Prince Of Thorns

Prince Of Thorns Mark Lawrence




Resenhas - Prince Of Thorns


397 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Raquel Moritz 15/10/2013

Prince of Thorns e o protagonista insano de Mark Lawrence
Prince of Thorns é o primeiro livro da Trilogia dos Espinhos, escrita por Mark Lawrence. Originalmente, a trilogia se chama The Broken Empire e é composta por Prince of Thorns (2011), King of Thorns (2012) e Emperor of Thorns (2013). Sacou os nomes? :P

O homem não nasce mau

Jorg Ancrath, nosso protagonista (e narrador) não se pauta pela idade. Violento e sem moral alguma, ele faz qualquer coisa para alcançar seus objetivos, e utiliza sua inteligência, sagacidade, oratória e charme a todo momento. Ele já matou, já saqueou, já estuprou e não busca redenção para seus pecados. Como ele mesmo diz lá pelas tantas, seu maior pecado é o orgulho, e isso é tudo o que ele tem.

Eu já me decidi por detestá-lo logo no início, mas Jorg não pretende ser herói. Ele quer ser rei antes dos quinze. Ele se vê acima das fragilidades humanas, acha os demais limitados intelectualmente e moralmente, e se encarna como a própria roseira-brava, machucando e marcando tudo que tenta tocá-lo e colocando um antes e depois na vida de todo mundo que cruza seu caminho.

Mark Lawrence diz que Jorg foi inspirado em Alex DeLarge, o adolescente que chocou muita gente em Laranja Mecânica (livro publicado em 1962 e adaptado para o cinema em 1971 por Kubrick). Você provavelmente vai se lembrar mais de Joffrey do que de Alex, mas de fato, a crueldade do príncipe e a rebeldia de DeLarge estão bem entrelaçadas, ainda que o protagonista da trilogia não tenha interesse em fazer críticas sociais.

O universo de Mark Lawrence

A Trilogia dos Espinhos parece se tratar de uma fantasia medieval (por conta dos príncipes e cavaleiros e tudo o mais), mas é nos detalhes que a gente vê um outro cenário: há várias citações ao paganismo, cristianismo e a filósofos como Nietzsche (1844-1900).

As limitações de tecnologia e a falta de conhecimento da massa dá a entender que a humanidade retrocedeu em algum ponto. Ao somar isso a alusões não explicadas (até porque nosso protagonista não se deu ao trabalho) a antigos Construtores e suas marcas, o Império Destruído parece ser um cenário pós-apocalíptico, ou algo que o valha.

Poucas coisas que valem a pena são fáceis de conquistar

Mesmo que eu e Jorg não tenhamos nos entendido, admito que Mark Lawrence tem um talento impressionante para descrever coisas, pessoas e sentimentos. Prince of Thorns foi, para mim, uma leitura repleta de caretas por conta das atitudes de Jorg. Eu superei o choque das primeiras páginas para ver até onde ele iria com aquela revolta toda. Ele foi longe e, considerando o título dos próximos livros (King of Thorns e Emperor of Thorns), Jorg Ancrath tem muito mais a trilhar.

Se eu vou acompanhar? Certamente. Não por morrer de amores ao Jorg, mas por ter curtido a forma como Mark escreve. E, como disse nosso protagonista com sede de sangue, eu posso estar ficando sem opções, mas fugir não é uma opção.


Curiosidades:

- Há um conto chamado Sleeping Beauty que é um spin-off da série e fala mais sobre Jorg;

- Mark Lawrence está planejando outra trilogia, chamada The Red Queens War, que irá se passar no mesmo cenário e período de tempo, porém com personagens diferentes. O primeiro livro será publicado em junho de 2014 sob o título Prince of Fools.


site: http://pipocamusical.com.br/2013/10/15/resenha-livro-1-trilogia-espinhos-prince-of-thorns-mark-lawrence/
Cleovan 27/10/2013minha estante
Muito bom livro


Rafa 27/10/2013minha estante
Sobre o "universo" do livro, realmente eu comecei a achar bem estranho quando ele fala sobre o Nietzsche, sendo que tudo parece se passar na idade média. Eu já tinha achado estranho o mapa, bem diferente, e todo o papo bem "humano" como cristianismo e afins, porque a princípio pensei se passar em outro mundo, mas lá na página 211, quando eles tão andando em umas "cavernas" ele comenta sobre linhas de ferros paralelos que achava que poderiam conter o "fogo dos construtores" e aí me toquei: as linhas paralelas são trilhos e o fogo seria eletricidade! Óbvio! Comecei a gostar mais desse livro depois disso, porque ele não nos apresenta isso de forma direta, deixando pra nós mesmos decifrarmos o que o Jorg relata.


Beth 28/10/2013minha estante
A história é bem interessante e o personagem é bem intenso e intrigante. Não vou negar que o personagem realmente chamou minha atenção por seu caráter e suas atitudes nada convencionais. Vou tentar ler este livro e tentar entender mais a história que você tanto fala aqui. Beijos.


SINISTRO171 29/10/2013minha estante
Livro muito aguardado e pelo que li na resenha, faz jus as expectativas,com uma trama bem amarrada, um bom ritmo na narrativa, tornando a leitura cativante e empolgante vale a pena conferir.


Júlia 30/10/2013minha estante
Um bom livro de fantasia sempre é bom para os que gostam dessa temática, e esse parece ser bastante interessante.


Jeff C. F. 31/10/2013minha estante
Ansioso pra ler!


Pedro Ivo 31/10/2013minha estante
preciso ler urgentemente!


Raphaela 31/10/2013minha estante
*u*


Ramon-Allaskaa 11/11/2013minha estante
Na minha opinião um dos melhores livros que já li,sensacional,prende vc do começo ao fim.


Illyana HimuraW 23/11/2013minha estante
O Jorg em poucas palavras:

Delirantemente fascinante.
Lógico. Racional.
Mortal.
Impecavelmente belicoso.
Cruel. Insuportavelmente frio.
Devastadoramente protetor para com os entes - contados nos dedos de uma mão - que seu coração estabelece como seus protegidos.
Aquecido pelo ódio.
Insuportavelmente vivo.
Sem nada a perder.
Insano. Insano. Insano. Insano. Insano. Insano.

Juntem a um personagem com estas características um roteiro fantástico que nos traz um mundo que acabou e está se reerguendo das cinzas em um cenário que pode ser reconhecido como medieval (referências a 'o passado das eras' aparecem aqui e acolá durante a trama); um mundo descrito com uma crueza - de ações, sentimentos, pensamentos e reações - absolutamente impressionante e vocês terão o livro 1 da Trilogia dos Espinhos, do Lawrence.

Fantástico, sensacional e surpreendente.

Aguardando muitíssimo ansiosa pelos restantes.


Fabiana.Almeida 19/12/2013minha estante
Uauuu!!! O que a Illyana HimuraW falou me deixou curiosa!!!!
Se não ganhar vou ter que comprar!!!
:))
Bjs Raquel!!


Mari | Triplo Books 19/12/2013minha estante
Tô de olho nesse livro há um tempo *0*


Marcos 24/12/2013minha estante
Simplesmente perfeito.


Abreu 26/12/2013minha estante
Ansioso para começar a ler esse livro.


cristiane190 27/12/2013minha estante
Fiquei bem curiosa pra ler depois da resenha , nossa que personagem é esse, quero ver até onde ele vai, gostei muito.
Achei a capa linda!!!


morganarosana 29/12/2013minha estante
As vezes é dificil gostar de um anti-herói logo de cara. E este ao que me parece não faz nenhum esforço para ser querido. Nem como o bad boy.
Adorei sua resenha. Quero demais este livro. Não só porque amo fantasia, mas porque acho a edição a coisa mais linda.


Leonardo 06/01/2014minha estante
Comecei a ler esse livro hoje de madrugada, personagem brilhante, não via um personagem tão instigante desde Kvothe (As cronicas do matador do Rei)


Arquimedes 29/06/2014minha estante
Engraçado, eu achei o Jorg um personagem interessante. Talvez eu esteja cansado dos clichês heroicos de sempre, mas o fato é que Jorg é intrigante e tão imprevisível quanto um trovão num céu sem nuvens.


Carol 29/09/2014minha estante
ja nao gostei do protagonista


Eduardo 18/04/2015minha estante
Antes eu nem pensava em "Era medieval Pós-apocliptica", mas comecei a ver exemplos disso no livro. exemplos são "É nessa nova era medieval..." presente atras do livro, outro exemplo é o mapa, que mostra a Grã-Bretanha inundada (com certeza por causa do derretimento das geleiras) e a deformidade da costa italiana; em Emperor of Thorns Jorg fala sobre Plastik (Plastico) e cita o sul de Afrique (África) sendo mais longe até que as "Grandes Terras do Oeste" (América), sendo que, naquele tempo, eles não tinham o conhecimento dos outros continentes senão a Erafrásia; Jorg acha um "Tubo que com certeza serve para escrever..." (caneta) nos bolsos de Fexler, além disso ele consegue observar o mundo como se fosse uma imagem de satélite; tem também as máquinas dos construtores, algo que não existia na Idade Média; Então conclusão: Os enigmáticos Construtores seriam os humanos da nossa época (ou da época mais avançada antes do fim), e "O sol dos construtores" poderiam ser bombas nucleares ou algo parecido (até porque o Sol dos construtores seriam culpa da humanidade).


Matheus 30/11/2015minha estante
Comprei a trilogia na amazon, mal posso esperar para começar a ler. Espero que seja tão bom quanto as crônicas do matador do rei.


Piter 18/10/2022minha estante
Acho que a questão é que o Jörg nasceu mau, SIM! O episódio com a roseira brava só foi um gatilho pra ele despertar esse lado obscuro dele. Ele não tem empatia nenhuma, é narcisista, rude, só pensa em poder e mata todo mundo que entra na frente dele. Até os amigos! Ele finge gostar deles, e podemos até acreditar que ele gosta, mas lembremos que se trata de um narrador personagem, e que esse recurso geralmente é usado como forma de convencimento, para então, dar uma enganada no leitor.


Livgia 25/01/2024minha estante
É diferente acompanhar a rotina de vingança de um protagonista realmente com maus hábitos, onde come violência sexual, conjunção carnal sem consentimento, e tudo mais. Achei meio fraco o jeito que ele "derrotou" o tiu




Alexandre Nabhan 22/04/2020

Coisa de doido kkkk
"Errou por um par de anos - eu lhe diria mas ele já não ouvia mais... levem está cabeça, deixe essa barriga gorda para os corvos. 15 anos, se tivesse 15 não estaria devastando vilarejos, quando chegasse aos 15 já seria Rei."

É essa frase que nos faz pensarmos "que isso gente, de qual é a desse muleque" kkkk

A história é muito envolvente, acontece muitas coisas, ela
passa um pouco o sentimento de aventura, os cenários
vão desde cavernas à estradas assombradas e mais.
Feiticeiros, mortos vivos e humanoides deformados ajudam
a compor a aventura, mas o que sem dúvidas trás o diferencial é o protagonista.

A cada capítulo desse livro mais eu repetia a frase "Esse muleque é maluco". E é assim que eu defino Jorg Ancrath. Outras pessoas colocarão adjetivos mais pesados que sei que ele merece, mas eu vou ficar com esse pela forma com que ele resolve seus problemas.

Jorg é um príncipe de um reino que é cercado de inimigos, e quando ainda muito novo um desses reinos fez um ataque, que leva a vida de sua mãe e irmão mais novo, tudo isso aos 9 anos de idade, ele se salvou por ter caído e ficado preso em uma moita de roseira brava, isso vai marcar ele pelo resto de sua vida, e nas próprias palavras de Jorg "naquele dia, eu passei por uma porta da qual eu não posso regressar."

Jorg é cruel, não tem afeição por ninguém, ele é muito esperto e estudioso também, sempre vai estar acompanhado de um livro e uma espada. Ele quer muito se vingar, a ponto de se juntar a um bando de bandidos um mais louco que o outro, ele é tão maluco que ganha o respeito e se torna líder deles. E juntos eles vão em busca dessa vingança.

O livro é fluído e rápido, eu teria lido muito mais rápido, mas a situação em que me encontro não permitiu. A historia é muito boa e o universo é muito interessante, neste livro nós vemos apenas um cap da história de Jorg, tenho certeza que os próximos livros vão expandir muito mais.

E falando neles... bora pro proximo.
Arcanjo 22/04/2020minha estante
Eu tenho esse livro parado na estante já há alguns anos. Preciso de ânimo pra iniciar a leitura.. o último da DarkSide judiou demais de tão ruim.


Alexandre Nabhan 22/04/2020minha estante
Se o seu ultimo foi o senhor dos Dinossauros, faz sentido kkkkk, o primeiro livro da quela saga é uma confusão só, mas não da nem pra comparar, aqui é tudo muito direto, você não se perde na história, fora que ele é bem rápido, um acontecimento a tras do outro sem enrolação.


Arcanjo 23/04/2020minha estante
KKK. Esperto você. Pelo amor, o que era aquilo? Bom, vou nem entrar no demérito que foi. Enfim, tenho muita vontade de ler esse aí. Já faz uns bons anos que está na minha prateleira, me encarando.


Alexandre Nabhan 23/04/2020minha estante
Esse eu curti bastante e a maioria das resenhas sobre essa saga são boas, tô loco para pegar a continuação agora. Mas ele sim, depois me diz o que achou


Arcanjo 23/04/2020minha estante
Pode deixar. Eu peguei a trilogia tudo junto. Tava num preço acessível.
Foram os primeiros livros da DarkSide que eu peguei. Tenho um certo carinho pelas edições. Espero ter o mesmo apreço pela estória também.


Alexandre Nabhan 23/04/2020minha estante
Eu tenho o primeiro e o último kkk, mas o segundo já está chegando, e realmente essas edições são muito bonitas.


Arcanjo 24/04/2020minha estante
Primeiro e último.. ué KKK.

Cê já viu a edição limitada em volume único? É top. Pena que não vendem mais.


Alexandre Nabhan 24/04/2020minha estante
Vi sim bonito de mais, eu até cheguei a ver uma na Saraiva dentro de uma caixa, peguei ela folheie, mas ela estava toda rechaçada klkkk, mas é bonito de mais


Arcanjo 24/04/2020minha estante
Putz.. KKK. Eu queria ter pego ela também, ficar com as duas (olha o espírito consumista KKK). Mas eu tive receio de a estória ser um lixo e eu ficar com duas edições de um livro ruim.
E outra, cara, eu sempre me perguntei se eles realmente conseguiram colocar todos os três livros lá, porque a quantidade de páginas da trilogia separada e do volume único parece meio discrepante. Se não me engano tem uma quantidade menor de páginas, pelo que eu notei. Mas Posso estar falando algo muito absurdo KKK.


Alexandre Nabhan 24/04/2020minha estante
Hoje eu me arrependo muito de não ter comprado ela, também queria ter os dois na coleção, e hoje quem tá vendendo tá cobrando um absurdo, mas sobre as páginas eu acho que deve ter dado tranquilo, porque nas versões separadas, muitas páginas são em branco ou mapas, e vários mapas se repetem, como é uma versão única, eles devem ter tirado um pouco disso.


Arcanjo 25/04/2020minha estante
De fato, pode ser isso mesmo. Não me atentei a este detalhe.

Então.. sobre ter as duas edições na estante, é mais algo pra colecionador.. eu gostaria, lógico, mas não compro a preços abusivos. Prefiro esperar caso a DarkSide lance novamente.


Alexandre Nabhan 25/04/2020minha estante
Eu faço isso também, por isso que eu tenho o 1 e 3 o tres kkkk, promoções, mas o 2 tá chegando, ainda mais agora que eu terminei Nevernight Mano aquele livro é um abuso, não sei se vou o que eu escrevi, a Edição é horrível e eles tão cobrando 70 conto no último


Arcanjo 25/04/2020minha estante
AAH, legal.. conseguiu pegar o volume 2 num preço daora então? Muito bom.

Mano, eu vi sim. Não li muito sobre a história, eu li mais sobre as suas reclamações a respeito da edição.. e sei lá, parece ser aquele tipo de edição bem porca, pra economizar. Eu ficaria ferrado também. Eu acho que tenho um certo TOC sabe com essas coisas.. tipo, tudo pra mim tem que estar padronizado, organizado. Me incomoda ver algo assim, ao ponto de eu querer algo e não pegar, esperar uma edição mais caprichada.

Só que há livros que a única opção é a edição esdrúxula que eles lançam, né.. não tem pra onde correr.




neo 06/10/2014

EDITADO EM 06/10/2014.

Essa é a segunda resenha que faço desse livro. Na primeira não consegui expressar muito bem o porquê dessa história me dar nos nervos, mas agora, depois de um ano desde que a li, posso finalmente colocar em palavras o meu, hm, desprezo, pela obra de Mark Lawrence.

Vou logo dizendo que eu esperava muito desse livro. Tipo, muito mesmo. Foi o primeiro (e até agora infelizmente o único) livro da editora DarkSide Books que comprei, e a edição é simplesmente maravilhosa. Acho que já devem ter lido isto em outras resenhas, mas só para reforçar: a editora fez um trabalho excelente com Prince of Thorns. Pena que a história não chega nem perto de ser tão boa quanto a embalagem em que ela é vendida.

Meu problema com Prince of Thorns foi a cena de estupro. Sim, tem uma cena de estupro. Na verdade ela não passa de um parágrafo, se eu me recordo bem, e acontece bem no início. Acho que Lawrence deu um tiro no próprio pé quando a colocou nos primeiros capítulos, falando nisso; depois dela, qualquer conexão minha com a história foi cortada sem dor nem piedade.

Eu já li várias e várias entrevistas com o autor e ele sempre diz que seu protagonista, Jorg Ancrath, irá chocar muitos e que não é para qualquer um. Sendo bem sincera, acho que ele usa a desculpa de que o Jorg é um anti-herói para tornar tudo o que ele faz aceitável ou, no mínimo, esperável. E, me desculpe, mas isso não cola comigo não. Eu adoro muitos e muitos anti-heróis, principalmente em animes (Lelouch de Code Geass, Vincent dePandora Hearts, Alone de The Lost Canvas são apenas alguns exemplos), então não foram as morais meio distorcidas do Jorg que me fizeram odiá-lo. Quem conhece o Lelouch, o Vincent e o Alone sabem muito bem que eles matam a torto e a direito, e que muitas vezes são pura e simplesmente cruéis, mas ainda assim acho-os personagens fascinantes e torço por eles. Mas com Jorg eu não consegui fazer isso, e o problema todo foi o uso de plot devices ridículos que tentavam, desesperadamente, transformá-lo em um personagem cruel e sem escrúpulos, mas interessante. Lawrence, para mim, falhou miseravelmente nesse quesito.

Eu não sou contra o uso de estupro, assassinato e outras coisas feias em uma história (afinal, histórias refletem o nosso mundo e nosso mundo é assim, certo?), mas o uso do estupro em especial tem que ser feito com muito cuidado. Eu sou mulher e digo sem hesitar que preferiria morrer a ser estrupada e, acredite, não sou nem de longe a única a pensar desse jeito. Então ler um protagonista um pirralho de 13 ou 14 anos se não me engano estuprar garotas de fazenda antes de atear fogo nelas foi uma das minhas experiências mais frustrantes como leitora. Não exatamente pela ação em si (o protagonista é seu e você faz o que quiser com ele, Lawrence), mas sim pelo pouco caso com que a coisa toda foi tratada. Foi como colocar letras garrafais em neon brilhante apontadas para o Jorg formando as palavras, esse é meu protagonista cruel, diferente e que choca as pessoas com sua maldade!!! Olha como ele é terrível!!! Todos devem se chocar com meu anti-herói!!!

Resumindo, caracterização pobre, barata e inconsequente. Sabe por que inconsequente? Porque eu já perdi a conta de quantas vezes vi alguém que tenha lido Prince of Thorns dizendo coisas como, o Jorg é foda! ou o Jorg é badass! e isso sinceramente me faz questionar a fé que tenho na humanidade. Porque essas pessoas estão chamando um estuprador de foda e badass com admiração, e isso faz meu estômago revirar.

Mas então, você deve estar pensando, você está dizendo que matar está liberado, mas estuprar não?, e sim eu estou dizendo basicamente isso, sendo bem sincera. Sabe por quê? Porque ao matar alguém você, bem, acaba com a pessoa. Ela já era, já foi, não pode sentir ou fazer mais nada. Quem sofre não é quem morre; é quem fica, são os amigos e família da pessoa que morreu, não ela. Mas quando você estupra alguém a pessoa continua viva, e muitas vezes se arrepende disso. Estupro, para mim, é pior que a morte porque ser estuprada pode fazer vocêquerer estar morta, e há pouquíssimas coisas que eu considero piores do que desejar acabar com sua própria vida. Estupro pode te matar por dentro e, por isso, para mim é mil vezes pior do que morrer de verdade.

Acho que posso concluir então que meu problema com Prince of Thorns não é sequer a cena de estupro. É a ideia que a obra passa; a de que é normal você admirar alguém que cometeu tal ato, que é normal você torcer por essa pessoa simplesmente porque ela é a protagonista. Acredito que o autor poderia ter evitado isso se ele tivesse se esforçado um pouco mais, até porque não é crime nenhum contar a história de um pirralho babaca que se acha demais e que estupra garotas de fazenda. O que deveria ser crime é implicar que isso tudo é explicável pelo fato de que o tal garoto babaca é um anti-herói. Ou usar violência a torto e a direito para chocar simplesmente porque você não consegue caracterizar bem seu garoto babaca que estupra garotas de fazenda.

Então resumindo mais uma vez: não me importo com violência em livros, filmes, animes ou o diabo que for, desde que ela não seja usada para substituir uma caracterização séria e eficiente (ou seja, desde que não seja usada apenas para chocar), ou quando o autor/diretor/whatever tenta justificar sua presença dizendo que o personagem é assim mesmo (o que mais uma vez indica uma caracterização fracassada, já que você não deveria ter que me dizer que tal personagem é um anti-herói com morais distorcidas se tivesse feito um bom trabalho na sua obra). Simples assim.

Acho que eu até poderia ter continuado a ler a Trilogia dos Espinhos se a história fosse interessante. Sabe quando você lê algo mesmo odiando o protagonista porque o resto vale a pena? Então, essa poderia ter sido minha relação com essa história. Mas não pude continuar porque o resto, surpresa!, não vale a pena. Os personagens secundários são unidimensionais e chatos, a escrita é rasa, o final tem um senhor deux ex machina e mesmo que o Jorg não fosse um pirralho estuprador ele seria, bem, um pirralho (não, não me desce um garoto de 13/14 anos comandando bandidos cruéis e blá blá blá) que se acha muito esperto e que se tem em alta conta, mas que na verdade não passa de um moleque sendo o manda-chuva porque o plot said so. Triste, de verdade. A ideia geral de Prince of Thorns é maravilhosa, mas a execução não lhe faz justiça.

E conte quantas mulheres existem nessa história. Me lembro de apenas dessas: a rainha mãe (morta, provavelmente sofreu todo tipo de coisa antes de morrer), as garotas de fazenda (estupradas e mortas) e a guria que provavelmente vai ser um projeto de interesse romântico do Jorg, a Catherine/Catherina or something (Jorg meio que quase estrangula ela lá mais pro fim do livo) e a feiticeira (obviamente linda e/ou sexy, também acaba morta se me lembro bem). Acho que são só essas e bem, alguém além de mim vê algo de errado nisso?

E antes que alguém venha com mimimi a história se passa em um mundo medieval onde as mulheres eram tratadas como lixo mesmo mimimi porque eu sei que isso é verdade, e ao contrário de muita gente por aí acho meio desconexo querer retratar mulheres sendo iguais aos homens em histórias baseadas na Europa medieval, até porque as mulheres não eram tratadas bem nessa época e mudar isso meio que nega o que elas passaram para mim (mas é maravilhoso criar culturas diferentes onde mulheres são tratadas iguais aos homens e eu desesperadamente quero ver mais disso em livros de fantasia mas a maioria dos autores, infelizmente, estão acomodados demais na Europa medieval e nas mulheres submissas para realmente fazerem algo), então o problema é não fazer nada na história que mostre que essa concepção (mulher = lixo) está errada. Esse fazer algo na história pode ser criar um personagem (de preferência uma mulher) que desafie essas normas ou ter um país com uma cultura diferente que valorize as mulheres do mesmo modo que valoriza os homens e mostrar como essa cultura de mulheres como seres inferiores é estúpida. Mas isso não acontece em 90% dos livros de fantasia ambientados em um mundo parecido com a Europa medieval porque os autores pensam que só porque a coisa era assim eles podem continuar escrevendo como se fosse certo ou normal. E não podem, me desculpem. É um saco um saco! [sinta minha frustração] ser mulher e ler fantasia apenas para ver a maior parte das mulheres serem tratadas como objetos sexuais e/ou seres inferiores sem que o autor faça o menor esforço para mostrar que esse tipo de visão e comportamento é errado. E olha que fantasia é meu gênero preferido, mas há momentos em que considero me mudar de vez para o paranormal/sobrenatural mesmo que a coisa por lá não seja a oitava maravilha do mundo, já que pelo menos é melhor do que na fantasia.

Então após essa Bíblia aqui está o porque de eu desprezar Prince of Thorns tanto de modo resumido: essa história contém praticamente tudo de ruim que um livro de fantasia é capaz de ter. Ou seja, violência apenas para chocar/substituir caracterização, personagens unidimensionais, um único personagem não branco que é basicamente uma trope, nenhum personagem LGBT+, mulheres sem importância alguma para a história, escrita fraca e um dos deux ex machina mais descarados que já tive a infelicidade de ler. Então é, Prince of Thorns é um dos piores livros que já tive o desprazer de ler.

site: http://lynxvlaurent.blogspot.com.br/
matheus.morenodavid.1 22/12/2014minha estante
Jorg não é inteiramente culpado por seus atos, em seus atos cruéis ele foi em grande parte manipulado por Corion.
Deve-se também levar em conta a história dele, odiado pelo pai e tendo perdido a mãe e o irmão.
Quanto ás personagens femininas, Jorg havia acabado de ser estrangulado pela empregada e Catherine aparece com uma faca, ele apenas quebrou um vaso em sua cabela e fugiu, e a necromante só é linda por ser uma necromante, sua verdadeira forma é repugnante.
O Nubano não é o único personagem não branco, Sageous é um sarraceno, e o motivo de haver poucos personagens não brancos é que a Terra está em uma fase medieval, com os reinos guerreando entre si pelo trono do Império.
Se prestasse mais atenção ao livro iria perceber que Jorg é muito bem caracterizado, pois sua vida é (como fica mais evidente no segundo livro) marcada pela perda e sofrimento, que na minha opinião, juntando-se a manipulação de Corion e a vida na estrada, acaba justificando seus atos


Vitim 06/03/2015minha estante
Hahahah... Não sei como alguém perde tanto tempo escrevendo todo esse excremento.
Deixa eu fazer um tl;dr pra quem não quer ter dor de cabeça: "stop liking what i like" - Todo(a) SJW ever.


Priscila 10/08/2015minha estante
Falou tudo. Concordo com quase tudo, e olha que nem terminei de ler.


Beth 30/08/2015minha estante
Concordo totalmente! Ótima resenha.


Ana 14/09/2015minha estante
Eu tava aqui desesperada procurando uma resenha desse livro que pelo menos chegasse perto de descrever o que sinto por ele, e aí achei a sua, e só posso dizer que concordo com cada palavra. Ainda não acabei de ler o livro, mas minha vontade é rasgar ou queimar, e só não faço isso porque a edição é linda demais. Enfim, odeio o protagonista, odeio odeio odeio, e a cada vez que tento ler, desejo que na próxima página alguém mate ele de forma bem dolorosa.


Ari Phanie 22/10/2015minha estante
Ótima resenha. Essa, algumas outras e o começo do livro me impediram de fazer a besteira de lê-lo completamente.


Alika 10/11/2015minha estante
Moça, obrigada pela resenha! Eu abandonei esse livro porque não aguentava mais. Abandonei, e tava com uma puta expectativa. É terrível abandonar livros de fantasia por conta dessas coisas, mas simplesmente não dá pra ler um livro que tem cenas de estupro assim apenas para chocar. E tem também a parte das putas, depois dela que eu abandonei.


Wesley.Millan 06/02/2020minha estante
Agora entendo porque não consegui terminar esse livro. Me esforçei e li até pouco mais da metade do segundo livro. Mas não aguentava mais o Jorg, garoto insuportável, não consegui me conectar com ninguém ali.


unicornbrutus 29/05/2021minha estante
atrasadíssima pro rolê, mas SIMMMMMMMMMMMMMMMMM
eu bati palmas a cada parágrafo dessa resenha, socorro




JR 08/02/2014

Prince Of Thorns - Vol.1 - Trilogia dos Espinhos | Mark Lawrence
Resenha

A história vai se desenvolvendo a partir de um evento que ocorre na vida do personagem principal, o príncipe Jorg Ancrath, no qual a carruagem onde estão ele, sua mãe e seu irmão é atacada por seu tio, rei das terras de Renar. Mas, para sua sorte (ou azar), ele é salvo por um guarda de sua família, que o joga para longe da carruagem. Eu digo azar, por que o garoto foi cair logo em uma roseira. Por fim, ele preso pelos espinhos que vão entrando em sua carne, cortando seus ossos, testemunha enquanto todos os que estavam na carruagem são mortos.

Não preciso nem dizer que isso deixa o garoto bem traumatizado, já que afinal ele tinha 10 anos de idade, e a partir daí o garoto sofre uma grande transformação, se tornando um verdadeiro amante da guerra, e da destruição e essas coisas.

Originalmente, a trilogia se chama The Broken Empire. Prince of Thorns é o primeiro livro da trilogia dos espinhos – Thorns em inglês significa espinhos. Os volumes seguintes são King Of Thorns e Emperor Of Thorns.


O protagonista é egoísta, tem uma forte habilidade de conseguir enganar o próximo, não tem um pingo de vergonha de suas atrocidades, pelo contrário age naturalmente, é completamente maldoso, não sente culpa, não se arrepende, não dá o braço a torcer, é capaz de tudo para conseguir o que quer, desde passar por cima de seus capachos, trair a confiança de quem for, estuprar, matar, roubar, torturar, um vilão dos bons, um sociopata. E essas são as “qualidades” que eu mais aprecio em um anti-herói e odeio os mocinhos indefesos e sem atitude, com o Jorg Ancrath a coisa é diferente, se você torcer o livro é capaz de sair sangue. Bem ao estilo RAMBO

Nas primeiras páginas achamos que a hostilidade de príncipe Jorg não ia longe, afinal o menino tem cerca de 14 anos, mas não se engane com a carinha de anjo, ele pode superar as suas expectativas, e pode ser realmente impiedoso.

Voltamos à era medieval em sua forma mais grotesca, violenta e brutal, onde somos apresentados a um grande mistério – como a época sobre o mundo em que eles vivem ou quem são os chamados "Antigos Construtores" – que é capaz de explicar a sua existência, durante a trilogia inteira isso a medida que você vai lendo e desenrolando a historia ... Bem parece ser mesmo a era medieval, mas a índices que nos leva a um mundo .... (Segredo tem que ler pra descobri 😜)

Muita gente está detestando o livro por causa do temperamento inusitado do Jorg – inusitado mesmo, ele faz coisas que não imaginamos, uma hora está bem e do nada acaba matando alguém ou alguma coisa. Fique ligado e nunca, jamais confie nele. Antes de começar a leitura desse livro, você tem que estar aberto ao fato do protagonista ser um anti-herói dos mais grotescos sem o mínimo escrúpulo, para depois não acabar se arrependendo ou desgostando do livro.

Mark tem uma boa sacada, pois cada página contém ação pura, sangue, guerras, fantasia, e tudo que temos direito, e a riqueza de detalhes é fascinante, você consegue até sentir o cheiro de sangue, de morte.

O livro é finalizado e algumas perguntas pairam na nossa cabeça, então nos resta ler a sua continuação. Espero que venha tão maravilhosa como esta, tanto na diagramação, capa e conteúdo. Afinal quando se fala da DarkSide, vemos qualidade em um outro nível.

Um ótimo livro para aqueles que não têm medo de sangue.

Minha Classificação: ► ♥♥♥♥♥ ◄

site: https://coliseunerd.blogspot.com.br/2017/02/prince-of-thorns-vol1-trilogia-dos.html
Bruna Araujo 19/02/2017minha estante
Amei sua resenha e estou super interessada em começar essa trilogia. Gostaria de saber sobre a escrita do Mark, é complicada? É daqueles livros que você fica boiando ou que precise conhecer a fundo alguns assuntos para entender ou qualquer pessoa consegue acompanhar bem? Ele é prolixo ou parte logo pra ação sem ficar enrolando? Obrigada!


JR 19/02/2017minha estante
Obrigado ^^
É bem simples na verdade, e a leitura flui bastante. O mundo é bem construido então o leitor consegue se situar no ambiente (claro que se você conhece alguma coisa da era medieval facilita bastante alguns aspectos), mas super recomendo. É bem tranquila a leitura XD


JR 19/02/2017minha estante
Obrigado ^^
É bem simples na verdade, e a leitura flui bastante. O mundo é bem construido então o leitor consegue se situar no ambiente (claro que se você conhece alguma coisa da era medieval facilita bastante alguns aspectos), mas super recomendo. É bem tranquila a leitura e como é da editora DarkSide os livros são um luxo como sempre XD


Bruna Araujo 19/02/2017minha estante
Agradeço muito!!! Agora fiquei mais animada ainda, tinha medo de não entender o contexto porque vi uma resenha no youtube, na qual a pessoa dizia que só entendeu a os livros, no último, aí meu receio era esse rsrs, obrigada!


JR 19/02/2017minha estante
Eu consegui entender a trama no primeiro livro, tem umas dicas soltas. Eu não gosto de falar porque perde a graça de quem não leu kkkkkkkkk (Mesmo esquema do mangá Psyren, é o tipo de spoiler inofensivo mas que faz a diferença) ,,, Pode ser que alguns só entendam no ultimo mas se ficar atenta aos detalhes no primeiro você já mata a charada. Que é bem bolada por sinal. XD

A galera que não gostou do livro é porque não entenderam a trama
Pelo menos na minha opnião ^-^


Bruna Araujo 19/02/2017minha estante
Interessante... Fiquei mais instigada a ler. Já leu A Guerra da Rainha Vermelha? Não sei sei qual leio primeiro rsrs.


JR 19/02/2017minha estante
Não li esse ainda mas quero muito ler ... Ouvi falar que é bom !!


JR 19/02/2017minha estante
Não li esse ainda mas quero muito ler ... Ouvi falar que é bom !!
Recomendo a trilogia dos Espinhos primeiro, afinal esta completa. Já que a trilogia da Rainha Vermelha ainda não saiu os outros dois ^-^




Antonio Luiz 13/11/2013

O pobre fascínio do mal
A tentativa de explorar o interesse por fantasia medieval despertado pela série televisiva "Guerra dos Tronos" levou a editora Darkside, voltada principalmente para romances de terror, a apostar em um de seus concorrentes mais diretos em termos de fantasia sombria, pessimista e pretensamente realista. A saber, a "Trilogia dos Espinhos" (no original, "The Broken Empire"), do americano-britânico (nasceu nos EUA, mas vive no Reino Unido desde a infância) Mark Lawrence que, embora tenha um currículo ideal para um autor de ficção científica (é um pesquisador do campo da inteligência artificial), se especializou em fantasia pseudomedieval.

A trilogia é composta de três romances, "Prince of Thorns", "King of Thorns" e "Emperor of Thorns", a serem lançados no Brasil com os mesmos títulos em inglês. Esse modismo do segmento de literatura juvenil aparentemente tenta aproveitar o marketing já feito para o mercado anglófono para dispensar a promoção no mercado nacional, expediente de eficiência duvidosa. O primeiro livro foi lançado em dispendiosa edição de capa dura, o que também é uma escolha estranha para uma obra relativamente pouco conhecida no Brasil e sem perspectivas aparentes de adaptação para o cinema ou para a tevê.

Como sugerem os títulos, a trilogia narra a ascensão do protagonista a posições de poder cada vez mais altas. Em contraste com seu concorrente mais direto ou seja, o primeiro volume da série "Crônicas de Gelo e Fogo" de G. R. R. Martin (hoje planejada como de sete livros, cinco dos quais já publicados) deve-se dizer que "Prince of Thorns" tem um exagerado senso de propósito. A recomendação comum na literatura comercial de descartar tudo que não faça avançar a história é levada aqui a tal extremo que resta pouco de interesse humano, para não falar de profundidade psicológica ou qualquer outra.

Em "Guerra dos Tronos", há múltiplos pontos de vista de personagens com diferentes objetivos e princípios, a maioria dos quais morre quase ao acaso antes de desenvolver seu potencial. Oferece um painel que se quer realista do caos da guerra e de vidas agitadas e interrompidas de uma aristocracia feudal ou renascentista, mas ao cabo deixa a sensação de muito som e fúria e pouco significado. O primeiro volume, pelo menos, se encerra com um corte brusco e pouco satisfatório, com pouca preocupação em fechar questionamentos e arcos narrativos.

Em "Prince of Thorns" tudo gira, pelo contrário, em torno do umbigo de um só protagonista, um príncipe adolescente sociopata e egocêntrico, obcecado pelo poder e pela vingança, cuja vida está protegida de riscos verdadeiros pela estrutura da história narrativa de feitos passados, em primeira pessoa. A história se fecha como uma etapa bem cumprida, com seus principais objetivos alcançados exatamente como foram previstos, apesar de um ou outro percalço inesperado. É o empresário impiedoso e bem-sucedido exultando sobre a narrativa de sua escalada sobre as costas de empregados, vítimas e concorrentes. Apesar do blurb publicitário da contracapa, é evidente para o leitor que ele sempre está a salvo.

Ainda criança, Honorious Jorg Ancrath, o príncipe dos espinhos, vê a mãe e o irmão menor serem brutalmente assassinados na estrada a mando de um conde, rival do seu pai. Jogado numa moita de espinhos que o ferem gravemente e o deixam entre a vida e a morte, ele sobrevive quase por acaso, mas essa é o único acidente real em sua vida. Todo o resto é exagerada e obsessivamente planejado. Jorg trata todas as pessoas como peças de seu jogo descartáveis sempre que possam ser trocadas por algo de maior valor. Ele mesmo é uma peça de si mesmo, o rei do xadrez que há de sobreviver e vencer a partida a qualquer preço.

Personagens, elementos do cenário e acontecimentos surgem na hora certa para oferecer desafios a serem enfrentados e os meios para vencê-los, de maneira tão linear quanto num jogo de computador. Mesmo o protagonista não passa de raso artifício de enredo, uma máquina programada para se vingar do conde e se tornar rei aos quinze anos, sem vida emocional própria. É impossível admirar soluções tão mecanicamente preparadas como engenhosas, bem como ter empatia por qualquer personagem, inclusive ele.

Há apenas o prazer vicário e perverso de se imaginar na pele de um garoto de treze ou quatorze anos que não precisa acatar os limites da moral ou da realidade. Não só estupra, tortura e mata sem remorso, como conquista a fidelidade e obediência cega de seus seguidores sem precisar mostrar por eles afeto ou respeito e insulta e ataca oponentes mais maduros e fortes sem recear consequências. Realisticamente, um adolescente que se comportasse dessa maneira em seu ambiente semibárbaro, príncipe ou não, estaria morto em dias, mas em seu caso, os planos sempre dão certo e os acasos sempre funcionam a seu favor.

Tal fantasia perversa certamente não é mais realista do que a Alta Fantasia cristã e maniqueísta à maneira de J. R. R. Tolkien, a não ser no sentido em que reflete mais fielmente os devaneios de onipotência e as pulsões violentas de rapazes incentivados pelo clima da cultura de massas neoliberal a tudo subordinar à lei suprema do egoísmo. Não falta sequer a ilusão da potência sexual ilimitada. As mulheres não existem a não ser para serem estupradas e mortas ou (se nobres) como inimigas ou tentações perigosas, exceto por uma jovem meretriz cuja função é permitir ao protagonista mostrar que é capaz de cansar uma prostituta. Não o vemos se deleitar com ela, apenas se gabar disso e usá-la em seguida como apoio para seu livro, enquanto discute estratégia com seu lugar-tenente.

O mais curioso do romance são os indícios, que se tornam cada vez mais explícitos ao longo da história, de que a trama não está ambientada na Idade Média nem num mundo fantástico imaginário, mas na Europa Ocidental de um futuro pós-apocalíptico. Além de permitir ao protagonista ser, à sua maneira, um católico crente e fiel, citar Nietzsche e Popper como filósofos antigos e mostrar, quando convém, conhecimentos ignorados da Europa Medieval (da estratégia de Sun Tzu a artes marciais orientais), permite que muitos, se não todos os elementos mágicos da trama encontrem explicações alternativas como remanescentes de um passado tecnológico ou efeitos colaterais da catástrofe, provavelmente uma guerra nuclear, que o destruiu. É um conceito que mereceria trama e personagens mais interessantes.
A linguagem, é em geral clara e direta, mas o autor não resiste a multiplicar metáforas de bom ou mau gosto, nem sempre em consonância com o caráter objetivo e pouco imaginativo do narrador e protagonista. Uma amostra do segundo capítulo:

"Irmão Rike gosta dos prazeres simples, disse Markin.

Claro que gostava. Rike sentia verdadeira fome por eles. Uma fome que era tal e qual fogo.

As chamas engoliram Mabberton. Eu mesmo pus a tocha no telhado de sapê da estalagem e o fogo nos persegui até a saída do vilarejo. Apenas mais um dia maldito daqueles longos e violentos anos da queda de nosso Império.

Makin limpou o suor, manchando-se com fuligem. Ele tinha um talento para se sujar ah, se tinha. Você não se manteve acima desses simples prazeres, irmão Jorg.

Não poderia discordar. Quantos anos você tem?, aquele fazendeiro gordo quis saber. Velho o bastante pra visitar suas filhas. A gordinha não calava a boca, assim como o seu pai. Guinchava como uma coruja de celeiro, ferindo meus ouvidos. Preferi a mais velha. Ela era quieta. Tão quieta que você precisava lhe dar uns trancos, só para ter certeza de que ela não morrera de medo. Embora eu imagine que nenhuma das duas tenha permanecido calada quando o fogo as alcançou...
Marcos 14/11/2013minha estante
Excelente resenha. Foi justamente o sentimento que tive ao ler o livro.


Yukari 06/04/2015minha estante
Apesar de achar bem chato todas as comparações com "Guerra dos tronos" que todo o livro de fantasia vem caindo, concordo totalmente com a resenha.
Exatamente pelos mesmos motivos citados que eu simplesmente odiei esse livro!


Beth 30/08/2015minha estante
Considerei o livro um barbarismo sanguinário.


Alika 10/11/2015minha estante
Abandonei o livro. Não aguentei ler até o final...


Alexander - Expectro Literário 12/08/2018minha estante
Nossa, que comentário lindamente escrito e bem estruturado, escreveu demais. Quanto ao dito, eu concordo, acredito que eu goste de ter empatia por personagens de livros, por isso, não senti muita coisa por esse livro.


Piter 18/10/2022minha estante
Concordo! Tem pouca verossimilhança o arco do Jörg.




spoiler visualizar
Sofia.Sousa 28/07/2022minha estante
Moça tô querendo ler, é livro de romance?


Allan 28/07/2022minha estante
Definitivamente não é livro de romance. É dark fantasy, se você tá atrás de romance, fica longe desse livro! Hahaha


Sofia.Sousa 29/07/2022minha estante
Nem um romancezinho?? Kkkkkkkk


Allan 01/08/2022minha estante
Nadinha, só sofrimento e violência kkkkk


Sofia.Sousa 02/08/2022minha estante
Aí kkkkkkkk vou dar uma chance kkkkkkk




Alisson Augusto 04/08/2016

De quem é o problema?
Enquanto eu lia Prince Of Thorns e já nos primeiros capítulos começavam a construir uma opinião sobre o livro, optei por vir até o Skoob e ler algumas resenhas. E me deparo com mais uma centena delas e na maioria são todas tão favoráveis, enaltecendo o autor, sua história (?) e sua escrita (?) que eu me peguei pensando a mesma coisa durante o restante e termino da leitura deste livro: de quem é problema? O problema é do livro ou é meu? Porque eu não gostei nem um pouco, nem do autor, nem da história e nem da escrita. Dos mais de 45 capítulos, se eu escolher 2 que realmente gostei pode ser considerado uma vitória.
Quais foram os meus problemas com o livro... Digo, qual foi meu maior problema com o livro, para simplificar a coisa toda: Jorg. Sim, o personagem principal, o bad boy, o rebelde. Sendo o único personagem verdadeiramente construído (?) durante o livro, eu esperava bem mais. Sua ideologia não me desceu, seus modos não me desceu, suas falas e atitudes menos a ainda. Não saia da minha cabeça a imagem daqueles garotos pré-adolescente raivosos que estão quebrando todos seus brinquedos porque a mãe tirou o celular por um final de semana. Sério. Sou apaixonado por personagens verossímeis, daqueles que dão impressão de que você vai esbarrar um dia com eles na rua de tão real é a construção do autor. Mas com o Jorg a história é outra - eu acredito em fada do dente, do que nesse garoto com ar de rebelde. Há, mas ele sofreu um trauma muito grande, por isso tornou-se assim. Cara, não. Esse papo não cola, pelo menos pra mim.
Isso sem dizer das situações impossíveis que o autor vai encaixando ao longo do livro. "Perai, se o garoto precisa enfrentar um exercito, por que não colocar um ser mitológico chegando em um cavalo, sem explicação nenhuma, para ajuda-lo" (isso não ocorre no livro, é só um exemplo).
Sei lá, eu sei que há pessoas que amam esse livro, mais pra mim não foi mesmo. E olha que sou apaixonado por ficção-fantástica!
E não custa dizer que essa "resenha" é mais um desabafo mesmo, porque poxa, a única coisa que valeu a pena na compra do livro foi a belíssima edição da DarkSide.
Francisco 16/10/2016minha estante
Estou na metade do livro e estou com a mesma impressão. Depois de ler Azincourt, do Bernard Cornwell. Esse príncipe ficou ainda mais deplorável.


Andri 17/10/2016minha estante
Concordo em tudo. Faço minhas tuas palavras e fiz uma resenha negativa também. Não é pra mim essa leitura.


Mayara Manzi 17/11/2016minha estante
Eu tô lendo os primeiros capítulos ainda e achei a escrita confusa... tem hora que não sei o que está acontecendo mesmo voltando e relendo... mas vou continuar para ver no que dá.


Ketlen S. 27/11/2016minha estante
Oh concordo com você, tantas resenhas falando coisas boas, mas para mim achei o livro tão chato e olha que adoro fantasias, esse Jorg pior ainda aff...


Wesley.Millan 06/02/2020minha estante
Faço minhas suas palavras.




Gabriela Garrido 02/05/2019

Universo incrível e protagonista insano!
Hoje é o dia de falar dele: Príncipe Honório Jorg Ancrath, que, aos nove anos, vê sua família ser brutalmente assassinada, enquanto espinhos venenosos ora o escondiam dos assassinos da família real, ora perfuram sua carne até os ossos. Tendo sobrevivido ao ataque, Jorg busca por respostas – nada agradáveis –, cujo horror o leva a fugir de Castelo Alto com mercenários, em busca de uma vingança implacável.

Agora aos catorze, Jorg é enfático no seu objetivo: vingar sua família e se tornar rei, aos 15 (!). E é neste momento que Lawrence mergulha o leitor numa fantasia épica, sombria e inesquecível.

Mas engraçado foi ver o quanto este livro gera controvérsias. Alguns amam, outros odeiam.

A crítica mais pesada gira em torno da idade do príncipe (14), mas, acredite em mim, depois que você pega o plot twist da trama, tudo faz sentido. E que plot, meus amigos. Adorei!

A escrita do autor é poética, fluida e digna de ser venerada (in love w/ Mark). Escrito em primeira pessoa, sentimos tudo o que Jorg sente e até chegamos a concordar com seu instinto assassino (cru, violento e sarcástico).

Inclusive, amei o Jorg desde a primeira página. Seu sarcasmo chega escorre das páginas do livro, e é terrível se ver rindo de seus pensamentos politicamente incorretos (talvez, sejamos tão ruins quanto o príncipe).

O único ponto que me incomodou foi uma das cenas do desfecho, onde vemos o deus ex machina imperando sem controle (aos que leram: lembrem da cena do cavalo! Kk). Para quem não sabe, é um recurso utilizado para desamarrar um nó na trama, que se desfaz de um modo “milagroso”. Mas é um detalhe minúsculo, perto do apocalipse que foi aquele final (SOS, que final! A imagem desenhada por Lawrence me roubou todo o ar!).

Por tudo isso, tô louca pra continuar a leitura da série!

Indico aos amantes de dark fantasy e anti-heróis engraçadinhos.

site: https://www.instagram.com/p/BwZfU9yAf1u/
Ed Goularth 12/11/2019minha estante
Isso sim é uma resenha honesta e apaixonada. Fiquei curioso para ler esse livro. Mas de depois do ridículo clã dos magos de trudi canavan, fico com uma pé atrás. Vc já leu O nome do vento e o Temor do Sábio? Pelo jeito como descreve Jorg vc vai adorar o Kvothe. Obrigado amiga


Gabriela Garrido 12/11/2019minha estante
Leia, esta trilogia é um hino! Sou apaixonada pela saga e estou pra ler O Nome do Vento :) obrigada pela indicação!


Ed Goularth 21/04/2020minha estante
Terminei a trilogia e a sensação é de perder um amigo. Jorg se foi e hoje comprei a Rainha vermelha. Obrigado pela dica, a trilogia dos espinhos me deu intensos prazeres


Ed Goularth 21/04/2020minha estante
Essa cena do cavalo está no primeiro livro? Não lembro mais, no final? Vou revisitar




Rodrigo.Oliveira 30/08/2018

trágico sem ser meloso
Prince of Thorns é um daqueles livros para se lê quando não queremos nos envolver muito, é uma boa história, trágica, mas sem apego emocional. Eu acho ótimo, pois, alguns livros fazem-nos apegar muito aos personagens e compartilharmos suas dores e angústias, sofremos de verdade com a história, eu sou desses, já fiquei vários dias me sentindo mal ou pesar e até febre já senti devido ao meu envolvimento com algumas leituras. No livro conta-se a história do Principe de Ancrat, Jorg que, preso por espinhos, teve de assistir a sua mãe e o irmão serem assassinados de forma brutal, pelo irmão do seu pai aparentemente numa disputa pelo trono. Devido a este fato Jorg se torna uma pessoa obcecada pela vingança e revoltado com tudo e todos. A história tem como fundo um ambiente de Idade Média, creio eu, não existem armas, existem seres místicos poderosos, estão presentes elementos da cultura mundial, em certos momentos a citações à Jesus Cristo, shakespeare, Sun Tzu e seu livro a Arte da Guerra, temos como religião o catolicismo...o que nos remete há um mundo pós-apocalíptico que me lembrou um pouco de a Torre Negra. É um livro cruel, sarcástico, com humor negro e pesado, sem meias palavras, sem romance, sem apego nenhum. Eu achei muito bom.
Kelly Martinez 31/08/2018minha estante
Ótima resenha! Me senti desse modo: sem apego! To partindo pro segundo volume... vamos? ;)


Rodrigo.Oliveira 31/08/2018minha estante
vamos sim! dei uma parada em Six of Crows e vou retomar e me organizar para ler os dois simultaneamente (Six of Crows e King of Thorns). o que eu adorei neste livro foram as frases tipo "O mal não existe, existe amor pelas coisas, pelo poder, conforto, sexo e existe o que os homens estão dispostos a fazer para satisfazer tais desejos". E várias outras, por vezes chegava a me identificar com Jorg.


Kelly Martinez 31/08/2018minha estante
Eu achei a narrativa bem bacana apesar de sentir falta de interagir com os personagens! Eu não consegui me incluir na história! Fui uma espectadora distante... mas vou seguir com a trilogia... tenho toc literário hahaha... então, uma vez que comecei tenho que acabar!


Rodrigo.Oliveira 31/08/2018minha estante
somos dois! depois que começo tenho q terminar!




Blue Martell 30/10/2019

Imprevisível - Jorg e Suas Peculiaridades
Jamais pensei que um protagonista apresentado da forma que é no início deste livro teria ações e teias emaranhadas nele tanto como foi concretizado. O livro é um tanto quanto lento, deixa a gente um pouco perdido no início, mas depois é uma reviravolta atrás da outra que te faz não querer largá-lo mais.
Ynglid 12/04/2020minha estante
Que bom que melhora pq eu estou na pagina 60 e achando tudo um saco mal descrito e confuso, vc agora me instigou a continuar


Blue Martell 18/04/2020minha estante
É um tanto quanto confuso porque, acredito, o Jorg seja confuso. E ele não segue uma linearidade


Ynglid 18/04/2020minha estante
Nem foi a linearidade o autor se perde um pouco nas descrições, principalmente nos momentos altos em que há mais coisas acontecendo ao mesmo tempo, mas até que gostei do final valeu a pena rsrsrs




Ianca 14/09/2021

Gostei, mas não gostei. Da pra entender? Kkkk
Bom pra passar o tempo, mas não é aquela leitura de tirar o sono e querer passar a noite lendo.
Luisa 17/09/2021minha estante
Tem romance?? Kkk


Ianca 17/09/2021minha estante
Nada kkkkkkk tudo menos romance


Luisa 17/09/2021minha estante
Aí q triste kkkk




Lice 14/05/2021

Devastada
Esse livro foi um "mix de emoções", espero que eu não seja considerada uma pessoa ruim por passar pano para o Jorg, e torcer para que os planos dele deem certo. Afinal de contas, ele só quer ser Imperador.
Enfim, o livro é muitooo bom. Tem um enredo muito bem feito, a forma de como os personagens são trabalhados e desenvolvidos é ótima, o jeito que acabamos amando, ou odiando, suas personalidades é simplesmente incrível.
No fim, nos pegamos torcendo para um bando de criminosos, mas quem se importa, não é mesmo?
Ansiosa para ler o segundo.
Obrigada Gabe, por emprestar-me essa obra de arte. Demorei um pouquinho para ler, mas acabei kkkkk
Gabe 17/05/2021minha estante
Jorg ou makin stan???


Lice 18/05/2021minha estante
Makin stan lkkkkkk Jorg que perdoa-me, mas o Makin é o Makin


Gabe 18/05/2021minha estante
Obviamente




Tizy 21/03/2017

O anti-herói que não merece ser perdoado
Adoro ler sobre anti-heróis, isso foi o que me levou até esse livro. Sua história é muito interessante e diferente, no entanto extremamente problemática. Acho o mundo em que vive o personagem principal é interessante, a vida dele que muda drasticamente e o afeta profundamente incrível, mas nada justifica a violência extrema, sádica, psicopática, e acima de tudo machista do personagem. Ele é o principal, a pessoa por quem devemos torcer, mas não passa de um machista, estuprador e assassino sem consciência. Meu problema com o livro não é a violência dele e sim, o fato de que nada nos faz refletir sobre ela. O menino de 14 anos estupra e queima mulheres vivas, e é ele quem devemos acompanhar, simpatizar e torcer. As mulheres são só objetos e o que acontece com elas, o que elas sofrem, não passa de algumas linhas no livro e é tratado como algo normal, natural. Se ao menos fosse mostrado o sentimento e dor das pessoas que sofrem na mão de Jorg, talvez o livro fosse menos nojento de se ler, principalmente quando se é uma leitora mulher, que tem que se ver representada como a puta, estuprada e morta, sem nome, sem valor e sem importância nenhum na história. E pra piorar, Jorg, é visto como inteligente, e forte, seus planos, artimanhas e atitudes são feitos para o exaltarmos como um personagem badass e incrível, quando ele não passa de um ser nojento e sem consciência. Cheguei ao fim do 1 livro, e não irei ler os próximos, por mais que a história seja interessante, o personagem principal não merece ser acompanhado e perdoado pelos leitores. E não adianta tentar dar a desculpa de que por se tratar de uma época medieval, é normal que tenha coisas como estupro e violência contra a mulher, pois há uma grande diferença entre um personagem ser machista e um livro ser machista. Quando a história é bem feita e escrita, ela pode se passar em um universo cheio de personagens opressores das personagens femininas, mas a história em si, não é machista, pois não trata aquilo como normal, natural ou heroico, e sim, mostra com todos os tons que seus personagens não prestam, que eles não devem ser adorados e que só causam dor e sofrimento aos outros. E isso é uma coisa que esse livro faz de forma totalmente errada. Se você quiser ler, leia, mas não perdoe Jorg, pois ele não é anti-herói e sim um vilão dos mais nojentos, não o veja como um coitado que teve uma infância difícil, pois nada justifica seus atos. Eu não vou ler os próximos livros e não recomendo esse livro pra ninguém, mas se você já for um leitor, ou um fã, pelo menos seja um leitor crítico, que veja o personagem principal como realmente é , um criminoso que não merece perdão e é tão ruim e em muito momentos até pior as pessoas que lhe causaram dor na infância, um personagem que não merece ser admirado. Reflita sobre ele e suas ações acada página, não seja só um leitor passivo, veja as crueldades mal descritas e problematizadas da obra.
Sidnei 16/07/2017minha estante
Estou na metade do livro e a matança desenfreada me incomoda, começa a ficar repetitiva e enfadonha, parece falta de criatividade do autor. O protagonista é um psicopata que só pensa em matar todos que vê pela frente, a motivação dele não convence. Querer se vingar faz sentido, matar quem for preciso para chegar ao objetivo também, mas ele pensa em matar sem razão alguma.
Vou terminar a história porque costumo ir até o final, mas se a história ficar só na carnificina, não lerei os outros da trilogia.


Célia 08/12/2017minha estante
Eu vi na promoção o livro com toda a trilogia - capa dura e super bem acabado. Só digo uma coisa NEM F* EU LEIO ESSE LIVRO! Estava lendo outras resenhas e já tinha pensando "xii... esse cara é um babaca..." Agora que não leio mesmo. Detesto esse tipo de personagem e para mim eu tenho q simpatizar com o personagem para poder gostar da história. Obrigada pela sua resenha! Pelo menos não queimei dinheiro, pois era isso que eu faria, já que não posso tocar fogo nesse personagem fdp!


Célia 08/12/2017minha estante
null




Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 04/06/2020

Já Li
O protagonista de todos os volumes é Jorg Ancrath. Ele sofre muitos traumas emocionais e físicos ao longo da série, o que resulta em um personagem nem um pouco sensível ao sofrimento dos outros. Ele está disposto a machucar ou matar alguém em sua busca para subir ao trono do Império Quebrado. Após o assassinato brutal de sua mãe e de seu irmão mais novo, Jorg foge de seu pai e sua casa; chegando a liderar um bando de criminosos cruéis conhecidos como Irmandade. A história é narrada em primeira pessoa, por ele.

Em "Príncipe dos Espinhos", sabemos que a jornada de Jorg começa aos dez anos de idade, no momento da fuga acima mencionada. Ele está em busca de vingança e procura o Conde Reinar, o responsável pela morte de sua mãe e irmão. Jorg descobre que seu pai beneficou-se da morte de ambos, em um acordo comercial que lhe parece ridículo e abusivo. Enquanto assistia aos assassinatos, Jorg foi "engolido" por um arbusto de espinhos que parecem lhe conferir alguns poderes especiais, poderes estes que lhe dão uma vantagem em batalhas e situações de violência.
Depois de peregrinar por vilarejos - pilhando, queimando, matando e estuprando - Jorg decide retornar à sua cidade natal para enfrentar seu pai. Quando lá chega, descobre que o pai se casou de novo e, sem querer, se aproxima de sua nova tia, Katherine.

Eu queria muito ter gostado deste livro. Queria muito ter encontrado uma nova trilogia para me conectar. Mas, infelizmente, não foi o que aconteceu.

Não existe a menor possibilidade de que eu vá me simpatizar com um protagonista estuprador. Não há uma razão suficientemente boa no mundo para eu gostar de um personagem que comete esse crime no enredo. Nenhum background familiar, passado, história ou justificativa será capaz de me convencer de que Jorg merecia um livro para si.
Isso me leva à segunda razão para não gostar deste livro. Jorg só é mau. Não há profundidade nem complexidade nesta maldade. Mark Lawrence, com um pouco mais de dedicação ao desenvolvimento do personagem, poderia, quem sabe, torná-lo mais interessante ao longo da leitura ou, pelo menos, não tão previsível. Eu sequer consegui perceber qual foi seu arco de evolução neste primeiro livro, o que deixou a leitura ainda pior e mais ingrata.
E para completar, Jorg tem quatorze anos. Se ele agisse como um menino malvado de quatorze anos, quem sabe eu aceitaria um pouco as coisas. Ou se ele agisse como um jovem rapaz que sofreu na vida e amadureceu rápido. Mas não. Ele é só um moleque cretino e babaca, um psicopata na sua concepção mais científica/psiquiátrica do termo, e nada mais.
Gosto de livros em que o autor leva tempo para construir a história, para que o leitor e o personagem se conheçam e resolvam suas diferenças. Neste livro, não há este tempo. O autor entrou imediatamente nessa exibição repugnante para retratar o homem horrível de Jorg e ficou neste lugar por cansativas 364 páginas.

Imaginando que eu seja capaz de deixar estes pontos de lado - o que não sou, mas vamos fingir - ainda há o aspecto fantástico da trama, os espinhos que mencionei anteriormente. Achei este elemento fantástico totalmente desnecessário e mal colocado na trama. Não entendi seu propósito, tampouco seu funcionamento e não achei que agregassem tanto assim à trama. Os eventos principais continuariam se desenrolando mais ou menos da mesma forma sem a presença dos espinhos.
E, por fim, os aliados de Jorg são insossos e homogêneos, contribuindo para minha sensação de frustração ao longo da leitura.
E eu sequer vou comentar a total falta de representatividade feminina neste livro porque não quero perder mais um minuto da minha vida com esta trilogia.

Por favor, não perca seu tempo com este livro.

site: https://perplexidadesilencio.blogspot.com/2020/06/ja-li-117-trilogia-dos-espinhos-vol1.html
Amandioca 05/07/2020minha estante
Nossa que bom que não fui só eu que odiei esse livro!!! O teor de violência é ABSURSO, cheio de agressões desnecessárias e ainda querem passar pano pro moleque.


@Estantedelivrosdamylla 01/09/2020minha estante
Nossa, eu tou quase na página 100 e nao consigo me conectar de maneira alguma com a história. Concordo com tudo isso que você falou, e olhe que ainda não estou nem na metade. Realmente não acho q Vai rolar kkk


Valéria 20/11/2020minha estante
Concordo totalmente com você!




José Simão 08/01/2021

O livro é bem desenvolvido e a linguagem é ótimo.
Os personagens representam fielmente a temática do livro, principalmente o personagem principal, Jorg.
Um dos melhores livros que eu já li e recomendo a todos que buscam uma fantasia mais sanguinária.
Jk_books 08/01/2021minha estante
Tem romance na história??


Fer Del Col 08/01/2021minha estante
Adorei a resenha, me deu vontade de ler o livro


José Simão 08/01/2021minha estante
Existe um pequenino romance ao final do livro




397 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR