Vanessa 21/08/2015Divino - contém Spoiler de "As Batidas Perdidas do Coração"O que escrever sobre um livro que mexeu totalmente com meu emocional? É praticamente impossível escrever uma resenha básica, primeiro porque “As Batidas Perdidas do Coração” já acabou comigo, me fez pensar em todos os problemas inimagináveis que é uma dependência química. No primeiro eu fui a vida do Rafa e da Vivi... e também era a pessoa que acompanhava eles, resumo: sofri e aprendi com eles.
Aprendi amar cada personagem (desculpa, mas foi o Rodrigo que roubou meu coração) com todos os seus defeitos, principalmente esses tais defeitos. Só não gosto de um, mas esse não revelarei. (quem sabe mais para frente, em outra resenha rs)
O que a Bianca escreve é a vida, ela te destrói, para depois te reconstruir, de uma forma melhor e mais segura. Se é assim conosco, imaginem com a personagem Clara. Uma mulher recém-divorciada, que descobriu a traição do marido depois de sete anos de um casamento morno. Uma pessoa que exala amor, sempre diz sim, sempre está pronta para ajudar, porém acha que o amor não foi feito para ela. (autoestima jogada num precipício sem fim). Isso porque tem Bernardo (suspiros infinitos, por favor), um homem lindo, gentil, compreensivo, charmoso e que ama essa mulher desde a infância. E ela ficou com ele e viveram felizes para sempre?! Não, não e não... isso seria clichê e tudo que a Bianca Briones escreve não é clichê, demora para chegar ao happy end. Antes você precisa SE amar, ser independente, ser sua própria salvação. Como ela diz “Não sou a metade da laranja de ninguém, tenho que ser a laranja inteira, para depois merecer o amor”.
Nada simples, ela não facilita em nada a vida de Clara. E pra que facilitar enquanto a nossa realidade é super difícil? Mas juro, teve uma hora que eu queria pegar o Bernardo e dar uns tapas para ele deixar de ser o “príncipe encantado”, e também horas que eu queria mesmo agarrar (Ai Meu Deus, não seja perfeito!!!!), mas era de tempo que ela precisava e como nos confunde, como nos une com Clara a narrativa. Eu sou um pouco a Clara, você é um pouco a Clara, acabei (nesse instante, antes de terminar esse texto) de conversar com uma colega que é a Clara, tudo que ela contou, sofreu, reagiu, lutou e recomendei o livro, pois achei a cara dela. É super envolvente, com uma playlist que vai de Coldplay à O Teatro Mágico (fascinante, pois precisa ser assim: gostar de música boa).
Esse livro também é mais fofinho na parte do “amor casal”, Bernardo e Clara. Só que seria totalmente inaceitável comparar com o Rafa e a Vivi, aliás não tem jeito de comparar nenhuma das personagens. Cada um é único e tem sua personalidade super bem construída e ponto final. Isso que é especial, não é padronizado, a personagem pode mudar suas ideias, não ser convicto, são seres humanos tirados da imaginação de Bianca Briones e revelados para nós. E pode se preparar, pois ela não cansa de surpreender nós meros leitores.
P.S: Cuidado Ibirapuera! Esse parque será invadido pelos fãs da Briones haha. Fiquei louca para conhecer melhor a Mahamudra, mas acho que só de longe por enquanto (a sedentária).
P.S²: Conhecemos a Bianca e conversamos durante um tempo razoável (até sermos convidadas a nos retirarmos, por um segurança SUPER GENTIL. Sqn), e deu para reconhecer a pessoa que se revela nos agradecimentos, ela é uma linda, uma pessoa cheia de amor e planos, que com certeza vai lutar para realizar cada um deles. E estaremos sempre na torcida!
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