Bruna 08/08/2013
Uma estória de amor? Não, são várias formas de amar
A jornalista e escritora chilena Isabel Allende, reuniu as melhores cenas de amor dos romances e contos que escreveu, selecionadas pela própria escritora, para dar vida ao livro AMOR. Confesso que inicialmente o livro me conquistou pela capa, e depois pela introdução (a autora conta sobre a vida dela com muito humor), que me arrancou risos e identificação de cara.
No prefácio do livro, a autora relembra a descoberta da sexualidade quando era menina e algumas experiências amorosas que viveu. Acreditou que, aos 5 anos de idade, estava grávida porque engoliu uma boneca (uma daquelas que colocamos no bolo de aniversário), e sua amiga explicou que a barriga dela iria crescer e que sairia de dentro dela um bebê. A amiga afirmou essa ideia pois sua mãe acabara de dar à luz. Isabel não aguentou guardar o segredo e, aos prantos, confessou para a madre da escola que estava grávida.
No livro ela faz um desabafo honesto e emocionante a respeito da sua vida. Narra como foi a passagem pela infância e pela adolescência e o papel da sexualidade nessa época, além de histórias de sua fase hippie e de como foi o escândalo na sua primeira reportagem em uma revista feminina, quando decidiu fazer uma matéria sobre uma mulher infiel.
Trechos como esses mostram como ela descobriu o amor e o sexo de forma interessante. Pois os romances de Allende são vivenciados por ela, "Passei minha vida apaixonada, não me recordo de uma época em que não estivesse amando, mas mesmo assim, o amor é mais fácil na literatura", disse a escritora.
"O sexo é outra coisa. Tive encontros estupendos com alguns homens - sou heterossexual - mas não tão estupendos como os que acontecem na minha cabeça. Confesso que sou uma criatura sexual, inclusive na minha idade, e que se não tivesse optado pela monogamia, andaria com uma rede caçando homens para fazer travessuras com eles. Por sorte, tenho a escrita, onde posso viver todas as aventuras que na vida real não poderia fazer nos meus pensamentos", Isabel Allende comenta.
Isabel provocou risos em mim com as suas falas entre os contos. Mas não fiquei loucamente apaixonada pelas estórias, assim como fiquei pela vida da autora. Os contos - muitas vezes eróticos - foram legais para me proporcionar um novo tipo de leitura (eu nunca tinha lido contos eróticos), mais não achei que o assunto era muito o amor, mais sim a sedução, o erotismos, o desejo etc. Depois notei que, na verdade, existem várias formas de amar.
Adorei as descrições dela sobre esse sentimento tão indescritível, a descoberta da própria sensualidade - apesar da idade - e o encontro com seu marido atual, William Gordon. É um livro que recomendo para quem gosta de contos, pois não se trata de um livro com uma estória linear.
site: http://www.mandelaalterna.com/