Mari 08/09/2013Morte e Vida de Charlie St. Cloud | Sem Querer me Intrometer Comecei a ler esse livro porque haviam me indicado o filme, e confesso que achei que não chegaria ao fim da leitura. Quando olhei a sinopse, achei que seria uma estória bem clichê de vida após a morte, que me enjoaria facilmente, mas me surpreendi com o livro.
Há três personagens principais: Charlie St. Cloud, que é um rapaz aparentemente comum, mas esconde de todos um dom espetacular (ele conversa com seu irmão mais novo que morreu ainda muito jovem em um acidente de carro); Tess Carroll, uma mulher que, depois da morte do pai, se dedica exclusivamente à navegação e não acredita muito no amor (devido à várias decepções que ela já sofreu) e Sam St. Cloud, irmão mais novo de Charlie, que se encontra em um universo paralelo, entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos.
A relação de Charlie e Sam é uma das mais lindas que já vi em estórias por aí. Os dois juram ficar juntos para sempre, e abrem mão de tudo - ou quase tudo - para ficar perto um do outro. É emocionante a forma com que eles se tratam e se entendem (mesmo que Sam seja só uma criança congelada no tempo, enquanto Charlie e seus pensamentos evoluem). O relacionamento entre os dois prova que quando se ama, é capaz de se perdoar (e compreender) até os maiores erros.
Toda menina pode se identificar com Tess Carroll. Ela demonstra a decepção com as pessoas quando se trata de amor, mas ao mesmo tempo, demonstra também a esperança em recomeçar e, quem sabe, até viver um lindo romance.
Nos primeiros capítulos do livro, confesso que ficava um pouco entediada nas partes em que Tess protagonizava. Por ela viver em função de velejar, são utilizados muitos termos técnicos sobre navegação para descrever a vida dela, mas aos poucos, o foco muda COMPLETAMENTE e a leitura começa a prender demais. A partir do momento em que Tess encontra-se com Charlie, é impossível parar de ler a estória.
O relacionamento de Tess e Charlie também é de dar inveja à qualquer um, eles superam barreiras inimagináveis para ficarem juntos e mostram que o amor verdadeiro não precisa ser aquele famoso "à primeira vista", sabem? Os dois já se conheciam há muito tempo, mas só em determinado momento da vida se apaixonam.
Uma coisa que eu gostei muito em Morte e Vida de Charlie St. Cloud, é a forma com que Ben Sherwood descreve os personagens. Junto com uma apresentação convencional, ele descreve um momento marcante da vida de cada um deles, o que faz com que a gente se familiarize BEM mais rápido com eles.
O livro tem a presença muito forte da espiritualidade e consegue surpreender muito, porque sempre que achamos que já entendemos tudo da estória, ele muda totalmente, e revela algo que não dava nem para imaginar. É uma estória que envolve muito a questão da crença em milagres, e nos faz refletir demais sobre os limites entre possível e impossível.
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