Nath @biscoito.esperto 13/02/2021"E nós somos feitos à imagem de Deus, que é o arquétipo último do homem. Ame o seu próximo como a você mesmo, porque ele é você mesmo".
O Poder do Mito é uma adaptação do documentário de mesmo nome, que é uma entrevista do jornalista Bill Moyers com o escritor e pesquisador Joseph Campbell.
O livro é de fácil entendimento justamente por se tratar das conversas entre Bill e Joseph (e os trato no primeiro nome porque eles se tratam assim durante o livro). Porém, mais do que uma transcrição, o livro possui conteúdo extra, além de aprofundamentos que não foram possíveis durante os episódios do documentário.
Joseph Campbell é de uma erudição sem igual, e Bill Moyers faz as perguntas mais provocadoras e interessantes possíveis. O meme do "mlk transcendeu" é real demais durante esta leitura, pois tudo que já vimos na vida real e na ficção passa a fazer sentido.
Mesmo sendo genial, discordo de Campbell em alguns aspectos. Apesar dele saber muito, ele não sabe de tudo. E, longe de dizer que sei mais que ele, pelo menos arrisco dizer que sei uma coisa ou outra.
Quando lemos um livro, devemos ser um filtro, não uma esponja. Ter senso crítico e saber o que aproveitar de uma obra deve ser o principal objetivo de um leitor. E há muito a ser aproveitado aqui.
Quando leio um bom livro, sinto vontade de lê-lo novamente desde o início assim que o termino. Em vez de fazer isso, vou mergulhar nas recomendações de leitura de Campbell. Agora preciso ler sobre literatura medieval europeia, sobre a história de Buda, vários ensaios de Schopenhauer e pelo menos uns três livros do James Joyce. Me desejem sorte!
"Razão tem a ver com encontrar as bases do ser e a estrutura fundamental da ordem do universo. As bases do nosso ser, enquanto sociedade, enquanto cultura, enquanto povo, derivam das características fundamentais do universo".
RESENHA DA RELEITURA:
"O mundo, hoje, é diferente do que era há cinquenta anos. Mas a vida do homem é exatamente a mesma. Assim, se você[...] se voltar para o mito que pergunta pela eterna busca do homem [pela sua bem-aventurança], a história está aí, tal como em todas as religiões".
Essa é a segunda vez que eu leio O Poder do Mito, e olha que a primeira vez foi ano passado. Mesmo que pouco tempo tenha transcorrido desde a primeira leitura, eu senti uma vontade avassaladora de reler este livro em novembro deste ano. Mesmo tendo mil outras coisas para ler, eu acabei pegando minha fiel edição (já anotada e rabiscada) de O Poder do Mito e voltei ao mundo dos arquétipos.
Ao revisitar esta obra, encontrei várias ideias familiares, outras ideias das quais eu mal me lembrava, e ri alto de algumas de minhas anotações do passado. Surpreendentemente achei muitas coisas novas para anotar, marquei novos trechos que me chamaram a atenção e fiz um resumo extenso do livro.
Como eu já disse na minha outra resenha, eu não concordo com tudo o que o Joseph Campbell pensava, e também não acho que ele era o dono da verdade. Mas eu gosto muito de saber o ponto de vista dele sobre mitos, religião, formação de sociedade, família e maternidade, etc. O que é bom eu aproveito, e aquilo de que eu discordo me permite questionar e evoluir meus próprios pensamentos e opiniões.
E, no fim das contas, o que eu tiro deste livro é a lição suprema que carrego para a minha vida (mesmo não sendo religiosa): "Jesus diz 'ama a seu próximo como a ti mesmo', porque ele é tu mesmo".
site:
www.nathlambert.blogspot.com