Alícia 03/02/2022
trem fantasma
"Da peste gay. Ou vai me dizer que você ainda não ouviu falar do que está acontecendo com as bichas em San Francisco e Nova York? Elas estão morrendo, como moscas." - Mary Marvel.
O autor foi extremamente corajoso em trazer nesse livro memórias contadas de uma forma tão crua, sem papas na língua e com toda a libertinagem dos anos 80. A forma com que ele narrou a vida sexual aos poucos sendo impactada pela até então chamada "peste gay", foi sensacional. No entanto, muitos pontos do livro acabaram por me incomodar, abaixando minha nota.
Primeiro, começo falando que a minha expectativa estragou a experiência de leitura, tendo sido atendida apenas após os 70% do livro, onde realmente comecei a ficar envolvida. Além disso, sempre que iria se referir a um personagem não-branco, o autor não lhe dá nomes, como faz com os personagens brancos, sendo apenas "o negro", "o mulato", o que acabou por me incomodar. Outra coisa que me incomodou foi o uso do termo "opção sexual".
Apesar disso, é inegável dizer que é um livro interessante. Um relato marcante de como foi ver pessoas que frenquentavam as noites com ele, definhando aos poucos por uma doença desesperadora.