mee.cornetto 26/07/2013
Primeiramente, devo dizer que fui atraída pelo livro pela sua bela capa. Devo dizer a Editora Arqueiro acertou em cheio com ela, pois a imagem já demonstra de cara o amor puro e sincero que uma mãe possui para com seus filhos e vice-versa.
A história também não decepciona. Nela entramos na vida de Ella Beene, uma mulher que, depois de diversas tentativas de ter filhos e de um divórcio, encontra seu lar em uma cidade chamada Elbow, junto de Joe e seus dois filhos, Zach e Annie, cuja a esposa o havia abandonada quatro meses antes, em uma depressão profunda, alegando nunca mais voltar. Ambos se apaixonam e, pouco tempo depois, Ella muda-se para a aconchegante casa de Joe, passando a ser aquilo que sempre quis ser: mãe. Durante três anos, é ela quem educa, cuida, dá amor e carinho, brinca e consola as crianças (juntamente de seus pais, claro). Sua vida não podia ser mais perfeita.
Até que, um dia, Joe sofre um acidente no mar e acaba morrendo, deixando Ella sozinha. Como se já não bastasse todo o sofrimento e a dor que a morte causa, principalmente quando se tem que explicar isso para duas crianças, a mãe de Annie e Zach volta inesperadamente. E pra completar, disposta a conseguir a guarda das crianças.
Nesse momento, Ella vê seu mundo desabar. É a partir de agora que ela começa a viver um grande conflito em meio a segredos, mentiras, incertezas e inseguranças. Durante o livro, acompanhamos o seu processo para conseguir entender toda a situação, tentando fazer sempre o que é melhor para seus filhos, colocando-os em primeiro lugar, por mais que isso signifique ficar longe deles.
No geral, nessa leitura podemos ver e sentir o amor de mãe, de ambas as partes, tanto de Ella como de Paige, ex-esposa de Joe e mãe biológica das crianças. É impossível não se colocar no lugar das duas e sentir suas dores e, por mais que Ella seja a protagonista e que a história seja contada na versão dela, muitas vezes senti compaixão por Paige também.
Apesar de ser um livro maravilhoso, não dou a ele 5 estrelas apenas por um motivo: achei que a autora não deu um desenvolvimento correto a Paige. Conforme lemos, vemos toda a raiva de Ella pela mãe biológica de seus filhos se transformando em pena e, mais tarde, compreensão e aceitação. Entretando, por parte de Paige, não é assim. No livro todo ela foi egoísta (teve seus motivos, eu sei), cheia de raiva e rancor e, de repente, nas últimas páginas, ela simplesmente muda de comportamento, como num passo de mágica. Sei também que houve o acidente com o Zach (não entrarei em detalhes para não haver spoilers), que fez com que ambas as mães se aproximassem, mas não sei se apenas isso seria possível para que todos os problemas acabassem.
Mas enfim, recomento muito este livro, pois ele obteve tudo o que é essencial para se obter uma boa leitura: uma bela capa, uma linda história e uma tradução impecável. Parabéns para todos os envolvidos!