@leitoralbino 15/01/2018
"Ora, uma das coisas que princesas corajosas fazem é salvar príncipes aprisionados. Valéria não pensou duas vezes. Saltou do cavalo, empunhou a espada e bateu na porta do castelo."
O primeiro livro com uma representação feminina fortíssima a gente não esquece, né?
Valéria não segue o esteriótipo das outras princesas, ela não é loira de olhos azuis, não está esperando que o seu príncipe encantado apareça montado em um garanhão, ela não gosta de ficar em castelos, não usa cora e o mais importante: ela não está em apuros presa em uma torre - neste livro, quem ocupa esse papel é o príncipe!
Durante a sua cruzada para conhecer o mundo antes de se tornar rainha e montada em seu cavalo negro, Valéria chega em um reino escondido entre as montanhas e encontra o algo inusitado para outras histórias: um príncipe trancafiado um castelo. Acontece que, naquela região, existia uma bruxa-dragão, que dependendo de seu humor, poderia ser transformar numa velhinha muito boa ou num enorme dragão cor-de-rosa.
O príncipe Horácio era prisioneiro dessa bruxa, e por isso não tinha permissão para sair de seu castelo e ir conhecer o mundo. E embora essa história seja repleta de aventuras e magia, essa resenha vai parar por aqui para não estragar a surpresa da leitura desse livro.
Não sei se devo considerar como a minha primeira e lição sobre o que eu viria a conhecer depois como feminismo, mas com toda certeza foi a mais forte sobre igualdade de gênero. Lembro que quando ganhei esse livro e vi o título eu fiquei muito, mas muito curioso mesmo! "A valente princesa Valéria? Mas sobre o que será?" Levando em conta que o livro não apresenta nenhuma sinopse no verso, quando iniciei a leitura eu simplesmente fiquei fissurado - cara, ela é uma princesa que salva príncipes, como alguém nunca pensou nisso antes?? No auge dos meus 12 anos esse livro contribuiu muito pra formação de quem sou hoje, tanto como leitor - pois eu não queria nunca largar esse livro e mostrava pra todo mundo -, e pra formação dos meus valores.
Eu sempre vou achar que, na época, tão valentes quanto a princesa, foram as pessoas que se abriram e deixaram esse livro cativar não só elas, mas também outras pessoas.