Os Sertões

Os Sertões Euclides da Cunha
Walnice Galvão




Resenhas - Os Sertões


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Regis 05/09/2024

Uma obra grandiosa e importante
"Os Sertões" representa um marco da literatura brasileira e fez de Euclides da Cunha parte da geração de autores considerados precursores das Ciências Sociais no Brasil. Dito isso, o livro possui uma linguagem estilizada, uma voz grandiloquente e um discurso enciclopédico extremamente reprovada por críticos de sua época e vários leitores antigos e atuais, principalmente na primeira parte intitulada "A terra", onde o autor discorre sobre aspectos da paisagem, como o relevo, a fauna, a flora e o clima árido do sertão, fazendo uso excessivo de termos científicos que tornam esse início de leitura bem mais denso. Eu percebi uma diminuição dessa densidade na metade e principalmente no trecho final do livro, mas devo ressaltar que eu apreciei imensamente as descrições dessa primeira parte. E, no geral, a escrita do autor não foi um elemento que tenha me incomodado em demasia. Reservo isso para a segunda parte, intitulada "O homem", onde fica bem claro que o autor tentou tratar os combatentes de Canudos como objetos de estudo das teses do determinismo racial. Essa parte do livro, sim, me incomodou. Apesar de saber e reconhecer que essa teoria, em especial, é fruto de sua época, ainda assim, é impossível ler e não sentir nada diante de tamanho absurdo que já foi amplamente defendido no passado. Ela se concentra em uma análise de Euclides sobre os sertanejos como portadores de desequilíbrios típicos do cruzamento de raças, resultando, segundo ele, em uma situação mental deplorável. Euclides classifica o sertanejo, um mestiço, como pertencente a uma sub-raça "instável", "efêmera", "retardatária" e "próxima da extinção", descrevendo o povo do sertão como uma "raça inferior". Esse termo é utilizado até o final do livro, o que me causou um enorme incômodo durante a leitura. No entanto, ao longo da narrativa, vai ficando evidente que o autor se vê dividido entre as conclusões científicas de sua época e a força e determinação que ele presenciou nos sertanejos durante a resistência contra o exército republicano. Isso fica mais evidente nos trechos finais, onde parece que as opiniões de Euclides sobre os sertanejos evoluíram, mesmo que pouco.

A terceira parte, intitulada "A luta", possui um aspecto muito valioso: nela se concentra um trabalho jornalístico detalhado realizado pelo autor ao denunciar o massacre de Canudos, condenando o exército pelos excessos cometidos e recriminando o nacionalismo exagerado da época ao mostrar a vida cotidiana e realista de uma parte marginalizada do país, onde o povo era tido como fraco e involuído pela elite intelectual e pelos políticos da nova república. Essa foi minha parte favorita de toda a obra. A forma como o autor relata os detalhes do quarto e definitivo embate entre o restante da comunidade de Canudos e o exército é um trabalho jornalístico magistral que ficou como relato histórico de um massacre.

"Os Sertões" é um livro importante, um documento histórico mesclado com a literatura, que, ao longo dos anos, foi continuamente revisitado e analisado por outras áreas, como Antropologia, Sociologia, Geografia e História.

Minha experiência de leitura foi muito boa, por conhecer um pouco mais sobre o caráter crítico e realista da obra. No entanto, senti também um misto de revolta e repugnância pelos pensamentos racistas e xenófobos utilizados por Euclides para descrever e classificar o povo do sertão nordestino.

Recomendo "Os Sertões" como um livro que todos devem conhecer por sua grandiosidade e importância, mesmo que a teoria do determinismo racial, que tanto entusiasmou o autor no momento da concepção da obra, tenha envelhecido como leite.
HenryClerval 06/09/2024minha estante
Régis, adoro como se expressa e expõe seus pensamentos. Sua resenha está magnífica, minha linda! ??????


mpettrus 06/09/2024minha estante
Resenha incrivelmente bem elucidativa ????

Gosto quando o leitor pontua de forma objetiva seus pós e contra com relação a obra citada. Admiro quem tem essa habilidade de mesclar dentro do texto a objetividade e ao mesmo tempo a subjetividade, porque nos traz o panorama mais geral do livro.

Eu confesso que não tenho essa habilidade porque me deixo leva pelas emoções ?? e em parte, isso pode atrapalhar um pouco a percepção.

Adorei que você pontuou a questão do autor ser adepto da teoria do ?determinismo social?. Esclareceu que isso foi fruto do seu tempo, da sua época e as coisas de lá para cá evoluíram eliminar essa repugnância ?científica?.

Quando eu li esse livro para os meus idos tempos de vestibular, a turma foi guiada pelas explicações de um professor na época. E, claro que eu muito novo ainda, fui sumariamente influenciado pelas ideias negativas do professor.

Eu tenho um ?ranço? desse livro por conta disso. Mas, isso não me impede de reconhecer que a obra tem seu inestimável valor para a literatura brasileira, bem como para outras áreas do conhecimento. Apesar de antipatizar com essa obra, lembro que o professor na época nos ensinou que devemos ser honestos e reconhecer as partes boas que determinadas obras tem.

Essa infelizmente, como você bem falou, o entusiasmo do autor pela teoria do determinismo racial? que impregnou boa tarde de sua obra, a teoria envelheceu como leite.

Parabéns pela resenha!!! ?????


Dona Erica 06/09/2024minha estante
Que resenha maravilhosa Régis!


Craotchky 06/09/2024minha estante
Mais uma resenha, como sempre, incrível, minha Gizzita. Uma frase segue a outra de forma tão natural e espontânea que faz parecer fácil escrever dessa forma clara e direta. Texto sensacional!


Regis 06/09/2024minha estante
Muito obrigada, Filipe! Vou esperar para saber o que acha de "Os Sertões" quando for ler. ??


Regis 06/09/2024minha estante
Muitíssimo obrigada, querida Érica! ??


Regis 06/09/2024minha estante
Que comentário maravilhoso, Pettrus! ??

É uma pena que sua experiência com esse livro tenha sido tão traumática. No entanto, eu adoro suas resenhas e acho que você tem uma ótima percepção sobre as leituras que faz, mesmo nas que você se deixa levar pelas emoções. ??


Regis 06/09/2024minha estante
Que comentário fofo, meu querido Leandro!???

Nossas conversa sobre esse livro, me ajudaram muito a processar os pensamentos e sentimentos que essa leitura me despertou, obrigada por ser esse amigo querido que está sempre presente contribuindo em todas minhas leituras e em minha vida. ??


lendoclassicos 06/09/2024minha estante
Já iniciei esse por três vezes e parei! Dessa vez eu concluo. Excelente resenha!


Max 06/09/2024minha estante
Regis, não é uma resenha, é um tratado!?
Vou colocar no prelo!??


Cleber 06/09/2024minha estante
Ótima resenha, Régis! Adoro como vc aponta os pontos críticos da obra??????


Regis 06/09/2024minha estante
Muito obrigada, Cleber! ???


Regis 06/09/2024minha estante
Ah, Max, que fofo! ??
Se imprimir me mande. Rsrsr


Regis 06/09/2024minha estante
Desejo que a quarta vez seja a da sorte, Ana. ??


debora-leao 06/09/2024minha estante
Nossa, não sabia disso! Agora é que não tenho coragem de começar tão cedo, mesmo. Da forma que você descreveu parece que será necessária muita maturidade para separar o contexto histórico do discurso.


HenryClerval 06/09/2024minha estante
Régis, eu que agradeço a oportunidade de fazer parte de suas leituras e da sua vida. ???


Leandro 07/09/2024minha estante
Com essa resenha, fiquei mais motivado para continuar a leitura depois que desisti na primeira vez. Mais uma brilhante resenha Regis ??


Regis 07/09/2024minha estante
É um pouco necessário sim, Débora, no entanto, o livro vale muito a pena. ?


Regis 07/09/2024minha estante
Obrigada, Leandro, e espero que continue e que a motivação não diminua. ?


.pachequinha 07/09/2024minha estante
Oi, Regis. Muito boa sua resenha!

Ainda não li a obra, mas tenho vontade. Há um tempo atrás eu assisti à uma peça do Tea(t)ro Oficina, Mutação de Apoteose, que usava trechos do escrito. Vários eram declamados por um dos atores que interpretada o Euclides da Cunha. A peça me forneceu uma boa ideia da grandiosidade, profundidade e criticidade de Os Sertões, da qual eu só tinha uma noção por cima, dado o fato de que escutamos sobre na escola, faculdade, etc.

Sempre é muito interessante ver o pensador se confrontando com suas próprias percepções, não é? Ver o pensamento em conflito e se desenvolvendo. Euclides tinha uma escrita sagaz e sensível, mas com uma formação fruto de seu tempo. Muitas ideias reacionárias, à época, se faziam estabelecidas. No entanto, ele era um republicano, algo progressista em tempos de monarquia - claro, sem deixar de ponderar os erros da ideologia do progresso, que até hoje tende a diminuir a importância do campo. Porém, é interessante pensar que são trabalhos como o dele que ajudaram a cair por terra a primazia de teorias que ele mesmo acreditava. Mas isso levou anos. Contudo, o relato cru das crueldades que presenciou, mesmo que revestido de determinismo racial, tem sido importante para compreender de maneira profunda as cicatrizes da nossa história.

É impressionante a contradição de uma obra que reflete o seu tempo, ao passo que também está à frente dele.

No mais, valeu demais pela resenha. Parabéns! Muito bem escrita e super completa.


.pachequinha 07/09/2024minha estante
Oi, Regis. Muito boa sua resenha!

Ainda não li a obra, mas tenho muita vontade. Há um tempo, assisti a uma peça do Teat(r)o Oficina, Mutação de Apoteose, que utilizava trechos de Os Sertões. Vários deles foram declamados por um dos atores que interpretava Euclides da Cunha. A peça me deu uma boa ideia da grandiosidade, profundidade e criticidade da obra, da qual eu só tinha uma noção superficial, por conta do que aprendemos na escola, faculdade, etc.

É sempre interessante ver um pensador confrontando suas próprias percepções, não é? Ver o pensamento em conflito e se desenvolvendo. Euclides tinha uma escrita sagaz e sensível, mas também era fruto de sua época. Muitas ideias reacionárias estavam estabelecidas naquele tempo. No entanto, ele era republicano, o que já era algo progressista em tempos de monarquia. Claro, sem deixar de considerar os erros da ideologia do progresso, que até hoje tende a diminuir a importância do campo. É interessante pensar que trabalhos como o dele ajudaram a derrubar algumas das teorias que ele próprio acreditava. Mas isso levou anos. Ainda assim, o relato cru das crueldades que ele presenciou, mesmo que revestido de determinismo racial, tem sido crucial para compreender as cicatrizes da nossa história.

É impressionante como uma obra pode refletir tanto seu tempo quanto estar à frente dele.

No mais, muito obrigado pela resenha! Parabéns, ficou muito bem escrita e super completa.


Regis 07/09/2024minha estante
Agradeço imensamente seu comentário, Raíssa!
Quando tiver lido, "Os Sertões", vou adorar que comente comigo suas percepções. ??


CPF1964 07/09/2024minha estante
Primorosa sua resenha, Regis. ???


Regis 07/09/2024minha estante
Obrigada, Cassius! ??


Vania.Cristina 08/09/2024minha estante
Obrigada Regis, por pontuar com tanta clareza o lado feio e o bonito do livro, e reconhecer sua importância. Faz tempo que quero ler mas fico intimidada pela exigência que imagino. Sua resenha me faz pensar que talvez eu possa gostar da leitura. Principalmente pelo lado jornalístico.


Regis 08/09/2024minha estante
Tomara que você goste do livro, Vânia, e principalmente possa apreciar o teor jornalístico na terceira parte entitulada "A Luta". Eu gostei principalmente dos momentos que ele fala sobre o final do quarto embate entre o Exército e Canudos. A crueza e a atrocidade de alguns relatos mexeram muito comigo. ??




eumoiseslima 23/08/2024

Um clássico denso
Certamente esse foi o livro de escrita mais densa que já li. Naturalmente faz jus a época em que foi escrito. Não é uma leitura fácil e requer paciência do leitor.
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Clara A. D. Cassani 23/07/2024

Os sertões- Euclides da Cunha
Quem quiser ler esse livro por boa vontade e gostar, tiro meu chapéu a você.
Esse livro é torturante
Yasmin1609 23/07/2024minha estante
Kkkkkkkkk




Leitor H 20/07/2024

Mal de jornalista
Euclides da Cunha tem o mau de jornalista: achar que sabe falar (com propriedade) sobre qualquer coisa. Acho que antes de qualquer avaliação temos que lembrar, como disclaimer, os pressupostos da sociedade que Euclides vivia e eles estarem em todas as suas palavras: racismo científico, eurocentrismo, machismo, xenofobia, e tantos outros ismos e termos pras nojeiras de ideias daquele tempo. Ele praticamente desumaniza os sertanejos, diz explicitamente que há raças superiores e inferiores, critica o "mestiço" como subhumano. Também é necessário entender, acho eu pelo menos, que a obra não deve ser tomada como sendo descrição fidedigna dos eventos, e sim uma narrativa não só influenciada pelas ideias de Euclides e as já mencionadas, mas também pelo autor não explicitar como chegaram a ele.

Me irrita profundamente Euclides se propor a ser num só livro geólogo, geógrafo, historiador, antropólogo, sociólogo e até um pouco expert em teoria militar (é fácil comentar qualquer decisão depois que suas consequências já foram vistas). É esse o mal de jornalista que falei, achar que sabe falar de tudo.

Dito isto tudo, a narrativa que ele criou é incrível, impactante. Admito que tive dificuldade com um número absurdo de termos, que tive pesquisar, e achei completamente desnecessário tanta descrição de solo e relevo. Claro, tem sua importância na imagem do sertão a ser identificada como causa do conflito, mas precisava de tanto?? Acho sinceramente que ele não fez se entender, e os poucos mapas que tem (pelo menos na edição que eu li) não ajudam em nada, poderiam ser melhores. Mas apesar dessas minhas dificuldades com a leitura, Euclides conseguiu construir uma narrativa estarrecedora dos eventos que levaram e ocorreram em Canudos. Uma guerra, pela resistência dos "jagunços", mas também um massacre.

Novamente, pelas ideias preconceituosas e má científicas tem que se por em dúvida as proposições dadas por Euclides, mas creio que ele chegou no cerne dos problemas que levaram a Canudos: o abandono que a população sertaneja sofreu da nação e seus líderes; as condições extremas que viviam; forças militares orgulhosas, despreparadas E atrapalhadas, e o mais terrível, cruéis. Replicam a desumanização dos sertanejos e praticam atos cruéis, bárbaros e desnecessários. Dado os fatores causais, eu não sei de que outra forma esse conflito poderia ter se desenrolado, mas não anula o fato de ter sido um confronto que moeu a vida tanto de "jagunços", soldados da pátria e inocentes desnecessariamente. Um massacre que causou enorme destruição e esticou a dor o máximo que pode de ambos lados. Não acho que o Conselheiro e os fiéis sejam de todo inocentes, mas era situação que tinha que ter sido resolvida antes, de outra maneira. A culpa desse massacre de milhares pessoas só pode recair nos líderes do país e nos comandantamentes militares. Só souberam esmagar o que não conseguiram controlar.

Ainda que com suas falhas, é louvável que Euclides da Cunha tenha tomado uma responsabilidade de denunciar as falhas e barbaridades ocorridas. Sua escrita foi eficaz em denotar as dificuldades do ambiente e da guerra, a crítica ácida aos militares e a força dos sertanejos.


P.S: me irritou também o Euclides usar tanto "De sorte,", e em nenhum momento era algo bom ou afortunado.
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Julia 19/07/2024

Denso, histórico, importante
Trata-se de um livro denso: uma escrita densa sobre uma história tão densa quanto.
Não é um livro pra se ler por obrigação, porque assim a leitura, que realmente não é nada fácil, só vai render frustração e ranço.
Mas quando se pega essa obra com vontade e determinação de entrar nesse capítulo do Brasil, o maravilhamento é grande.
É poético, é impactante, é quase inacreditável demais pra ser verdade.

Uma guerra travada nos confins do sertão.
Uma guerra? Um extermínio, uma ação desproporcional da recém-nascida república brasileira, um delírio fervoroso de acabar com a comunidade sertaneja de Canudos.
Mas que não se deu sem a resistência e a resiliência impressionantes dos jagunços, com suas artimanhas geniais e surpreendentes. Muitos dos causos seriam de fato cômicos se não fossem verdadeiramente trágicos.

Justamente pela densidade do livro eu demorei bastante pra concluir a leitura, mas ao final valeu a pena acompanhar toda essa narrativa e conhecer mais a fundo esse episódio tão importante da história do Brasil. O pensamento já vagueia em como seria interessante que outros episódios da nossa história também tivessem sido registrados em sua época com tantos detalhes, pra que em qualquer tempo pudéssemos consultá-los, assim como em Os Sertões...
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typagirl 13/07/2024

Os sertões
É um livro extremamente cansativo e talvez um pouco chato de ler, enrolei bastante pra terminar, mas gostei muito da experiência. Ainda não tinha lido Euclides e coincidiu com meus estudos sobre pré-modernismo então foi uma leitura que, por mais cansativa que seja, foi positiva.
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Guilherme 30/06/2024

Bom
Nesse projeto vou tentar resenhar aos poucos todos os livros que não resenhei na época em que li.

Uma leitura densa e com riqueza de detalhes. Praticamente um livro didático de uma época da história de nosso país.

Uma dica de amigo leitor, se você não resenha seus livros ao terminar a leitura, repense isso pois pode se arrepender no futuro assim como eu.
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Guilherme 30/06/2024

Bom
Os sertões, conta a história de Canudos, dividido em três partes, onde na primeira o autor fala da geografia e vegetação de forma quase poética com riqueza de detalhes. Já na segunda, ele trata do "homem", e aí apresenta os personagens, sendo o principal Antônio Conselheiro, que se confunde na figura de líder religioso a monarquista, e uma vez que a república tinha sido declarada recentemente ser monarquista não era bem visto pelo Estado recém criado. Na terceira parte ele trata do confronto direto que ocasionou a morte de mais de 100 mil pessoas, direta ou indiretamente, incluindo o líder de Canudos. Vale a leitura.
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Guilherme 26/06/2024

Bom
Uma leitura densa e com riqueza de detalhes. Praticamente um livro didático de uma época da história de nosso país.
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Isabela1215 04/06/2024

Acho que todo mundo sabe mas não custa lembrar que não é uma leitura para divertimento ou lazer. As passagens são excessivamente detalhadas e descritivas. Cumpre bem a função de retratar a características da época e servir de retrato de um período da história brasileira.
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Tay 03/06/2024

“Os sertões” é um conhecido clássico da literatura brasileira. Publicado no século XX, meados, é quase como um documentário escrito que mostra o genocídio do povo de Canudos pela República. Eu não sou chegada no Euclides da Cunha por motivos óbvios (alô eugenia), entretanto reconheço a importância do livro, o que sustenta a nota 3. Penso que o autor falha quando é prolixo exageradamente, e assim ofusca o verdadeiro conteúdo. É difícil manter essa leitura. E isso impede que as pessoas possam conhecer essa triste mancha em nosso país. Às vezes menos realmente pode ser mais!
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Pellziix 23/05/2024

Uma guerra que envolvia politica e religião. Um massacre brasileiro e esse livro faz uma cobertura incrivel dos fatos.
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Iga1.diass 22/05/2024

A História é contada pelos Vencedores
Mesmo sendo considerada uma obra que denuncia o extermínio de Canudos pelo governo brasileiro, fiquei chocado ao pensar que um livro desses, com um conteúdo tão racista, é recomendado para vestibular.

O autor vê o homem como produto do meio em que vive e divide a humanidade em raças, argumentando que, quando misturadas, resultam em uma raça fraca:

?E o mestiço [...] menos que um intermediário, é um decaído, sem a energia física dos ancestrais selvagens, sem a altitude intelectual dos ancestrais superiores"

Quando eu comprei o livro pensei que ia me deparar com uma narrativa mais imparcial, que buscasse trazer a visão dos dois lados. Mas o que eu vi na verdade foi a história sendo apresentada sob a perspectiva dos vencedores - não houve investigação jornalística sobre a perspectiva do povo de Canudos, nem um entendimento sobre a liderança religiosa e política de Antônio Conselheiro aos olhos dos sertanejos, sendo este reduzido a um lunático.

O livro é apenas contado através da visão dos militares, da visão da primeira república, e sob olhos de um jornalista da elite intelectual paulistana.

Apesar de tudo, este é um registro histórico sobre o maior massacre que ocorreu nos sertões brasileiros, e que se não fosse por esse livro seria apagado da história. Se você for para Canudos hoje, encontrará a cidade submersa nas águas de um açude, propositalmente construída pelo governo para apagar os vestígios das ruínas da cidade.
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Rodrigo509 19/05/2024

Euclides da Cunha nos entregou uma grande cobertura de uma guerra, que envolvia religião e política. Os Sertões testemunhou um massacre brasileiro, na época do Brasil recém-republicano.
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