JP_Felix 05/11/2022
Baita de uma família, hein?
É difícil consumir qual coisa arturiana depois de ler as crônicas de Arthur, mas a direção desta história é distinta o bastante para aproveitar. Aqui basicamente vemos o lado feminino da história, as mulheres da família de Arthur e as tramoias por trás delas.
A magia aqui é bem clara e óbvia, e ainda estou decidindo se isso é bem encaixado em uma trama cristianismo vs paganismo, mas no geral a cadência desse recurso é ok e não é usada como desculpa pra mover a trama por conveniência.
A narrativa é boa e os personagens cativam ou irritam de forma orgânica. Gosto muito da Morgana, obviamente, e o drama dela como ferramenta de alguém que ela ama me faz me sensibilizar. Ingraine, que é um amor de pessoa, simplesmente me dá nos nervos em certos momentos. Morwena, Jesus amado, tem que morrer, e logo, pois sempre que ela abre a boca, lembro dos meus bons tempos pesquisando torturas medievais criativas, mas nenhuma se compara com ficar ouvindo-a. Viviane? Acho que é bem estranho o sentimento que tenho por ela. Sinto pena, mas desgosto também por X e Y motivos.
Arthur, Galahad e os outros personagens masculinos são ferramentas úteis na trama, e é interessante ver como isso é explorado. As mulheres aqui, em especial Viviane, fazer a trama acontecer, manipulam as coisas e vemos as consequências disso para ela e para todos.
Apesar de tudo o que falei, os personagens compõe bem a trama, mesmo os que odeio, pois são bem feitos, distintos e orgânicos, cada um com seu jeito de pensar, agir e ser.
Acho que o ponto fraco é o pouco que a trama anda. A história é boa, mas parando um pouco para pensar, é algo do ponto A ao ponto B, e é isso, o primeiro passo para uma trama de várias letras do alfabeto que deve acontecer nos livros seguintes.