Veneella 12/09/2013Um Milhão de Mistérios Uma das séries mais eletrizantes que já vi! Mais uma vez a autora foi capaz de montar uma trama cheia de mentiras e reviravoltas que me fez ficar grudada no livro do começo ao fim. Será que as mentiras nunca acabam dentro da Godspeed?
Esse livro foi uma mistura completamente inusitada de sentimentos, e deu certo. Eu quis socar metade da população da nave, estapear a personagem principal até não poder mais e, apesar do romance não ter funcionado pra mim, quero agarrar o Elder e esconder no meu armário. Parece loucura, não? Mas acredite quando eu digo que funcionou.
O livro teve muita coisa que me irritou, mas era o tipo de coisa que, quando você para e pensa, você vê que são coisas que existem na realidade -embora não tenha diminuído minha raiva. Elder queria liderar a nave sem Phydus e sem mentiras, mas acontece que a nave está cheia daquele tipinho de gente que quer contestar só porque pode, posers e afins. E isso irrita! Você quer socar a razão na cabeça dessa gente que acha que tudo eles podem fazer melhor, e que agora tudo é lícito e pode virar uma anarquia sendo que eles só. fazem. merda. porque não sabem de nada! - *respira*.
Ok, eu precisava desabafar isso. E já que eu estou no ritmo do desabafo, se antes eu era indiferente à Amy, nesse volume ela ficou uma pirralha mimada insuportável. Juro, quem é ela para chamar qualquer um de déspota nepotista se ela própria é uma pirralha mimizenta que tudo tem de ser do jeito dela e acha que só ela sabe como se faz as coisas e tudo fica arrumando desculpinha para acordar os pais?
Ufa! À essa altura você deve estar se perguntando porque diabos eu disse que o livro era tão bom, certo? Tudo, basicamente, se resume à Godspeed. Não tem como não se surpreender com todas as reviravoltas e todos os segredos que a nave guarda, e você não quer desgrudar do livro até descobrir todos eles. E são muitos, acredite! A autora conseguiu me deixar ávida e me surpreender a cada final de capítulo.
"Vejo as estrelas como uma parte do universo, e, tendo passado minha vida atrás de paredes, de repente, não ter nenhuma me enche de reverência e terror. A emoção corre pelas minhas veias, fazendo-me engasgar. Eu me sinto insignificante, uma pequena partícula cercada por um milhão de sóis."
pág. 213
Eu sei que não faz muito sentido à princípio, mas eu já disse de cara que foi uma experiência inusitada. E você também precisa entender que a humanidade dá raiva, e qualquer livro com humanos reais vai, provavelmente, te fazer sentir de forma semelhante. -estou falando do povo da Godspeed, a Amy é um porre sem muita justificativa mesmo.
E por que o romance não deu certo? Amy. A gente até consegue lidar com a síndrome do amor miojo do Elder -já que não é nenhuma novidade-, mas a Amy fica arrumando desculpas esfarrapadas para fazer drama e depois fica fula da vida quando o Elder dá uma patada nela por estar sendo (pasmem!) uma pirralha mimada. Aí não tem quem aguente, né? Tira o tesão de qualquer um -menos do Elder, aparentemente.
De novo, não faz muito sentido, mas eu realmente gostei do livro. Talvez eu tenha uma inclinação literária masoquista, ou talvez Um Milhão de Sóis seja aquele tipo de livro que não precisa ser bonitinho e te fazer rir para ser bom, ele vai te dar raiva e te fazer sair querendo mais. Eu, particularmente, fico com a segunda opção.
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