Panaceia

Panaceia Georgette Silen




Resenhas - Panaceia


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Vitorlimaas 15/11/2023

Panaceia
Que livro interessante,achei uma excelente continuação. É incrível como todos os personagens criado por essa autora maravilhosa me cativa.
E é com muita infelicidade que não teremos um final para essa saga maravilhosa. É uma pena ver o trabalho excelente de uma autora nacional que não foi pra frente. Georgette Silen tinha tudo para ser a minha autora favorita,só precisava de mais ?
E esse final me quebrou, EU PRECISO DE MAIS
Georgette volteee
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Geórgea 28/07/2016

Panaceia
O segundo volume, Panaceia, também é divido em três partes, como o primeiro volume, Lázarus: jornada, encruzilhada e destino. No livro, continuamos a nossa jornada com Laura que está fugindo de todos, incluindo aqueles que ama.

A história segue em ritmo frenético, Laura está de volta ao Brasil fugindo dos inimigos para proteger quem ela ama. Todos que ela deixou para trás estão tentando tapar os buracos que ela deixou e partem em uma busca por ela, contando com a ajuda de Kate, que adquiriu uma espécie de conexão com Laura. No meio dessa corrida, ela conhecerá ao acaso Nelson, que terá um importante papel no desenrolar da história. Até encontrar Laura, ele ainda não sabe que é um mestiço, filho de uma humana com um vampiro. Porém, aos poucos seus poderes vão se relevando e ele terá muitos obstáculos para enfrentar.

Além de Nelson, ela contará com a valiosa ajuda de Solomon e sua família, todos fazem parte de um clã de vampiros vampiros que reside no Brasil, mais precisamente na floresta Amazônica, há muitos anos. Conforme a narrativa vai fluindo, descobrimos que depois que Laura foi atacada por Lázarus, no último livro, ela virou a própria Panaceia, na mitologia grega Panaceia era a deusa da cura. “Ela era a cura, o boato sobre a Panaceia, aquela que poderia curar todos os males e doenças”. Por isso, desde que tomaram conhecimento da existência da cura para a sua atual situação, todos os clãs de vampiros passaram a perseguir Laura, desde os mais antigos até a própria Ordem, que passou a ser perigosa, fazendo experimentos para tentar tirar proveito de toda essa situação. Avelar tornou-se um dos mais perigosos inimigos que Laura poderia imaginar. Qual o nível de perigo do projeto Lázarus? Extremo.

Muitos ataques passam a acontecer, o aumento da morte de humanos, sem deixar corpos ou evidências, preocupa as autoridades e vampiros. E todos temem uma possível guerra. No meio de toda essa perseguição encontramos com antigos personagens e percebemos o quanto sua importância é relevante para a história e observaremos que Laura encontrará velhos amigos com quem poderá contar. Alianças começam a ser formadas entre os clãs, assim como inimizades.

Robert passará por vários dilemas que colocarão em jogo seus princípios e sua sanidade mental, ele sente-se confuso, entra em uma luta com a sua própria consciência, desde que Laura foi embora sem dar explicações. Concomitante a isso, ataques passam a acontecer a alguns clãs e um clima de animosidade passa a se instaurar. Além de todos os perigos que Laura precisa enfrentar, aparecerá um novo inimigo, algo que nenhum vampiro queria para si. Uma criatura com uma imortalidade forçada em rituais negros de sangue, magia, sedução e cópula. Conforme a história avança, descobrimos a existência de outros seres que só existiam no imaginário do povo e que começam a fazer parte da história e que o mundo é muito mais do que imaginamos. Estamos cercados pelos mais variados tipos de criaturas que convivem em harmonia (até então) com a raça humana.

Eventos tão antigos que a humanidade não lembra estão se aproximando, todos estão prestes a presenciar algo que vai além da compreensão humana.

Minha Opinião

Panaceia é um livro de tirar o fôlego e mexe com o nosso imaginário de uma maneira surreal. O livro possui uma riqueza de detalhes, onde é possível notar um profundo estudo para que a narrativa seja impecável, levando o leitor a entrar nesse mundo. É tudo muito mágico e fantástico, entendemos um pouco sobre a cultura de diferentes povos e ficamos ávidos por mais informações, a cada novo ser que é apresentado e junto com ele a sua história, nos pegamos imaginando como realmente seria o mundo se tudo isso fosse verdade. Na primeira parte tudo corre de maneira mais lenta, mas conforme a história vai progredindo o ritmo aumenta e quando percebemos já estamos na metade do livro.

Nessa metade, temos uma enxurrada de informações que passam a pertencer a toda a história e o quebra-cabeça passa a ser montado. A cada virada de página uma novidade aparece, nos deixando ansiosos e esperando um desfecho surpreendente. Um ponto que acredito ser muito importante é essa conexão entre Laura e Robert, mesmo após ela ser transformada em humana novamente e passar a integrar um patamar diferente. Isso serve para aumentar a nossa vontade de um reencontro entre eles.

O livro termina no seu ÁPICE, nos deixando cheios de dúvidas e medos. Todas as maiores informações são apresentadas nas últimas páginas e é quase impossível controlar a ansiedade de ir para a internet procurar detalhes sobre a continuação: Nênia.

A diagramação do livro é muito bem feita e ajuda a fluir a leitura. O livro é razoavelmente grande, possui 624 páginas, mas isso não impede de que você leve pouco mais de uma semana para terminar de ler, assim como aconteceu comigo. A capa, como da edição anterior, possui ligação direta com o tema de maior enfoque na história. A planta manchada de sangue com uma mulher ao fundo, remete a nossa própria Panaceia, a humana Laura.

Em suma, o livro é muito bem feito e possui uma excelente escrita.

site: http://resenhandosonhos.com/panaceia-georgette-silen/
Vitorlimaas 29/08/2023minha estante
Olá, você sabe o motivo pelo o livro não ter tido continuação?? Estou vendo uns comentários antigos falando que iria lançar ?Nênia?




"Ana Paula" 25/03/2015

Quanto terminei de ler Lázarus, minha vontade era de pegar Panaceia e começá-lo imediatamente. Mas o tempo foi passando e só consegui lê-lo agora. O que não foi ruim, pois com o final impactante de Lázarus, pude descansar minha mente dos acontecimentos e quando comecei Panaceia, foquei somente no que estava por vir, e não remoendo o que aconteceu em Lázarus.

Panaceia começa dando continuidade a fuga de Laura. Ela deixou todos que ama para trás para protegê-los, mas não avisou ninguém, para não correr o risco de ser seguida e encontrada. Junto com ela, vamos descobrir que sua atual condição é mais valiosa do que ela pensa: Ela não somente foi "beijada" por Lázarus, sua condição explica segredos há muito tempo guardados e protegidos.

"Pois desde aquele dia minha vida seguiu outro rumo, não ditado pelos homens. Passei a percorrer um mundo onde a cortina entre o real e o imaginário era tênue como poeira no ar, onde forças milenares ainda imperavam com seus encantos e vaticínios, nada era o que realmente parecia e a diferença entre o que é ou não humano se revela."

Nesta eletrizante continuação, vamos adentrar o mundo das mitologias e folclore. Com passagens em diversos países, conheceremos as crenças dos povos que lá habitam e no Brasil, conheceremos muito sobre nosso folclore e mitos.

"Como se não bastasse tudo pelo que tenho passado, agora vampiros se espalhavam pelo Brasil à procura da cura. E matando pessoal inocentes em seu caminho. Se antes tinha alguma dúvida, elas se dissiparam com a confirmação dos fatos."

Além dos vampiros que são os seres que predominam o enredo, também conheceremos outros seres tão importantes quanto! A autora é uma grande conhecedora de lendas, tive o prazer de participar de uma de suas palestras e todo o conhecimento que ela tem, passa para os livros desta série. Eu amei o primeiro livro e não poderia ser diferente com o segundo. O livro pode ter muitas páginas, o que assusta a primeira vista, mas garanto que vale todo o tempo gasto enquanto lemos. O destino de Laura foi traçado, cabe a ela escolher o que fará.

A capa é linda e segue o mesmo parâmetro do primeiro livro, a editora caprichou na edição e revisão, encontrei poucos erros que não prejudicaram minha leitura. As letras são de um tamanho confortável para a leitura e explica o volume de páginas, se as letras fossem pequenas, o livro seria menor. A narrativa é em primeira pessoa pelo ponto de vista dos personagens; digo dos personagens pois a autora não narra somente pelo ponto de vista de Laura, ela amplia a narrativa para todos os personagens que são importantes para a trama. Nunca li um livro com uma história tão complexa e madura, passei a acreditar piamente nos seres que se escondem nas florestas do Brasil! rs.

"Não consigo me lembrar, mas sei que um dia eles tivera medo de mim. Muitos deles. Ninguém se atrevia a me encarar, a nos encarar. Fugiam de nós, se escondiam. Éramos perigosos. Mas agora... Tenho medo deles! Muito medo. Eles estão diferentes... Os humanos estão diferentes... Não são mais como antes."

Outra coisa que gosto muito nesta série, é a importância que a autora dá aos personagens. Neste volume, ficaremos com medo pelos vampiros e por Laura, os humanos passaram a ser a ameaça, e protegê-los não será mais somente uma opção. A ganância está ali, onde deveria reinar o intuito de paz. Alguns dos vampiros também são do lado negro, mas se não fosse assim, não sentiríamos aquela vontade de saber mais, ler mais!
Dentro de Panaceia, vamos encontrar 3 livros distintos, os capítulos são divididos por locais e estações. Possui sub-capítulos que são divididos da mesma forma. Só não há nome dos personagens nos títulos, o que dificulta um pouco o começo da leitura, pois você só entende quem está narrando depois que lê um pouco mais. Mas depois que você pega o ritmo e passa a conhecer os personagens, isso não será mais um incomodo!

Não sei como não descrever essa série a não ser perfeita! No universo de Lázarus o leitor vai se deliciar com todas as histórias que nos faziam ter medo quando pequenos. Vai descobrir segredos guardados e amaldiçoados. Vai viver com Laura, um amor que ultrapassa as barreiras do destino! Vai viajar o mundo e conhecer cenários ricos em história e natureza. E claro, vai ficar desesperado com o desfecho surpreendente!
Recomendo, claro! Corra e adquira o seu o mais breve possível!

"Como poderíamos imaginar que os monstros eram muito mais reais e presentes na vida das pessoas do que qualquer um conseguiria supor? Que alguns eram assustadores, mas outros conquistariam nosso coração? O nosso amor? E que, às vezes, não poderíamos definir, apenas pela aparência, quem era o monstro e quem era o homem?"



site: http://www.livrosdeelite.blogspot.com.br/2015/03/resenha-panaceia-livro-2-georgette-silen.html#.VRKf9fnF9Ig
So Prates 14/01/2016minha estante
Alguém sabe de alguma previsão para o lançamento de Nênia?


Vitorlimaas 29/08/2023minha estante
Olá, estava vendo os comentários antigos desse livro,e descobri que era para ter uma continuação, você sabe o motivo por não ter tido?


"Ana Paula" 30/08/2023minha estante
Oi, Vitor. Acho que a autora não quis mais continuar. Uma pena pq a história é muito boa.




MÁRSON ALQUATI 04/01/2014

Excelente sequência de Lázarus!
Uma série de temática vampírica inovadora e muito bem escrita. "Panacéia" é o segundo volume, sequência de "Làzarus"; um livro que possui todos os elementos de que gosto em um bom romance de literatura fantástica: terror, suspense, aventura, ação, romance, drama, personagens carismáticos, trama envolvente, originalidade e muita criatividade. Confesso que, de tudo, o que mais gostei foi a história de Nelson e dos Asanbosans e a história de Nzinga e suas filhas metamorfas. E aquele final então... Fantástico!!!
Enfim, um livro que vale muito a pena ser lido e relido!
Agora estou ansioso no aguardo da continuação: "Nênia".
Recomendadíssimo!
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Literatura 24/09/2013

A maior cura de todos os tempos
Segunda-feira à noite... Sentado diante do notebook e com o calor a me dominar, ainda estou me sentindo meio bobo, perdido, sem saber o que escrever. Todas as vezes que a querida Georgette Silen passa por minha vida é assim: uma insanidade louca, a vontade de devorar páginas, rendido sob uma trama bem construída.




Quem leu a minha resenha de Lázarus sabe o quanto a leitura me empolgou... Não esqueço que na época, foi um livro de vampiros que achei imprescindível para a literatura nacional. E foi com muita perseverança que a partir do momento que li a última página, comecei a cobrar desesperadamente a Georgette pela continuação. Tanto que, para minha alegria e emoção, estou entre os agradecimentos, acredita? #ToPodendo.




Assim que Panaceia chegou nas minhas mãos, junto com a nova edição liiiiiinnnnnnndaaaa de Lázarus, publicados com tanto carinho e cuidado pela Giz Editorial abri, folheei, me emocionei e fiquei um tempinho namorando-o à distância. Vocês devem estar se perguntando - porque este doido pediu tanto o livro e quando ele finalmente chegou, não o pegou e começou a lê-lo?! Medo, receio... Pânico de não conseguir superar os meus desejos e expectativas... Apavorado com a possibilidade da história não me pegar do mesmo jeito... Trêmulo só de pensar de algo ruim acontecendo com Laura na sua fuga como rainha de todas as curas.




A partir de agora, se não leu Lázarus... É hora de dar tchau!




E vocês que já leram... Sim, minha gente! O segundo livro da série leva o leitor exatamente onde nós, ansiosos seres, esperávamos. Laura está em fuga, carregando em si o cargo de ser a Panaceia, a lendária figura capaz de curar os seres de todos as doenças, inclusive o vampirismo. Algumas raças querem protegê-la, outras usufruir seu dom enquanto Avelar, o todo poderoso vilão, tenta prendê-la a qualquer custo, nem se for preciso destruir todos que estão no seu caminho. Robert, o perfeito vampiro está desesperado atrás de sua amada - e nós também torcemos por esse reencontro. Bom, e isso é só o começo desta história cheia de aventura e suspense...
O que falar de Panaceia? O impacto da narrativa do livro anterior permanece, se intensifica, liberta do papel e ganha força, nocauteando o leitor. A autora ousa ainda mais, ampliando a gama de personagens e dando voz a cada um deles, levando a gente a um caleidoscópio de tramas como poucas obras do gênero. Cada palavra redigida é pungente, o texto é adulto e nos faz filosofar, rever conceitos e abrir discussões - nem se for com nós mesmos - com assuntos que poderiam passar por triviais, se não fossem enriquecidos pela fantasia e ficção avassaladora de Georgette.

Veja resenha completa no site:

site: http://www.literaturadecabeca.com.br/2013/09/resenha-panaceia-maior-cura-de-todos-os.html
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Ednelson 26/08/2013

O romance resenhado é o volume dois de uma saga, portanto recomendo a leitura da análise do volume um: http://migre.me/fRPP9.

Mantendo a mesma estrutura de enredo usada em “Lázarus”, Georgette Silen não deixa a intriga perder força no Livro II da saga e engradece a narração com um tratamento mais minucioso do texto, algo que pede uma atenção maior do leitor às entrelinhas. Há algumas reflexões subjacentes à história de “Panaceia” que mostram a nobreza de que é capaz a fantasia, o que lança por terra os argumentos falaciosos daqueles que bradam que ela é uma manifestação infantil ou de baixa qualidade da literatura. A sensação desde o começo da leitura é a de que não houve qualquer espécie de corte entre “Lázarus” e esta sequência, pois a contagem das partes (livros) prossegue: Livro Quatro (Jornada), Livro Cinco (Encruzilhada) e Livros Seis (Destino). Além disso, o fio da trama não é perdido e os seus movimentos tecem novos horizontes surpreendentes que complementam e expandem tudo o que foi feito anteriormente, ou seja, a escritora preza pela verossimilhança.

O prólogo é um golpe pungente de suspense na mente do leitor e ótimo aperitivo para a fome literária, curtíssimo e intenso. Depois, embarcamos rumo ao cerne do livro. No começo, relembramos um pouco a Laura hesitante de “Lázarus” que relutava em aceitar o mundo fantástico do qual progressivamente ganhava conhecimento, contudo esse primeiro contato com ela é brevíssimo. Em seguida, ocorre um retrocesso no tempo e conhecemos Nelson, um novo personagem que terá uma importância bastante significativa nesse volume da saga. Nelson é um mestiço (meio-vampiro) que desconhece a sua real natureza e origem e parte em uma jornada à procura de sua identidade e nesse processo acaba enamorando-se. Esse desdobramento do personagem foi muito positivo, uma vez que passou de um molde clichê (a personagem que desconhece a “face do pai”, uma espécie de metáfora para a razão de sua vida) para um estado mais próximo do que nós mesmos vivenciamos. Quantas vezes não nos confrontamos com situações inusitadas que nos jogaram em um contexto completamente imprevisível? Essa é a característica que torna Nelson um dos personagens mais cativantes de “Panaceia”. Além desse e outros personagens novos, um já conhecido reaparece. Estou falando do Doutor Jarvis Poincello que, ao contrário de antes, agora é mais interventivo nos eventos de que participa. O seu jeito bem-humorado e curioso (sempre fazendo anotações em seu bloquinho) é um ponto de alívio que ajuda a marcar as oscilações de tensão ao longo da narração. A veia propositalmente cômica desse personagem manifesta-se em sua fala com um acentuado sotaque italiano, enquanto os demais personagens não possuem sotaque, ao menos expresso graficamente.

Avelar assume a configuração de um ótimo vilão, passando longe dos megalomaníacos que desejam conquistar o mundo e fazem questão de deixar o fato bem claro em discursos longos e entediantes que os tornam risíveis. Ele nos pasma a cada uma de suas cenas que permitem apenas vislumbrar os contornos de algo tão tenebroso que poderá causar a ruína do mundo como estamos familiarizados, levando a um horror incalculável, tanto para humanos quanto para não-humanos. O seu jeito cruel e soturno nos suscita o questionamento do que efetivamente constitui a humanidade, visto que o comportamento dele é praticamente o sumo de tudo o que costumamos abominar. Avelar fica ainda mais repugnante quando a narração passa para um dos personagens vampiros que em sua maioria carregam um forte senso de honra, mas que no imaginário popular são geralmente associados à bestialidade.

Com a sociedade vampírica caminhando para um catastrófico desequilíbrio, ocasionado por disputas de poder, antigas rixas e “informações plantadas”, as sequências de ação são em maior número do que em “Lázarus”, o que com certeza agradará os leitores mais sedentos por adrenalina. O detalhamento nas lutas é estupendo, garantia de um virar de páginas frenético. Como no primeiro livro da saga, nesse as subtramas ajudam também a estabelecer o clima de desconfiança e especulações no leitor, aumentando as surpresas causadas pelos pontos de virada.

Por estar afastado de Laura, aquela que despertou todo o fulgor da humanidade que havia em si, Robert fica numa constante tensão que o coloca numa corda-bamba entre a fera que habita em seu coração e clama por sangue e a lucidez. Nesse cabo-guerra, Robert é como uma síntese da impetuosidade dos desejos que, por mais nocivos que sejam, suplantam frequentemente a razão e turvam os nossos julgamentos se não soubermos administrá-los. Essa é uma prova de como o amor pode ser abordado em literatura, entreter e ainda não cair na mesmice do roteiro enjoativo e óbvio do “felizes para sempre”.

Como normalmente uma saga que fica estagnada em uma disposição de fatores (personagens, mistérios etc) não vai adiante (não continua na graça dos leitores), a autora amplia o mundo criado por ela inserindo novas criaturas e com isso nos faz pensar o quão vasto é esse cenário e o que podemos aguardar no próximo volume (“Nênia”). Não duvido de que aquilo que observei até aqui é apenas a ponta do Iceberg ou menos.

O controle de todos os núcleos dramáticos, evidenciado pela administração de novas informações acerca de personagens secundários que nos são disponibilizadas de forma pertinente para a trama, auxiliando na construção da história sem quebras abruptas e inverossímeis no roteiro, ajuda a traçar um quadro de toda a história na mente do leitor.

O que fez “Panaceia” galgar o patamar de uma ótima leitura foi o seu grau metaliterário, ou seja, o seu grau de autorreflexão. A literatura, com as suas especificidades técnicas, é passível de ser objeto de avaliação dela mesma. Na fantasia, com a possibilidade de produção de símbolos maravilhosos, o teor alegórico pode atingir níveis elevadíssimos. Particularmente, duas cenas em “Panaceia” remetem a questões importantes.

Uma dessas questões é o quanto o escritor está no texto ou como é a relação entre narrador e escritor. Um equívoco recorrente é a automática identificação entre escritor e narrador, porém o narrador não representa o escritor, visto que o narrador é uma construção verbal arquitetada pelo escritor. Na cena que traz esse problema, uma personagem se vê diante de uma entidade que, paradoxalmente, está e não está presente diante dela e cuja voz enche um silêncio sombrio. A comparação com a situação do escritor com o seu texto (narração) foi inevitável, uma vez que o autor pode dar vida ao texto, mas ele depois de finalizado é uma peça autônoma por não representar necessariamente o seu demiurgo.

A outra questão é a relação entre os leitores e os livros. Em uma determinada cena, Laura tem uma visão, contudo ela não pode interferir em nada, pois é como uma presença etérea que unicamente testemunha um acontecimento. Essa ideia do leitor como uma presença etérea que amiúde envolve-se emocionalmente com a história é um enquadramento genuíno do leitor. Mesmo aqueles que procuram conduzir a leitura sem exacerbações afetivas, não negariam que personagens possuem também uma esfera emocional, mas racionalmente “parida” pela mente do autor. Enfim, para tentarmos interpretar uma personagem é necessário que busquemos memórias emocionais em nós mesmos, do contrário não teríamos como falar com pelo menos uma rasa propriedade.

Concluindo, digo que a Georgette conseguiu fazer um espetáculo ao pegar o que parecia uma clássica história de amor e transformá-la em um romance onde o amor é apenas o ponto de partida para um debate sobre destino, humanidade, poder, amizade, entre outros assuntos. O desfecho é arrebatador, posso apenas dizer que o que começou com um simples ser vivo no planeta terra, repercutiu no cosmos. Minha nota é cinco selos cabulosos!

P.S: A Giz Editorial continuou com o trabalho primoroso feito em “Lázarus”, não tenho qualquer ponto negativo a comentar.

site: http://leitorcabuloso.com.br/
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So Prates 17/05/2013

Panacéia - Gerogette Silen
UAU!!!
Para quem não sabe, esse é o segundo livro de uma série de quatro.

1. Lázarus - lançado
2. Panaceia - lançado
3. Nênia
4. Zênite

Então, se você se interessar por ele (e deve), comece lendo Lázarus.

Bem, em Panacéia continua a aventura, romance, o sangue e o mistério, muito, muito mistério... Georgette me deixou quase louca ao manter encerrado a maioria dos mistérios, deixando apenas um vislumbre para aguçar a curiosidade, mantendo a mitologia e fantasia e nos apresentando novas e inusitadas personagens. Aliás, as personagens são a meu ver, um dos pontos altos dos dois livros. Caí de cabeça em Panacéia e não desgrudei dele um só momento antes de chegar ao final!!!

O fato de não ter gostado de alguns detalhes da narrativa de Lázarus, foi corrigido em Panacéia. A narrativa continua em primeira pessoa, mas agora, não tive como me perder na leitura. Ficou excelente.
Outro ponto corrigido é que em Panacéia é dito já na capa que se trata do livro 2.

Parabéns à Georgette e à Giz Editorial pelas correções efetuadas.

Não vejo a hora de colocar as mão em Nênia!!!
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