Vanessa 18/06/2010
Em A luneta mágica, Macedo narra à história de Simplício, que em seu nome traz o significado da sua existência, simples demais, humilde, um rapaz que sofre de uma estranha miopia, que lhe afeta duplamente. Uma miopia física e moral. A primeira lhe impossibilita de ver qualquer objeto que esteja diante de seus olhos; a segunda não lhe permite entender ou distinguir as atitudes alheias, trata-se, portanto de um ingênuo, um parvo.
Em busca de uma solução para seu problema, Simplício passa a usar uma luneta mágica que lhe possibilita a visão. Entretanto, essa luneta lhe possibilita muito mais que uma visão objetiva das coisas, mas sim uma visão subjetiva.
A luneta mágica apresenta temáticas inovadoras e pouco trabalhadas até então por Macedo, e também introduz características singulares no Romantismo brasileiro, instaura-se a fusão do humor e da fantasia.
O tom em que se estende a obra é irônico, trata-se de uma crítica à sociedade da época e seus radicalismos e exclusivismos, a criação de conceitos e opiniões absolutas, que levaria à colheita do engano e do erro.
Macedo nos leva a refletir sobre a existência permanente do bem e do mal dentro de cada um, não existindo, portanto, espaço para conceitos absolutos.
Estigmatizado por alguns críticos, como um autor menor dentro das nossas letras, Macedo nos mostra através da luneta, sua competência literária e sua visão arguta da realidade, tecendo críticas a sociedade burguesa do século XIX, que ainda permanecem atuais.
Portanto, A luneta Mágica é uma obra que merece ser lida e respeitada, pois é de relevante qualidade e importância na literatura Romântica.