O Oceano no Fim do Caminho

O Oceano no Fim do Caminho Neil Gaiman
Neil Gaiman




Resenhas - O Oceano no Fim do Caminho


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Keylla 21/07/2019

Tinha tudo para ser incrível.... e foi um ok.
"O oceano no fim do caminho" foi a primeira obra que li de Gaiman. Também foi o livro de debate do círculo literário que participo.
Considero esse livro uma fábula para adultos. A história narra a vida de um menino que, cercado de toxicidade familiar, acaba se protegendo do mundo exterior usando o seu mundo interior. Ele ama os livros, pois estes eram mais confiáveis que pessoas e como ele não era uma criança feliz, vivia mais nos livros que em qualquer outro lugar. A história alterna o tempo real e a fantasia, esta usada para fugir da realidade que se encontrava.

O tema do livro é incrível! A maioria das pessoas que conheço gostaram desse livro. Menos eu. Não é um não gostar para rechaçar o livro, mas tenho um certo problema com livros abertos. Faltou explicar o que era o quê, quem era quem... Situar-me na história ficou um pouco confuso. Acabei frustrada por não conseguir compreender a totalidade da mensagem do livro, e no final, pareceu que eu havia pulado alguma parte da história.

Este livro foi uma mistura de sentimentos: da emoção à frustração. Depois do nosso debate consegui entender mais características da obra que havia passado despercebido. Embora ainda acredito que o livro deva bastar-se e não deixar lacunas abertas, é um livro que farei uma releitura pelo significado que trouxe para mim. Recomendo a leitura.

"Não tenho saudade da infância, mas sinto falta da forma como eu encontrava prazer em pequenas coisas, mesmo quando coisas maiores desmoronavam". Pág. 169
Airton 21/07/2019minha estante
Ja releu? Lembro voce comentar que ia. Me inclui na parte das pessoas que amam esse livro!!!


Keylla 21/07/2019minha estante
Ainda não, Airton. Fizemos o debate ontem, e foi muito enriquecedor. Agora, com essa bagagem, pretendo fazer a releitura.
Já está na minha lista de amantes desse livro ?


Airton 22/07/2019minha estante
Esse livro eu amei demais. Li em 6 horas trancado no carro dentro do estacionamento de um shopping hehe




Aifos12 01/10/2023

Eu chorei
Que livro meus amigos, pensar sobre como a infância é capaz de refletir em toda a vida de uma pessoa, numa versão fantasiosa é completamente exagerada, como realmente funciona na cabeça de uma criança, o eufemismo da morte de um personagem, para tentar suavizar um pouco na cabeça do protagonista o seu luto, é genial.
Leiam e tirem suas próprias conclusões.
Eduardo1438 01/10/2023minha estante
Li a um tempo atrás esse livro. E acho tão interessante como o Neil indica todos os problemas que cercam a infância de maneira despercebida pelo olhar infantil da narração e como isso serve de ponte para a fantasia ao ponto de fazer o leitor até esquecer outros pontos da narração. E um detalhe que não lembro direito e tenho dúvida, o pai do protagonista tava traindo a mãe dele o tempo todo com a Úrsula?


Aifos12 02/10/2023minha estante
Sim, ele estava


Aifos12 02/10/2023minha estante
Mas é tratado de uma maneira tão sútil, tudo. Coisas tão simples deixam o protagonista tão feliz, quando a avó da Lettie deixa ele colocar as flores sob a lareira e ele fala o quanto se sentiu importante, mostra o quanto ele era negligenciado dentro de casa




Natalie Lagedo 17/11/2016

Gaiman tentou criar uma realidade paralela, mas sem explicá-la nem dizer o que pretendia com isso. Um garoto, acompanhado por seu pai encontra o corpo do homem que era hóspede em sua casa. Depois disso, coisas estranhas acontecem, começando pela amizade repentina entre o narrador e Lettie Hempstock, uma menina que aparentemente vive numa fazenda mágica e chama o lago no quintal de oceano. Digo aparentemente porque nada fica claro.

No começo achei interessante aquela aura misteriosa, de seres que surgiam sabe-se lá de onde, a menção ao oceano, outras eras, etc. É uma história que tinha tudo pra dar certo, o problema é o arremate. Todas as pontas ficaram soltas. Seria interessante se houvesse uma continuação, que colocasse luz nos pontos cegos. Deu a impressão de desleixo que tanto incomoda, como se o autor simplesmente tivesse ficado com preguiça de terminar o livro.
Márcio_MX 17/11/2016minha estante
Tirando Sandman, Gaiman ainda não me conquistou em livros.


Natalie Lagedo 17/11/2016minha estante
Vou dar uma chance a Deuses Americanos, se eu não gostar não leio mais nada dele. Você já leu?


Márcio_MX 17/11/2016minha estante
Sim, já li Deuses. Achei bom, nada brilhante como Sandman.




Maria Cláudia 12/05/2020

Sou muito fã de Gaiman, olha que nem li Sandman ainda. O que me cativou em sua escrita foi o inverso do que acontece com a maioria, que o descobrem pelas HQs, eu fui pega pelos seus romances.

O livro começa com o retorno de um homem a sua cidade natal para um velório, sem grandes lembranças de sua infância ele resolve passear pelas redondezas e acaba na velha fazenda das Hempstock.
Ali sentado olhando para a imensidão do lago de patos ou seria de um oceano? Ele retorna a um mar de lembranças que o leva de volta aos seus 7 anos.

A partir daí a história se inicia com um menino de 7 anos comemorando seu aniversário sozinho já que ninguém havia aparecido para a festa... isso já pega o leitor de forma inesperada e nostálgica, não consigo imaginar ninguém lendo certas partes dessa história sem relembrar sua própria infância.
No início podemos imaginar que será mais uma história de um garotinho que vive as voltas com as aventuras solitárias de sua infância. Mas essa impressão é desfeita rapidamente, sem aviso e de uma forma brilhante e sensível a história muda totalmente seu rumo quando ele conhece Lettie Hempstock, uma menina pouco mais velha que vive em uma velha fazenda com sua mãe e avó. Então, entramos num mundo de fantasia e aventura que permeiam o imaginário e o real. Somos levados a um mundo com criaturas sombrias, seres antigos e pássaros devoradores de mundos. Lettie e sua família não apresentam a ele somente um mundo mágico e fantástico mas também o valor de uma amizade que ele nunca tivera antes.
"O oceano no fim do caminho" nos faz mergulhar em ondas nostálgicas dos encantamentos da infância. Ele trata de memórias e de sua importância em nossas vidas ou conforme o leitor, da importância em demasia que damos a algumas memórias.
Terminamos a história sem fôlego e juntando os pedaços como aquele personagem tenta juntar os fragmentos de sua memória.
Fiquei tão presa à história que só no final percebi que o menino não tinha nome.
Pagliuca 12/05/2020minha estante
Se você gostou do Gaiman e ainda não leu Lugar Nenhum, O Livro do Cemitério e Belas Maldições, você ainda não se apaixonou de verdade. Sandman é um clássico, confesso, imperdível. Maaaaasss... rsrsrs A obra inteira é sensacional. Leio Gaiman desde os meus 12 anos.


Maria Cláudia 12/05/2020minha estante
Já li todos esses rsrs.


Pagliuca 12/05/2020minha estante
Ah!!! Sensacional.




Mayara Beatriz 07/03/2022

No começo não havia nada, exceto o oceano...
"No começo não havia nada, exceto o oceano..." é assim que se inicia o mito da criação egípcia e é com essa premissa que toda a magia desse livro incrível acontece.

Misturando mitologia e fantasia, Neil Gaiman consegue criar um mundo inteiro através das recordações da infância vividas pelo personagem principal - cujo nome não nos revela - que com sua coragem e força nos cativa a cada página.

Algumas marcações:
"As memórias de infância às vezes são encobertas e obscurecidas pelo que vem depois, como brinquedos antigos esquecidos no fundo do armário abarrotado de um adulto, mas nunca se perdem por completo."

"Livros eram mais confiáveis que pessoas, de qualquer forma."

"Esse é o problema com as coisas vivas. Não duram muito."

"Quando estava lendo meu livro eu não tinha medo de nada."

"Adultos seguem caminhos. Crianças exploram"

"Ninguém realmente se parece por fora com o que é de fato por dentro"

"Ah, os monstros não têm medo. É por isso que são monstros"

"Nada nunca é igual, seja um segundo mais tarde ou cem anos depois"
Paloma 07/03/2022minha estante
Aaaaaaaah me convenceu. Lerei com certeza ???


Mayara Beatriz 07/03/2022minha estante
Aaaaaaah, que maravilha! ?


Abelita.Azevedo 12/03/2022minha estante
Eu amei tanto esse livro!
??




juliadelfs 14/02/2020

amei a escrita do neil gaiman, mesmo não entendendo direito o livro. uma cosa muito interessante é que nunca sabemos o nome do personagem principal e isso simplesmente não faz nenhuma diferença. se eu não tivesse visto uma resenha contando isso, eu nunca teria percebido.
Thati 14/02/2020minha estante
Agora que você resenhou que eu percebo que nunca soube o nome dele kkkkk


Thati 14/02/2020minha estante
Um livro para final de tarde né? Gostosinho de ler e bem fantasioso.


juliadelfs 14/02/2020minha estante
então menina! hahaha se ninguém falasse a gente nunca perceberia




spoiler visualizar
@eusoudanivieira 18/12/2021minha estante
Eu amei a leitura desse livro e penso que Neil trouxe um pouco da sua infância nestes livros!


henys.silva 18/12/2021minha estante
O bacana disso é que se ele colocou algo da infância dele no livro, ele despertou muito das lembranças e sensações da minha infância. Me imaginei quando criança em casa, num dia chuvoso e frio, enrolado nos meus lençóis e assistindo os desenhos da TV Cultura dos anos 2000.


@eusoudanivieira 18/12/2021minha estante
Sim! E o contato com os livros que ele menciona também me tocou profundamente!




Ana Carolina Salinas 13/03/2021

Sabe quando você termina de ler um livro e fica em choque por um tempo, olhando pro nada, tentando processar o que acabou de acontecer na história? Essa foi exatamente a minha reação quando terminei de ler Oceano no Fim do Caminho, de Neil Gaiman. É um livro surpreendente, que mistura memórias de infância com fantasia, realismo mágico, e que trata um pouco do escapismo do personagem em relação a acontecimentos e traumas de infância. Você começa a ler a história a partir do olhar de uma criança de sete anos, e é impossível não resgatar a nossa criança interior, a forma inocente de enxergar o mundo.
A história começa quando o personagem, adulto, precisa ir a um funeral, e não está pronto para lidar com a situação, então decide dirigir sem rumo. Ele está de volta à cidade em que cresceu, e de forma um pouco automática visita a sua antiga casa, que já nem existe mais, e a fazenda que fica no final da estrada de terra. Era lá que morava sua amiga de infância, Lettie Hempstock, que acreditava que nos fundos de sua casa existia um oceano (na verdade, um lago de patos).
Lettie não está mais lá, ele é recebido pela mãe da garota, e vai até os fundos da casa, senta em um banco e olha para o "oceano", o que traz memórias há muito esquecidas para a superfície.
Esse é um livro surpreendente, que traz uma sensibilidade e uma forma muito particular e criativa de acessar as nossas emoções e acordar a nossa criança interior. Recomendo demais a leitura, principalmente se você gosta de literatura fantástica e realismo mágico!
Tatynha - @cantinho_datati 13/03/2021minha estante
Lembro q qnd terminei ele fiquei me perguntando se o que entendi era o certo, kkkkkk Depois que minha amiga leu, comparamos e fiquei mais encantada pois cada uma viu uma coisa, daí percebi o quanto ele foi genial ?


Ana Carolina Salinas 13/03/2021minha estante
hahahaha siimmm! eu tbm fiquei com essa sensação, o que você entendeu do final?


Tatynha - @cantinho_datati 13/03/2021minha estante
Nossa...não vou lembrar ? faz anos que li, não me desfiz do livro pq queria reler em outro momento ?




Marcelon 25/06/2013

(...)
Vou aproveitar e escrever isso de uma vez, antes que a lembrança fuja, que desapareça, como no conto (porque somos todos muito propensos a esquecer).

Ler essa história foi como ler, ao mesmo tempo, as velhas histórias escritas por Gaiman com Sandman, sobre a série Livros de Magia e arrematar tudo com os pedaços do que eu mesmo considero ser a minha infância. Me desculpem a presunção, mas esse conto foi escrito para mim. E essa é a única conclusão que consigo chegar depois e a despeito de tudo o que eu chorei nas últimas 20 páginas. Uma história para mim. E não há nada, entre o céu e a terra, que me faça pensar o contrário. Umas das coisas mais lindas que já li nesse ano. E tenho a absoluta certeza que não será assim com mais ninguém (já disse, a história era direcionada, não insista). De uma sensibilidade desconcertante. No exato tamanho que precisa ter. O Oceano no Fim do Caminho é o que eu considero um reencontro. E posso dizer que, depois dele, vou acordar amanhã sendo uma versão melhor do que já fui. É isto.
Patitu 12/08/2013minha estante
Senti exatamente o mesmo que você !
Terminei ontem e devorei em 24hs gripada:
_ Chorei nas últimas páginas como bebê !!!
Sim, senti intensamente toda a aventura desse Guri de 7 anos, durante as 136 páginas devoradas: arrepiei um pouco a nuca, os cheiros me invadiram, visualizei as sardas de Lettie, ouvi sua doce mas firme voz de 11 anos, vibrei com cada vitória sobre Ursula Monkton e até tive pena, vi cada tijolo da fazenda, andei sobre o piso desgastado, sorri, prendi a respiração, clamei por Lettie, senti o calor emanado pela lareira da cozinha, pois a comida na casa das Hempstock era sempre perfeita e chorei ao ler "FIM", porque sempre é difícil despedir-se...
_ O livro foi curto demais e não deveria terminar, não ontem !
Ao som de Tristesse - Chopin, ainda tentei organizar os sentimentos...
Penso muito nos sabores saídos da grande cozinha das Hempstock, ainda mais no Spotted dick fumegante, coberto por densa camada de creme de ovos...

Esse Guri nem precisou ter nome, porque foi meu vizinho, meu amigo numa infância já esquecida por mim e ontem, tudo veio a tona !!!

Sinto até, que poderia acusar Neil Gaiman por copiar minhas memória, porque sim, eu já vivi e ontem revivi a grande aventura por ele tão bem narrada...

Me apaixonei 1º pela capa: me fascinou e instigou de tal forma, que ao ler a sinopse, era o empurrão que faltava para cair nesse Oceano no Fim do Caminho, que até o fiz de olhos fechados, mas depois os abri de tal forma, para que nenhuma emoção fosse desperdiçada !!!

Desculpe-me, Marcelon, mas essa história também foi direcionada a mim... rs


Cintia 29/06/2020minha estante
Acabei de ler agora! Não senti tudo isso, confesso que gostei mais de Lugar Nenhum, tem mais a ver com minha imaginação na infância! mas amei a descrição sensível de vcs!!


Mari.Dresch 23/10/2020minha estante
Me deu vontade de ler o livro depois que li sua resenha!




Leonardo 04/07/2013

De Gaiman eu li, há bastante tempo, a série Sandman. Não lembro exatamente quais foram os arcos, mas lembro-me claramente de uma revista especial sobre Morte, irmã de Sandman, também um dos sete perpétuos. Como sempre acompanhei quadrinhos (e quando falo acompanhar refiro-me a acompanhar de longe mesmo, já que eu não tinha dinheiro para comprar), sempre via seu nome associado a grandes criações, reverenciado juntamente com outros monstros dos quadrinhos, como Alan Moore, Warren Ellis e Frank Miller, por exemplo.
Alguns anos se passaram – não sei quantos – e fui afastando-me paulatinamente dos quadrinhos e aproximando-me mais da literatura. Só então fui tomar conhecimento de que Neil Gaiman também escrevia. Mas, imaginava eu, ele deveria produzir literatura “barata”, voltada para nerds leitores de quadrinhos. Um determinado dia, os dois volumes de Coisas Frágeis estavam por R$ 9,90 cada um no site da Saraiva. É a minha oportunidade de saber como ele escreve, pensei. Por esse preço, vale a pena o risco. Comprei e encantei-me com seus contos. Alguns mais simples, outros mais elaborados, mas sempre muita, muita imaginação. Fui ficando cada vez mais curioso para ler Deuses Americanos, considerada sua grande obra. Quando finalmente li, caramba... que imaginação impressionante, que prosa segura, que contador de histórias o Sr. Gaiman é (mais sobre Deuses Americanos aqui)!
Eis que agora chega às livrarias seu novo livro, o que, naturalmente, chamou a minha atenção. Não perdi tempo e pedi logo o meu exemplar à Editora Intrínseca. Cheguei de viagem ontem, depois de dez dias ausente, e cá estava a caixinha de papelão com o adesivo da Intrínseca. Ontem mesmo, por volta de meio dia, comecei a ler. Antes das cinco havia terminado, com uma breve pausa para o almoço. Acredito que isso diz muito.
O oceano no fim do caminho é um livro curto, com 202 páginas. Conta a história de um homem com cerca de cinquenta anos que retorna à sua cidade natal depois de muito tempo para um funeral. Ele resolve visitar a casa onde passou parte da sua infância, e lembranças há muito escondidas vêm à tona. Após o pequeno prólogo, o restante do livro dedica-se ao que viveu este homem quando tinha sete anos de idade.
Ele era um menino introspectivo e apaixonado pelos livros, e morava numa grande casa no campo, com seus pais e sua irmã. Já no primeiro capítulo, Gaiman conquista os bookworms como eu apenas descrevendo o bolo de aniversário do menino:
“Havia uma mesa arrumada com gelatinas e pavês, um chapéu de festa ao lado de cada prato e, no meio, um bolo com sete velas. Em cima dele, um livro desenhado com glacê. Minha mãe, que organizara a festa, contou que a moça da confeitaria confessara que eles nunca haviam colocado um livro num bolo de aniversário, e que faziam, para a maioria dos meninos, bolas de futebol ou naves espaciais. Eu fui o primeiro livro dela.”

Seus pais enfrentavam dificuldades financeiras e passaram a alugar um dos quartos da casa para ajudar nas despesas. Um homem que havia alugado o quarto comete suicídio dentro do carro de seu pai, e essa tragédia dispara uma série de eventos fantásticos. Ao lado de Lettie Hempstock, uma menina de onze anos que tem onze anos há muito tempo, o menino vai viver aventuras surreais. Ela vive na fazenda das Hempstock, que fica próximo à casa dele, junto com a sua avó Hempstock e sua mãe Hempstock. Na propriedade delas há um lago, que Lettie insistem em chamar de oceano. E é este o oceano no fim do caminho. Há bem mais que um oceano naquele lugar, e o garoto vai descobrir isso muito rapidamente.
Não gosto de escrever sobre um livro contando um enredo, e num caso desses, contar mais do que já fiz é estragar o encanto de mergulhar num mundo repleto de seres sobrenaturais e eventos inacreditáveis. Como mencionei no que escrevi sobre Deuses Americanos, a imaginação de Gaiman é impressionante, e dizer isso expressa muito pouco do que sinto quando o leio. Para ficar em um pequeno exemplo, cito uma “mágica” ou “encantamento” que envolve um pano, uma agulha, uma linha e uma tesoura. Genial.
Acredito que O oceano no fim do caminho seja ainda mais apreciado – ou seja apreciado mais facilmente – por quem tenha lido Deuses Americanos e outros livros que exploram a “mitologia” criada por Gaiman, como Os filhos de Anansi ou alguns contos de Coisas Frágeis. Em Deuses Americanos há algumas pequenas histórias paralelas que deixam entrever como determinados deuses surgiram ou decaíram, e fiquei com a sensação de que O oceano no fim do caminho poderia muito bem ser uma dessas histórias, um conto grande dentro do universo de Deuses Americanos.
Com isso não quero dizer, de forma alguma, que o livro não sobreviva por si só. Trata-se de uma história de descoberta, ou melhor, de redescoberta, já que o homem resolve revisitar seu passado e lembrar-se daquele menino que talvez tenha visto coisas demais cedo demais.
Também é um livro que louva justamente a imaginação, a criação de histórias, e isso se reflete num momento crucial na vida do pequeno menino, em que ele reflete:
“Desde pequeno eu sempre pegava várias ideias emprestadas dos livros. Eles me ensinaram quase tudo o que eu sabia sobre o que as pessoas faziam, sobre como me comportar. Eram meus professores e meus conselheiros. Nos livros, os garotos subiam em árvores, então eu subia em árvores, às vezes muito altas, sempre com medo de cair. Nos livros, as pessoas subiam e desciam pelos canos de escoamento da água da chuva para entrar e sair das casas, então eu também subia e descia por eles.”
Antes de encerrar, duas observações sobre o livro em si, uma positiva, outra negativa:
Gostei muito da edição. A capa é belíssima, e há uma ilustração em preto e branco que vem logo quando você abre o livro, uma réplica da capa. Não sei tecnicamente o nome, mas aí está:

Por outro lado, notei, durante a leitura, três erros de revisão, como, por exemplo:
“Não vamos falar com ele até que esteja autorizado a ser juntar de novo à família” (pág. 90).
“Lá dentro coisa tinha começado a se desenroscar lentamente” (pág. 120).
Pode parecer pouco, mas meu padrão de tolerância de erros num livro é zero. Um erro já é uma falha grave. Isso porque lançar um livro não é brincadeira, não se trata de um investimento pequeno. No caso de um livro como esse, houve quem traduzisse, revisasse, diagramasse e sei lá mais quantos passos até que o livro tivesse sua versão final e fosse impresso e enviado às lojas. Erros como esse demonstram que o esmero aplicado na produção da capa, na impressão e no projeto gráfico como um todo não foi o mesmo da fase de revisão. Ressalto, contudo, que sou extremamente chato em relação a isso. Há quem leia e nem note. Há quem leia e note, mas não se importe.
Claro que isso não tira em nada o brilho de O oceano no fim do caminho. Trata-se de um livro delicioso, literatura que diverte, entretenimento de alto nível. Se você gosta de dar asas à imaginação, é um prato cheio. Pena que, apesar de cheio, é um prato pequeno.


site: http://catalisecritica.wordpress.com/
Dani Vilela 10/08/2013minha estante
Eu encontrei outros erros de revisão além desses que você citou!
Difícil tolerar!! o.O


Leonardo 12/08/2013minha estante
Pois é... Complicado, não é, Dani?




AmadosLivros 29/12/2016

Resenha do blog Amados Livros
Mais alguém aqui é fã de Neil Gaiman? Eu preciso saber de vocês se sou apenas eu, ou mais alguém também se apaixona mais pela forma de escrita desse autor brilhante a cada nova obra lida? Não tem condição, gente, definitivamente ele é um dos melhores autores de fantasia dessa nossa geração.
Neste pequeno livro, Gaiman brinca com nossas incertezas sobre nossa época infantil, aquela idade onde muitos adultos parecem ser monstros. Um livro que fala sobre o medo, sobre família, amor, amizade, confiança e acima de tudo, superação.
Nosso personagem principal não tem um nome. Tudo bem, ele tem um nome, mas nós, leitores, não tomamos conhecimento dele. Ao retornar a sua cidade natal para um velório, o homem volta para uma casa que possui um oceano no final do caminho. Um local de muitas lembranças de seu passado. E é assim, que somos levados a quarenta anos atrás, e tomamos conhecimento do que aconteceu.

(Continue a ler no blog)

site: http://amadoslivros.blogspot.com.br/2015/07/livro-o-oceano-no-fim-do-caminho.html
Ka 02/01/2017minha estante
Este é um dos melhores livros q eu já li. Estou querendo ler outros livros do autor, pois a forma de escrita dele é brilhante e nos envolve na história.

Adorei sua resenha!


Karynie 03/01/2017minha estante
o livro super que me prendeu... mas pra dizer a verdade eu não entendi absolutamente nada!
o que as Hempstocks eram na verdade? pq a menina se interessou por ele, porque o sobrenatural na terra das Hempstock? o que aconteceu com a menina, digo, onde ela realmente estava, fiquei meio confusa. por que afinal o lago era um oceano?? GENTE, preciso compreender essas coisas
muitas perguntas sem respostas.... queria que alguém me ajudasse a entender.




Karla Lima 19/03/2017

O narrador e protagonista é um menino, a heroína tem onze anos, mas não se deixe enganar: este não é um livro infantil.
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Crianças sabem que adultos muitas vezes acreditam nelas, e por isso contam sem corar as mentiras mais deslavadas. Crianças sabem que adultos muitas vezes não acreditam nelas, e por isso enfrentam sem ajuda os pesadelos mais cabeludos. Antes de adquirir a consciência que permite a diferenciação, há uma idade em que a criança não distingue imaginação de lembrança, e relata tudo como fato igualmente ocorrido: afinal, em sua mente ou fora dela, em algum lugar o episódio aconteceu. Há adultos que menosprezam os medos infantis, descartam suas aflições como bobagens e seguem a vida olhando em frente – enquanto, abaixo de sua linha de visão, os filhos padecem de angústias terríveis.

Neste romance, aparência e essência se confundem o tempo todo. O pai e a mãe como uma frente unificada e indissolúvel, o inquilino como minerador, a moça bonita como babá dedicada, a família vizinha como simples trio de avó, mãe e neta. Este é o mundo externo.

O universo interno o leitor vai conhecer ao acompanhar um homem de 40 e poucos anos que comparece a um enterro na cidade em que nasceu. Entre a cerimônia fúnebre e o encontro social que vem em seguida, ele pega o carro e escapa até a fazenda onde morava sua melhor amiga de infância. Atrás da fazenda há um caminho. No fim do caminho há um lago. Na beira do lago há um banco, onde ele se senta e recorda as experiências que viveu com a vizinha, aos sete anos. No fim da narrativa, ele se levanta do banco e vai encontrar os amigos e parentes do morto.

São as lembranças do homem que compõem o livro: uma fábula terna e sinistra que mistura pesadelos reais e soluções mágicas, pânico de verdade e criaturas de outro mundo, insegurança, confiança, ameaças, arrependimentos e terrores que um adulto nunca poderia imaginar. A menos, claro, que ele tenha preservado seu menino interior e se tornado um escritor muito talentoso. Não é meu estilo preferido e adorei ainda assim, calculem.
Alessandra Reis 20/03/2017minha estante
Amo os escritos de Neil Gaiman! Esse livro então. Excelente resenha!! Um outro bem bacana dele é Lugar Nenhum, que apesar de mais fantasioso, também trabalha com esse universo interno das emoções humanas e suas relações com o mundo.


Karla Lima 20/03/2017minha estante
que bom que gostou, Ale :)




Denise @nise.rodrigues 11/01/2017

Brilhante, fascinante e... Gaiman!
Essa foi uma das últimas leituras de 2016 e não poderia ter sido melhor! Gaiman criou um conto cheio de reflexões, nos fazendo mergulhar nessa história de uma forma fascinante e emocionante. Além de mostrar que, no fim das contas, sempre temos um lugar para qual desejamos retornar.

O narrador da história é um homem de meia-idade e ele está desnorteado, pois acaba de sair de um funeral e só quer dirigir sem rumo para tentar esquecer da terrível manhã que estava tendo. As estradas o levam para um lugar que não visitava há décadas: a casa em que morava aos 7 anos, a construção não existe mais, mas ali adiante no fim da estrada, uma fazenda o faz ter várias recordações da infância e de uma amiga peculiar e sua família: Lettie Hempstock.

O homem entra no terreno e encontra o lago, um lago comum e se recorda que a menina Lettie o chamava de “oceano”. A partir de então submergimos nas lembranças surreais do narrador que ocorreram naquelas mesmas terras. Quarenta anos antes, a vida do então menino era bem solitária, ele não tinha amigos, vivia com os pais, a irmã e os livros e logo após a ~fracassada~ festa de sete anos as coisas só pioraram ((inferno astral atrasado hahahaha)). Os pais estavam passando por problemas financeiros e tiveram que alugar o quarto do menino, seu gatinho acabou morrendo, acontecimentos bizarros passaram a acontecer na vizinhança e era como se só ele notasse. Até que um dia o carro do pai é roubado e encontrado nos arredores com o inquilino morto e uma estranha mensagem. Foi aí que ele conheceu Lettie e viu que ela era diferente de tudo aquilo que conhecia.

Lettie Hempstock, vivia na fazenda no fim da estrada com sua avó e mãe, tinha 11 anos, mas só na aparência, ela era mais inteligente do que qualquer adulto que o menino já conhecera, sabia de coisas que estavam para acontecer e que há muito já acontecera, ela era astuta e incrível! A amizade dos dois é quase que instantânea, ela com sua sagacidade e ele com sua curiosidade formavam a parceria perfeita. Lettie explica ao amigo que coisas ruins estão acontecendo pois um ser antigo acha que está fazendo uma coisa boa e é sua responsabilidade resolver, mas ao confrontar a criatura uma pequena ação desencadeia uma série de problemas para ele, sua família e para a própria Lettie.

A amizade de Lettie e o rapaz, suas aventuras, medos, vilões e heróis nos fazem lembrar da nossa própria infância e de tudo que deixamos para trás. A sutileza desse livro está nos detalhes e na sua simplicidade, mas dentro de toda essa sutileza há uma infinita complexidade que a gente fica remoendo por muito tempo depois de ler. Neil Gaiman tenta nos fazer entender todo o oceano que existe dentro de nós mesmos através do narrador-sem-nome.

Gaiman nos conduz através de uma leitura muito fluida e leve, eu fui viajando nos portais dessa história e quando vi já tinha mergulhado, o livro é fantástico! As últimas páginas são arrebatadoras de tão emocionantes, elas chegam a ser tristes. Sempre me espelho nas minhas leituras e esse livro me trouxe um tsunami de emoções de tão belo e sensível que é. Vi alguns comentários dizendo que a resenha era sobre a infância e como a enxergamos, não… Eu acredito que seja sobre o que fizemos com ela quando nos tornamos adultos! ♥

Nota: 5 de 5. ♥

Nada nunca é igual. Seja um segundo mais tarde ou cem anos depois. Tudo está sempre se agitando e se resolvendo. E as pessoas mudam tanto quanto os oceanos. p. 185 ~ Lettie Hempstock

site: http://www.entrelinhasfantasticas.com.br/2017/01/resenha-o-oceano-no-fim-do-caminho-neil.html
helmalu 11/01/2017minha estante
Arrasou na resenha lá no blog


Denise @nise.rodrigues 18/01/2017minha estante
Brigada, Hel!! *----*
Amei seu comentário!! :D




Sufonino 12/12/2016

A adoração no fim do livro.
Eu simplesmente amei este livro, a narrativa é envolvente, os personagens são cativantes, é tudo muito bem ambientado, adorei. Mas, por mais incrível que pareça, a maioria das pessoas não gosta deste livro, eu amei mesmo. Só não favorito porque o Neil Gaiman, matou um personagem que eu gostava, bem "matou" né! Quem leu vai entender.

O livro conta a história de um garoto que vive a vida dele normalmente, até que uma morte muda toda a vida dele, coisas estranhas começam a acontecer neste local, desde um lago poder ser um oceano, até acordar com uma moeda na garganta.

Eu já admirava muito o trabalho do Neil Gaiman, e depois desta história eu passei a admirar ele mais ainda, então indicado por min, muito bom.

site: https://youtu.be/y__MH2fqRME
A Lê 09/02/2017minha estante
Gostei da resenha, deu até vontade ler!


Sufonino 09/02/2017minha estante
Ale, eu Índico muito esse livro! Um livro com elementos fantásticos tão bem inseridos ná narrativa que você passa a acreditar nele, e os personagens tão singulares, porém, tão parecidos connosco, nos fazem sentir cativados por eles de uma forma que... você conecta-se com eles e não quer mais se soltar. Sei que pode parecer exagero da minha parte, mas eu realmente adoro esse livro! Índico muitíssimo!




Cris 24/02/2017

Da profundidade de um Oceano...
"Nada nunca é igual. Seja um segundo mais tarde ou cem anos depois. Tudo está sempre se agitando e se revolvendo. E as pessoas mudam tanto quanto os oceanos."

Em meados de 1970 um garoto viveu sua infância e parte da adolescência numa cidadezinha no interior da Inglaterra. Lá ele morava com os pais e a irmã e, por mais que estivesse rodeado de pessoas importantes em sua vida, somente os livros eram considerados seus verdadeiros amigos. Somente os livros entendiam compreendiam tudo o que passava em sua solitária e sonhadora cabeça.
Um dia, sem mais nem menos, ele descobre que alguém se suicidou dentro do carro de seu pai próximo à Fazenda das Hempstock. Lettie, a menor das três mulheres que residiam na fazenda, curiosamente, se aproxima do garoto e aos poucos ambos criam uma verdadeira e belíssima amizade que nem mesmo o tempo poderia apagar... E hoje, 40 anos depois, o senhor que um dia fora garoto retorna à sua cidade natal para um velório, ele quase não se lembra de nada, mas, bastou ver o famoso Oceano à frente para que sua memória viajasse no tempo e trouxesse à tona os pequenos dias vividos naquele lugar, ao lado de Lettie Hempstock, sua fiel e única amiga de infância.

"Vou dizer uma coisa importante para você. Os adultos também não se parecem com adultos por dentro. Por fora, são grandes e desatenciosos e sempre sabem o que estão fazendo. Por dentro, eles parecem com o que sempre foram. Com o que eram quando tinham a sua idade. A verdade é que não existem adultos. Nenhum, no mundo inteirinho.

Como começar esta resenha e tentar expor em palavras tudo aquilo que senti ao fechar o livro? Bem, eu não faço a menor ideia, apenas sei que 'O Oceano no Fim do Caminho' é de uma profundidade que não cabe em um Oceano. O significado, a interpretação inerente e totalmente particular me emocionou de maneira muito forte. Assim que comecei a ler, mal sabia que ele fazia parte da literatura escapista - termo utilizado quando queremos escapar da realidade -, na verdade, nem havia lido sua sinopse, queria ser surpreendida. Pois bem, Neil Gaiman conseguiu miseravelmente roubar meu coração. Posso dizer que ele escreveu vários livros em um só, porque há interpretação para quem quer fantasia, há interpretação para quem quer drama psicológico e também há interpretação para mais algo espiritual, ou seja, ele poderá facilmente agradar a vários gostos, paladares e momentos. Contudo, sua real importância será para poucos. Sabe aquele livro único que você apenas quer guardar com você escondido de todos? Este é assim rs.

A construção da história se passa em um curto espaço de tempo e, embora a trama percorra décadas, o fator ação não perdura mais que 10 dias. Nesses dias, vamos conhecer e adentrar num mundo maravilhoso e um tanto assombroso, os elementos fantásticos encontrados no decorrer dos capítulos nos remete ao lúdico, me senti naquele garoto, eu vivi os medos daquele garoto, enfim... eu estava com 7 anos novamente. Neil Gaiman, tem o poder de criar um universo totalmente arrebatador e mágico, em nenhum momento me cansei ou sequer cogitei a ideia de achar o livro chato, claro que as figuras de linguagens nos confundem um pouco, me perdia e viajava para dentro de mim fazendo a seguinte pergunta: até onde é fantasia? Até onde é a imaginação de uma criança que lê demais? Somente da metade para o final que tudo começou a fazer sentido, e a partir daí, o livro tornou-se precioso, superestimado.

A escrita de Neil Gaiman é fantástica, fluida e inteligente, não é à tona que ele tem milhares de fãs ao redor do mundo. Pouco sei do autor, mas no pouco que conheço ele é referência na narrativa pós-modernista. Sei também que há bastante dele em 'O Oceano no Fim do Caminho', devido a isso o protagonista não tem nome, devido a isso um fato isolado não é respondido. Portanto, muitas pessoas afirmam que grande parte do livro é autobiográfico justamente por condizer com a vida de Neil. Condizendo ou não, me apaixonei e não vejo a hora de conhecer suas outras obras.

Resumindo, 'O Oceano no Fim do Caminho' é um livro altamente curioso e um tanto sensível. Eu não entrarei em detalhes acerca de seu real significado para mim, como disse lá em cima, ele é único. O autor ousou e deu margens à dubiedade e a diversidade de seus leitores. Seus pormenores ficarão enraizados de formas diferentes em cada coração e em cada estante. Apenas vou salientar que ele não é apenas um livro de fantasia com um garotinho de 7 anos, é muito mais que simplesmente isso. Ele fala de lembranças, medos, perdas, amizades, crescimentos, começos e recomeços. Retrata a importância da vida e como vemos o mundo. O que é o Oceano mencionado no título? Qual seu verdadeiro tamanho, deve ser grande, não é mesmo? Sinceramente, o tamanho quem determina é você.

"Eu vi o mundo no qual andara desde o meu nascimento e compreendi sua fragilidade, entendi que a realidade que eu conhecia era uma fina camada de glacê num grande bolo de aniversário escuro revolvendo-se com larvas, pesadelos e fome. Eu vi o mundo de cima e de baixo. Vi que havia padrões, portões e caminhos além da realidade. Eu vi todas essas coisas e as compreendi, e elas me preencheram, da mesma forma que a água do oceano me preenchia".
Giselle 24/02/2017minha estante
Cris fiquei inquieta depois que li esse livro, te deixa bem fora da caixinha


Cris 24/02/2017minha estante
Totalmente rs! Pra mim, a fantasia entra em 2º plano... ele é bem mais que isso...




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