Andrea 19/01/2012Amor verdadeiro, amor eterno s2 s2Esse livro é tão cheio de WTF? que eu não sei nem por onde começar. Posso citar poucas coisas que achei interessante e elas nem de longe foram suficientes pra salvar a história. Os personagens não são cativantes (teve um ou dois que eu mais ou menos gostei), a história não faz muito sentido, não tem humor, não tem suspense, não tem romance... E o pior: me lembrou tanto Lover Eternal que eu fiquei /q a maior parte do tempo.
Aliás, quero deixar claro que não sei qual dos dois livros - ou das duas séries - saiu primeiro. A comparação foi feita segundo a minha ordem de leitura. E, levando em conta que eu não gostei de nenhum deles, qual saiu primeiro não muda muita coisa. Tudo farinha do mesmo saco.
Quando conheci a série Lords of the Underworld, achei a idéia super bacana. Eu ainda não tinha lido nada da Irmandade e opa, guerreiros imortais almadiçoados a hospedar os demônios que, num ato impensado, libertaram da caixa de Pandora, muito me interessou.
Comecei pelo The Darkest Fire, que é tipo uma introdução pra toda a série, e mesmo achando meia boca por causa do romance, não foi o suficiente pra me desanimar de ler o primeiro livro.
Uma pena porque assim eu teria sido poupada de 374 páginas de pura chatice. E sim, eu poderia ter parado a leitura a qualquer momento.
Li algumas resenhas de pessoas que também não curtiram muito a história e concordo com várias coisas ditas lá. O principal é, como assim guerreiros imortais que podem morrer? E nas mãos de humanos?!
Também achei pura falta de cojones da autora manter Promiscuity (Luxúria? Promiscuidade?) hetero. Ela poderia ter apimentado o personagem.
Bom, vamos à história. Já no começo, sabemos que os guerreiros, homens sarados, fortes e perigosos, moram juntos numa fortaleza. (Opa, onde eu já li isso?) Eles são considerados "anjos" pela população local porque ajudam a cidade. (Eles são ricos, claro.) De início, só é falado de alguns dos guerreiros e seus demônios e, lá pela metade aparece o resto (que não faz parte do grupinho) e surpresa (sem ironia), há uma guerreira.
De todos os personagens, os únicos que me chamaram atenção foram o Disease e o Disaster e eu até pensaria em ler seus livros se não soubesse que a autora provavelmente vai estragar a história deles. O único momento em que eu esbocei um sentimento que não fosse incredulidade ou tédio, foi quando Disaster apareceu. Na verdade, me arrancou até um sorriso. Melhor parte. E quando você considera a cena de uma lâmpada explodindo ou de um teto caindo na cabeça de alguém a melhor coisa de uma história, pode saber que tem alguma coisa errada nela.
O mocinho-chatinho desse livro é Maddox, o Senhor da Violência. Além de carregar um demônio barra pesada, há muitos anos ele cometeu um ato cruel - guiado pela Violência - e desde então foi condenado a morrer e queimar no inferno todas as noites. Viram como a história era promissora?
Até aparecer Ashlyn, aka mocinha-tonta-e-virgem. Porque claro, o mocinho é tão velho quanto a Terra, mas a mocinha tem que ser intocada. Inocente, mas que compra lingerie sexy e fantasias porque na verdade é uma ninfo que só precisa do mocinho pra se descobrir... Meu Deus! Mas voltando: a mocinha-tonta-e-virgem se sente uma aberração porque ouve vozes do passado e, numa viagem à Budapeste (viu como a história tinha futuro?), ela fica sabendo sobre os guerreiros e se convence que eles podem ajudá-la a controlar sua... maldição. E o que ela faz? Tenta ir até à fortaleza, que fica numa colina, obviamente protegida, À NOITE, NEVANDO E SOZINHA! Inteligência não é o forte desses personagens.
Maddox e Ashlyn se encontram. Ele acha que ela foi mandada pelos Caçadores - humanos que querem exterminar os guerreiros e os demônios - e daí vem uma das partes mais irritantes da história: ele a chama de Bait (como que traduziram, isca? Chamariz?) metade da história e ela fica, "mas o que é isca? Por que você fica me chamando assim?". Tive ímpetos assassinos nessas partes. Além de tonta, é burra.
Pra coroar, Ashlyn é uma típica personagem da Nora Roberts: os pais se livraram dela, ainda criança, por causa das vozes (as vozes são o de menos, gente) e ela foi criada por um dos chefes de um Instituto que estuda criaturas/fenômenos/whatever paranormais. E coitada, ela passou a vida toda sozinha, sem amigos, sem contato humanzzzzz... Ela sofre de alguma coisa o tempo todo. Só quando está com Maddox, é feliz. E é capaz de cometer os atos mais absurdos, incluindo desafiar os outro guerreiros para salvá-lo. Sério. (Eu já não li isso em algum outro livro?)
Metade do livro se passa em menos de 24 horas e que acontece de mais importante? Mocinho-chatinho e mocinha-tonta-e-virgem se apaixonam perdidamente, claro. Descobrem que foram feitos um para outro. Óbvio que os outros guerreiros não veem com bons olhos esse relacionamento e a situação vira Maddox-contra-o-mundo-por-Ashlyn. O livro inteiro é assim. Comentei lá em cima que o livro não tem romance. E não tem. Isso pra mim não é romance. Até posso aceitar amor à primeira vista, que você se apaixone, mas acho que precisa ter um tempo pra esse amor se desenvolver. No máximo, aqui, rolou atração física. E obsessão, já que toda hora tinha um "você é minha/meu".
E isso me leva à outro problema do livro: o sexo. Eu acho que a Gena, a Ward - e mais escritoras que eu tive a sorte de não conhecer - queriam escrever livros pornôs (atente pro pornô, não erótico), mas sabiam que isso não iria fazer tanto sucesso. Então camuflaram o motivo principal (sexo explícito) sob uma pseudo-história. A mão naquilo, aquilo na boca, membros duros metade da história... (Gena usa "penis" algumas vezes e outros termos chulos que acho que foram suavizados na tradução.) Super envolvente hein?
Ah, e ela também fez questão de nos informar que a Ashlyn não conseguia fechar os dedos ao redor do "membro" do Maddox e, numa outra cena, que o tal membro ia fundo até a garganta dela. Gente... Incrível.
Mas bem, vamos voltar à "história". Eles já se amam tanto que não conseguem ver o outro sofrer e querem morrer pra que o outro seja salvo. É tanto amor que em 6 páginas, eu li "I love you" 11 vezes. Contado. E tudo durante uma cena de sexo.
Ainda tem Violência, o demônio feroz que sempre tenta curvar Maddox à sua vontade - e quase consegue -, mas que cai de amores pela Ashlyn e aceita ser subjugado para protegê-la. E eu contei que Maddox tem uma tatuagem nas costas?
Pera, onde foi que eu já li isso tudo mesmo?
Ainda há outras coisas que nem vou comentar, como o Instituto, os Caçadores, HAHAHAHA os deuses que foram vencidos pelos titãs...
E pensar que essa série tem/vai ter mais de 10 livros. Minha nossa.