spoiler visualizarHades.Genovez 26/02/2024
Aquiles, Patroclo e Admiração
?A canção de Aquiles é um livro sobre admiração. O tempo todo se discute sobre o que se admirar, a glória, o conhecimento, a honra. Mas, Pátroclo, diferente de todos os gregos, admira Aquiles por si só. Os maiores parágrafos descritivos do livro são uma junção de adjetivos de palpitar o coração, todos descrevendo de um ponto de vista específico de Pátroclo a aparição estonteante de Aquiles. Dentro da guerra, havia uma admiração sobre ele, mas os gregos amavam a vitória, o significado de herói
era a glória de sua guerra. Mas Patroclo não tinha em sua mente o homem que trouxe glória à Grécia, mas o menino macio que tocava lira, com seus olhos verdes repletos de inocência, que o relembra do cheiro de sal e do barulho caindo por ignorância das ondas do mar.
Ha muitos comentários sobre o livro falando que não sentiam o romance entre eles, mas consideram que as pessoas que comentam isso nunca se apaixonaram. Patroclo deu sua vida à Aquiles e sua honra, seguiu com o que acreditava até o fim, mas permaneceu do lado de Aquiles o tempo todo. Por outro lado, o jeito de amar de Aquiles se tornava pequeno diante do grandioso destino em suas mãos. Ele já sabia quem era e o que faria de sua vida, Pátroclo fazia parte de seu destino, era tão importante para si que suas profecias giravam em volta dele.
No final do livro, me perguntei a quem Aquiles amara mais, Pátroclo ou sua honra. Acabei por me decidir que ele amava mais o outro homem. Por dividir a tumba com ele, indicava que sua grandiosidade iria ser honrada a cima de ambos. Tétis, como a grande enigmatica e misteriosa personagem que é, percebe só no final do livro que Aquiles admirava Patroclo, e só depois de uma incansável busca de Aquiles enquanto a alma de Patroclo não podia encontra-lo, conseguiu convence-la de que era digno.
No começo, achei que gostaria mais de Aquiles do que qualquer um, mas me enganei. A bondade de Pátroclo era o que preservava a de Aquiles, ele era o chão do herói, um ponto de lembrança de um passado que retratava tempos melhores. Por mais desonrado que ele fora, sendo exilado por seu pai em Fítia e vivendo nas ?sombras? de Aquiles, ele, na minha opinião, foi o personagem que mais acumulou glória, e acho que Aquiles também pensava assim.
Afinal, Pátroclo curou soldados, salvou mulheres, se empateceu pelos troianos, lutou por Aquiles e, enfim, morreu por ele na mão de Heitor com ajuda de Apolos, ou seja, precisou de um Deus para mata-lo.
É uma trágica história de amor, que prende seus leitores de forma humilde até a metade, mas em seguida os escraviza em uma leitura curiosa que vem assolando o enredo de forma mágica com os acontecimentos de guerra. Nunca li Ilíadas, mas acho que nem ela teria me preparado para as reviravoltas que aconteceram, logo, nao sabia nem o que esperar.
Guardarei esse livro no meu coração como Aquiles guardou Patroclo em seus braços.