Tico Menezes 25/10/2022
Um dia a gente cresce e conhece nossa essência e aprende...
... o que é raiz, então cria consciência!
Com esse verso do Chorão eu abro essa resenha apaixonada por esse começo de fase do Homem-Aranha. Objetivo, divertido, interessante e inteiramente fiel à essência do herói. Aqui temos uma evolução natural de Peter Parker, que ao ser escanteado pela mulher da sua vida, busca novos propósitos e os encontra na educação. Mas ao mesmo tempo em que Peter começa a lecionar na Midtown, conhece Ezekiel, um homem mais velho que tem muito a ensinar sobre sua condição.
Morlun acaba por ser um vilão ameaçador, mas que perde rápido para o intelecto de Peter. A resolução é poderosa, a luta final é pauleira, mas nada tem tanto impacto quanto a página final: Tia May descobrindo a identidade do Homem-Aranha!
Straczynski é um roteirista de mão cheia, que consegue manter o humor do Peter em alta, seu constante drama existencial de forma honesta e apresentar uma trama interessante o suficiente para que o leitor queira saber mais.
Há uma piada bem babaca aqui sobre travestis, mas atribuo à época e, uma vez que isso nunca mais se repetiu, não mancha a boa fase que se inicia.
Espetacular como deve ser, tem na arte do Romitinha seu ponto mais forte. Até um roteiro mediano ficaria bom no traço do cara. A HQ é bonita, dinâmica, divertida, emocionante e promissora - mesmo entregando tudo já na primeira edição!