Graça 10/09/2013
Faça Acontecer
Em princípio o livro de Sheryl é um pouco diferente do que imaginava. Não vou dizer que é um livro de autoajuda porque parece que esse termo hoje é depreciativo.
Sheryl é mulher bem sucedida, bem casada, com filhos e um trabalho que muitos invejam: ela é uma das mais altas executivas da empresa Facebook, de Mark Zuckerberger.
Com 11 capítulos, em 284 páginas, incluindo Notas, Agradecimentos e Índice Remissivo, é um livro fácil de ler e com boas dicas para as mulheres que ainda têm dúvida sobre o trabalho fora do lar.
Em uma reunião no Facebook, com o Secretário do Tesouro, Tim Geithner, Sheryl relata que a equipe que o acompanhava era só de mulheres e que durante o café da manhã elas não só foram as últimas a se servirem como se sentaram à parte, em outro lado da sala. Vendo aquilo ela as chamou. Aquele foi um momento em sua vida de divisor de águas.
“Foi o momento em que vi como uma barreira interna pode afetar o comportamento das mulheres. Foi o momento em que percebi que, além de enfrentar obstáculos institucionais, as mulheres travam uma batalha interior.”
Adiante ela ainda comenta como descobriu que uma mulher competente, aos olhos dos outros, não parece uma pessoa agradável. E que isso pode ser bem complicado quando as próprias mulheres não se valorizam.
O livro segue essa linha de experiências e dicas de como devemos agir em determinadas situações. Quando teve de procurar um orientador na Escola de Administração de Harvard, na entrevista coletiva, o orientador lhe perguntou como era trabalhar no Facebook para Zuckerberger. Ela disse que adorava a não ser nos dias em que colegas lhe perguntavam de tudo. O orientador lhe perguntou ainda sobre as mulheres no mercado de trabalho. Ao que ela respondeu com uma sinceridade brutal:
“Se persistirem as tendências atuais, daqui a 15 anos um terço das mulheres nesta sala estará trabalhando em tempo integral e quase todas elas estarão trabalhando para o cara que está sentado ao lado. Desculpem se isso parece grosseiro ou surpreende alguém, mas é nesse pé que estamos. Se quiserem outra perspectiva, terão de fazer alguma coisa a respeito.”
Segundo Sheryl, a capacidade de ouvir é tão importante quanto a de falar e por isso ela á favorável a que falemos o que pensamos com simplicidade e rapidez, pois as pessoas têm dificuldade de entender.
Uma das coisas que a autora comenta é sobre cuidar dos filhos. “Cheguei a ouvir alguns homens dizerem que estão indo para casa para ficar de babá dos filhos. Nunca ouvi uma mulher dizer que cuidar dos próprios filhar era ficar de babá”.
Ainda sobre o mesmo tema declarou: “Sempre que uma mulher me pede conselhos sobre a criação conjunta dos filhos, digo-lhe que deixe o marido pôr a fralda como quiser desde que o faça”.
No final ela pede que não se termine no livro a conversa e que gostaria que pessoas continuassem a dialogar com ela entrando na comunidade Lean In em www.facebook.com/leaninorg.