Dauri 18/09/2017
Mais cativos que livres
Não sei exatamente onde li a indicação desse autor. Mas de imediato fiquei interessado, pois ele era apresentado como mais um bom escritor do sul dos EUA de onde vêem William Faulkner, Carson Mccullers,e tantos outros.
E então, aconteceu com Richard Ford o que lá atrás aconteceu com Antonio Lobo Antunes: a sensação de ter descoberto UM AUTOR. Descobrir um autor para mim significa encontrar um que te chama pra fazer uma jornada, lendo muito mais que um ou dois dos seus livros.
Com Independência o autor nos apresenta a rotina e a vida “sem graça” de um americano padrão, explicitando com a sua vida o que diz respeito a todos nós. A esmagadora maioria dos humanos vive uma vida rotineira, simples, de desencontros e destituída de grandes significados.
Ao mesmo tempo o autor desmitifica o The american way of life, situando seu romance no feriado de 04 de julho forçando na descrição dos tempos e contratempos da vida comum (medíocre?) do personagem (que nos mostra que somos muito mais cativos que livres), de modo a forçar o leitor a sentir o peso do mesmo enfado e cansaço, pela descrição alargada dos fatos relatados/vividos em páginas e mais páginas (486).
Li também que é um livro para adultos. Concordo. Não é para entretenimento, apesar de ser bom de ler. Diria também que o livro, talvez, fale um pouquinho mais aos homens. Talvez.