Tauana Mariana 24/03/2013
Resumo.
O conteúdo é denso, mas o autor escreve bem.
Epistemologia significa discurso (logos) sobre a ciência (episteme).
* estudo dos métodos científicos
* estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências.
* teoria geral do conhecimento
* seu papel é estudar a gênese e a estrutura dos conhecimentos científicos.
* caráter interdisciplinar
* o conhecimento é um processo.
* sem referência à epistemologia, toda teoria do conhecimento seria uma meditação sobre o vazio. p. 32
A epistemologia genética de J. Piaget
Toda a obra de Piaget visa a constituição de uma epistemologia capaz de fazer a transição entre a Psicologia genética e a Epistemologia geral, que ele espera enriquecer pela consideração do desenvolvimento. Sua convicção fundamental é a de que os conhecimentos resultam de uma construção. p. 51
[...] acha que os conhecimentos resultam de uma criação contínua de estruturas novas. p. 59
Não há "ciência" autônoma, pura, absoluta. Há uma racionalidade científica. Mas a "razão" científica não é imutável. p. 60
Quem diz? Quem demonstra? Quem prova? por quê? E para quê? p. 60
A epistemologia histórica de G. Bachelard
Toda a sua obra está marcada por uma reflexão sobre as filosofias implícitas nas práticas efetivas dos cientistas. Numa palavra, o projeto de Bachelard consiste "em dar às ciências a filosofia que elas merecem". p. 63
[...] toda a reflexão efetiva, capaz de estabelecer o verdadeiro estatuto das ciências empírico-formais, devem ser necessariamente histórica. p. 65
[...] a obra de Bachelard se apresenta como uma dupla pedagogia: da Razão e a Imaginação. Não devemos confundir essas pedagogias: há o homem diurno da ciência e o homem noturno da poesia. p. 69
[...] o conhecimento, deixando de ser "contemplativo", torna-se operativo. Ele é uma operação. p. 69
* descoberta científica e criação artística.
Uma disciplina que toma o conhecimento científico como objeto de investigação deve levar em conta a historicidade do objeto. p. 71
[...] o conceito que sustenta todo o "projeto" de Bachelard é o de obstáculo epistemológico, que designa os efeitos sobre a prática científica das relações que o cientista mantém com ela. p. 72
O essencial é permanecermos sempre em estado de apetite. [...] "Fome nossa de cada dia nos dai hoje". p. 77
[...] "sem referência à epistemologia, uma teoria do conhecimento seria uma meditação sobre o vazio; e sem relação à história das ciências, uma epistemologia seria uma réplica perfeitamente supérflua da ciência sobre a qual pretende discorrer". p. 79
A epistemologia de Bachelard contribui [...] para que se destruísse a crença na "imortalidade científica dos fatos" e em sua "imaculada concepção" (Nietzsche). p. 81
A epistemologia "racionalista-crítica" de K. Popper
[...] trata-se de saber se a interpretação neopositivista do princípio do empirismo está em perfeita adequação com a prática efetiva da ciência. Eis o campo da reflexão de Popper. p. 89
[...] o que a [filosofia das ciências de Popper] coloca em jogo é o problema da indução. p. 92
A preocupação epistemológica essencial de Popper diz respeito [...] à elucidação do "valor" das teorias científicas, ou seja, ao grau de confiança que podemos depositar nelas, em função dos dados empíricos de que podemos dispor. p. 93
[...] Popper divide o conteúdo total de um enunciado em dois subconteúdos: o conteúdo de verdade e o conteúdo de falsidade. p. 99
O que importa é saber como as teorias se verificam. p. 101
Popper dá primordial importância À ideia segundo a qual uma teoria científica só tem valor quando pudermos demonstrar que ela é falsa. Assim, ele faz da "falsificabilidade" de uma teoria o próprio princípio de demarcação da ciência. p. 102
A epistemologia "arqueológica" de Foucault
O que Foucault pretende analisar é a episteme ocidental. A palavra "episteme" é a simples transliteração do termo grego que quer dizer saber das ciências. p. 117
[...] a arqueologia proposta por Foucault não visa a descoberta da origem do homem, mas o fundamento das ciências humanas. p. 127
[...] o homem só aparece no campo do saber no limiar do século XIX, e está, hoje, fadado ao desaparecimento próximo. p. 133
A epistemologia crítica
[...] tem por objetivo essencial interrogar-se sobre a responsabilidade social dos cientistas e dos técnicos. p. 138
pretende mostrar que [...] uma vez que o conhecimento científico se torna cada vez mais poder, é este próprio poder que irá construir, nas sociedades industrializadas, a significação real da ciência. p. 143
[...] o que pretende mostrar a epistemologia crítica é que a verdadeira significação da ciência não reside mais no saber enquanto tal, mas no poder que efetivamente confere. p. 146
"A" ciência não existe. Só existem "as ciências". p. 155
Referência: JAPIASSU, Hilton Ferreira. Introdução ao Pensamento Epistemológico. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 2ª ed., 1977. 202 p.