Os Sertões

Os Sertões Euclides da Cunha
Walnice Galvão




Resenhas - Os Sertões


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Ademiro 17/01/2016

Canudos, retratação da guerra entre poderosos e miseráveis
Muito bom! É como se a narrativa fosse dividida em duas partes: na primeira o autor faz como que uma catalogação de coisas, já na segunda ele começa a narrar majestosamente os fatos presenciados ou reproduzir as informações confiáveis que lhe foram contadas. Em "Os Sertões" vê-se um confronto entre poderosos, defensores da república, e miseráveis aguerridos, lutando pela defesa de suas crenças, ainda que distorcidas para outrem.
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Cesinha 09/10/2016

O prenúncio de um futuro globalizado e polarizado
Esse livro é a denúncia do que Euclides da Cunha considerou um autêntico crime: o desconhecimento de um brasil interior ao país.

O Brasil do litoral (Rio, Recife, etc) era um país afrancesado que ignorava a existência de um Brasil interno, de um país menos influenciado pelas benesses da cultura europeia e mais pelas desgraças da nossa terra bem amada salve salve.

"O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.

A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.

É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela. Caminhando, mesmo a passo rápido, não traça trajetória retilínea e firme. Avança celeremente, num bambolear característico, de que parecem ser o traço geométrico os meandros das trilhas sertanejas. (...)

É o homem permanentemente fatigado."

Euclides da Cunha entende que o Brasil deveria não ser essa polarização entre sertão e litoral, mas um sistema conectado, já que esses dois opostos se completam. O litoral deveria deixar de olhar para a Europa, e consequentemente ficar de costas para o sertão, e sim abraçar e trocar um belo "toca aqui irmão" com seus conterrâneos.

Mas a realidade é uma completa falta de diálogo entre esses dois brasis.

Nada mudou.
Emanuell K. 10/10/2016minha estante
Gostei da resenha! Bem comovente!




Kamilly191 28/02/2024

Retrato épico da nossa história
?Os Sertões? é uma imersão profunda nas entranhas áridas e na alma pulsante do Brasil selvagem. Cada página é um convite para conhecer a história, a cultura e a humanidade que habitam essas terras ásperas e desafiadoras do nosso Nordeste. Como nordestina, foi uma experiência que ressoa com a minha própria história e identidade, pois o livro retrata com sensibilidade a beleza e a brutalidade da vida no interior do Nordeste. É uma jornada de reconexão com as paisagens, as pessoas e os desafios que moldaram a minha região, enriquecendo minha compreensão e apreciação do lugar de onde venho.
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Thaylla24 03/03/2024

Eu esperava mais da parte da luta
Sem emoção, muio Sei lá
Não tem sal e nem tempero
Tem partes que são boas mais a maioria não ?
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Lucas 13/02/2023

What if ? we kissed at a canudo's house
Exército brasileiro mostrando incompetência desde o começo da república ??????????????
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Ana Seerig 18/02/2020

Saga homérica a la Tolkien
"Os Sertões" foi o primeiro livro de 2020. O primeiro que comecei a ler, mas passaram-se 48 dias até terminar e, nesse meio tempo, foram lidos quase três outros livros. A obra de Euclides da Cunha é de leitura pesada, não apenas por ter sido lançada há mais de cem anos, mas porque o autor fazia questão de ser um intelectual. Não é à toa que a edição da Martin Claret tem mais de 40 páginas de notas, cujas referências ocupam quatro páginas, em sua maioria de enciclopédias.

A parte inicial, sobre a geografia e a população da região de Canudos, foi especialmente exaustiva para mim. Não sou uma leitora visual e as dezenas de páginas não me disseram nada. Me lembrou muito Tolkien e a insuportável saga de Frodo n'As Duas Torres. O que me levou ao livro de Cunha foi sua fama, o fato de ser considerado o primeiro livro-reportagem brasileiro e, claro, o interesse por História, mas foi difícil chegar ao fim. Acredito que a obra poderia ter sido facilmente cortada pela metade, mas isso seria um sacrilégio para o autor, que faz uma referência à história européia para explicar a razão de ter uma pedra no meio do caminho.

Ou seja, é mais uma leitura obrigatória que antes mata a possibilidade de alguém se tornar leitor do que a incentiva. Não desvalorizo a obra, mas é o tipo de livro que deve ser lido mais de uma vez para ser completamente absorvido - e deve ser lido por quem quer lê-lo. É absurdo torná-lo referência para provas e trabalhos de ensino médio. Sério, antes peçam para os alunos escreverem uma monografia sobre o crescimento da grama, será mais proveitoso.

Sobre a edição, não gostei do fato de misturarem notas do autor (as quais poderiam estar no rodapé), esclarecimentos de termos (dicionário serve pra isso, no máximo poderiam ter feito um no final, já que alguns termos se repetem no decorrer do livro) e notas explicativas (quem foi quem, referências históricas, etc). Ter uma nota a cada duas palavras, muitas vezes a custo de nada, foi desgastante pra mim, que espero encontrar algo significativo nas notas explicativas.

O livro tem seu valor, mas foi antes um peso do que um prazer.

site: https://www.instagram.com/anaseerig/
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Lyvia Maria 17/10/2021

A leitura é muito complicada, tive que procurar muitas palavras no dicionário (KKKKK), a achei razoável, só que preguiça tive que ler para escola
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Rodrigo 10/12/2021

Mais uma história triste do Brasil
Que biografia da Guerra de Canudos o autor nos entrega!
Durante alguns anos protelei essa leitura por comentários de que era difícil, mas para mim foi incrível.
Amei passear pela geografia do sertão, conhecer os heróis dos rincões do Brasil e entender melhor o massacre que ocorreu em Canudos.
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Pedro.Henrique 02/01/2022

Um gosto adquirido
Assim como grandes clássicos brasileiros, ?Os Sertões? não é uma leitura fácil. Euclides da Cunha tem uma escrita jornalística que detalha cada parte da terra (o que pode ou não ser interessante) e dos aspectos regionais-culturais. O livro ganha força ao falar da guerra e da rotina dos sertanejos, principalmente ao falar sobre Antônio Conselheiro.
Apontar problemas em um clássico é um campo minado, mas a visão do carioca sobre os nordestinos apresenta muito racismo, principalmente na maneira como descreve os comportamentos dos sertanejos.
Mas, mesmo sendo longo e detalhista demais (para os tempos atuais), ainda é uma experiência de leitura relevante.
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Henrique 04/01/2022

Um evento dramático descrito pelo parnasiano.
Foi um livro que quase abandonei, mas fico feliz em ter seguido. a ler. O início, extremamente longo e descritivo sobre a geografia e as gentes pode maçar o leitor. Euclides escreve de uma forma rebuscada, com esmero e com um vocabulário rico, mas de forma bastante técnica onde se percebe umas pitadas de poesia. Parece, fazendo um paralelo, a prosa parnasiana. Dos escritores que li, coloco-o como um dos mais eruditos.
Dito isso, a história da guerra é muito bem contada quando se passa dos capítulos iniciais de geografia e antropologia. Mas a narrativa não busca, parece-me, emocionar o leitor; simplesmente descreve fatos. Quando absorvemos o estilo do texto a leitura se torna muito prazerosa e, de fato, surge a vontade de ler mais e de saber mais. Não há personagens a quem se apegar, a trama é global, quase como uma visão aérea de um evento que cresce diante dos olhos.
Euclides gozou da fama de sua obra, mas, morreu cedo, aos 43 anos, em um confronto de pistolas ao tentar matar o amante da esposa num acontecimento ultradramático que vale a pena ler a respeito.
caio.lobo. 08/01/2022minha estante
A primeira parte, justamente a geográfica, foi uma das que mais gostei. Começa quase silente, com uma nota única, da geologia, e vai tomando cor. No meio do livro já estamos numa polifonia, até chegar na parte trágica que é toda cacofonia, música moderna.




Acácio 18/02/2022

Complexo, transformador e profundo. Não é para iniciantes...
No começo, o livro se mostra difícil, chato e sem toada. No meio e no final, parece que está no começo. Contraintuitivamente, não há nenhuma recompensa derradeira após ler todo o livro. Porém, devo ser honesto, o que faz desse livro uma obra prima é o processo de transformação do leitor ao enfrentar o processo dessa leitura: o estilo de Euclides da Cunha transmite a profundidade de pensamento que a amplitude de vocabulário pode trazer.

O texto é absolutamente honesto com toda a crueldade, injustiça, covardia e frieza da guerra, o sofrimento e pobreza do povo de canudos e a castigada vida nos sertões. Não há nenhum esforço para ser eufêmico e por isso deixa nua a natureza do ser humano.

Se há uma lição de vida a ser tirada, creio que esteja na resiliência, fibra moral e ímpeto para ir até o final sem desistir quando as chances de vitória em terra já estão perdidas, mesmo que isso custe a própria vida, uma vez que se crê que, daquele sacrifício, derivaria sua redenção. Resistência, rebeldia ou pura estupidez?

Por fim, fica também a percepção de que o Brasil já era o Brasil desde sempre, com toda sua desorganização, interesses políticos velados, mescla de culturas, complexidade geográfica e forma desestruturada de se abordar divergências.
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sabren 17/07/2022

clássico é clássico. é um livro denso, de difícil leitura, achei um pouco complicado. mas acredito que a leitura valha muito a pena, é uma história de crime que nunca deveríamos esquecer. uma leitura junto com um estudo sobre os pontos que o livro aborda é muito proveitosa.
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Cléia 19/07/2022

Inspiração para esta leitura
Sou sertaneja. Bem do inteiro do sertão paraibano. Lembro-me bem de quando minha professora de língua portuguesa citou Euclides da Cunha em sala de aula:
"O sertanejo é antes de tudo um forte".
Apenas essa frase denunciou o quão profundo é Euclides da Cunha e despertou de imediato o meu desejo de lê-lo.
A leitura não é das mais simples, é um livro denso e pode ser massante em alguns momentos, mas é sem dúvidas um livro excepcional que tatua um trecho da história do nosso país.
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