Barnes para conseguir concluir a sua pesquisa.

Algumas partes do livro eu fiquei meio perdida, porque nele contém algumas informações relacionada á medicina que eu não entendi um pouco, mas nada que impeça que a leitura flua e chegue em seu desfecho.

O autor nos faz refletir em alguns momentos do livro sobre assuntos bem interessantes, e foi assim que descobrir a relação entre a capa e a história ... Mas isso vocês só iram descobrir lendo o livro !! Haha

Eu gostei muito do livro e queria muito que houvesse uma continuação, porque sinto que muitas coisas ainda podem acontecer na trama ... A leitura é bem rápida e tranquila, o livro é narrado em terceira pessoa, o que facilita muito a leitura e também contém muitas informações técnicas que passam a nós leitores um sentido muito persuasivo.

Queria concluir a resenha, parabenizando o Salustiano, porque seu livro está impecável, não encontrei nenhum erro gramatical !! Desejo muito sucesso ao livro e que venham mais e mais outros como esse !!

Aproveitando o momento, queria avisar para vocês leitores aqui do blog, que o Salustiano está com uma iniciativa maravilhosa ... Para cada 100 curtidas no Facebook, um livro será doado á uma biblioteca de uma escola.

http://insaciavelmenteapaixonada.blogspot.com.br/2013/04/resenha-o-eterno-barnes.html
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