Ângela Bittencourt Cardoso 19/01/2023
Não se julgue, dentro da vida, como alguém que nunca prestará contas dos atos mais ín-timos.
Tudo o que praticamos, Dirceu, permanece gravado no livro da consciência.
O bem é a sementeira da luz, portadora de colheitas sublimes de alegria e paz, enquanto que o mal nos enegrece o espírito, como tinta escura que mancha os alvos cadernos escolares.
Ouça a palavra esclarecedora de nossos pais, os primeiros amigos que a Bondade Divina colocou à portas e nossa vida terrestre, e nunca despreze os bons conselhos recebidos. A nos-sa natureza, quase sempre, reclama ternura e compreensão dos que nos cercam, mas a nossa necessidade de preparação espiritual exige luta e contrariedade. Nem sempre aprendemos o necessário, recebendo demasiadas carícias. Por isso mesmo, na maioria das ocasiões, preci-samos do socorro de advertências mais fortes.
Não seja, pois, rebelde à orientação do lar.
Em suma, Dirceu, seja bondoso, fraterno, aplicado ao estudo e ao trabalho. Conserve amizade sincera aos livros. Faça-se amigo prestimoso de todas as pessoas, ainda quando não possa você ser compreendido imediatamente por elas.
Não descreia da boa semente, embora a germinação se faça tardia.
Não maltrate nem persiga os animais úteis ou inofensivos. È muito lamentável atitude de todos a aqueles que convertem a vida terrena num instrumento de perturbação e destruição para os mais fracos.
Seja bom, Dirceu, profundamente bom, verdadeiro e leal. E creia que todos os seus atos nobre serão largamente recompensados.
Agora, meu querido irmão, devo terminar.
Beije por mim a mamãe e a papai. Estou certo de que um dia nos reuniremos, de novo, no Grande e Abençoado Lar, sem lágrimas e sem morte.
Até lá, conservemos, acima de todas as dores e incertezas, nossa fé viva em Deus e a nossa suprema esperança no destino.
Adeus.