Te pego lá fora

Te pego lá fora Rodrigo Ciríaco




Resenhas - Te pego lá fora


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Eloisa.Oliveira 30/07/2023

Só DEUS sabe como tá a mente do palhaço, e o palhaço em questão é o professor de escola pública. E é um livro que pra muitos as crônicas escritas são tão cabeludas que nem parecem reais, mas pra quem estuda a noite em escola pública e na periferia sabe que é daí pra pior! Auxílio Rivotril nas escolas pra já
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Cristian Monteiro 14/11/2022

Livro de contos focados no cotidiano de uma escola pública sobre o olhar de todos os seus componentes, de alunos a professores, de ratos a diretores, expondo dores, feridas e as falhas que esmagam, que maceram.

Dividido pelas estações do ano, com contos que remetem ao clima de cada um, é acertado em se encerrar na primavera e tentar trazer um pouco de esperança depois de muitos contos que nos afundam ao jogar luz em tantas mazelas.
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Ps: Sobre o mesmo tema, vale indicar a série "Segunda Chamada" da GloboPlay, que cumpre um papel parecido.
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Rebeca1409 03/11/2022

????
O livro é muito bom, conta a realidade de muitas pessoas de um jeito informal e gostoso de ler.
Dei 3,5 estrelas por não conseguir me adaptar muito com a escrita, mas os contos, são perfeitos, eles me mostraram uma realidade até então desconhecida por mim, de uma forma impactante.
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Kirla 30/09/2020

Fantástico! Mostra a dia realidade das escolas de periferia sobre o olhar de todos os atores.
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Pê Reck 13/02/2020

Escancarou aquilo que não queremos ver
Sensacional! A escrita, olhar sobre e sob a escola, o tom gostei... de tudo. É daqueles livros que queria ter na mão quando estou na mesa do bar para discutir com os amigos.
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Thaís 07/08/2015

O livro “Te pego lá fora”, escrito por Rodrigo Ciríaco, descreve através de contos as vivências ocorridas em escolas da rede pública de ensino na atualidade, abarcando histórias que retratam o ambiente escolar como um todo, ou seja, o dia-a-dia de alunos, funcionários e professores. O autor divide seu livro de forma criativa por estações do ano, respectivamente verão, outono, inverno e primavera.
No capítulo um o verão, encontram-se as histórias mais pesadas, discutindo assuntos polêmicos que são recorrentes em uma escola, como alunos ligados ao tráfico de drogas, casos de abuso sexual, a importância para os jovens serem aceitos em um grupo e etc. Entre os contos desse capítulo um merece destaque o “Miolo Mole Frito”, no qual, Ciríaco relata uma redação de uma aluna que desejava matar seu padrasto, pois estava cansada de ser violentada. No final da narração, diz ao professor que quando terminar de ler seu texto, tudo estará resolvido, o padrasto já estará morto e ela bem longe. A aluna aborda seu desejo no trecho a seguir:

Meu sonho é matar meu padrasto. Essa noite eu consigo. Vou ferver óleo de madrugada e jogar dentro do seu ouvido. Enquanto ele estiver com o sono pesado, dormindo que nem um menino. Não será para ele não sofrer, não, eu quero que ele sofra. Muito. Mas tem que ser na trairagem pra ele não me machucar mais, não mexer mais comigo. Nem com a minha irmã. (CIRÍACO, pag. 25).

Ao decorrer do outono, serão abordados temas envolvendo gravidez na adolescência, a fábula de um rato observando as injustiças recorrentes no cotidiano escolar, alguns contos como “Sóca para dentro” retratam a desvalorização do profissional educador, em seu espaço de trabalho. Entretanto, a desvalorização esta em todos os âmbitos, como no caso do conto “papo reto”, no qual comicamente o autor retrata a vida de muitos profissionais que não conseguem se dedicar a escola, pois o salário é tão baixo que precisam de mais de um emprego para se sustentar. E o âmbito de guerra que a escola se encontra, em que por interesses “maiores” (políticos), muitos alunos saem da escola sem saber ler ou escrever, o educador que luta para mudar essa situação, muitas vezes é massacrado pela estrutura já corrompida, em que o certo é reproduzir e não produzir educação.
Por outro lado, no capitulo inverno, mostra que a escola é um espelho da sociedade inserida, é um espaço que o professor vai encontrar vários preconceitos, como o retratado no conto “O livro negro”, um aluno é machista com uma menina e sofre racismo, mas a própria estrutura escolar é racista, pois como se chama o livro que se registra as coisas “erradas” que os alunos fazem? Livro negro. Em “obituário”, a história é narrada por um professor que se suicidou cansado do sistema, em que muitos têm que morar na rua, ser humilhados pedindo esmola por não conseguir um emprego, o professor desistiu desse mundo desigual, repleto de desumanidades.
O capítulo primavera, é um renascer, mostra que o autor ainda acredita que é possível mudar essa estrutura social. Como nos contos “Poeta” e “Literatura (é) Possível”, mostra que os alunos são capazes, mesmo com tanto descaso com o ensino público, eles são bons, e os professores que ainda não desistiram é por causa dos alunos, enxergam que ainda é possível fazer um bom trabalho mesmo com a desvalorização, uma frase que expressa tudo isso: “E o que antes eram feras viraram rosas – com espinhos – capazes de exalar um perfume de revolta, amor, palavras e carinhos que olhando nos meus olhos dizem: não só a literatura é possível, professor, Nóis também”. O ultimo conto “Nós, os que ficamos”, expressa que desistir não é a solução, apesar de todas as dificuldades que os educadores encontram para exercer sua profissão, como os exemplos retratados acima, é sim possível transformar essa realidade, será uma luta difícil e duradoura, mas é possível.
Por fim, esse livro faz refletir de forma dramática e ao mesmo tempo cômica, como é importante haver uma reestruturação no ensino público brasileiro, o sistema escolar que esta em vigor atualmente não pode continuar, com os alunos “passando de ano” sem saber ler ou escrever, essa luta vai ser árdua, mas no final tudo dará certo.
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Anya 15/05/2014

Te pego lá fora
O livro é dividido em quatro partes marcadas pelas estações do ano, verão, outono, inverno e primavera. No verão estão os contos mais quentes, mais pesados. São contos de ficção que falam sobre o dia-a-dia da escola. Alguns são críticas ao sistema escolar. Os contos são escritos na linguagem, ou melhor, nas gírias faladas pelos jovens da periferia.
Durante o verão:
Nos surpreendemos com a degradação da infância em “Aprendiz” quando um menino oferece dez reais para transar com a menina e ela diz isso não, só quando eu for “di maió” lá na quinta série.
Em “Bia Não Quer Merendar” lembramos o quanto é importante para esses jovens fazer parte de um grupo, ser aceito. A tal ponto absurdo de Bia desmaiar de fome em vez de comer a merenda só para não ser rejeitada pelas amigas.
Em “Questão de Postura” o professor vê o menino com a mão dentro das calças e se aproxima para perguntar o que ele está fazendo, encurralado o menino mostra que está segurando uma arma. E o professor diz “Ah, é isso. Pensei que fosse outra coisa”. E nós pensamos em que mundo estamos vivendo em que uma criança dentro de uma escola com uma arma é normal. Não é normal, estamos ficando cegos para o que é correto.
Em “Miolo Mole Frito” o professor leva um susto ao ler a redação de um aluno que conta como cometerá um assassinato. E diz para o professor não se preocupar pois quando estiver corrigindo aquela redação já estará tudo feito.
Em “Perdidos na Selva” o escritor compara a sala de aula a uma selva em que estão todos perdidos até bater o sinal e todos irem embora.
Durante o outono:
Ficamos pasmos com a criatividade do escritor quando no final da história descobrimos que quem narra o conto é um rato em “Um Estranho no Cano”. Um rato que anda pela sala dos professores, pela escola observando os absurdos do cotidiano escolar. Enxergando ás vezes mais do que os professores.
Em “Socá pra Dentro” temos mais uma crítica ao sistema escolar que nos faz refletir como o professor pode ensinar educação e cobrar respeito quando muitas vezes os outros funcionários (secretária, inspetora...) dão o pior exemplo. Às vezes desrespeitando e envergonhando o professor na frente dos alunos e até de pessoas de fora.
Em “Papo Reto” vemos que devido aos baixos salários muitos arrumam mais de um emprego e acabam tão cansados, sem tempo que não conseguem cumprir como deveriam suas obrigações. E o professor que é novo que tá tentando entender o sistema ou entra no jogo ou se dá mal.
Em “Da Frente do Front” o professor recebe a notícia de que vai começar a dar suas aulas como quem recebe a convocação para a guerra. No começo tudo era entusiasmo, mais logo começa a perder o brilho. Os alunos são os soldados sob o seu comando. Lidar com os soldados era difícil, mais o pior era lidar com a hierarquia, a burocracia da instituição. Diretores, coordenadores, políticos. Generais de guerra não enxergam a realidade escolar, não se importam com os soldados do futuro.
Durante o inverno:
Em “Boca de Lixo” descobrimos uma escola velha reclamando de ter sido abandonada, está mal cuidada e ninguém liga para os que estudam ali. Pois ela também não vai se importar mais, não lhe dão recursos, os alunos que vão sair dela serão os piores, assassinos, ladrões, pessoas da pior espécie se vingaram dela.
Em “Obituário” um professor estressado, depressivo, cansado do sistema explica seu suicídio de tal forma que pensamos é não temos direito de criticá-lo, ele só fez uma escolha. Cabe a nós fazermos a nossa.
Durante a primavera:
Em “Meninas Super-Poderosas” os alunos lutam para ter uma escola melhor e mostram que tem talento.
Em “Literatura [É] Possível” nos lembramos que a escola não está perdida, não devemos subestimar nossos alunos, eles podem e vão nos surpreender.
O livro finaliza belamente com “Nós, os que ficamos” mostrando porque ainda há professores nas escolas apesar de todas as dificuldades, é porque nós (professores que não desistiram) somos a única esperança de tudo melhorar, os alunos precisam de nós.
O livro pelo que entendi não está à venda em nenhuma editora ele mesmo imprimiu em uma gráfica e o vende. Todo ambientado na escola faz com que nós, jovens professores reflitamos e nos preparemos para o que iremos enfrentar.
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