Infiel

Infiel Ayaan Hirsi Ali




Resenhas - Infiel


120 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Rafa 13/12/2020

Leitura obrigatória para machistas e pseudofeministas
?Infiel? retrata uma história inspiradora e que, com certeza, já serviu como voz para milhares de mulheres oprimidas e violentadas.
comentários(0)comente



Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

Infiel, Ayaan Hirsi Ali – 10/10
Em 2004, na cidade de Amsterdã, um cineasta foi morto por um cidadão marroquino que, após degolá-lo, cravou no seu peito uma mensagem indicando a sua próxima vítima: Ayaan Hirsi Ali. E é justamente com a autobiografia dessa mulher incrível que o leitor se depara em Infiel. Nascida na Somália, Ali foi vítima da circuncisão feminina aos cinco anos de idade, foi espancada diversas vezes e teve que fugir de sua terra natal na luta pela sobrevivência. Acompanhamos a sua trajetória sofrida até o Ocidente, onde se tornou uma referência mundial na luta pelo direito das mulheres e no combate ao fundamentalismo islâmico. Principalmente no atual momento de crise política e humanitária que vivemos, essa obra escancara o perigo dos pensamentos extremistas e a necessidade de proteção dos refugiados. Também achei muito interessante a forma como a autora mostra as dificuldades e o choque que tomou ao se deparar com uma cultura ocidental, laica e liberal, quando foi morar na Holanda. Confesso que biografia não é o meu gênero literário favorito, mas essa leitura me fez repensar a importância de sairmos da nossa zona de conforto. Leitura obrigatória!

site: https://www.instagram.com/book.ster
Duana Rocha 26/04/2020minha estante
Nossa, achei esse livro aqui em casa e vim no skoob ver se era bom, dei de cara com sua resenha! Já vai pra meta 2020 :D




Carolina.Gomes 14/03/2021

Ayaan: uma mulher inspiradora
Essa é a autobiografia de uma mulher que ousou romper com os padrões: ir contra sua família, os princípios religiosos que lhe foram incutidos ao longo de gerações para ser ela mesma.

Trata-se de uma leitura árdua, uma vez que há relatos das crueldades a que eram submetidas as mulheres somalis. Todas justificadas em nome da fé.

Ayaan é uma mulher que, a despeito dos inúmeros nãos que a vida lhe impôs, enfrentou seus medos, fugiu para Europa onde descobriu que, sim, ela tinha voz e seria ouvida. Sim, ela usaria essa voz para denunciar o sofrimento das mulheres maometanas.

Sua coragem e obstinação a tornaram alvo de ameaças de morte, por parte do islã.

Hoje ela é uma das personalidades mais importantes do mundo.

Leitura mais que recomendada. Obrigatória!
Thamiris.Treigher 14/03/2021minha estante
Uau!!! Já quero ler também!


Carolina.Gomes 14/03/2021minha estante
Vale muito a pena, Thami.




Carine 10/12/2022

Leitura obrigatória
Um livro autobiográfico que narra a trajetória de uma mulher extraordinária que foi criada nos costumes tribais da Somália, sofreu mutilação sexual e espancamentos brutais na infância, foi uma muçulmana devota até a adolescia, fugiu de um casamento forçado, tornou-se deputada na Holanda, clamou pelos direitos das muçulmanas, criticou Maomé e está condenada à morte pelo Islã fundamentalista.

Em novembro de 2004, o cineasta Theo van Gogh foi morto a tiros em Amsterdã por um marroquino, que em seguida o degolou e lhe cravou no peito uma carta em que anunciava sua próxima vítima: Ayaan Hirsi Ali, que fizera ao lado de Theo o filme Submissão, sobre a situação da mulher muçulmana. E assim essa jovem exilada somali, eleita deputada do parlamento holandês e conhecida na Holanda por sua luta pelos direitos da mulher muçulmana e por suas críticas ao fundamentalismo islâmico, tornou-se famosa mundialmente.

No ano seguinte, a revista Time a incluiu entre as cem pessoas mais influentes do mundo. Como foi possível para uma mulher nascida em um dos países mais miseráveis e dilacerados da África chegar a essa notoriedade no Ocidente?

Em Infiel, sua autobiografia precoce, Ayaan, aos 37 anos, narra a impressionante trajetória de sua vida, desde a infância tradicional muçulmana na Somália, até o despertar intelectual na Holanda e a existência cercada de guarda-costas no Ocidente. É uma vida de horrores, marcada pela circuncisão feminina aos cinco anos de idade, surras frequentes e brutais da mãe, e um espancamento por um pregador do Alcorão que lhe causou uma fratura do crânio. É também uma vida de exílios, pois seu pai, quase sempre ausente, era um importante opositor da ditadura de Siad Barré: a família fugiu para a Arábia Saudita, depois Etiópia, e fixou-se finalmente no Quênia.

Obrigada a frequentar escolas em muitas línguas diferentes e a conviver com costumes que iam do rigor muçulmano da Arábia (onde as mulheres não saíam à rua sem a companhia de um homem) à mistura cultural do Quênia, a adolescente Ayaan chegou a aderir ao fundamentalismo islâmico como forma de manter sua identidade. Mas a guerra fratricida entre os clãs da Somália e a perspectiva de ser obrigada a casar com um desconhecido escolhido por seu pai, conforme uma tradição que ela questionava, mudaram a sua vida e ela acabou fugindo e se exilando na Holanda.

Ayaan descobre então os valores ocidentais iluministas da liberdade, igualdade e democracia liberal, e passa a adotar uma visão cada vez mais crítica do islamismo ortodoxo, concentrando-se especialmente na situação de opressão e violência contra a mulher na sociedade muçulmana.

----------------------------

Certos livros são difíceis de serem digeridos, a gente não consegue nem mesmo falar sobre eles logo após finalizá-los. Infiel foi assim comigo e talvez tenha sido assim com você.

O impacto que essa autobiografia deixou em minha vida não é fácil de explicar aqui, em meras palavras, Ayaan me fez questionar minhas próprias crenças e abalou o modo como enxergo o mundo.

Mas Carine, isso foi bom? Sim, foi magnifico!

A menos de 2 meses li esse livro e tive uma experiência pessoal arrebatadora, no início achei meio chato confesso ? biográfica não é me gênero literário preferido ? mas felizmente insistir e não me arrependo.

Tenho panfletado essa leitura a todos, esse livro deve ser lido por TODOS pois é daquele melhor tipo: o de leitura obrigatória. Você, querido leitor, sabe do que falo?! Existem livros profundos, poderosos, com mensagens universais, únicas e potentes que necessitam de destaque coletivo, precisamos que as massas os saboreiem também. E bem, INFIEL é um deles!

Alguns podem não concordar- ou mesmo sentir o impacto que EU senti ? mas isso não diminui o poder da mensagem de nossa queria Ayaan.

Foram 500 páginas de força, resiliência e grandes reflexões!

Quando falamos sobre a influência religiosa, totalitarismo, barbárie, mutilação, agressão e casamento forçado, parece tão longe da nossa realidade, mas não é, isso está acontecendo hoje, aqui no próprio ocidente!

A bandeira levantada pela Ayaan é coletiva, é atual e principalmente é HUMANITARIA!

Acredito que essa mulher e o próprio livro tenham sofrido boicotes devido a dois fatores:
1°: pautas de esquerda, mas alinhadas a partidos de direita conservadora;
2°: discurso contra o multiculturalismo e a permissividade disfarçada de respeito racial nas relações entre imigrantes e os países asilo.
Jaque.Barreto 10/01/2023minha estante
Orgulho em ler um resenha do completa!!!! ?? arrasa irmãzinha!




Alan kleber 01/11/2022

"Nunca mais me submeterei. É possível libertar-se."
"Infiel mostra que uma mulher decidida pode mudar muito mais do que sua própria história."
Ayaan Hirsi Ali, conta a história de sua vida e a de muitas outras mulheres vivendo num mundo de opressão, violência e miséria. Onde muitas muitas ainda vivem.
O patriarcado real, sufocante e enlouquecedor. A verdadeira sociedade patriarcal.

"Em Infiel, sua autobiografia precoce, Ayaan, aos 37 anos, narra a impressionante trajetória de sua vida, desde a infância tradicional muçulmana na Somália, até o despertar intelectual na Holanda e a existência cercada de guarda-costas no Ocidente. Ela foi ameaçada de morte por ter escrito o roteiro de um filme que denunciava como é a vida das mulheres no sistema teocrático. O diretor do filme foi assassinado por um fundamentalista religioso fanático. É uma vida de horrores, marcada pela circuncisão feminina (uma prática comum em algumas culturas) aos cinco anos de idade, surras frequentes e brutais da mãe, e um espancamento por um pregador do Alcorão que lhe causou uma fratura do crânio. É Também uma vida de exílios, pois seu pai, quase sempre ausente, dedicou grande parte da vida a politica. Era um importante opositor da ditadura de Siad Barré, dltador da Somália. Por esse motivo Ayaan e o resto de sua familia fugiu para a Arábia Saudita, depois Etiópia, e fixou-se finalmente no Quênia. Obrigada a frequentar escolas em muitas línguas diferentes e a conviver com costumes que iam do rigor muçulmano da Arábia (onde as mulheres não saíam à rua sem a companhia de um homem)à mistura cultural do Quênia, a adolescente Ayaan chegou a aderir ao fundamentalismo islâmico como forma de manter sua identidade. Mas a guerra fratricida entre os clãs da Somália e a perspectiva de ser obrigada a casar com um desconhecido escolhido por seu pai, conforme uma tradição que ela questionava, mudaram sua vida e ela acabou fugindo e se exilando na Holanda. Lá descobre então os valores ocidentais iluministas da liberdade, igualdade e democracia liberal, e passa a adotar uma visão cada vez mais crítica do islamismo ortodoxo, concentrando-se especialmente na situação de opressão e violência contra a mulher na sociedade muçulmana."

Algumas reflex?es que se tira depois dessa leitura:
A tolerância ocidental em relação a países com práticas e costumes que permaneçem sendo medievais. Tolerância que é cruel e sórdida. Muitas pessoas que vivem no ocidente, para serem vistas como empáticas e sem preconceitos, fecham os olhos para a crueldade e a violência perpetrada por pessoas vindas de outras culturas fechadas e arcaicas.
A cegueira propositada das sociedades ocidentais, e de alguns de seus habitantes que são indiferentes ao sofrimento dos outros, mas fingem serem compassivos. O livro mostra a realidade de como é a vida das mulheres em lugares onde ser mulher é ser um não-indivíduo.
comentários(0)comente



Igor Almeida 04/06/2020

Uma crítica à mentalidade islâmica
Este livro é um relato em primeira pessoa, cuja autora conta a história de vida dela com um único objetivo: mostrar o mundo islâmico sob o ponto de vista feminino. Ela não ataca a religião deliberadamente, mas faz críticas ao modo de pregação religiosa que cerceia a liberdade de seus adeptos. Por exemplo, "o livro sagrado é para ser obedecido, não interpretado, porque você não pode saber mais do que Deus". E assim, devido a esse dogmatismo, os escritos de um livro milenar são levados, ainda hoje, ao pé da letra. As mesmas práticas do séculos VII foram mantidas ao longo dos séculos com pouquíssimas alterações nos países fundamentalistas (decepar mãos, apedrejamento feminino, mutilação genital, etc). Essa é a grande crítica: não permitir nenhum pensamento independente que fuja dos ensinamentos ditos sagrados. Por outro lado, é fato que o islã ensina tolerância, justiça e caridade, mas apenas entre os islâmicos. Isso pode gerar guerra com o resto do mundo, mas é inegável que foi um fator que uniu povos outrora em constantes guerras tribais.

Além da minha descrição, nada melhor que as próprias palavras da autora em trechos de sua conclusão:

“A mensagem deste livro, se é que ele precisa de uma mensagem, é que nós, no Ocidente, fazemos mal em prolongar desnecessariamente a dor dessa transição, alçando culturas repletas de farisaísmo e ódio à mulher à estatura de respeitáveis estilo de vida alternativos. O tipo de pensamento que presenciei na Arábia Saudita e na Fraternidade Muçulmana, no Quênia e na Somália, é incompatível com os direitos humanos e os valores liberais. Preserva uma mentalidade feudal arrimada em conceitos tribais de honra e vergonha. Apoia-se no autoengano, em padrões dúplices. Depende dos avanços tecnológicos ocidentais ao mesmo tempo que finge ignorar sua origem no pensamento ocidental. Essa mentalidade torna a transição para a modernidade muito dolorosa para todos os praticantes do islamismo.

Acusam-me de haver interiorizado o sentimento de inferioridade racial, a ponto de atacar minha própria cultura, movida pelo ódio a mim mesma, pois quero ser branca. É um argumento enfadonho. Acaso a liberdade existe unicamente para os brancos? Acaso é amor-próprio aderir às tradições dos meus ancestrais e mutilar as minhas filhas? Aceitar ser humilhada e impotente? Observar passivamente os meus conterrâneos espancarem as mulheres e se massacrarem em disputas sem sentido?

A minha preocupação central e motivadora é com o fato de as mulheres serem oprimidas no islã. Quando se diz que os islâmicos são a compaixão, a tolerância e a liberdade, olho para a realidade, para as cultuas e o governos reais, e simplesmente vejo que não é assim. No Ocidente, as pessoas engolem tais mentiras porque aprenderam a não ser excessivamente críticas ao examinar as religiões ou culturas das minorias, por medo de ser acusadas de racismo. E ficam fascinadas porque não tenho medo de fazê-lo.

Nos últimos cinquenta anos, o mundo muçulmano foi catapultado à modernidade. Ainda hoje, quem atravessar a fronteira da Somália, há de achar que recuou milhares de anos. As pessoas se adaptam. Aquelas que nunca se sentaram em uma cadeira aprendem a dirigir um carro e a operar uma máquina complexa; adquirem essa capacidade. Do mesmo modo, os maometanos não precisam tardar seiscentos aos para modificar o seu modo de pensar a igualdade e os direito individuais.

Já me disseram que Submissão (um filme que a autora fez descrevendo a situação da mulher muçulmana) é um filme por demais agressivo. "Aparentemente, a sua crítica ao islã é muito dolorosa para que um muçulmano a suporte". Diga, não é muito mais doloroso ser uma mulher presa naquela gaiola?”
Layla.Ribeiro 04/06/2020minha estante
Resenha muito boa




18/03/2013

Submissão - Uma mulher na sua busca incessante pela liberdade
“INFIEL” – Ayaan Hirsi Ali


Quando terminei o livro, fiquei totalmente emocionada pensando como falar de uma mulher tão forte que nasceu em Mogadíscio na Somália, um dos países mais miseráveis e dilacerados da África, onde a língua falada era muitas vezes um dialeto e que essa mulher, driblando todas as dificuldades existentes, chegou a ter um conhecimento aprimorado da língua holandesa e inglesa, tornando-se parlamentar no cenário político da Holanda. Como resumir a história de uma pessoa que abriu tanto sua intimidade para que leitores como eu a conhecesse tão intimamente. Para mim era demais encontrar palavras para definir, uma mulher tão inteligente, tão forte e que redigiu magistralmente sua autobiografia.
Quando comecei a ler “Infiel” imaginei que um livro extenso de 504pags me cansaria logo, pois era muito rico em detalhes, datas, fatos, mas no decorrer da narração me vi acompanhando cada passo dado por Ayaan na sua busca incessante pela liberdade, torcendo e às vezes chorando com seus impressionantes relatos.
O livro como já disse é autobiográfico, conta a história de Ayaan Hirsi Ali, uma mulher que fez da vida uma luta contra a submissão islâmica. Ela nasceu na Somália e também morou no Quênia e Arábia Saudita. Sua história é marcada desde que ela tinha mais ou menos uns cinco anos de idade quando sofreu uma circuncisão feminina, surras brutais da mãe, espancamento ocasionando um traumatismo craniano por um pregador do Alcorão, até sua fase adulta aos 37 anos como parlamentar na Holanda. Ela consegue relembrar, descrever e analisar com honestidade o estado preciso de seus sentimentos em cada estágio da sua vida. Mostra não só o crescimento físico, mas todo o amadurecimento religioso, suas descobertas, descrenças na religião mulçumana, na qual mulheres e crianças nasceram para obedecer sem nenhum questionamento às leis do Alcorão, tendo como o significado literal da palavra islã: submissão.
O livro tem uma narração forte, densa, encantadora, AYaan nos presenteia com descrições primorosas, como se o leitor participasse intensivamente da sua jornada na dura busca pela liberdade.
comentários(0)comente



Leitora Viciada 22/08/2014

Na minha prateleira dos FAVORITOS!
Terminei esse livro na semana passada, no entanto ainda não havia tido coragem de fazer uma resenha. Na verdade ainda não tenho coragem suficiente. E tenho a certeza de que minha resenha não estará a altura do livro.

Esse livro é mais impactante do que os livros que não conseguimos largar até terminá-los; é um dos raros livros em que você fecha a última página e não consegue parar de pensar sobre cada linha, cada palavra. Você pode guardá-lo na estante ou se desfazer dele mas ele ficará para sempre marcado na sua vida.

Tudo isso porque, é uma história verídica, não-ficção; é uma autobiografia sem a pretensão de demonstração de 'eu sou o máximo'. Mas Ayaan é mais que isso: é corajosa, inteligente, esperta, forte e além do mais, foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes da atualidade pela revista Times.

Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada.
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.

site: http://leitoraviciada.blogspot.com/2011/02/ayaan-hirsi-ali-infiel.html
comentários(0)comente



04/06/2020

Duro de ler e de acreditar! Autobiografia surreal de uma mulher forte e resiliente. Até que ponto o extremismo religioso pode torturar, matar e estuprar mulheres? A verdadeira face no islamismo.
comentários(0)comente



sardinha5 07/09/2020

Opiniões Adversas
O livro mais conhecido de não-ficção no mundo sobre a cultura Islã é o famoso "Eu sou Malala" assim, como verdadeiros ocidentais, interpretamos determinadas opiniões como verdades universais, não dando abertura para ouvir as diferentes vivências, que vão influenciar, no fim, aos julgamentos de cada um.

Não podendo ser classificado como maçante, em "Infiel", Ayaan narra sua vida desde muito nova, nascida na Somália, até uma grande mulher, palestrante, e conhecida mundialmente - como é hoje, no Ocidente. O livro é surpreendente para todos que não estão cientes de determinados costumes da cultura islã, a leitura pode até, na minha opinião, causar certa ansiedade ao se pensar que mulheres, ainda hoje, passam pelo que a autora narra e que, não, ela não fala de um passado muito distante.

Por que comentei sobre Malala? Para qualquer um que leu seu livro ou conhece seus discursos, perceberá uma gritante diferença entre as opiniões finais sobre a própria cultura que Ayaan e Malala tem. Desse modo, o meu grande respeito pelo livro vêm da distinção de como uma criação, uma guerra, bombas, tortura, uma família e uma mesma cultura mais rígida ou não, pode encaminhar um grupo.

Ayaan Hirsi Ali é uma verdadeira guerreira, tendo passado por verdadeiros horrores, a qual é possível sentir orgulho de sua trajetória enquanto se lê o livro, necessário para todos nós ocidentais e, nesse caso, brasileiros, ignorantes aos acontecimentos do outro lado do oceano. Assim, com declarações consideradas radicais para alguns, é possível meditar sobre cada questão que resultou nelas, evidenciando um verdadeiro treinamento para o pensamento crítico.
comentários(0)comente



DIRCE 28/01/2011

Ayaan, quero ser como você quando eu crescer
Infiel é um livro autobiográfico, mas pra mim “soou” mais como um documentário.
Não sei se li, ou se alguém me disse que as biografias são sempre romanceadas hã..., hã. Infiel contradiz tal afirmativa, pois é impossível visualizar sequer um esboço de romance em qualquer uma das 496 páginas desse livro, livro, que foi dividido em 2 partes. A a primeira foi denominada : MINHA INFÃNCIA e a segunda : MINHA LIBERDADE.
Na primeira parte o que salta aos olhos são as barbáries cometidas contra as mulheres – sejam elas crianças ou adultas - em nome do Pai, do clã, da tribo, dos ancestrais, da honra da família, enfim, em nome da hipocrisia, da covardia, etc.. etc...
Sim, eu sei: são fatos que poderiam ser vistos como questões antropológica, mas nem por isso deixam de ser barbáries.
Em “Infiel” há barbáries que são cometidas até pela própria família. A mãe e avó da menina Ayaan não foram exceções à regra, visto que ela sofreu ,durante todo o período que com elas conviveu, uma espécie de bullying familar.
A segunda parte do livro foi para mim o passo a passo de como se tornar apóstata.Compreensível...perfeitamente compreensível.
Ayaan , uma jovem que transitou por vários países onde as mulheres viviam sob julgo(Arábia Saudita, Quênia, Etiópia), países onde predominava o fundamentalismo religioso, países onde predominava uma religião contraditória- pregava a paz, mas praticava a violência, em países em que religião era ditame das Leis, quando finalmente se viu em um país ( Holonda) , onde todos tem direito ao livre pensamento, à liberdade de expressão, às leituras não poderia deixar de questionar tudo o que lhe foi imposto e concluir que, o que ela realmente queria é que sua vida fosse regida por ela mesma, pelo que ela julgava certo e não por doutrina religiosa que fazia as pessoa agissem de maneira “ correta” com medo do inferno.
Nem tudo foram flores na Holanda. Ayaan relata o quanto foi difícil adaptação ao modo de vida ocidental. Vivenciou o drama dos refugiados o que a levou ambicionar ir além da sua liberdade individual e foi; ela foi à luta para tentar livrar os aprisionados da gaiola mental.
A minha leitura se deu com interesse renovado a cada página. Me fez admirar essa mulher ,nascida prematuramente em um país, como ela mesma diz: dilacerado pela guerra e que chegou a se eleger deputada na Holanda, mas que por força da circunstância se viu obrigada a se exilar nos Estados Unidos.
A minha leitura desse livro me fez desejar: Ayaan, quero ser como você quando eu crescer
Hester1 12/09/2012minha estante
Gostei da sua resenha.
Como vc diz, nem tudo foi flores na Holanda. Bem a vida dela nunca foi florida, assim como a da mae. Mas como ela dizia que queria ser independente, ela lutou por isso, e sempre buscou respostas. Principalmente na adolecência quando tentava entender a religiao.
Também quero ser como ela quando crescer.




Kecia.Viana 21/04/2022

Causa ânsia de tanta barbaridade
No primeiro momento, é tanto absurdo que eu pensei: não tem lógica isso ser verdade...

Infelizmente é!

Causa ânsia ver o sofrimento de mulheres causada por homens que ainda usam o nome de Deus para justificar suas atrocidades.

Precisamos ter contato com essas literaturas para entendermos contra o quê estamos lutando, para nos apoiarmos e para nunca esquecermos que a luta nunca acabará.
comentários(0)comente



Ladyce 16/07/2010

Uma leitura obrigatória para se entender o Islã
Há livros dos quais não consigo fazer uma resenha logo após sua leitura porque seu impacto é tão grande que não me sinto com a distância necessária para escrever de maneira mais ou menos lúcida, sem muita rapsódia, sobre o texto em questão. Esta foi a minha experiência com o livro Infiel: a história de uma mulher que desafiou o Islã, de Ayaan Hirsi Ali [São Paulo, Cia das Letras: 2007, 496 páginas]. Há seis meses li esta biografia. Fiquei muitíssimo impressionada e emocionada com sua leitura. Passei o livro adiante para algumas amigas, cujas reações apesar de positivas não se igualaram às minhas. O volume retornou à minha casa na semana passada e agora, neste fim de semana prolongado, tive a oportunidade de reler dezenas de passagens destas quase 500 páginas só para voltar a considerá-lo uma das grandes leituras que fiz nos últimos cinco anos.

Talvez seu impacto venha também influenciado por 3 fatores de grande importância: 1) Não é ficção. É uma auto-biografia. Memórias autobiográficas. 2) Morei num país islâmico e reconheço neste livro muitos dos atos bárbaros contra mulheres que presenciei por lá. 3) Este livro, como outros que surgiram nas últimas décadas, mostra uma mulher corajosa, que tomou as rédeas de sua própria vida e liderou um movimento, uma revolta. Faltaram tais exemplos nos meus anos formativos.

Ayaan Hirsi Ali nasceu numa família islâmica, na Somália, em 1969. Teria sido simplesmente mais uma mulher a sofrer a exclusão, a violência com que mulheres são tratadas pelos rituais islâmicos e tribais, incluindo a raspagem de seu clitóris, mais comumente conhecido como circuncisão feminina, não fosse também filha de um opositor da ditadura de Siad Barré, na Somália. Seu pai, um antropólogo que havia estudado na Universidade de Columbia, nos EUA, foi preso em 1972. Por causa disso, Ayaan tem uma vida de exilada e nômade mesmo dentro de seu próprio país. Apesar de abastada, a família, por causa das atividades políticas, estava em perpétua fuga e permanecia, portanto, excluída da norma nacional, vivendo sempre amedrontada por possíveis denúncias ou perseguições. Aqui está um exemplo das preocupações familiares assim que a família deixa Mogadíscio para Matabaan. Mahad é um ano mais velho que Ayaan nascido em 1968 e Haweya é dois anos mais nova, nascida em 1971. Estes eventos acontecem antes de Mahad entrar para a escola primária.

“As mulheres lavavam roupa no lago, e os meninos nadavam lá. Mamãe tinha muito medo de que os garotos hawiye afogassem Mahad, que não sabia nadar. Livre para ir aonde quisesse por ser menino, o nosso irmão não parava em casa. Haweya e eu éramos proibidas de andar à solta. Além do mais Mahad não nos levaria com ele; não queria que os amigos soubessem que ele brincava com as irmãs.

Mahad estava cada vez mais consciente de sua honra de macho. Vovó o estimulava: tinha o hábito de dizer que ele era o homem da casa. Mahad nunca pedia autorização para sair; às vezes voltava muito depois do anoitecer e mamãe se zangava tanto que fechava a cerca. Ele se sentava lá perto, chorando, e ela gritava com frieza: Pense na sua honra. Homem não chora.” [p.50]

Mais tarde, aos dez anos de idade, Ayaan acompanha a família no exílio. A Arábia Saudita foi o primeiro pouso. Lá ela descobre um mundo ainda mais rígido contra as mulheres. E mesmo em Meca a vida muda bastante, entre outras mudanças estava a de mulheres não poderem sair às ruas sem a companhia de um homem…

“As coisas não iam bem em casa. O vínculo outrora forte entre meus pais estava se rompendo. Cada qual tinha expectativas diferentes na vida. Mamãe sentia que papai não dava atenção à família. Geralmente cabia a ela nos levar `a escola e buscar – escolas diferentes porque Mahad era menino – e voltar sozinha. Minha mãe detestava sair sem homem, detestava ser insultada na rua, encarada com insolência. Todas as somalis contavam casos de mulheres que haviam sido agredidas na rua, levadas sabe-se lá para onde, e então, horas depois, apareciam jogadas no acostamento de uma estrada, ou simplesmente nunca mais voltavam. Ser uma mulher sozinha já era horrível. Ser estrangeira, e além disso, negra, significava quase não ser humana, estar totalmente desamparada: um bode expiatório.

Quando mamãe ia fazer compras sem motorista ou marido que bancasse o guarda-costas, os comerciantes se recusavam a atendê-la. Mesmo na companhia de Mahad, alguns balconistas não lhe dirigiam a palavra. Restava-lhe pegar os tomates, as frutas e os temperos e perguntar em voz alta: “Quanto é?” Quando recebia resposta , jogava o dinheiro no balcão e dizia: “ É pegar ou largar”, e ia embora. No dia seguinte era obrigada a voltar à mesma mercearia . Mahad assistia a tudo sem poder auxiliá-la, tinha apenas dez anos” [pp. 80-81].

A Etiópia, o país seguinte de refúgio da família, mostra à Ayaan, pela primeira vez, o cristianismo. Um cristianismo monofisista, diferente do que conhecemos que foi considerada também uma heresia para os segmentos majoritários do cristianismo. Conhecido no ocidente como a Igreja copta, esse ramo do cristianismo, formulado no século V, se ancorou principalmente na Palestina, Síria, Egito e Etiópia.

“Abeh nos matriculou numa escola; as aulas eram dadas em amárico. Como só sabíamos falar somali e árabe, tudo voltou a ser estrangeiro durante algum tempo. Só quando aprendi a me comunicar foi que descobri uma coisa assombrosa: minhas colegas não eram muçulmanas. Diziam-se kiristaan, cristãs, coisa que na Arábia Saudita, seria um feio insulto: significava impuras. Confusa, consultei mamãe, que o confirmou. Os etíopes eram kufr, palavra quase obscena. Bebiam álcool e não se lavavam direito. Uma gente desprezível.

A diferença era visível na rua. As etíopes usavam saia na altura dos joelhos e até mesmo calça comprida. Fumavam e riam em público, encaravam os homens sem o menor pudor. As crianças podiam ir aonde quisessem”. [pp: 90-91]

Mais tarde vão todos parar no Quênia, onde religiões, línguas e culturas diversas se misturam. Com estas experiências Ayaan se expõe a muitas maneiras diferentes de encarar a vida e o mundo.

“Embora o meu novo colégio se chamasse Meninas Muçulmanas, muitas alunas professavam outras religiões. Quase a metade da turma era queniana, a maioria cristã, embora os quicuios também tivessem outro deus pagão. Os quenianos se dividiam em tribos que nada tinham a ver com os clãs da Somália. As tribos eram diferentes entre si no aspecto físico, falavam línguas distintas, tinham crenças próprias, ao passo que todos os clãs somalis falavam o mesmo idioma e acreditavam no islã.” [p.106]

Logo depois, influenciada por uma irmã maometana e com a necessidade adolescente de se descobrir, de descobrir sua própria identidade e talvez também por uma necessidade de direção, de limites para se sentir segura, para ter algo consistente em sua vida Ayaan se dedica ao fundamentalismo islâmico. Mais tarde, já como jovem mulher, irá rejeitá-lo.

“Pedi dinheiro à minha mãe para que a costureira da irmã Aziza me fizesse um enorme manto preto com apenas três faixas apertadas nos pulsos e no pescoço e um zíper comprido. Chagava até os pés. Comecei a ir ao colégio com aquela roupa por cima do uniforme, que me cobria o corpo magro, um véu preto na cabeça e nos ombros.
Eu vibrava com aquilo: um sentimento voluptuoso. Sentia-me poderosa: por baixo daquele tecido se ocultava uma feminilidade até então insuspeitada, mas potencialmente letal. Eu era única: pouquíssima gente andava assim na Nairóbi daquele tempo. Curiosamente, a roupa fazia com que eu me sentisse um indivíduo. Transmitia uma mensagem de superioridade; eu era a única muçulmana verdadeira. Todas as demais garotas, de pequeninos véus brancos na cabeça, não passavam de crianças, de hipócritas. Eu era uma estrela de Deus. Quando abria os braços sentia-me capaz de voar”. [pp:131-2]

NOTA: A título de curiosidade, vale lembrar neste momento, que esconder atributos femininos tais como cabelo, boca, pescoço, pernas, braços e demais partes do corpo consideradas por demais atraentes para poderem ser vistas por olhos masculinos sem que um estupro seja eminente não é uma característica única do maometismo – os judeus ortodoxos, por exemplo, tampouco permitem suas mulheres de mostrarem seus cabelos, assim como têm também outras restrições a vestimentas. As restrições muçulmanas seguem diferentes regras através do mundo islâmico, um exemplo que vem à mente é a cobertura da boca das mulheres com um véu, nos países do norte da África enquanto que o rosto aparece todo descoberto em outros países assim como no Irã.

comentários(0)comente



alê 07/11/2021

Eu não tenho palavras pra descrever o quanto esse livro é um verdadeiro choque de realidade.
Ayaan mostra como, em seu país natal e em vários outros países, a violência em geral, principalmente contra a mulher, era algo comum, a lei, pois foi imposto por Alá no Alcorão. Ela nos permite abrir a mente e questionar nossas crenças e tudo mais o que absorvermos, e isso é um grande divisor de mares.
Sua vida mostra como podemos sim enfrentar essas "leis" e que podemos sim ter uma voz.
Recomendo muito!

"Já me disseram que Submission é um filme por demais agressivo. Aparentemente, a sua crítica ao islã é muito dolorosa para que um muçulmano a suporte. Diga, não é muito mais doloroso ser uma mulher presa naquela gaiola?"
comentários(0)comente



Kamyla.Maciel 19/01/2021

Sobre descobrir-se mulher
A biografia de Ayaan Hirsi Ali expõe, a fundo, a opressão da mulher diante de uma religião que a vê como submissa, que a coloca, diariamente, em posição de vulnerabilidade. Percebemos a cada página, sobretudo no início do livro, como a personalidade da mulher vai sendo moldada, como sua subjetividade é limitada. A religião impõe que a mulher seja dócil, que se sinta culpada por atos que nem são seus.

Esse livro é uma denúncia, um grito, a autora não se vitimiza - apesar dos horrores que sofreu, ela amplifica a voz de tantas mulheres silenciadas por uma religião que as tortura.

Traz cenas difíceis de tirar da cabeça, principalmente porque não estamos falando de uma época tão distante assim e de uma personagem fictícia. É um aprendizado e um mergulho na realidade de muitas mulheres muçulmanas.

Além de toda a questão da mulher, o livro questiona a relação com Deus, expõe uma religiosidade baseada no medo, na ameaça e na obediência cega. Não há espaço para questionamentos e reflexões, não há espaço para o crescimento e amadurecimento pessoal, para a formação de um pensamento crítico, e isso faz o ciclo de violência nunca ser rompido. Os oprimidos tornam-se opressores dos seus filhos.

É lindo ver o descobrimento do ?ser mulher? e a libertação de Ayaan.
comentários(0)comente



120 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR