A Trilha dos Ninhos de Aranha

A Trilha dos Ninhos de Aranha Italo Calvino




Resenhas - A Trilha dos Ninhos de Aranha


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Fernanda 17/05/2023

Bom
Me peguei várias vezes pensando em como Pin, o protagonista, seria perfeitamente encaixavel no grupo dos capitães da areia. Os paralelos entre marginalidade, abandono e desprezo por regras e ordem, tá tudo aqui.
O contexto é um pouco posterior, segunda guerra, mas ainda assim, semelhante.
Eu gostei de acompanhar esse menino irmão de puta, que sabia um caminho secreto pros ninhos de aranha.
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tinhooo 11/04/2022

primeiro livro que leio do italo calvino e já posso dizer que ele será um dos meus escritores favoritos. a leitura é gostasa, envolvente e leve. também foi muito bom ver como era o cenário italiano daquela época. eu esperava mais do final do livro, mas mesmo assim foi muito bom
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Perigor 13/05/2021

Um órfão na resistência italiana
Tem resenha no IGTV do meu perfil no instagram @_perigor_

site: https://www.instagram.com/tv/CO02E7Cn6i4/?utm_source=ig_web_copy_link
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Sol 25/04/2020

Os olhos infantis durante a experiência da guerra
Me surpreendi com o livro. Gostei muito da forma do narrador trazer o olhar da criança sem torná-lo idealizado. Fica a questão dos ninhos de aranha batendo em nossa cabeça. Através de Pin conhecemos um pouco do que foi a resistência partigiani. O lúdico entra em momentos interessantes, sem pesar ou tornar falsa a narrativa. Vou sentir saudade de Pin.
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Paulo Sousa 08/11/2019

a trilha dos ninhos de aranha, de calvino
Título lido: A trilha dos ninhos de aranha
Título original: Il sentiero dei nidi di ragno
Autor: Italo Calvino (Ita)
Tradução: Roberta Barni
Editora: Companhia das Letras
Lançamento: 1947
Esta edição: 2004
Páginas: 192
Classificação: 3/5
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"Há intelectuais ou estudantes, mas poucos, aqui e acolá, com algumas ideias na cabeça, vagas e não raro distorcidas. Têm uma pátria feita de palavras, ou no máximo, de alguns livros. Mas lutando vão perceber que as palavras já não têm nenhum significado, e descobrirão coisas novas na luta dos homens e assim lutarão sem se fazer perguntas, até irem buscar novas palavras, aí vão reencontrar as antigas, mas mudadas, com significados que nem sequer tinham desconfiado" (posição no kindle 2060/72%).
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calvino sabe mesmo prosear: eu tinha lido seu excelente "se um viajante numa noite de inverno" no já distante maio/18 e me prometi ali que poria o autor italiano em um provável projeto (mais uma vez solitário) de ler todos os seus livros. vê-se que ainda não pude realizar a proeza, ainda mais agora, quando tenho me dedicado a uma nova graduação que tem minado meu tempo já bastante esfacelado, mas não esqueci daquela epopeia toda que Leitor, o personagem que engrena o livro, passa para tentar ler um livro misterioso sem a interrupção inquietante de páginas faltosas no volume.
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mas consegui abrir algumas brechas fortuitas e consegui terminar o "a trilha dos ninhos de aranha", seu primeiro livro, publicado em 1947, dois anos após o fim da segunda guerra mundial.
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o livro é protagonizado por pin, um garoto que vive numa pequena aldeia no interior da Itália, pelos olhos de quem vemos o desenrolar dos vestígios deixados pela guerra, personificado por homens e mulheres devastados e miseráveis sob o olhar do garoto, uma mistura de nojo, admiração e revolta ao mundo dos adultos. por isso mesmo, calvino adota uma prosa meio fabular para tratar de atrocidades vividas pelos italianos, que se organizaram em pequenos grupos armados para lutar contra o nazi-fascismo, e tinham de conviver com os tiros, os corpos mutilados e a incerteza quanto ao futuro.
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para tanto, pin busca a atenção dos adultos, ora envolvidos em conspirações. ele se utiliza da chacota, das piadas e até de uma arma furtada de um soldado alemão para obter essa atenção, mas a solidão excruciante acaba levando pin a vagar sem destino, quando percebe que os adultos são maus, hipócritas e imorais. ele nesmo alimenta pensamentos impuros, xinga e é mal educado, mas é notável que calvino não extirpe de pin traços de uma inocência comovente, em meio a tempos tenebrosos.
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falar da guerra é sempre dolorido, sobretudo para quem viveu e testemunhou esses dias sangrentos. calvino conta no livro, na verdade, sua experiência própria na luta armada contra as forças opressoras. logo, não seria diferente que o livro tivesse o quilate que tem, prenunciando o grande escritor que haveria de tornar-se. vale!
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Arsenio Meira 26/02/2014

Entre granadas e corpos mutilados, a estreia literária de Ítalo Calvino

Neste romance de estreia, Calvino resgata suas memórias e seus traumas como soldado partigiano (guerrilheiros que combatiam o nazi-fascismo). "A trilha dos ninhos de aranha" publicado em 1947, é narrado sob o olhar de uma criança e traduz o clima de uma Itália esmaecida pela 2ª Grande Guerra. Há também o tópico pós-guerra (sempre no campo ficcional) com um laivo de tom fabular, que bem se encaixa na narrativa de tom realista, atrofiada parcialmente pelos fatos trágicos que permeiam a ficção.

Ser testemunha de uma época histórica, repleta de horror e sordidez reclama uma responsabilidade especial, tanto pelo compromisso para com aqueles que não sobreviveram, de narrar a violência da guerra, quanto pela necessidade de narrar sua própria experiência, sempre ampliada pela experiência dos outros. Por isso, Calvino optou por não representar a guerra em si, mas sim os vestígios deixados por ela. Nesse sentido, uma possível forma de lidar com essa angústia era contextualizar seu romance em meio a pessoas que viviam em plena miséria entre os marginalizados e criminosos. "A trilha dos ninhos de aranha" – título que pode ser considerado não representativo para o conteúdo da guerra, mas que evidencia um vestígio ou mesmo uma trilha, um rastro deixados por ela – tem por protagonista o menino Pin. É um garoto ainda. Entretanto, Pin não é uma criança como as outras: não ri nem brinca; por isso se refugia no único mundo que encontra, que é o sórdido mundo dos adultos.

O protagonista é, portanto, uma criança que convive com a crueldade dos homens e que, desse modo, aprendeu a ser como eles,fazendo zombarias maldosas e dizendo palavrões e obscenidades. No entanto, tal comportamento na verdade deriva da solidão marcada pela ausência dos seus pais (uma mãe falecida e um pai que não voltou para vê-lo) bem como de uma irmã prostituta. São várias guerras que a criança termina por enfrentar.

A trama d’A trilha não se detém apenas nesse aspecto um tanto quanto fabular, em meio à crueza da guerra. É um romance de estreia digno do escritor que ele viria a ser. Há uma passagem na trama que merece realce: após ter roubado a arma do alemão marinheiro que dormia com sua irmã, o pequeno heroi vai preso. Na prisão conhece o partigiano comunista Lobo Vermelho, com quem irá fugir.Mas Lobo Vermelho seguirá sozinho, deixando Pin ao deus-dará. Como é só uma criança, ele acaba por chorar com medo da solidão. É esta solidão, que absorve o tempo e torna tudo ainda tão mais precário que faz o romance soar como uma voz úmida dentro da noite, ferida pelo silêncio repentino das metralhadoras em repouso.

A juventude esvaída em sangue e os sobreviventes resistem aos tiros e ao horror dos cadáveres mutilados, mas não resistem ao descobrimento tardio (?) da febre animalesca que agita o ser humano e sua fissura para matar o sono de todas as armas.
Pedrinho 17/03/2014minha estante
Compratilho de sua opinião sobre esta obra.




Sara 12/01/2011

O começo de Calvino...
Para quem começou a leitura das obras de Calvino por Se um Viajante numa Noite de Inverno, As Cidades Invisíveis e Os Nossos Antepassados e se costumou ao seu modo de contar histórias diferenciado mas sempre com um toque fabuloso, estranha de uma certa forma A Trilha dos Ninhos de Aranha... Num estilo neorealista o autor dá forma aos desconfortos, tragédias e obscuridade da época facista italiana... No livro Eremita em Paris, Calvino falando sobre seu sucesso diz: "Meu primeiro livro, A Trilha dos Ninhos de Aranha, lançado em 1947, é um romance que se baseia na experiência da guerra partigiana" Mas é claro que isso é o pano de fundo para situar o menino Pin que tornou-se adulto demais para uma criança, mas é ainda muito criança quando vale a palavra e a força adulta. É também um solitário sonhador que sonha nada mais do que encontrar um dia um amigo de verdade... alguém que tenha seus gostos e se interesse pela Trilha dos Ninhos da Aranha que só ele conhece e a quem ele mostraria. As aranhas fazem ninho? é a pergunta dos sabidinhos... e da qual se aproveitam para zombar... Bom, Pin tinha certeza de que sim e só ele conhecia o lugar... Será?! Descobre depois que um astuto jovenzinho ambiciso sabe do lugar e rouba-lhe o seu tesouro! Oh, é lastimoso, mas pelo menos pra Pin valeu a pena sonhar; a história é muito dura e real... mas enfim, Pin encontra o que muito almejou, encontrou um amigo como queria. Isso abre uma janela de esperança para as conquistas e realizações nem que tenhamos que pensar apenas em termos literários!
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