Heitor 15/03/2024
191 filmes para começar
Quando você decide por estabelecer a história geral de determinado assunto, independentemente de qual seja, mostra-se mais importante você ter estabelecido bem quais pontos serão destacados e explorados e quais outros ficarão excluídos e ocultados dessa história, do que deixá-los inconscientemente dispersos pelas passagens e assombrando-nos por todo o texto. logo, quando num primeiro momento o autor assume a particularidade e responsabiliza-se por sua própria perspectiva posta em jogo, avanços proveitosos são encontrados aqui: primeiro, uma sobriedade maior para tratar cronologicamente dos eventos passados e, principalmente por isso, uma revisão das histórias passadas que na intenção, ou não, privilegiaram as produções cinematográficas mais próximas de seus autores em detrimento das demais; e segundo, o convite para a criticidade própria do autor nos estimula a também exercermos do nosso próprio olhar, da reconstituição dessa história e da apropriação feita dela por nós.
do flerte entre essas duas ideias, portanto, temos uma história do cinema autêntica, dada o carinho transparecido pela riqueza bibliográfica e de comentários, e o resgate de uma história que não se limita somente ao enredo ocidental, preocupando-se e demonstrando atenção com as diversas outras regiões que produziram e influenciaram esse meio, sem perder o rigor cronológico de suas influências ao longo das grandes repercussões internacionais. com resgates não somente geográficos, mas de cor ou gênero. um livro de introdução geral cativante que nos convida a conhecermos as janelas, as portas, os espelhos e todos os outros conceitos etc. que compuseram e ainda compõem a relação do cinema consigo mesmo e que, a partir disso, pensemos sua relação com o público, com o psicológico e com a arte.