Histórias de Tia Nastácia

Histórias de Tia Nastácia Monteiro Lobato




Resenhas - Histórias de Tia Nastácia


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Aline164 03/11/2013

Existe literatura que caduca?
Nunca tinha lido nada do Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, e, outro dia, em um sebo, encontrei esse livro, uma edição dos anos 1960. Comprei.

Ao ler essas histórias, contadas pela Tia Nastácia e ao ler críticas "rudes" da Emília, que a chamava de "negra beiçuda" e, de certa forma, presunçosamente achava que as histórias do povo não tinham valor, me perguntei pela primeira vez se há certos escritos que, com o tempo, perdem a razão de ser. Continuam, é claro, como testemunhos históricos de um tempo que já passou, mas continuariam a ter o mesmo valor literário de antes?

Há algum tempo li em algum lugar que na época de Monteiro Lobato, havia teses comprovando a "inferioridade" dos negros e, entre os intelectuais, isso era comumente aceito, por isso, talvez, Monteiro Lobato se sentisse completamente à vontade em se referir pejorativamente aos negros (por meio da boneca Emília). Hoje em dia me pergunto se esse tipo de literatura ainda é realmente válida. Sendo que já li outras várias histórias infantojuvenis muito melhores, mais profundas e que refletem valores da nossa época, que seriam muito mais apropriadas para a formação do caráter das crianças de hoje. Por outro lado, talvez esse tipo de literatura "malcriada" seja necessária, embora eu não consiga atribuir um valor tão grande a ela quanto a maioria das pessoas atribui.
Lucas.Ribeiro 25/03/2017minha estante
Meu anjo, a questão do racismo no "Sitio do picapau amarelo" talvez seja uma das mais incômodas e complexas da nossa literatura. E, quase sem dúvida, é a mais complexa de nossa literatura infantil. Se pedissem minha opinião eu afirmaria sem medo que estes textos tem sim, racismo. Trechos enormes com demonstrações explicitas de preconceito.
Há pessoas que tentam defender Lobato alegando que as redações do autor refletem o pensamento de determinado tempo e espaço (algo que você mesmo fez, demonstrando muita empatia e humildade). Argumento válido. Mas sobre isto, deve-se ter em conta que existem muitos outros escritores que viveram na mesma época e não produziram textos com o mesmo defeito. Ademais, compreender as possíveis razões da coisa não a tornará menos delicada, não livrará as crianças de suas consequências. Em meu modesto ponto de vista e em resposta à sua pergunta, eu diria que este é um aspecto de Lobato que, decididamente, caducou. Envelheceu.
E por que, então, este autor segue como uma espécie de símbolo da literatura infantil nacional? Por que sua obra segue adaptada sempre para Tv? Seus livros, por que continuam sendo recomendados para escolas e circulando pelas mesmas? Acho que isto se deve à complexidade do quadro geral.

Acompanhe comigo, por favor: quando Lobato principiou a escrever, quase não havia literatura infantil em nosso país. Os poucos livros que tínhamos, grosso modo, eram, ou adaptações de clássicos europeus, ou obras escritas em Português rebuscado e arcaico, destinados quase que exclusivamente à educação, repletos de um moralismo artificial que resultava n'uma prosa sem vida. O forte vínculo com outros continentes implicava ainda em quase inexistência de valorização do ambiente e cultura brasileiros. E como tampouco tínhamos impressores de grande porte e a maioria das obras brasileiras eram editadas em Portugal, mesmo tais livros chegavam a pouquíssimos leitores.

Lobato fundou uma editora que, graças ao trabalho árduo e criatividade dele, transformou os livros (de todo gênero) em produtos baratos e acessíveis aos habitantes de nossas terras. A partir daí, pode criar seus próprios textos. Levou às crianças uma linguagem viva, rica e inteiramente familiar, que abriu mão das construções dificeis, elaboradas e complexas, inacessíveis à faixa etária. Em seus enredos, tanto "abrasileirou" contos de fadas e fábulas europeias, vestindo-as à nacional, como, em muitos momentos, valorizou a cultura e o folclore de nosso país. Levou aos leitores faz-de-conta e fantasia de melhor qualidade, sempre valorizando a imaginação. Ademais, nunca deixou de lado a preocupação com o conhecimento geral dos leitores: levou aos pequenos assuntos grandes e sérios, que no Brasil de então destinavam-se exclusivamente aos adultos (posicionamento científico, pensamento critico, guerras e fome), e fez com que seus personagens aprendessem acerca dos mais variados temas, ora pondo-os em contato direto com o brilhantismo da civilização grega, fazendo-os revisitar clássicos de literatura adulta ("Dom Quixote e "Mil e uma noites", por exemplo), ouvindo ou oferecendo serões acerca de temas importantes (História, Geografia, Física, Astronomia, Biologia, Gramática, Aritmética). Por tudo isto, seu sítio já foi chamado por Marisa Lajolo, a mais importante estudiosa de literatura infantil brasileira de "projeto pedagógico sob medida para nosso país". E inúmeros e inúmeros grandes e premiados escritores nacionais para a infância dizem tê-lo lido quando pequenos e ver nele uma espécie de pai a inspirá-los: o cara realmente fez muito por nossos leitores mirins.

O que fazer, então, diante do quadro? Eis a pergunta que professores e pedagogos se fazem há décadas. O que fazer diante de uma obra com visíveis virtudes, mas que possui o defeito que apontamos? Pergunta difícil.

Mas a verdade, minha cara, é que, mesmo se nos detivermos na questão do racismo em específico, teremos dois lados a considerar. Emilia é racista? Ouso opinar que sim e muito, defeito que é sempre necessário ter em vista. Entretanto, como dizia um dos meus mais brilhantes professores da faculdade, tia Nastácia é a "alma" do sitio. E dá pra perceber. Foi ela a responsável por fazer o Visconde por exemplo. Era a encarregada de "consertar" o sábio de milho nas inúmeras ocasiões em que ele levava a breca. Ah, sim, ela fez a Emília também. E sempre que a boneca se via diante de uma grave dificuldade, era à bondosa cozinheira que recorria. Ademais, a boneca de pano, que as vezes a tratava tão mal, era também a que mais a amava. Sobre ela, escreveu em suas memórias: "Ciência e mais coisas dos livros, isto ela ignora completamente. (...) mas para mil e uma coisas práticas da vida, é uma verdadeira sábia. Nós brigamos muito e eu tenho lhe dito muitos desaforos. Só que não é de coração. No fundo no fundo, gosto mais dela que de seus afamados bolinhos".

Opino que, utilizando-se de inteligência, sabedoria, criatividade e tendo à disposição a ajuda necessária, talvez seja possível aos educadores fazer com que nossas crianças tenham contato com os méritos do sitio sem ser prejudicadas por seu demérito. Talvez...


Samara 11/11/2017minha estante
Lucas Ribeiro, gostei da sua explicação


Capitão de Lugar Nenhum 12/02/2018minha estante
Lucas, eu concordo plenamente com você!
Talvez edições comentadas, explicando em notas de rodapé os momentos em que Lobato fala besteira, possam tornar o texto mais acessível a crianças. Ou até mesmo adaptações sem os tais trechos.




Débora Muniz 11/04/2013

Muito Bom!
Histórias diversas contadas pela personagem Tia Nastácia! ótimo!
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Monica Baron 08/11/2011

O macaco e o coelho.
Um macaco e um coelho fizeram um combinado de o macaco matar as borboletas e o coelho matar as cobras.
Depois o coelho dormiu e o macaco pulou nas suas orelhas.
- O que é isso?Gritou o coelho.
E o macaco deu uma risada.
- Pensei que fosse duas borboletas.
Algumas horas depois o macaco sentou em uma pedra para comer uma banana.
E veio o coelho por trás com um pau e deu-lhe no rabo do macaco, o macaco deu um berro e pulou na arvore.
- Desculpe amigo! Disse o coelho lá embaixo.
- Vi aquele rabo torcido, pensei que fosse uma cobra.
Foi desde ai que o coelho de medo do macaco vingar-se, passou a morar em buracos.
- Bravo! -Exclamou Emília.
- Gostei da história, valeu por todas as outras que Tia Nastácia contou.Está é bem engraçada, falou Emília.
E todos concordaram com Emília.

Autor:Monteiro Lobato

Recomendo para todos.
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Gláucia 17/04/2011

Histórias de Tia Nastácia - Monteiro Lobato
Adoro folclore, adoro os personagens do Sítio, principalmente a doce Tia Nastácia. Quem melhor que ela para contar as histórias que são fruto da superstição de um povo?
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Camila_Andrade 18/05/2009

De tanto ler quando era pequena, decorei algumas histórias, e contei-as para muuuitas crianças: primos, irmãos e amigos, que não sabiam ainda ler.

São histórias simples, bonitas, cheias de grandes significados...
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The_king1125 17/01/2009

Mto bom
Li quando tava na 5ª serie e gostei mto das historias.
Todas com uma moral e com os brilhantes comentarios da Emilia.
:D
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