spoiler visualizarPaulinha 29/12/2011
Neuromarketing: ciência (in)certa?
Acredito que Lindstrom em "A lógica do consumo" tenha esclarecido muitas coisas para quem é da Publicidade, para quem se interessa pela área, e para todos que, afinal, fazem parte da sociedade contemporânea de consumo. Contudo, ao mesmo tempo que é esclarecedor, o livro é capaz de gerar várias incertezas sobre o futuro da sociedade consumista.
Lindstrom defende durante o seu livro a utilização do estudo do cérebro (neurociência) com apoio do Marketing, ou seja o Neuromarketing, para entender o consumo capitalista. Através de vários exemplos e excelentes cases ele mostra a importância da neurociência para compreender como consumimos e como a Publicidade deve atuar.
Foi muito importante perceber, através da leitura, uma visão que se distancia do senso comum, transparecendo, por exemplo, o quanto as pesquisas de mercado podem ser falhas. Afinal, segundo o estudo, nós respondemos uma coisa, mas na realidade agimos diferentemente.Isso porque nós respondemos aquilo que acreditamos que deve ser a resposta esperada. Isso é um pouco preocupante uma vez que as empresas gastam milhões com pesquisa esperando compreender o seu público.
Meu maior medo é: se a neurociência em conjunto com o Marketing for sendo descoberta por empresas, até que ponto os anunciantes terão controle sobre a mente humana, podendo utilizar informações cada vez mais de forma manipuladora e desonesta? Mesmo que o autor fale que o neuromarketing irá, na realidade, ajudar nós consumidores a nos tornarmos mais críticos, teremos nós controle sobre essas descobertas da mente humana ou essas informações ficarão restritas as grandes empresas?
O futuro da neurociência depende de como ela será utilizada, mas acredito que esse futuro não esteja tão próximo como Lindstrom acusa, afinal, é caro e requer melhor compreensão. O autor defende um mundo no qual nós consumidores podemos escapar dos truques e armadilhas que empresas usam para seduzir. O seu livro é, sem dúvidas, uma grande ajuda para compreender melhor a lógica de consumo da nossa sociedade e, claro, a mente humana de forma geral.