Maravilhas do conto histórico

Maravilhas do conto histórico Fernando Correia da Silva



Resenhas - Maravilhas do conto histórico


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Henrique Fendrich 05/10/2018

É boa a antologia “Maravilhas do Conto Histórico”. Se não está à altura das versões “nacionais” desta coleção, ao menos contou com uma seleção mais feliz do que a dos contos de aventura.

A proposta do livro é percorrer a história da humanidade (e mesmo seu eventual futuro) a partir de textos ficcionais que retratem algumas situações ou personagens mais significativos que tivemos em nossa jornada. E o livro começa muitíssimo bem com “A caverna das renas”, de um desconhecido Jean Rivois, o qual se propôs a escrever um conto que se passa na pré-História. Isso é claramente algo muito difícil de se fazer, e acho que ele se saiu muito bem. Vemos ali os primeiros desenhos na caverna e o impacto terrível que tiveram na mentalidade daquelas pessoas. Toda a brutalidade e violência da época (que hoje disfarçamos tanto) também marcam presença. Foi o meu conto favorito do livro.

Mas também se mostravam interessantes contos como “Rodas do destino”, de H. Bedford-Jones, que se passa no Egito e fala da invenção da biga, “Os fantasmas vêm à noite”, de um certo Michael Galister que não consta sequer no Google, e que fala sobre Hernán Cortés, “Conspiração na corte”, de Rafael Sabatini, onde o personagem é Colombo, “Mona Lisa”, de Alexander Lernet-Holenia, curiosa história envolvendo Da Vinci e seu quadro mais famoso, e “De como o brigadeiro Gérard foi tentado pelo demônio”, do ótimo Conan Doyle, que conta uma história de Napoleão.

Não gostei muito do conto de Hermann Hesse sobre a meninice de São Francisco de Assis e nem do conto de Inez Haynes Irwin sobre Shakespeare (“Arroubo de primavera”). E, definitivamente, não gostei nada de “A perfeição”, do Eça de Queiroz, escritor de cujos contos estou pegando birra. Tive que abandonar no meio da leitura. Tem alguma coisa a ver com a Grécia o conto dele.

Sobre a seleção de José Paulo Paes, tenho a dizer apenas que um livro que se proponha a falar sobre conto histórico, penso eu, deve fatalmente contar com algum conto do Walter Scott, mas ele só é citado na introdução. Também acho que o livro deveria contar com uma minibiografia dos autores, como nos livros “nacionais”.
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